A FÁBRICA

Setembro 20 2005

O “caçador de nazis” Simon Wiesenthal, morreu hoje em Viena aos 96 anos.
Fundador do Centro Judaico de Documentação, em Viena, ajudou a capturar cerca de 1.100 criminosos de guerra nazistas, entre eles Adolf Eichmann, o carrasco que planeou o extermínio dos judeus. Wiesenthal recebeu mais de uma centena de prémios e condecorações, entre os quais a “Medalha Presidencial da Liberdade”, maior condecoração civil dos Estados Unidos, oferecida por Bill Clinton, em 2000, e o “World Tolerance Award”, outorgado para premiar o seu compromisso com a justiça, a tolerância e a paz. Também foi homenageado por movimentos de resistência de vários países europeus, recebeu “Medalhas da Liberdade” na Holanda e no Luxemburgo, e a Medalha de Ouro do Congresso americano. Foi nomeado Cavaleiro da Legião de Honra, na França, e seu trabalho em prol dos refugiados foi reconhecido pelas Nações Unidas.
Simon Wiesenthal nasceu em 31 de Dezembro de 1908, em Buczacz, então parte do Império Austro-húngaro, hoje Lvov, na Ucrânia. Recusado pelo Instituto Politécnico da sua cidade natal pelas cotas restritivas a alunos judeus, fez os seus estudos na Universidade de Praga, onde se formou em Arquitectura, em 1932.
Em 1936 casou-se com Cyla Mueller e trabalhou num gabinete de arquitectura em Lvov. Em 1939, a Alemanha e a Rússia assinaram o pacto de não-agressão e concordaram em dividir a Polónia entre si. O exército russo logo entrou em Lvov. O padrasto de Wiesenthal foi detido pelo NKVD (Comissariado do Povo para os Assuntos Internos - polícia soviética) morrendo na prisão. O meio-irmão foi abatido a tiro e o próprio Wiesenthal viu-se obrigado a encerrar o seu gabinete, tornando-se mecânico numa fábrica. Mais tarde conseguiu salvar-se, e à mulher e à mãe, da deportação para a Sibéria subornando o comissário do NKVD. No início de 1942, os nazis decidiram pôr em prática a “Solução Final” para o “Problema judeu “ - Aniquilação.
Em Agosto de 1942, a mãe de Wiesenthal foi enviada para o campo de morte de Belzec. Em Setembro, a maior parte da família da mulher estava morta. No total, sucumbiram 89 elementos de ambas as famílias.
Conseguiu fugir em 1943, mas foi recapturado no ano seguinte e enviado novamente para o campo de Janovska. Com o avanço do Exército Vermelho, as SS decidiram manter vivos os 34 mil prisioneiros que ainda restavam dos 149 mil que havia inicialmente no campo. Durante a marcha de retirada rumo ao Ocidente, que passou pelo campo de Buchenwald e terminou em Mauthausen, pouquíssimos prisioneiros sobreviveram.
Quando, em 5 de Maio 1945, o campo de Mauthausen foi libertado pelos americanos, Simon pesava menos de 50 quilos. Assim que recuperou as suas forças, começou a reunir provas das atrocidades cometidas pelos nazistas para a secção dos crimes de guerra do exército americano. Além desse trabalho, dirigia o Comité Judaico da Áustria, uma organização assistencial beneficente.
No final de 1945, Simon e Cyla reencontraram-se e uniram-se novamente, após anos acreditando que o outro morrera. Um ano depois, nasceu sua filha Pauline. Simon Wisenthal criou em 1947 o centro de informação e documentação sobre criminosos nazis, ponto de partida para a procura de nazis.
Após anos de perseguição obstinada na Argentina, localizou Eichmann, que os serviços secretos israelitas raptaram em Buenos Aires em 1960. Levado perante a justiça em Israel, em 1961, o dirigente nazi foi condenado à morte e executado pelo Estado hebraico a 31 de Maio de 1962. Em 1967, Simon Wiesenthal desferiu mais um golpe de mestre com a detenção do comandante do campo de concentração de Treblinka, Franz Stangl. “Para que Auschwitz não se interponha sempre entre os judeus e os alemães é preciso que os criminosos de guerra sejam condenados”, defendia Wiesenthal. Ao retirar-se, em 2003, observou: “Os criminosos que procurei, encontrei-os. Sobrevivi a todos eles”.
publicado por armando ésse às 17:40
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Setembro 20 2005

O “caçador de nazis” Simon Wiesenthal, morreu hoje em Viena aos 96 anos.
Fundador do Centro Judaico de Documentação, em Viena, ajudou a capturar cerca de 1.100 criminosos de guerra nazistas, entre eles Adolf Eichmann, o carrasco que planeou o extermínio dos judeus. Wiesenthal recebeu mais de uma centena de prémios e condecorações, entre os quais a “Medalha Presidencial da Liberdade”, maior condecoração civil dos Estados Unidos, oferecida por Bill Clinton, em 2000, e o “World Tolerance Award”, outorgado para premiar o seu compromisso com a justiça, a tolerância e a paz. Também foi homenageado por movimentos de resistência de vários países europeus, recebeu “Medalhas da Liberdade” na Holanda e no Luxemburgo, e a Medalha de Ouro do Congresso americano. Foi nomeado Cavaleiro da Legião de Honra, na França, e seu trabalho em prol dos refugiados foi reconhecido pelas Nações Unidas.
Simon Wiesenthal nasceu em 31 de Dezembro de 1908, em Buczacz, então parte do Império Austro-húngaro, hoje Lvov, na Ucrânia. Recusado pelo Instituto Politécnico da sua cidade natal pelas cotas restritivas a alunos judeus, fez os seus estudos na Universidade de Praga, onde se formou em Arquitectura, em 1932.
Em 1936 casou-se com Cyla Mueller e trabalhou num gabinete de arquitectura em Lvov. Em 1939, a Alemanha e a Rússia assinaram o pacto de não-agressão e concordaram em dividir a Polónia entre si. O exército russo logo entrou em Lvov. O padrasto de Wiesenthal foi detido pelo NKVD (Comissariado do Povo para os Assuntos Internos - polícia soviética) morrendo na prisão. O meio-irmão foi abatido a tiro e o próprio Wiesenthal viu-se obrigado a encerrar o seu gabinete, tornando-se mecânico numa fábrica. Mais tarde conseguiu salvar-se, e à mulher e à mãe, da deportação para a Sibéria subornando o comissário do NKVD. No início de 1942, os nazis decidiram pôr em prática a “Solução Final” para o “Problema judeu “ - Aniquilação.
Em Agosto de 1942, a mãe de Wiesenthal foi enviada para o campo de morte de Belzec. Em Setembro, a maior parte da família da mulher estava morta. No total, sucumbiram 89 elementos de ambas as famílias.
Conseguiu fugir em 1943, mas foi recapturado no ano seguinte e enviado novamente para o campo de Janovska. Com o avanço do Exército Vermelho, as SS decidiram manter vivos os 34 mil prisioneiros que ainda restavam dos 149 mil que havia inicialmente no campo. Durante a marcha de retirada rumo ao Ocidente, que passou pelo campo de Buchenwald e terminou em Mauthausen, pouquíssimos prisioneiros sobreviveram.
Quando, em 5 de Maio 1945, o campo de Mauthausen foi libertado pelos americanos, Simon pesava menos de 50 quilos. Assim que recuperou as suas forças, começou a reunir provas das atrocidades cometidas pelos nazistas para a secção dos crimes de guerra do exército americano. Além desse trabalho, dirigia o Comité Judaico da Áustria, uma organização assistencial beneficente.
No final de 1945, Simon e Cyla reencontraram-se e uniram-se novamente, após anos acreditando que o outro morrera. Um ano depois, nasceu sua filha Pauline. Simon Wisenthal criou em 1947 o centro de informação e documentação sobre criminosos nazis, ponto de partida para a procura de nazis.
Após anos de perseguição obstinada na Argentina, localizou Eichmann, que os serviços secretos israelitas raptaram em Buenos Aires em 1960. Levado perante a justiça em Israel, em 1961, o dirigente nazi foi condenado à morte e executado pelo Estado hebraico a 31 de Maio de 1962. Em 1967, Simon Wiesenthal desferiu mais um golpe de mestre com a detenção do comandante do campo de concentração de Treblinka, Franz Stangl. “Para que Auschwitz não se interponha sempre entre os judeus e os alemães é preciso que os criminosos de guerra sejam condenados”, defendia Wiesenthal. Ao retirar-se, em 2003, observou: “Os criminosos que procurei, encontrei-os. Sobrevivi a todos eles”.
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