A FÁBRICA

Dezembro 15 2005
Francisco Alves Mendes Filho, mais conhecido como Chico Mendes, nasceu a 15 de Dezembro de 1944, no seringal Porto Rico, em Xapuri, no estado do Acre, Brasil. Seguindo os ensinamentos do pai, Chico Mendes começou a trabalhar aos nove anos, como seringueiro.
A sua vida como líder sindical inicia-se com a fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia, em 1975, quando é escolhido para ser secretário geral. Em 1976, participa activamente nas lutas dos seringueiros para impedir a desflorestação do estado do Acre, liderando várias manifestações pacíficas que consistiam em abraçar as árvores e impedir o corte, organizando ao mesmo tempo, várias acções em defesa da posse da terra.
Em 1977, é um dos fundadores do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, além de ter sido eleito vereador pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB) à Câmara Municipal local. Neste mesmo ano, Chico Mendes sofre as primeiras ameaças de morte por parte dos fazendeiros, ao mesmo tempo que começa a distanciar-se do seu partido, o MDB, que não era solidário com as suas lutas.
Com o aparecimento do Partido dos Trabalhadores, de Lula da Silva, no inicio dos anos oitenta, Chico Mendes transforma-se num dos seus fundadores e dirigentes no estado do Acre, participando em comícios na região juntamente com Lula da Silva.
Em Outubro de 1985, lidera o 1º Encontro Nacional dos Seringueiros, onde é criado o Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), do qual se torna a principal referência.
Em 1987, Chico Mendes recebe a visita de alguns membros da ONU, em Xapuri, onde puderam ver de perto a devastação da floresta e a expulsão dos seringueiros causadas por projectos financiados por bancos internacionais. Dois meses depois, Chico Mendes levava estas denúncias ao Senado norte-americano e à reunião de um banco financiador, o Banco Internacional de Desenvolvimento. Trinta dias depois, os financiamentos dos projectos são suspensos e Chico Mendes é acusado por fazendeiros e políticos de prejudicar o progresso do Estado do Acre.
A partir deste momento, as acções e reivindicações de Chico Mendes começaram a ocupar as páginas dos principais jornais brasileiros e internacionais, principalmente com a proposta de "União dos Povos da Floresta", que visava unir os interesses dos índios e seringueiros em defesa da floresta amazónica propondo ainda a criação de "reservas extractivas", que consistem, numa área protegida para conservação e uso sustentável, gerida pelas pessoas que vivem na região, ao mesmo tempo, que garantem a reforma agrária desejada pelos seringueiros.
Este reconhecimento internacional, fez com Chico Mendes fosse agraciado com diversos prémios internacionais, com destaque para o Prémio Global 500 da ONU, em Londres e o Diploma de Ecologista do Ano, no Acre, ambos em 1987. Também, foi homenageado em Nova York com a “Medalha Ambiental” da Better World Society da CNN, em Setembro do mesmo ano. Prémios estes que apenas eram atribuídos a ecologistas.
Durante o ano de 1988, Chico Mendes, cada vez mais ameaçado e perseguido, continua a sua luta percorrendo várias regiões do Brasil, participando em seminários, palestras e congressos, com o objectivo de denunciar a acção predatória contra a floresta e as acções violentas dos fazendeiros da região contra os trabalhadores. Por outro lado, Chico Mendes vê concretizado o seu grande sonho: a implantação das primeiras “reservas extractivas” criadas no Estado do Acre.
Os assassinos de Chico Mendes
A partir dai, agravam-se as ameaças de morte, como o próprio Chico Mendes escreveu:
“Eles vão-me matar.
Digo o nome deles: Darly e Alvarino Alves da Silva. Eles já mandaram matar mais de trinta trabalhadores e a Polícia Federal não fez nada.
Se viesse um enviado do céu e me garantisse que
a minha morte iria fortalecer a nossa luta, até que valeria a pena. Mas a experiência ensina-nos o contrário.
Então eu quero viver. Reconhecimento público e enterros numerosos não salvarão a Amazónia.
Quero viver”.
Na manhã de 22 de Dezembro de 1988, Chico Mendes foi brutalmente assassinado em frente da sua casa quando saía para comprar leite para o seu filho, que na época, tinha apenas um mês de vida.
publicado por armando ésse às 13:05
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Dezembro 15 2005
Francisco Alves Mendes Filho, mais conhecido como Chico Mendes, nasceu a 15 de Dezembro de 1944, no seringal Porto Rico, em Xapuri, no estado do Acre, Brasil. Seguindo os ensinamentos do pai, Chico Mendes começou a trabalhar aos nove anos, como seringueiro.
A sua vida como líder sindical inicia-se com a fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia, em 1975, quando é escolhido para ser secretário geral. Em 1976, participa activamente nas lutas dos seringueiros para impedir a desflorestação do estado do Acre, liderando várias manifestações pacíficas que consistiam em abraçar as árvores e impedir o corte, organizando ao mesmo tempo, várias acções em defesa da posse da terra.
Em 1977, é um dos fundadores do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, além de ter sido eleito vereador pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB) à Câmara Municipal local. Neste mesmo ano, Chico Mendes sofre as primeiras ameaças de morte por parte dos fazendeiros, ao mesmo tempo que começa a distanciar-se do seu partido, o MDB, que não era solidário com as suas lutas.
Com o aparecimento do Partido dos Trabalhadores, de Lula da Silva, no inicio dos anos oitenta, Chico Mendes transforma-se num dos seus fundadores e dirigentes no estado do Acre, participando em comícios na região juntamente com Lula da Silva.
Em Outubro de 1985, lidera o 1º Encontro Nacional dos Seringueiros, onde é criado o Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), do qual se torna a principal referência.
Em 1987, Chico Mendes recebe a visita de alguns membros da ONU, em Xapuri, onde puderam ver de perto a devastação da floresta e a expulsão dos seringueiros causadas por projectos financiados por bancos internacionais. Dois meses depois, Chico Mendes levava estas denúncias ao Senado norte-americano e à reunião de um banco financiador, o Banco Internacional de Desenvolvimento. Trinta dias depois, os financiamentos dos projectos são suspensos e Chico Mendes é acusado por fazendeiros e políticos de prejudicar o progresso do Estado do Acre.
A partir deste momento, as acções e reivindicações de Chico Mendes começaram a ocupar as páginas dos principais jornais brasileiros e internacionais, principalmente com a proposta de "União dos Povos da Floresta", que visava unir os interesses dos índios e seringueiros em defesa da floresta amazónica propondo ainda a criação de "reservas extractivas", que consistem, numa área protegida para conservação e uso sustentável, gerida pelas pessoas que vivem na região, ao mesmo tempo, que garantem a reforma agrária desejada pelos seringueiros.
Este reconhecimento internacional, fez com Chico Mendes fosse agraciado com diversos prémios internacionais, com destaque para o Prémio Global 500 da ONU, em Londres e o Diploma de Ecologista do Ano, no Acre, ambos em 1987. Também, foi homenageado em Nova York com a “Medalha Ambiental” da Better World Society da CNN, em Setembro do mesmo ano. Prémios estes que apenas eram atribuídos a ecologistas.
Durante o ano de 1988, Chico Mendes, cada vez mais ameaçado e perseguido, continua a sua luta percorrendo várias regiões do Brasil, participando em seminários, palestras e congressos, com o objectivo de denunciar a acção predatória contra a floresta e as acções violentas dos fazendeiros da região contra os trabalhadores. Por outro lado, Chico Mendes vê concretizado o seu grande sonho: a implantação das primeiras “reservas extractivas” criadas no Estado do Acre.
Os assassinos de Chico Mendes
A partir dai, agravam-se as ameaças de morte, como o próprio Chico Mendes escreveu:
“Eles vão-me matar.
Digo o nome deles: Darly e Alvarino Alves da Silva. Eles já mandaram matar mais de trinta trabalhadores e a Polícia Federal não fez nada.
Se viesse um enviado do céu e me garantisse que
a minha morte iria fortalecer a nossa luta, até que valeria a pena. Mas a experiência ensina-nos o contrário.
Então eu quero viver. Reconhecimento público e enterros numerosos não salvarão a Amazónia.
Quero viver”.
Na manhã de 22 de Dezembro de 1988, Chico Mendes foi brutalmente assassinado em frente da sua casa quando saía para comprar leite para o seu filho, que na época, tinha apenas um mês de vida.
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