A FÁBRICA

Outubro 11 2005

Subir o monte Evereste, a montanha mais alta do mundo, foi um desafio para os alpinistas até 1953. Quando Edmund Hillary e Tenzing Norgay alcançaram finalmente o cume. Nas três décadas seguintes outras conquistas foram realizadas. A primeira escalada por uma mulher, a escalada de um alpinista por um lado da montanha, descida pelo outro, e a primeira descida em esqui. Um traço comum entre todas as façanhas realizadas foi o uso de oxigénio artificial.
Seria possível que o monte Evereste fosse conquistado sem o seu auxílio?
Desde 1920, alpinistas do mundo inteiro debatem sobre os prós e os contras do uso destas ajudas artificiais. Um deles, George Mallory, defendia a tese de que os alpinistas não se devem expor a ajudas artificiais, pois mesmo com estas, existe, a possibilidade de um colapso repentino, se o aparelho falhar. Esta filosofia de que nada deveria vir entre um alpinista e sua montanha continua a ter adeptos até hoje.
Em 1970, o alpinista Reinhold Messner alcançou notoriedade ao escalar uma série de rochas alpinas sem o uso do oxigénio. No ano de 1974, Messner junto com Peter Habeler -outro adepto da filosofia -continuaram as suas escaladas. Ligeiros e ágeis conquistaram o Matterhorm e o Eigerwand. Em 1975 fizeram uma notável escalada no Gasherbrum, a décima primeira montanha mais alta do mundo, sem o uso do oxigénio. A próxima meta era alcançar o Evereste. Messner e Habeler receberam muitas críticas da comunidade médica, que os chamaram de “lunáticos” por estarem colocando em risco a sua própria vida. Sem se importar com as críticas, os dois deram sequência aos seus objectivos.
Chegaram ao acampamento base do Evereste em Março de 1978. Iniciando a primeira tentativa no dia 21 de Abril. Alcançam o acampamento III no dia 23 daquele mês. Naquela noite Habeler passou mal devido a uma intoxicação alimentar. Na manhã seguinte, Messner decidiu prosseguir a subida, juntamente com dois sherpas. Ao alcançar o Colo Sul foram surpreendidos por uma violenta tempestade. Enfrentaram temperaturas de 40 graus negativos e ventos fortes durante dois dias seguidos. Exausto e com fome, Messner estava começando a acreditar que seria impossível alcançar o seu objectivo. Até que, finalmente, o tempo melhorou e ele pôde retornar ao acampamento base para se recuperar.
Messner e Habeler voltaram a discutir sobre a maneira de alcançar o cume. Habeler sugeriu o uso de oxigénio, mas Messner recusou a usá-lo. Dizendo que, mais importante do que conquistar o cume seria conseguir chegar no mais alto ponto possível sem o uso de oxigénio.
No dia seis de Maio eles iniciam outra tentativa. Alcançaram o acampamento III (7200m). Estando agora em altitudes onde poderiam sentir os efeitos da falta de oxigénio. Concordaram em carregar dois cilindros de oxigénio ao acampamento IV, em caso de uma emergência, e haviam feito também um pacto onde voltariam atrás se um ou outro se sentisse mal.
No dia seguinte demoraram três horas e meia para alcançar os 7986m do Colo Sul, onde acamparam a noite. Habeler queixou-se de uma forte dor de cabeça. Mas depois de descansar sentiu-se melhor.
No dia 8 de Maio, acordaram e iniciaram a tentativa de alcançar o cume. O tempo estava instável, e mesmo assim decidiram deixar o acampamento. A respiração tornava-se cada vez mais preciosa, e os dois passaram a comunicar por gestos. O progresso passou a ser lento, demorando quatro horas para alcançar o acampamento V (8500m), onde pararam para descansar cerca de 30 minutos. O tempo ainda ameaçava, mas decidiram continuar rumo ao cume, que estava a 260 metros acima.
Enfrentavam agora um cansaço jamais sentido até então. Os difíceis passos eram apoiados por machados de gelo e a respiração cada vez mais escassa. Messner disse mais tarde que se sentia como se fosse “estourar”. Alcançando o Pico Sul, o vento era muito forte, mas eles ainda tinham esperança de que o tempo melhorasse. Faltavam apenas 98 metros. Atravessaram o Passo de Hillary, descansando algumas vezes. Entre a uma e as duas horas da tarde de 8 de Maio de 1978, Messner e Habeler conquistaram o que até então parecia ser impossível – a primeira ascensão do Evereste sem oxigénio.
O sucesso desta expedição confundiu a comunidade médica, e causou uma reavaliação da Fisiologia da alta altitude. Em 1980, Messner volta ao monte Evereste para completar, desta vez sozinho, mais uma ascensão ao maior cume do mundo sem auxílios artificiais. Apenas cerca de 60 pessoas no mundo conquistaram essa façanha, sendo entre estas 4 mulheres.
Reinhold Messner, nasceu em 17 de Setembro de 1944 em Brixen, Áustria e a este feito tem ainda a juntar, outros dois feitos de monta na História do alpinismo: Foi o primeiro alpinista a escalar com êxito todas as 14 montanhas do mundo acima dos 8000 metros, sempre sem oxigénio.Com a escalada do Kanchenjunga em 1982, tornou-se o primeiro alpinista a escalar as três mais altas do mundo, tendo antes alcançado os picos do Evereste e do K2.
publicado por armando ésse às 09:09
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Outubro 11 2005

Subir o monte Evereste, a montanha mais alta do mundo, foi um desafio para os alpinistas até 1953. Quando Edmund Hillary e Tenzing Norgay alcançaram finalmente o cume. Nas três décadas seguintes outras conquistas foram realizadas. A primeira escalada por uma mulher, a escalada de um alpinista por um lado da montanha, descida pelo outro, e a primeira descida em esqui. Um traço comum entre todas as façanhas realizadas foi o uso de oxigénio artificial.
Seria possível que o monte Evereste fosse conquistado sem o seu auxílio?
Desde 1920, alpinistas do mundo inteiro debatem sobre os prós e os contras do uso destas ajudas artificiais. Um deles, George Mallory, defendia a tese de que os alpinistas não se devem expor a ajudas artificiais, pois mesmo com estas, existe, a possibilidade de um colapso repentino, se o aparelho falhar. Esta filosofia de que nada deveria vir entre um alpinista e sua montanha continua a ter adeptos até hoje.
Em 1970, o alpinista Reinhold Messner alcançou notoriedade ao escalar uma série de rochas alpinas sem o uso do oxigénio. No ano de 1974, Messner junto com Peter Habeler -outro adepto da filosofia -continuaram as suas escaladas. Ligeiros e ágeis conquistaram o Matterhorm e o Eigerwand. Em 1975 fizeram uma notável escalada no Gasherbrum, a décima primeira montanha mais alta do mundo, sem o uso do oxigénio. A próxima meta era alcançar o Evereste. Messner e Habeler receberam muitas críticas da comunidade médica, que os chamaram de “lunáticos” por estarem colocando em risco a sua própria vida. Sem se importar com as críticas, os dois deram sequência aos seus objectivos.
Chegaram ao acampamento base do Evereste em Março de 1978. Iniciando a primeira tentativa no dia 21 de Abril. Alcançam o acampamento III no dia 23 daquele mês. Naquela noite Habeler passou mal devido a uma intoxicação alimentar. Na manhã seguinte, Messner decidiu prosseguir a subida, juntamente com dois sherpas. Ao alcançar o Colo Sul foram surpreendidos por uma violenta tempestade. Enfrentaram temperaturas de 40 graus negativos e ventos fortes durante dois dias seguidos. Exausto e com fome, Messner estava começando a acreditar que seria impossível alcançar o seu objectivo. Até que, finalmente, o tempo melhorou e ele pôde retornar ao acampamento base para se recuperar.
Messner e Habeler voltaram a discutir sobre a maneira de alcançar o cume. Habeler sugeriu o uso de oxigénio, mas Messner recusou a usá-lo. Dizendo que, mais importante do que conquistar o cume seria conseguir chegar no mais alto ponto possível sem o uso de oxigénio.
No dia seis de Maio eles iniciam outra tentativa. Alcançaram o acampamento III (7200m). Estando agora em altitudes onde poderiam sentir os efeitos da falta de oxigénio. Concordaram em carregar dois cilindros de oxigénio ao acampamento IV, em caso de uma emergência, e haviam feito também um pacto onde voltariam atrás se um ou outro se sentisse mal.
No dia seguinte demoraram três horas e meia para alcançar os 7986m do Colo Sul, onde acamparam a noite. Habeler queixou-se de uma forte dor de cabeça. Mas depois de descansar sentiu-se melhor.
No dia 8 de Maio, acordaram e iniciaram a tentativa de alcançar o cume. O tempo estava instável, e mesmo assim decidiram deixar o acampamento. A respiração tornava-se cada vez mais preciosa, e os dois passaram a comunicar por gestos. O progresso passou a ser lento, demorando quatro horas para alcançar o acampamento V (8500m), onde pararam para descansar cerca de 30 minutos. O tempo ainda ameaçava, mas decidiram continuar rumo ao cume, que estava a 260 metros acima.
Enfrentavam agora um cansaço jamais sentido até então. Os difíceis passos eram apoiados por machados de gelo e a respiração cada vez mais escassa. Messner disse mais tarde que se sentia como se fosse “estourar”. Alcançando o Pico Sul, o vento era muito forte, mas eles ainda tinham esperança de que o tempo melhorasse. Faltavam apenas 98 metros. Atravessaram o Passo de Hillary, descansando algumas vezes. Entre a uma e as duas horas da tarde de 8 de Maio de 1978, Messner e Habeler conquistaram o que até então parecia ser impossível – a primeira ascensão do Evereste sem oxigénio.
O sucesso desta expedição confundiu a comunidade médica, e causou uma reavaliação da Fisiologia da alta altitude. Em 1980, Messner volta ao monte Evereste para completar, desta vez sozinho, mais uma ascensão ao maior cume do mundo sem auxílios artificiais. Apenas cerca de 60 pessoas no mundo conquistaram essa façanha, sendo entre estas 4 mulheres.
Reinhold Messner, nasceu em 17 de Setembro de 1944 em Brixen, Áustria e a este feito tem ainda a juntar, outros dois feitos de monta na História do alpinismo: Foi o primeiro alpinista a escalar com êxito todas as 14 montanhas do mundo acima dos 8000 metros, sempre sem oxigénio.Com a escalada do Kanchenjunga em 1982, tornou-se o primeiro alpinista a escalar as três mais altas do mundo, tendo antes alcançado os picos do Evereste e do K2.
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Outubro 10 2005

No Dia Mundial Contra a Pena de Morte, que se assinala esta segunda-feira, a Amnistia Internacional coloca o enfoque em África, continente «que caminha no sentido da abolição», mas onde 20 países ainda continuam a aplicar a pena de morte. De acordo com os números da Amnistia Internacional, 13 países africanos já aboliram a pena de morte para todos os crimes, 20 continuam a ter a pena capital na lei mas não têm praticado qualquer execução e outros 20 mantêm a sua aplicação. Em todo o mundo, 86 países aboliram a pena de morte para todos os crimes, 24 são abolicionistas na prática (não ainda na lei) e 75 mantêm a pena capital. Segundo dados de 2004, os mais recentes disponibilizados no site da AI, a China lidera o número de execuções, com pelo menos 3.400 sentenças de morte aplicadas naquele ano. No entanto, a própria AI reconhece que este número deverá estar aquém da realidade. Irão, Vietname e Estados Unidos são os países que se seguem à China na tabela das execuções em 2004, respectivamente com 150, 64 e 59 pessoas mortas através da pena capital. No ano passado, 7.395 pessoas foram sentenciadas à morte em 64 países, das quais 3.797 acabaram por ser executadas em 25 países. Em 2005 atingiu-se já o número mais elevado de execução de crianças desde 1990, com seis mortes, todas elas levadas a cabo no Irão. Segundo Cláudia Pedra, da secção portuguesa da AI, apesar de o retrato da situação ainda ser negativo, é de assinalar que, em média, três países abolem a pena de morte por ano. «Esta tem sido a tendência nos últimos anos», disse à Agência Lusa. Acrescentou ainda que, mesmo que nalguns anos aumentem o número de execuções, isso não significa um maior número de países com pena de morte. Em 1977, apenas 16 países tinham abolido a pena de morte para todos os crimes, quando actualmente são já 86. Num ano em que o continente africano merece destaque pela AI, os responsáveis da organização internacional congratulam-se com o facto de o Senegal e da Libéria terem abolido recentemente a pena de morte para todos os crimes (respectivamente em Dezembro de 2004 e Setembro deste ano).
DADOS HISTÓRICOS: A abolição da pena de morte para os crimes políticos foi proposta na sessão de 10 de Março de 1852 da Câmara dos Deputados, em Aditamento ao Acto Adicional à Carta Constitucional. Iniciada a discussão em 29 de Março, as divergências incidiram apenas sobre o processo legislativo. Relativamente à questão de fundo, o representante do Governo sintetizou o que parecia corresponder ao sentimento unânime da Câmara: “...porque felizmente entre nós a pena de morte para os crimes políticos está abolida nos corações de todos; e se, porventura, aparecesse hoje entre nós, um Nero, ou um Calígula, não teria força para a impor; e ainda bem que damos ao mundo um exemplo de tolerância que muito nos honra”. A proposta foi aprovada e a abolição da pena de morte por crime político passou a constar do artigo 16º do Acto Adicional à Carta Constitucional (5 de Julho de 1852). Sabe-se que, desde 1834, não fora executada pena capital pela prática de crime político. Em 1867, viria a ser aprovada uma lei que aboliu a pena de morte para todos os crimes, exceptuados os militares - Lei de 1 de Julho de 1867. Relativamente a crimes do foro militar, a pena de morte manteve-se até ao Decreto com força de lei de 16 de Março de 1911 que a aboliu, vindo a Constituição de 1911 a prever que em nenhum caso poderia ser estabelecida tal pena.
Uns anos mais tarde, a participação de Portugal na guerra levaria, pela lei nº 635, de 28 de Setembro de 1916, a restabelecer a pena de morte para “caso de guerra com país estrangeiro, em tanto quanto a aplicação dessa pena seja indispensável, e apenas no teatro de guerra”. Com redacção ligeiramente diferente, este regime vigorou até à Constituição de 1976 que, no nº 2 do artigo 24º, estabeleceu que “em caso algum haverá pena de morte”. Portugal foi pioneiro na abolição da pena de morte e na renúncia à sua execução mesmo antes de abolida.
CONCLUSÃO: A pena de morte é um assunto que gera grandes polémicas não apenas entre os juristas, mas envolvendo a população em geral. Esta polémica já existe há séculos e nunca se chegou a uma unanimidade e talvez nunca se chegue, mas a partir do século XIX, que se tem dados passos firmes com o sentido de acabar com esta crueldade.
Muitas pessoas posicionam-se contra ou a favor da pena de morte, mas não sabem justificar com exactidão a posição que assumem. Os que são contra a pena de morte argumentam que a criminologia e as estatísticas provam que a existência da pena de morte não reduz os crimes punidos com essa pena, e geralmente os que sofrem com a aplicação dela são os mais desfavorecidos, uma vez que não possuem condições para arranjar um bom advogado e os advogados oficiosos muitas vezes nem se preocupam em verificar se o seu cliente é realmente culpado. Os que defendem a sua aplicação argumentam que o criminoso é um degenerado irrecuperável e que ficando preso para sempre só estaria gastando dinheiro do Estado e que a melhor solução é matá-lo, poupando dinheiro dos contribuintes. Até hoje não se conseguiu provar que a aplicação da pena de morte diminui os índices de criminalidade, uma vez que verifica-se que os países que a aplicam têm percentagens de crimes superiores às dos países que a aboliram.
A pena de morte é a punição mais cruel, desumana e degradante não apenas para o preso, mas também para sua família; além da aplicação da pena, o preso às vezes fica anos à espera que a execução seja cumprida, o que acaba por desgastar o preso e prejudicar sériamente a qualidade de vida da sua família. E, acima de tudo é, uma violação clara do direito à vida.

Fontes:Amnistia Internacional/ Lusa /Procuradoria-Geral da República
publicado por armando ésse às 09:14

Outubro 10 2005

No Dia Mundial Contra a Pena de Morte, que se assinala esta segunda-feira, a Amnistia Internacional coloca o enfoque em África, continente «que caminha no sentido da abolição», mas onde 20 países ainda continuam a aplicar a pena de morte. De acordo com os números da Amnistia Internacional, 13 países africanos já aboliram a pena de morte para todos os crimes, 20 continuam a ter a pena capital na lei mas não têm praticado qualquer execução e outros 20 mantêm a sua aplicação. Em todo o mundo, 86 países aboliram a pena de morte para todos os crimes, 24 são abolicionistas na prática (não ainda na lei) e 75 mantêm a pena capital. Segundo dados de 2004, os mais recentes disponibilizados no site da AI, a China lidera o número de execuções, com pelo menos 3.400 sentenças de morte aplicadas naquele ano. No entanto, a própria AI reconhece que este número deverá estar aquém da realidade. Irão, Vietname e Estados Unidos são os países que se seguem à China na tabela das execuções em 2004, respectivamente com 150, 64 e 59 pessoas mortas através da pena capital. No ano passado, 7.395 pessoas foram sentenciadas à morte em 64 países, das quais 3.797 acabaram por ser executadas em 25 países. Em 2005 atingiu-se já o número mais elevado de execução de crianças desde 1990, com seis mortes, todas elas levadas a cabo no Irão. Segundo Cláudia Pedra, da secção portuguesa da AI, apesar de o retrato da situação ainda ser negativo, é de assinalar que, em média, três países abolem a pena de morte por ano. «Esta tem sido a tendência nos últimos anos», disse à Agência Lusa. Acrescentou ainda que, mesmo que nalguns anos aumentem o número de execuções, isso não significa um maior número de países com pena de morte. Em 1977, apenas 16 países tinham abolido a pena de morte para todos os crimes, quando actualmente são já 86. Num ano em que o continente africano merece destaque pela AI, os responsáveis da organização internacional congratulam-se com o facto de o Senegal e da Libéria terem abolido recentemente a pena de morte para todos os crimes (respectivamente em Dezembro de 2004 e Setembro deste ano).
DADOS HISTÓRICOS: A abolição da pena de morte para os crimes políticos foi proposta na sessão de 10 de Março de 1852 da Câmara dos Deputados, em Aditamento ao Acto Adicional à Carta Constitucional. Iniciada a discussão em 29 de Março, as divergências incidiram apenas sobre o processo legislativo. Relativamente à questão de fundo, o representante do Governo sintetizou o que parecia corresponder ao sentimento unânime da Câmara: “...porque felizmente entre nós a pena de morte para os crimes políticos está abolida nos corações de todos; e se, porventura, aparecesse hoje entre nós, um Nero, ou um Calígula, não teria força para a impor; e ainda bem que damos ao mundo um exemplo de tolerância que muito nos honra”. A proposta foi aprovada e a abolição da pena de morte por crime político passou a constar do artigo 16º do Acto Adicional à Carta Constitucional (5 de Julho de 1852). Sabe-se que, desde 1834, não fora executada pena capital pela prática de crime político. Em 1867, viria a ser aprovada uma lei que aboliu a pena de morte para todos os crimes, exceptuados os militares - Lei de 1 de Julho de 1867. Relativamente a crimes do foro militar, a pena de morte manteve-se até ao Decreto com força de lei de 16 de Março de 1911 que a aboliu, vindo a Constituição de 1911 a prever que em nenhum caso poderia ser estabelecida tal pena.
Uns anos mais tarde, a participação de Portugal na guerra levaria, pela lei nº 635, de 28 de Setembro de 1916, a restabelecer a pena de morte para “caso de guerra com país estrangeiro, em tanto quanto a aplicação dessa pena seja indispensável, e apenas no teatro de guerra”. Com redacção ligeiramente diferente, este regime vigorou até à Constituição de 1976 que, no nº 2 do artigo 24º, estabeleceu que “em caso algum haverá pena de morte”. Portugal foi pioneiro na abolição da pena de morte e na renúncia à sua execução mesmo antes de abolida.
CONCLUSÃO: A pena de morte é um assunto que gera grandes polémicas não apenas entre os juristas, mas envolvendo a população em geral. Esta polémica já existe há séculos e nunca se chegou a uma unanimidade e talvez nunca se chegue, mas a partir do século XIX, que se tem dados passos firmes com o sentido de acabar com esta crueldade.
Muitas pessoas posicionam-se contra ou a favor da pena de morte, mas não sabem justificar com exactidão a posição que assumem. Os que são contra a pena de morte argumentam que a criminologia e as estatísticas provam que a existência da pena de morte não reduz os crimes punidos com essa pena, e geralmente os que sofrem com a aplicação dela são os mais desfavorecidos, uma vez que não possuem condições para arranjar um bom advogado e os advogados oficiosos muitas vezes nem se preocupam em verificar se o seu cliente é realmente culpado. Os que defendem a sua aplicação argumentam que o criminoso é um degenerado irrecuperável e que ficando preso para sempre só estaria gastando dinheiro do Estado e que a melhor solução é matá-lo, poupando dinheiro dos contribuintes. Até hoje não se conseguiu provar que a aplicação da pena de morte diminui os índices de criminalidade, uma vez que verifica-se que os países que a aplicam têm percentagens de crimes superiores às dos países que a aboliram.
A pena de morte é a punição mais cruel, desumana e degradante não apenas para o preso, mas também para sua família; além da aplicação da pena, o preso às vezes fica anos à espera que a execução seja cumprida, o que acaba por desgastar o preso e prejudicar sériamente a qualidade de vida da sua família. E, acima de tudo é, uma violação clara do direito à vida.

Fontes:Amnistia Internacional/ Lusa /Procuradoria-Geral da República
publicado por armando ésse às 09:14

Outubro 09 2005

O músico John Lennon, morto em 1980, completaria 65 anos neste Domingo. O cantor foi assassinado no dia 8 de Dezembro, em frente ao edifício onde morava, em Nova Iorque.
John Winston Lennon nasceu no dia 09 de Outubro de 1940 em Liverpool. Filho de Julia e Alfred Lennon, teve o pai ausente em toda a sua vida e acabou sendo criado por uma tia. Estudou na Quarry Bank Grammar School, escola que viu o nascimento dos “Quarrimen” ( que mais tarde dariam origem aos Beatles). Aprendeu a tocar guitarra com a sua mãe, que o visitava esporadicamente, até que morreu atropelada, quando John era adolescente. Isso aproximou-o de Paul McCartney, que havia perdido a sua mãe na mesma época. Em 1957 ingressou na Liverpool Art College, onde conheceu Cynthia Powel, que se tornaria a sua primeira esposa, casando-se em 23 de Agosto de 1962. Naquela época os Beatles começavam a escalada da fama e digressões, gravações, filmes e outros compromissos fizeram de John um marido ausente e foi o motivo pelo qual, o seu filho Julian, nascido em 1963, pouco contacto tivesse tido com ele..
John Lennon sempre foi o líder intelectual dos Beatles, e durante a 1ª fase, ele foi o grande responsável pela maioria das canções da banda, facto que iria reverter em prol de Paul McCartney de 1966 em diante.
Escreveu dois livros com poemas enquanto estava com o grupo: “In His Ows Write” ( 1964 ) e “A Spaniard in The Works” ( 1965 ). Em 1966 fez a famosa declaração de que "os Beatles eram mais famosos que Jesus Cristo”, frase mal interpretada quando foi colocada fora do seu contexto original. Recebeu em 1966 a medalha do Império Britânico ( devolvida em 1969 em repúdio pelo envolvimento da Inglaterra na guerra do Biafra ). No mesmo ano, numa exposição de artes na ‘Indica Gallery’, em Londres, conhece Yoko Ono, e começa a envolver-se com drogas pesadas. No final desse mesmo ano vai para a Espanha filmar “How I Won The War”’, de Richard Lester. Em 1968 o casamento de John e Cynthia terminou, começando a viver com Yoko Ono, com a qual casaria em Gibraltar em 20 de Março de 1969. Troca aí seu nome de John Winston Lennon para John Ono Lennon.
Com Yoko Ono, toma conhecimento de novas formas de manifestações artísticas e lançam discos nada convencionais, como ‘Two Virgins’ ( que se tornaria famoso pela capa dos dois nus ), ‘Life With The Lions’ e ‘Wedding Album’. Nesse mesmo ano, os dois são presos por posse de haxixe numa rusga policial.
Também com Yoko, fez uma série de filmes Avant Garde, como ‘Fly’,’Self Portrait’, ‘Smile’ e ‘Erection’. As campanhas pela paz, como as famosas entrevistas na cama num hotel em Toronto, ou simplesmente dentro de um saco, fizeram do casal, um símbolo da paz.
Formou a banda ‘The Plastic Ono Band’ para um concerto pela paz em Toronto, e a música “Give Peace a Chance” tornou-se o hino do movimento Hippie.
Com o fim dos Beatles, em 1970, John inicia uma carreira a solo. O segundo disco a solo, ‘Imagine’, tornou-se um fenómeno de vendas e a música uma obra prima.
No final de 1971 o casal muda-se para Nova Iorque, onde estabelecem residência, facto pelo qual durante quase 5 anos fez com que John Lennon não pudesse sair dos Estados Unidos, pela falta do visto de permanência ( devido à posse de drogas na Inglaterra ). Só iria conseguir o ‘Green Card’ em 1976. Campanhas anti Guerra do Vietname e posições políticos de esquerda, fizeram dele uma pessoa “perigosa” para o Governo de Richard Nixon, e muitas vezes foi seguido pelo FBI e teve o seu telefone sobre escuta. Nessa época, ele e Yoko lançam o disco “Sometime in New York City”.
Em 1973 John e Yoko fazem uma breve separação e John passa a viver em Los Angeles com sua secretária May Pang. Nessa fase grava dois discos: “Mind Games”’ e ‘Walls and Bridges”. Nessa época começa a gravar o disco “Rock’n’Roll”, que só seria terminado 2 anos mais tarde.A separação de John Lennon e Yoko Ono termina em 1975.
Compram vários apartamentos no edifício Dakota, em Nova Iorque, onde John se torna pai pela 2ª vez. Sean Ono Lennon nasce no mesmo dia do aniversário de John, em 09 de Outubro de 1975. John Lennon começa então um jejum musical de 5 anos, fazendo pão e vendo seu filho crescer. Yoko Ono toma conta dos negócios. O movimento “new wave” deu um novo fôlego a John e Yoko para retornarem aos estúdios, para gravarem em 1980, o disco “Double Fantasy”. O Disco tornou-se um mega sucesso comercial. A 8 de Dezembro de 1980, John Lennon foi abordado por um fã que lhe pediu um autografo à saída do seu prédio em Nova Iorque. Lennon assinou a capa do disco. Mark David Chapman, permaneceu junto ao edifício durante algumas horas. Quando Lennon regressou, Chapman disparou cinco tiros certeiros ao corpo de John. Lennon faleceu a caminho do hospital. Tinha 40 anos.

Concordo com Sir Paul McCartney, quando afirmou, dois dias após a sua morte: “John era um grande homem, que será lembrado pelas suas originais contribuições na arte, na música e na paz mundial”.
publicado por armando ésse às 09:01
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Outubro 09 2005

O músico John Lennon, morto em 1980, completaria 65 anos neste Domingo. O cantor foi assassinado no dia 8 de Dezembro, em frente ao edifício onde morava, em Nova Iorque.
John Winston Lennon nasceu no dia 09 de Outubro de 1940 em Liverpool. Filho de Julia e Alfred Lennon, teve o pai ausente em toda a sua vida e acabou sendo criado por uma tia. Estudou na Quarry Bank Grammar School, escola que viu o nascimento dos “Quarrimen” ( que mais tarde dariam origem aos Beatles). Aprendeu a tocar guitarra com a sua mãe, que o visitava esporadicamente, até que morreu atropelada, quando John era adolescente. Isso aproximou-o de Paul McCartney, que havia perdido a sua mãe na mesma época. Em 1957 ingressou na Liverpool Art College, onde conheceu Cynthia Powel, que se tornaria a sua primeira esposa, casando-se em 23 de Agosto de 1962. Naquela época os Beatles começavam a escalada da fama e digressões, gravações, filmes e outros compromissos fizeram de John um marido ausente e foi o motivo pelo qual, o seu filho Julian, nascido em 1963, pouco contacto tivesse tido com ele..
John Lennon sempre foi o líder intelectual dos Beatles, e durante a 1ª fase, ele foi o grande responsável pela maioria das canções da banda, facto que iria reverter em prol de Paul McCartney de 1966 em diante.
Escreveu dois livros com poemas enquanto estava com o grupo: “In His Ows Write” ( 1964 ) e “A Spaniard in The Works” ( 1965 ). Em 1966 fez a famosa declaração de que "os Beatles eram mais famosos que Jesus Cristo”, frase mal interpretada quando foi colocada fora do seu contexto original. Recebeu em 1966 a medalha do Império Britânico ( devolvida em 1969 em repúdio pelo envolvimento da Inglaterra na guerra do Biafra ). No mesmo ano, numa exposição de artes na ‘Indica Gallery’, em Londres, conhece Yoko Ono, e começa a envolver-se com drogas pesadas. No final desse mesmo ano vai para a Espanha filmar “How I Won The War”’, de Richard Lester. Em 1968 o casamento de John e Cynthia terminou, começando a viver com Yoko Ono, com a qual casaria em Gibraltar em 20 de Março de 1969. Troca aí seu nome de John Winston Lennon para John Ono Lennon.
Com Yoko Ono, toma conhecimento de novas formas de manifestações artísticas e lançam discos nada convencionais, como ‘Two Virgins’ ( que se tornaria famoso pela capa dos dois nus ), ‘Life With The Lions’ e ‘Wedding Album’. Nesse mesmo ano, os dois são presos por posse de haxixe numa rusga policial.
Também com Yoko, fez uma série de filmes Avant Garde, como ‘Fly’,’Self Portrait’, ‘Smile’ e ‘Erection’. As campanhas pela paz, como as famosas entrevistas na cama num hotel em Toronto, ou simplesmente dentro de um saco, fizeram do casal, um símbolo da paz.
Formou a banda ‘The Plastic Ono Band’ para um concerto pela paz em Toronto, e a música “Give Peace a Chance” tornou-se o hino do movimento Hippie.
Com o fim dos Beatles, em 1970, John inicia uma carreira a solo. O segundo disco a solo, ‘Imagine’, tornou-se um fenómeno de vendas e a música uma obra prima.
No final de 1971 o casal muda-se para Nova Iorque, onde estabelecem residência, facto pelo qual durante quase 5 anos fez com que John Lennon não pudesse sair dos Estados Unidos, pela falta do visto de permanência ( devido à posse de drogas na Inglaterra ). Só iria conseguir o ‘Green Card’ em 1976. Campanhas anti Guerra do Vietname e posições políticos de esquerda, fizeram dele uma pessoa “perigosa” para o Governo de Richard Nixon, e muitas vezes foi seguido pelo FBI e teve o seu telefone sobre escuta. Nessa época, ele e Yoko lançam o disco “Sometime in New York City”.
Em 1973 John e Yoko fazem uma breve separação e John passa a viver em Los Angeles com sua secretária May Pang. Nessa fase grava dois discos: “Mind Games”’ e ‘Walls and Bridges”. Nessa época começa a gravar o disco “Rock’n’Roll”, que só seria terminado 2 anos mais tarde.A separação de John Lennon e Yoko Ono termina em 1975.
Compram vários apartamentos no edifício Dakota, em Nova Iorque, onde John se torna pai pela 2ª vez. Sean Ono Lennon nasce no mesmo dia do aniversário de John, em 09 de Outubro de 1975. John Lennon começa então um jejum musical de 5 anos, fazendo pão e vendo seu filho crescer. Yoko Ono toma conta dos negócios. O movimento “new wave” deu um novo fôlego a John e Yoko para retornarem aos estúdios, para gravarem em 1980, o disco “Double Fantasy”. O Disco tornou-se um mega sucesso comercial. A 8 de Dezembro de 1980, John Lennon foi abordado por um fã que lhe pediu um autografo à saída do seu prédio em Nova Iorque. Lennon assinou a capa do disco. Mark David Chapman, permaneceu junto ao edifício durante algumas horas. Quando Lennon regressou, Chapman disparou cinco tiros certeiros ao corpo de John. Lennon faleceu a caminho do hospital. Tinha 40 anos.

Concordo com Sir Paul McCartney, quando afirmou, dois dias após a sua morte: “John era um grande homem, que será lembrado pelas suas originais contribuições na arte, na música e na paz mundial”.
publicado por armando ésse às 09:01
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