A FÁBRICA

Janeiro 28 2006

28 de Janeiro de 1986, 11 horas e 38 minutos, estava um dia frio, apenas 2º C, o Vaivém Challenger partia para a sua décima missão. Setenta e três segundos depois do lançamento, a cerca de 14 mil metros de altitude, começaram a sair chamas de um dos foguetes, que se soltou e bateu contra um dos tanques de combustível externos do vaivém. A nave explodiu como um terrível fogo-de-artifício.

Aquela missão nunca deveria ter partido, porque estava demasiado frio — e os técnicos da empresa que fabricava os foguetes de combustível sólido que permitem ao vaivém escapar à atracção da gravidade da Terra pronunciaram-se veementemente contra o lançamento. Até havia gelo na pista do Cabo Canaveral, na Florida. A administração da NASA, no entanto, estava ansiosa por cumprir o calendário: em vez de aceitar a opinião dos técnicos, exigiu provas de que não se deveria fazer o lançamento.

O presidente norte-americano Ronald Reagan ordenou a formação de uma comissão de inquérito, exterior à NASA, para apurar as causas do acidente. Faziam parte desta comissão Neil Armstrong (o primeiro homem a pisar a Lua) e o Nobel da Física Richard Feynman.

Passando por cima da lentidão dos procedimentos da comissão, Richard Feynman fez investigações por conta própria, soube então que todos os lançamentos anteriores do vaivém, tinham sido feitos em dias em que a temperatura ambiente era igual ou superior a 12º C. No entanto, no dia da tragédia a temperatura ambiente era de dois graus. Este foi o problema: sob baixas temperaturas, a borracha perde a sua elasticidade e assim perde a capacidade de vedar adequadamente as juntas dos foguetes.

Para convencer os membros da comissão, Richard Feynman fez perante todos um experiência simples. Pegou um pedaço da borracha usada nas juntas e mergulhou-a em água gelada. Quando a retirou a borracha tinha perdido grande parte da sua elasticidade. A explosão do Challenger ficou para a história como exemplo paradigmático daquilo que a NASA não deve nunca fazer: Captar financiamentos a troco da segurança dos astronautas.

Atrás da Esquerda para a direita:Ollison Onizuka, Christa McAuliffe, Greg Jarvis,Judy Resnik, à frente no mesmo sentido, Michael Smith, Dick Scobee, Ronald McNair .

Todos estes sete tripulantes morreram, onde estava incluída a professora de História Christa McAuliffe, de 38 anos, que deveria dar aulas a partir do espaço, o que fez com que milhões de estudantes presenciassem a tragédia em directo pela televisão, pondo em estado de choque a América: a maioria dos norte-americanos lembra-se de onde estava, na altura do acidente, tal como no momento do assassinato do Presidente John Kennedy.

publicado por armando ésse às 11:07

Janeiro 28 2006

28 de Janeiro de 1986, 11 horas e 38 minutos, estava um dia frio, apenas 2º C, o Vaivém Challenger partia para a sua décima missão. Setenta e três segundos depois do lançamento, a cerca de 14 mil metros de altitude, começaram a sair chamas de um dos foguetes, que se soltou e bateu contra um dos tanques de combustível externos do vaivém. A nave explodiu como um terrível fogo-de-artifício.

Aquela missão nunca deveria ter partido, porque estava demasiado frio — e os técnicos da empresa que fabricava os foguetes de combustível sólido que permitem ao vaivém escapar à atracção da gravidade da Terra pronunciaram-se veementemente contra o lançamento. Até havia gelo na pista do Cabo Canaveral, na Florida. A administração da NASA, no entanto, estava ansiosa por cumprir o calendário: em vez de aceitar a opinião dos técnicos, exigiu provas de que não se deveria fazer o lançamento.

O presidente norte-americano Ronald Reagan ordenou a formação de uma comissão de inquérito, exterior à NASA, para apurar as causas do acidente. Faziam parte desta comissão Neil Armstrong (o primeiro homem a pisar a Lua) e o Nobel da Física Richard Feynman.

Passando por cima da lentidão dos procedimentos da comissão, Richard Feynman fez investigações por conta própria, soube então que todos os lançamentos anteriores do vaivém, tinham sido feitos em dias em que a temperatura ambiente era igual ou superior a 12º C. No entanto, no dia da tragédia a temperatura ambiente era de dois graus. Este foi o problema: sob baixas temperaturas, a borracha perde a sua elasticidade e assim perde a capacidade de vedar adequadamente as juntas dos foguetes.

Para convencer os membros da comissão, Richard Feynman fez perante todos um experiência simples. Pegou um pedaço da borracha usada nas juntas e mergulhou-a em água gelada. Quando a retirou a borracha tinha perdido grande parte da sua elasticidade. A explosão do Challenger ficou para a história como exemplo paradigmático daquilo que a NASA não deve nunca fazer: Captar financiamentos a troco da segurança dos astronautas.

Atrás da Esquerda para a direita:Ollison Onizuka, Christa McAuliffe, Greg Jarvis,Judy Resnik, à frente no mesmo sentido, Michael Smith, Dick Scobee, Ronald McNair .

Todos estes sete tripulantes morreram, onde estava incluída a professora de História Christa McAuliffe, de 38 anos, que deveria dar aulas a partir do espaço, o que fez com que milhões de estudantes presenciassem a tragédia em directo pela televisão, pondo em estado de choque a América: a maioria dos norte-americanos lembra-se de onde estava, na altura do acidente, tal como no momento do assassinato do Presidente John Kennedy.

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