A FÁBRICA

Junho 15 2005

Almada Negreiros, Auto-retrato
José Sobral de Almada Negreiros (1893-1970) nasceu em São Tomé e Príncipe.Em 1905 já redigia e ilustrava jornais manuscritos (“A República” e “O Mundo”). A sua actividade artística inicia-se, para o público, com a participação na I Exposição do Grupo de Humoristas Portugueses, em 1911. Com esta exposição nasce a chamada Arte Moderna Portuguesa; e, coincidindo com a primeira aparição colectiva dos cubistas, em Paris, traz, como também lá acontecera, o selo do humorismo para génese das novas correntes artísticas. Publica seu primeiro desenho em “A Sátira” e faz sua primeira exposição individual de 90 desenhos, em 1913. Escreve, em 1915, o “Manifesto Anti-Dantas e por extenso”, uma reacção contra uma geração tradicionalista, uma sociedade burguesa, um país limitado; e, é publicado o primeiro número da revista “Orpheu”.
No ano de 1925 pinta dois painéis para “A Brasileira”, um café do Chiado, em Lisboa. De 1927 a 1932 mora em Madrid. Em 1938, conclui os vitrais da Igreja de Nossa Sra. de Fátima. Pinta o famoso retrato de Fernando Pessoa (“Lendo Orpheu”), para o restaurante “Irmãos Unidos”, em 1954.
Em 1951, o SNI lhe confere o “Prémio Nacional das Artes”. Em 1966 é eleito membro honorário da Academia Nacional de Belas Artes. No ano seguinte recebe o Grande Oficialato da Ordem de Santiago Espada.
Estreitamente enlaçada na sua actividade de artista plástico, tem Almada Negreiros uma obra de poeta, dramaturgo, romancista, investigador e mitógrafo, das mais originais da nosa literatura e das mais significativas e perturbantes da cultura comtemporânea. A camaradagem com Fernando Pessoa viria a ser extremamente fecunda para o surgimento do futurismo em Portugal e para os destinos do modernismo português.Juntos participaram da aventura do Orpheu (1915), juntos permanecem no Portugal Futurista (1917), juntos se reencontram ainda, à beira da morte de Pessoa, no terceiro e último número da revista Sudoeste (1935), fundada e dirigida por Almada Negreiros e cujos dois primeiros números tinham contido exclusivamente trabalhos da sua autoria. Deixou contos espalhados por revistas de vanguarda de curta duração: O Moinho (1912 – teatro)Manifesto Anti-Dantas e por extenso (1915)A Engomadeira (1917 – novela)A Cena do Ódio (poema publicado na revista Portugal Futurista em 1917)A Invenção do Dia Claro (1921)Os Outros (1923 – teatro),S. O. S. (1929 – teatro)Nome de Guerra (romance, 1938)Antes de Começar (teatro)Deseja-se Mulher (1959 – teatro), Poesia.
Em 15 de Junho de 1970, o pintor e escritor morre em Lisboa, no mesmo quarto em que morrera o poeta Fernando Pessoa.
Se quiser saber mais pode visitar,vidaslusofonas.pt/almada_negreiros.
publicado por armando ésse às 10:44

Junho 15 2005

Almada Negreiros, Auto-retrato
José Sobral de Almada Negreiros (1893-1970) nasceu em São Tomé e Príncipe.Em 1905 já redigia e ilustrava jornais manuscritos (“A República” e “O Mundo”). A sua actividade artística inicia-se, para o público, com a participação na I Exposição do Grupo de Humoristas Portugueses, em 1911. Com esta exposição nasce a chamada Arte Moderna Portuguesa; e, coincidindo com a primeira aparição colectiva dos cubistas, em Paris, traz, como também lá acontecera, o selo do humorismo para génese das novas correntes artísticas. Publica seu primeiro desenho em “A Sátira” e faz sua primeira exposição individual de 90 desenhos, em 1913. Escreve, em 1915, o “Manifesto Anti-Dantas e por extenso”, uma reacção contra uma geração tradicionalista, uma sociedade burguesa, um país limitado; e, é publicado o primeiro número da revista “Orpheu”.
No ano de 1925 pinta dois painéis para “A Brasileira”, um café do Chiado, em Lisboa. De 1927 a 1932 mora em Madrid. Em 1938, conclui os vitrais da Igreja de Nossa Sra. de Fátima. Pinta o famoso retrato de Fernando Pessoa (“Lendo Orpheu”), para o restaurante “Irmãos Unidos”, em 1954.
Em 1951, o SNI lhe confere o “Prémio Nacional das Artes”. Em 1966 é eleito membro honorário da Academia Nacional de Belas Artes. No ano seguinte recebe o Grande Oficialato da Ordem de Santiago Espada.
Estreitamente enlaçada na sua actividade de artista plástico, tem Almada Negreiros uma obra de poeta, dramaturgo, romancista, investigador e mitógrafo, das mais originais da nosa literatura e das mais significativas e perturbantes da cultura comtemporânea. A camaradagem com Fernando Pessoa viria a ser extremamente fecunda para o surgimento do futurismo em Portugal e para os destinos do modernismo português.Juntos participaram da aventura do Orpheu (1915), juntos permanecem no Portugal Futurista (1917), juntos se reencontram ainda, à beira da morte de Pessoa, no terceiro e último número da revista Sudoeste (1935), fundada e dirigida por Almada Negreiros e cujos dois primeiros números tinham contido exclusivamente trabalhos da sua autoria. Deixou contos espalhados por revistas de vanguarda de curta duração: O Moinho (1912 – teatro)Manifesto Anti-Dantas e por extenso (1915)A Engomadeira (1917 – novela)A Cena do Ódio (poema publicado na revista Portugal Futurista em 1917)A Invenção do Dia Claro (1921)Os Outros (1923 – teatro),S. O. S. (1929 – teatro)Nome de Guerra (romance, 1938)Antes de Começar (teatro)Deseja-se Mulher (1959 – teatro), Poesia.
Em 15 de Junho de 1970, o pintor e escritor morre em Lisboa, no mesmo quarto em que morrera o poeta Fernando Pessoa.
Se quiser saber mais pode visitar,vidaslusofonas.pt/almada_negreiros.
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Junho 15 2005

9,77 segundos é o tempo que o homem mais rápido do mundo demora a fazer 100 metros.
Para termos bem a noção da velocidade, este tempo significa que a velocidade de ponta do ser humano passou a ser de 36,85 km/h.
O Jamaicano Asafa Powell correu 100 metros em 9,77s no Super Grande Prémio de Atenas em atletismo retirando um centésimo ao anterior recorde que estava na posse do americano Tim Montgomery.
publicado por armando ésse às 10:24

Junho 15 2005

9,77 segundos é o tempo que o homem mais rápido do mundo demora a fazer 100 metros.
Para termos bem a noção da velocidade, este tempo significa que a velocidade de ponta do ser humano passou a ser de 36,85 km/h.
O Jamaicano Asafa Powell correu 100 metros em 9,77s no Super Grande Prémio de Atenas em atletismo retirando um centésimo ao anterior recorde que estava na posse do americano Tim Montgomery.
publicado por armando ésse às 10:24

Junho 08 2005

"Maravilhado, o pequeno homem percorre rapidamente a praia. Dirige-se sem hesitação para o mar que vê pela primeira vez. De repente pára estupefacto: uma primeira vaga acaba de rebentar a seus pés com um barulho suave. Os seus olhos fixam a distância à procura do que se esconderá no horizonte. A primeira vaga do mar parou a corrida da criança mas transportou-a para longe. O meio onde viveu os seus primeiros meses de vida está diante dele, imenso, simultaneamente carinhoso e ameaçador. Digo a mim próprio que já tinha experimentado esta revelação do infinito e que sem ter conhecimento motiva a minha vida. Lancei-me sem olhar para trás numa vida consagrada a desposar o mar. Os meus companheiros, que partilharam as aventuras tumultuosas dos primeiros mergulhos com escafandro autónomo, as missões do Calypso e os combates para a protecção do mar e da água em geral do nosso frágil planeta, experimentaram o mesmo entusiasmo e dúvidas. Juntos aprendemos que a realidade dos oceanos, do universo e da vida era uma fonte de inesgotáveis maravilhas. Constatámos que os animais marinhos estão sujeitos às mesmas leis que as criaturas que povoam as selvas terrestres, o que vem confirmar a unidade da vida. Para compreendermos os laços que nos ligam a todos os seres vivos e de modo a melhor apreciar o milagre da vida, deixemo-nos tocar pela primeira vaga do mar." (Jacques-Yves Costeau).
.
O Comandante Jacques-Yves Cousteau nasceu a 11 de Junho de 1910, em St. André de Cubzac (Gironde), França. Em 1930, entra para a Escola Naval onde chega a Oficial. Entre 1933 e 1935, é destacado para o extremo Oriente, a bordo dos cruzadores “Primauguet” e “Shangha”. Enquanto seguia a formação para piloto sofre um grave acidente de viação que lhe põe fim à carreira de aviador. Em 1936, em Mourillon, perto de Toulon, experimenta pela primeira vez uma “máscara” submarina: foi a revelação. Com o Eng.º. Emile Gagnan, conclui o escafandro autónomo em 1943, e o mundo submarino revela-se à humanidade.
Após a guerra, o Comandante juntamente com Frédéric Dumas, criou o Grupo de Pesquisa Submarina afim de efectuar experiências de mergulho e trabalho em laboratório. Em 1950 recupera o Calypso, um antigo draga-minas. Modificado aos poucos e dotado de instrumentos de mergulho e pesquisa científica, o Calypso transforma-se em navio oceanográfico e a aventura começa. Durante quatro décadas as equipas de Cousteau exploraram os mares e os grandes rios do mundo inteiro.
Com o Eng.º. Jean Mollard, constrói o SP-350 colocado ao serviço em 1959. Este primeiro “disco voador” mergulhador de dois lugares pode ser usado até 350 mts de profundidade. Em 1965, dois discos mergulhadores são construídos simultaneamente para descer a 500 metros de profundidade tendo sido baptizados como “Pulgas-do-mar”. Cousteau dirige duas experiências de habitação no fundo do mar: “Précontinent 1”, ao largo de Marselha, “Précontinent II”, na região de Nice.
Em conjunto com o Prof. Lucien Malavard e o Eng.º. Bertrand Charrier, Jacques Cousteau, conclui o estudo de um novo sistema complementar de propulsão eólica, chamado Turbovoile e lançam em 1983 um catamaran equipado com este sistema, o “Moulin à Vent”.O sistema é aperfeiçoado no navio experimental Alcyone, que é utilizado hoje em dia em filmes e explorações. O Calypso II, navio ecológico que irá manter o espírito do seu homónimo, foi também equipado com Turbovoile.Após 1944, o Comandante Cousteau realiza mais de 70 filmes para televisão.Realiza também 3 longas-metragens: “O Mundo do Silêncio” (Palma de Ouro no Festival de Cannes), “O Mundo sem Sol” (Óscar e Grande Prémio do Cinema Francês para a Juventude) e “Viagem ao Fim do Mundo”.Jacques Cousteau colaborou com vários autores para escrever mais de 50 livros, editados em uma dúzia de línguas. Sendo os mais recentes: “As Baleias” (1988), “Madagáscar, Ilha dos Espíritos” (1995), “O Mundo dos Golfinhos” (1995), e “Namíbia” (1996).
Cavaleiro da Legião de Honra pelos serviços prestados na resistência francesa, o Comandante Cousteau é promovido a Oficial Comandante pelos seus feitos científicos. Um dos raros membros estrangeiros da Academia de Ciências dos Estados Unidos, o Comandante foi ainda, durante 3 décadas, director do Museu Oceanográfico do Mónaco.
Em 1977, as Nações Unidas concederam-lhe o Prémio Internacional para o Ambiente, juntamente com Sir Peter Scott. Recebeu do Presidente dos Estados Unidos a Medalha da Liberdade em 1985.
Em 1987, o Comandante recebe o Prémio do Conselho Internacional da Academia Nacional das Artes e Ciências de Televisão, em Nova York. Em 1988 faz parte da tabela de honra dos indivíduos que foram distinguidos pela protecção do ambiente e recebe o Prémio da National Geographic.
Em 1989, é eleito para a Academia Francesa. O Instituto Catalão de Estudos Mediterrâneos, em Barcelona, distingue-o com o Prémio Catalão Internacional em 1991 e em 1996 aceita a homenagem do Smithsonian Institution e a Medalha do Bicentenário James Smithson.O presidente Francês François Mitterrand nomeia-o, em 1991, para presidente do “Conselho para os direitos das gerações futuras”. Em 1993, dois anos mais tarde, endereça a sua demissão ao presidente, em protesto contra os testes nucleares no Oceano Pacífico.
Em 1992, o Comandante Cousteau é convidado oficial na Conferência das Nações Unidas para o Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro. No ano seguinte é nomeado para o Comité Consultivo das Nações Unidas e aceita o papel de conselheiro para o desenvolvimento do Banco Mundial.Fundou a Sociedade Cousteau em 1974 e a Equipa Cousteau em 1981, continuando sempre os seus projectos para protecção e melhoria da qualidade de vida das gerações presentes e futuras.O Comandante Jacques-Ives Cousteau faleceu aos 87 anos no dia 25 de Junho de 1997. (Adaptado da Página Oficial da Cousteau Society).
publicado por armando ésse às 08:02
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Junho 08 2005

"Maravilhado, o pequeno homem percorre rapidamente a praia. Dirige-se sem hesitação para o mar que vê pela primeira vez. De repente pára estupefacto: uma primeira vaga acaba de rebentar a seus pés com um barulho suave. Os seus olhos fixam a distância à procura do que se esconderá no horizonte. A primeira vaga do mar parou a corrida da criança mas transportou-a para longe. O meio onde viveu os seus primeiros meses de vida está diante dele, imenso, simultaneamente carinhoso e ameaçador. Digo a mim próprio que já tinha experimentado esta revelação do infinito e que sem ter conhecimento motiva a minha vida. Lancei-me sem olhar para trás numa vida consagrada a desposar o mar. Os meus companheiros, que partilharam as aventuras tumultuosas dos primeiros mergulhos com escafandro autónomo, as missões do Calypso e os combates para a protecção do mar e da água em geral do nosso frágil planeta, experimentaram o mesmo entusiasmo e dúvidas. Juntos aprendemos que a realidade dos oceanos, do universo e da vida era uma fonte de inesgotáveis maravilhas. Constatámos que os animais marinhos estão sujeitos às mesmas leis que as criaturas que povoam as selvas terrestres, o que vem confirmar a unidade da vida. Para compreendermos os laços que nos ligam a todos os seres vivos e de modo a melhor apreciar o milagre da vida, deixemo-nos tocar pela primeira vaga do mar." (Jacques-Yves Costeau).
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O Comandante Jacques-Yves Cousteau nasceu a 11 de Junho de 1910, em St. André de Cubzac (Gironde), França. Em 1930, entra para a Escola Naval onde chega a Oficial. Entre 1933 e 1935, é destacado para o extremo Oriente, a bordo dos cruzadores “Primauguet” e “Shangha”. Enquanto seguia a formação para piloto sofre um grave acidente de viação que lhe põe fim à carreira de aviador. Em 1936, em Mourillon, perto de Toulon, experimenta pela primeira vez uma “máscara” submarina: foi a revelação. Com o Eng.º. Emile Gagnan, conclui o escafandro autónomo em 1943, e o mundo submarino revela-se à humanidade.
Após a guerra, o Comandante juntamente com Frédéric Dumas, criou o Grupo de Pesquisa Submarina afim de efectuar experiências de mergulho e trabalho em laboratório. Em 1950 recupera o Calypso, um antigo draga-minas. Modificado aos poucos e dotado de instrumentos de mergulho e pesquisa científica, o Calypso transforma-se em navio oceanográfico e a aventura começa. Durante quatro décadas as equipas de Cousteau exploraram os mares e os grandes rios do mundo inteiro.
Com o Eng.º. Jean Mollard, constrói o SP-350 colocado ao serviço em 1959. Este primeiro “disco voador” mergulhador de dois lugares pode ser usado até 350 mts de profundidade. Em 1965, dois discos mergulhadores são construídos simultaneamente para descer a 500 metros de profundidade tendo sido baptizados como “Pulgas-do-mar”. Cousteau dirige duas experiências de habitação no fundo do mar: “Précontinent 1”, ao largo de Marselha, “Précontinent II”, na região de Nice.
Em conjunto com o Prof. Lucien Malavard e o Eng.º. Bertrand Charrier, Jacques Cousteau, conclui o estudo de um novo sistema complementar de propulsão eólica, chamado Turbovoile e lançam em 1983 um catamaran equipado com este sistema, o “Moulin à Vent”.O sistema é aperfeiçoado no navio experimental Alcyone, que é utilizado hoje em dia em filmes e explorações. O Calypso II, navio ecológico que irá manter o espírito do seu homónimo, foi também equipado com Turbovoile.Após 1944, o Comandante Cousteau realiza mais de 70 filmes para televisão.Realiza também 3 longas-metragens: “O Mundo do Silêncio” (Palma de Ouro no Festival de Cannes), “O Mundo sem Sol” (Óscar e Grande Prémio do Cinema Francês para a Juventude) e “Viagem ao Fim do Mundo”.Jacques Cousteau colaborou com vários autores para escrever mais de 50 livros, editados em uma dúzia de línguas. Sendo os mais recentes: “As Baleias” (1988), “Madagáscar, Ilha dos Espíritos” (1995), “O Mundo dos Golfinhos” (1995), e “Namíbia” (1996).
Cavaleiro da Legião de Honra pelos serviços prestados na resistência francesa, o Comandante Cousteau é promovido a Oficial Comandante pelos seus feitos científicos. Um dos raros membros estrangeiros da Academia de Ciências dos Estados Unidos, o Comandante foi ainda, durante 3 décadas, director do Museu Oceanográfico do Mónaco.
Em 1977, as Nações Unidas concederam-lhe o Prémio Internacional para o Ambiente, juntamente com Sir Peter Scott. Recebeu do Presidente dos Estados Unidos a Medalha da Liberdade em 1985.
Em 1987, o Comandante recebe o Prémio do Conselho Internacional da Academia Nacional das Artes e Ciências de Televisão, em Nova York. Em 1988 faz parte da tabela de honra dos indivíduos que foram distinguidos pela protecção do ambiente e recebe o Prémio da National Geographic.
Em 1989, é eleito para a Academia Francesa. O Instituto Catalão de Estudos Mediterrâneos, em Barcelona, distingue-o com o Prémio Catalão Internacional em 1991 e em 1996 aceita a homenagem do Smithsonian Institution e a Medalha do Bicentenário James Smithson.O presidente Francês François Mitterrand nomeia-o, em 1991, para presidente do “Conselho para os direitos das gerações futuras”. Em 1993, dois anos mais tarde, endereça a sua demissão ao presidente, em protesto contra os testes nucleares no Oceano Pacífico.
Em 1992, o Comandante Cousteau é convidado oficial na Conferência das Nações Unidas para o Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro. No ano seguinte é nomeado para o Comité Consultivo das Nações Unidas e aceita o papel de conselheiro para o desenvolvimento do Banco Mundial.Fundou a Sociedade Cousteau em 1974 e a Equipa Cousteau em 1981, continuando sempre os seus projectos para protecção e melhoria da qualidade de vida das gerações presentes e futuras.O Comandante Jacques-Ives Cousteau faleceu aos 87 anos no dia 25 de Junho de 1997. (Adaptado da Página Oficial da Cousteau Society).
publicado por armando ésse às 08:02
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Junho 07 2005

Grande Chefe Sealth (Seattle) 1786-1866

“Talvez Sejamos Irmãos” – Carta resposta do Chefe Índio Sealth à proposta de aquisição das terra onde vivia a sua tribo do Presidente dos Estados Unidos da América, Franklin Pierce em 1854.

Os Índios Duwamish habitavam na zona norte do actual estado de Washington, cuja capital Seattle tem o nome do Chefe Índio que proferiu o discurso, conhecido como a Carta do Chefe Índio, que é considerada como um dos mais belos manifestos ecológicos.
Após a cedência das terras os índios Duwamish migraram para a reserva Port Madison onde está sepultado o Chefe Seattle.
Abaixo, carta do índio Seattle, Grande Chefe da tribo Duwamish:

“O Grande Chefe de Washington comunicou-nos o seu desejo de comprar as nossas terras. O Grande Chefe assegurou-nos também da sua amizade e de quanto nos preza. Isso é muito generoso da sua parte, pois sabemos que ele não necessita da nossa amizade.
Porém, vamos considerar a sua oferta, pois sabemos que se o não fizermos, o homem branco virá com armas e tomará as nossas terras. Mas, como pode comprar ou vender o céu e o calor da terra? Tal ideia é estranha para nós. Se não somos os proprietários da pureza do ar ou do resplendor da água, como podes comprá-los a nós?
Cada torrão desta terra é sagrado para meu povo. Cada folha reluzente de pinheiro, cada praia arenosa, cada clareira e cada zumbido de insecto são sagrados nas tradições e na memória do meu povo. A seiva que corre nas árvores transporta consigo as recordações do homem de pele vermelho. O homem branco esquece a sua terra natal, quando, depois de morto vai vagar por entre as estrelas. Os nossos mortos nunca esquecem a beleza desta terra, pois ela é a mãe do homem de pele vermelha. Somos parte destas terras como elas fazem parte de nós.
As flores perfumadas são nossas irmãs; o veado, o cavalo, a grande águia - são nossos irmãos. As cristas rochosas, as seivas das pradarias, o calor que emana do corpo de um pónei e o próprio homem, todos pertencem à mesma família. Assim, quando o Grande Chefe de Washington manda dizer que deseja comprar nossa terra, ele exige muito de nós. O Grande Chefe manda dizer que nos reservará um lugar em que possamos viver confortavelmente e que será para nós como um pai e que nós seremos seus filhos. Vamos considerar a sua oferta de comprar a nossa terra, embora isso não seja fácil, pois esta terra é sagrada para nós. A água cintilante dos rios e dos regatos não é apenas água, é o sangue dos nossos antepassados. Se vendermos a nossa terra, terás de te lembrar que ela é sagrada e deverás ensiná-lo aos teus filhos e fazer-lhes saber que cada reflexo na água límpida dos lagos fala do passado e das recordações do meu povo. O murmúrio das águas é a voz do pai de meu pai. Os rios são nossos irmãos, matam-nos a sede, transportam-nos nas canoas e alimentam os nossos filhos. Se vendermos a nossa terra, terás de te lembrar e ensinar aos teus filhos que os rios são nossos e vossos irmãos, e terás de dispensar-lhes a bondade que darias a um irmão.
Nós sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um pedaço de terra vale o mesmo que outro, porque ele é um forasteiro que chega na calada da noite e tira da terra tudo o que necessita. A terra não é sua irmã, mais sua inimiga, e depois de a conquistar prossegue o seu caminho. Deixa para trás as sepulturas dos seus antepassados e isso não o importa. Apodera-se das terras dos seus filhos e isso não o inquieta. Ele considera a terra, sua mãe, e o céu, seu irmão, como objectos que podem ser comprados, saqueados ou vendidos como ovelhas ou miçangas cintilantes. Na sua voracidade arruinará a terra e deixará atrás de si apenas um deserto.
Não sei. Nossos caminhos diferem dos vossos. As vossas cidades ferem os olhos do homem de pele vermelha. Não há lugares calmos nas cidades do homem branco. Não há sítios onde se possa ouvir as folhas a desabrochar na primavera ou o zunir das asas dos insectos. O barulho que tudo domina ofende os ouvidos do homem de pele vermelha. Para que serve a vida se um homem não pode escutar o grito solitário do noitibó ou a lengalenga nocturna das rãs à volta de um pântano ? Sou um homem de pele vermelha e não compreendo, talvez porque os homens de pele vermelha são selvagens e ignorantes. O índio prefere o suave sussurro do vento roçando a superfície de uma lagoa e o perfume do ar lavado pela chuva do meio-dia ou carregado do aroma dos pinheiros.
O ar é precioso para o homem de pele vermelha, porque todas as criaturas partilham a mesma aragem: os animais, as árvores, o homem todos respiram o mesmo ar. O homem branco parece indiferente ao ar que respira. Como um moribundo em prolongada agonia, ele é insensível ao ar fétido. Mas se vendermos as nossas terras, deverás recordar que o ar é precioso para nós, que o ar reparte o seu espírito com toda a vida que ele sustenta. O vento que deu o primeiro sopro de vida ao nosso antepassado recebe também o nosso último suspiro. Se vendermos as nossas terras, deverás conservá-la como um lugar reservado e sagrado, onde o próprio homem branco possa saborear o vento perfumado pelas flores da pradaria. Assim pois, vamos considerar a oferta para comprar a nossa terra. Se decidirmos aceitar, será com uma condição: O homem branco deverá tratar os animais desta terra como se fossem seus irmãos. Sou um selvagem e não compreendo outros costumes. Eu vi milhares de búfalos a apodrecer na pradaria, abandonados pelo homem branco que os abatia de um comboio em movimento. Eu sou um selvagem que não compreende que o cavalo de ferro fumegante possa ser mais importante do que o búfalo que nós, os índios, matamos apenas para o sustento de nossa vida. O que seria do homem sem os animais? Se todos os animais desaparecessem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Porque tudo quanto acontece aos animais não tarda a acontecer ao homem. Todas as coisas estão relacionadas entre si.
Deverão ensinar aos vossos filhos que o chão debaixo dos seus pés é feito das cinzas dos nossos antepassados. Ensinem aos vossos filhos o que temos ensinado aos nossos: que a terra é nossa mãe. Tudo quanto fere a terra fere os filhos da terra. Se os homens cospem no chão é sobre eles próprios que cospem. Uma coisa sabemos: a terra não pertence ao homem, é o homem que pertence à terra. Disto temos certeza. Todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo está relacionado entre si. Tudo o que acontece à terra acontece aos filhos da terra. Não foi o homem quem teceu a teia da vida, ele não passa de um fio da teia. Tudo que ele fizer à trama, a si próprio fará.
Mas nós vamos considerar a vossa oferta e ir para a reserva que destinais ao meu povo. Viveremos à parte e em paz. Que nos importa o lugar onde passarem os o resto dos nossos dias ? Já não serão muitos. Ainda algumas horas, alguns Invernos e não restará qualquer dos filhos das grandes tribos que viveram outrora nestas terras, ou que vagueiam ainda nas florestas. Nenhum estará cá para chorar as sepulturas de um povo tão poderoso e tão cheio de esperança como o vosso. Mas porque chorar o fim do meu povo ? As tribos são constituídas por homens e nada mais. E os homens vão e vêm como as vagas do mar. Nem o próprio homem branco pode escapar ao destino comum. Apesar de tudo talvez sejamos irmãos, veremos. Mas, nós sabemos uma coisa, que o homem branco talvez venha a descobrir um dia, o nosso Deus é o mesmo Deus. Ele é o Deus dos homens e a Sua misericórdia é a mesma para o homem de pele vermelha e para o homem branco. A terra é preciosa aos olhos de Deus e quem ofende a terra cobre o seu criador de desprezo. O homem branco perecerá também e, quem sabe, antes de outras tribos. Continuem a macular o vosso leito e irão sufocar nos vossos desperdícios.
Mas na vossa perdição brilhareis em chamas ofuscantes acendidas pelo poder de Deus que vos conduziu e que, por desígnios só por Ele conhecidos, vos deu poder sobre estas terras e sobre o homem de pele vermelha. Este destino é para nós um mistério. Não o compreendemos quando os búfalos são massacrados, os cavalos selvagens subjugados, os recantos secretos das florestas ficam impregnados do odor de muitos homens e as colinas desfiguradas pelos fios falantes. Onde está a floresta virgem ? Desapareceu. Onde está a águia ? Morreu. Qual o significado de abandonar os póneis e a caça ? É parar de viver e começar a vegetar. É nestas condições que vamos considerar a oferta da compra das nossas terras. E se aceitarmos será apenas para ficarmos seguros de recebermos a reserva que nos prometeram. Talvez aí possamos acabar os nossos dias e quando o último homem de pele vermelha tiver desaparecido desta terra, e a sua recordação não for mais do que a sombra de uma nuvem deslizando na pradaria, estes lugares e estas florestas abrigarão ainda os espíritos do meu povo. Assim se vendermos as nossas terras amai-as como as temos amado e cuidai delas como nós cuidámos. E com toda a vossa força e o vosso poder conservem-na para os teus filhos e amem-na como Deus nos ama a todos.
Sabemos uma coisa: o nosso Deus é o mesmo Deus. Ele ama esta terra. O próprio homem branco não pode fugir ao mesmo destino. Talvez sejamos irmãos, veremos.
publicado por armando ésse às 07:35

Junho 07 2005

Grande Chefe Sealth (Seattle) 1786-1866

“Talvez Sejamos Irmãos” – Carta resposta do Chefe Índio Sealth à proposta de aquisição das terra onde vivia a sua tribo do Presidente dos Estados Unidos da América, Franklin Pierce em 1854.

Os Índios Duwamish habitavam na zona norte do actual estado de Washington, cuja capital Seattle tem o nome do Chefe Índio que proferiu o discurso, conhecido como a Carta do Chefe Índio, que é considerada como um dos mais belos manifestos ecológicos.
Após a cedência das terras os índios Duwamish migraram para a reserva Port Madison onde está sepultado o Chefe Seattle.
Abaixo, carta do índio Seattle, Grande Chefe da tribo Duwamish:

“O Grande Chefe de Washington comunicou-nos o seu desejo de comprar as nossas terras. O Grande Chefe assegurou-nos também da sua amizade e de quanto nos preza. Isso é muito generoso da sua parte, pois sabemos que ele não necessita da nossa amizade.
Porém, vamos considerar a sua oferta, pois sabemos que se o não fizermos, o homem branco virá com armas e tomará as nossas terras. Mas, como pode comprar ou vender o céu e o calor da terra? Tal ideia é estranha para nós. Se não somos os proprietários da pureza do ar ou do resplendor da água, como podes comprá-los a nós?
Cada torrão desta terra é sagrado para meu povo. Cada folha reluzente de pinheiro, cada praia arenosa, cada clareira e cada zumbido de insecto são sagrados nas tradições e na memória do meu povo. A seiva que corre nas árvores transporta consigo as recordações do homem de pele vermelho. O homem branco esquece a sua terra natal, quando, depois de morto vai vagar por entre as estrelas. Os nossos mortos nunca esquecem a beleza desta terra, pois ela é a mãe do homem de pele vermelha. Somos parte destas terras como elas fazem parte de nós.
As flores perfumadas são nossas irmãs; o veado, o cavalo, a grande águia - são nossos irmãos. As cristas rochosas, as seivas das pradarias, o calor que emana do corpo de um pónei e o próprio homem, todos pertencem à mesma família. Assim, quando o Grande Chefe de Washington manda dizer que deseja comprar nossa terra, ele exige muito de nós. O Grande Chefe manda dizer que nos reservará um lugar em que possamos viver confortavelmente e que será para nós como um pai e que nós seremos seus filhos. Vamos considerar a sua oferta de comprar a nossa terra, embora isso não seja fácil, pois esta terra é sagrada para nós. A água cintilante dos rios e dos regatos não é apenas água, é o sangue dos nossos antepassados. Se vendermos a nossa terra, terás de te lembrar que ela é sagrada e deverás ensiná-lo aos teus filhos e fazer-lhes saber que cada reflexo na água límpida dos lagos fala do passado e das recordações do meu povo. O murmúrio das águas é a voz do pai de meu pai. Os rios são nossos irmãos, matam-nos a sede, transportam-nos nas canoas e alimentam os nossos filhos. Se vendermos a nossa terra, terás de te lembrar e ensinar aos teus filhos que os rios são nossos e vossos irmãos, e terás de dispensar-lhes a bondade que darias a um irmão.
Nós sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um pedaço de terra vale o mesmo que outro, porque ele é um forasteiro que chega na calada da noite e tira da terra tudo o que necessita. A terra não é sua irmã, mais sua inimiga, e depois de a conquistar prossegue o seu caminho. Deixa para trás as sepulturas dos seus antepassados e isso não o importa. Apodera-se das terras dos seus filhos e isso não o inquieta. Ele considera a terra, sua mãe, e o céu, seu irmão, como objectos que podem ser comprados, saqueados ou vendidos como ovelhas ou miçangas cintilantes. Na sua voracidade arruinará a terra e deixará atrás de si apenas um deserto.
Não sei. Nossos caminhos diferem dos vossos. As vossas cidades ferem os olhos do homem de pele vermelha. Não há lugares calmos nas cidades do homem branco. Não há sítios onde se possa ouvir as folhas a desabrochar na primavera ou o zunir das asas dos insectos. O barulho que tudo domina ofende os ouvidos do homem de pele vermelha. Para que serve a vida se um homem não pode escutar o grito solitário do noitibó ou a lengalenga nocturna das rãs à volta de um pântano ? Sou um homem de pele vermelha e não compreendo, talvez porque os homens de pele vermelha são selvagens e ignorantes. O índio prefere o suave sussurro do vento roçando a superfície de uma lagoa e o perfume do ar lavado pela chuva do meio-dia ou carregado do aroma dos pinheiros.
O ar é precioso para o homem de pele vermelha, porque todas as criaturas partilham a mesma aragem: os animais, as árvores, o homem todos respiram o mesmo ar. O homem branco parece indiferente ao ar que respira. Como um moribundo em prolongada agonia, ele é insensível ao ar fétido. Mas se vendermos as nossas terras, deverás recordar que o ar é precioso para nós, que o ar reparte o seu espírito com toda a vida que ele sustenta. O vento que deu o primeiro sopro de vida ao nosso antepassado recebe também o nosso último suspiro. Se vendermos as nossas terras, deverás conservá-la como um lugar reservado e sagrado, onde o próprio homem branco possa saborear o vento perfumado pelas flores da pradaria. Assim pois, vamos considerar a oferta para comprar a nossa terra. Se decidirmos aceitar, será com uma condição: O homem branco deverá tratar os animais desta terra como se fossem seus irmãos. Sou um selvagem e não compreendo outros costumes. Eu vi milhares de búfalos a apodrecer na pradaria, abandonados pelo homem branco que os abatia de um comboio em movimento. Eu sou um selvagem que não compreende que o cavalo de ferro fumegante possa ser mais importante do que o búfalo que nós, os índios, matamos apenas para o sustento de nossa vida. O que seria do homem sem os animais? Se todos os animais desaparecessem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Porque tudo quanto acontece aos animais não tarda a acontecer ao homem. Todas as coisas estão relacionadas entre si.
Deverão ensinar aos vossos filhos que o chão debaixo dos seus pés é feito das cinzas dos nossos antepassados. Ensinem aos vossos filhos o que temos ensinado aos nossos: que a terra é nossa mãe. Tudo quanto fere a terra fere os filhos da terra. Se os homens cospem no chão é sobre eles próprios que cospem. Uma coisa sabemos: a terra não pertence ao homem, é o homem que pertence à terra. Disto temos certeza. Todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo está relacionado entre si. Tudo o que acontece à terra acontece aos filhos da terra. Não foi o homem quem teceu a teia da vida, ele não passa de um fio da teia. Tudo que ele fizer à trama, a si próprio fará.
Mas nós vamos considerar a vossa oferta e ir para a reserva que destinais ao meu povo. Viveremos à parte e em paz. Que nos importa o lugar onde passarem os o resto dos nossos dias ? Já não serão muitos. Ainda algumas horas, alguns Invernos e não restará qualquer dos filhos das grandes tribos que viveram outrora nestas terras, ou que vagueiam ainda nas florestas. Nenhum estará cá para chorar as sepulturas de um povo tão poderoso e tão cheio de esperança como o vosso. Mas porque chorar o fim do meu povo ? As tribos são constituídas por homens e nada mais. E os homens vão e vêm como as vagas do mar. Nem o próprio homem branco pode escapar ao destino comum. Apesar de tudo talvez sejamos irmãos, veremos. Mas, nós sabemos uma coisa, que o homem branco talvez venha a descobrir um dia, o nosso Deus é o mesmo Deus. Ele é o Deus dos homens e a Sua misericórdia é a mesma para o homem de pele vermelha e para o homem branco. A terra é preciosa aos olhos de Deus e quem ofende a terra cobre o seu criador de desprezo. O homem branco perecerá também e, quem sabe, antes de outras tribos. Continuem a macular o vosso leito e irão sufocar nos vossos desperdícios.
Mas na vossa perdição brilhareis em chamas ofuscantes acendidas pelo poder de Deus que vos conduziu e que, por desígnios só por Ele conhecidos, vos deu poder sobre estas terras e sobre o homem de pele vermelha. Este destino é para nós um mistério. Não o compreendemos quando os búfalos são massacrados, os cavalos selvagens subjugados, os recantos secretos das florestas ficam impregnados do odor de muitos homens e as colinas desfiguradas pelos fios falantes. Onde está a floresta virgem ? Desapareceu. Onde está a águia ? Morreu. Qual o significado de abandonar os póneis e a caça ? É parar de viver e começar a vegetar. É nestas condições que vamos considerar a oferta da compra das nossas terras. E se aceitarmos será apenas para ficarmos seguros de recebermos a reserva que nos prometeram. Talvez aí possamos acabar os nossos dias e quando o último homem de pele vermelha tiver desaparecido desta terra, e a sua recordação não for mais do que a sombra de uma nuvem deslizando na pradaria, estes lugares e estas florestas abrigarão ainda os espíritos do meu povo. Assim se vendermos as nossas terras amai-as como as temos amado e cuidai delas como nós cuidámos. E com toda a vossa força e o vosso poder conservem-na para os teus filhos e amem-na como Deus nos ama a todos.
Sabemos uma coisa: o nosso Deus é o mesmo Deus. Ele ama esta terra. O próprio homem branco não pode fugir ao mesmo destino. Talvez sejamos irmãos, veremos.
publicado por armando ésse às 07:35

Junho 06 2005

Desembarque dos Aliados na Normandia em 6 de Junho de 1944.
publicado por armando ésse às 09:27

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