A FÁBRICA

Janeiro 26 2006

Adolfo Hitler tinha prometido casamento a Eva Bruan, no momento em que não tivesse um futuro político. Em 29 de Abril de 1945, dois dias antes da capitulação da Alemanha, Hitler pede em casamento Eva Braun:

Queres desposar-me?
Eva Braun julgou ter ouvido mal.
-Eva, queres desposar-me? - gritou Hitler, que berrava sempre desde que tinha os tímpanos rebentados.
Os olhos de Eva embaciaram-se; ele propunha finalmente o que ela lhe pedira cem vezes e que provocara todas as suas discussões. Caiu no solo, soluçando.
-Eva, fiz-te uma pergunta que nunca fiz a ninguém. Gostaria de ouvir uma resposta.
Eva precipitou-se para ele, para o beijar perdidamente.
-Sim, meu amor. Claro que sim. Era o meu maior sonho. Sempre to pedi.
Cobria-o de beijos, o que dava náuseas a Hitler mas, vistas as circunstâncias, limitou-se a afastá-la.
-És feliz?
-É o mais belo dia da minha vida.
-Muito bem. Nesse caso casamo-nos esta noite e suicidamo-nos amanhã.


Diálogo do livro "A Parte do Outro", de Eric-Emmanuel Schmitt.
publicado por armando ésse às 07:52

Janeiro 26 2006

Adolfo Hitler tinha prometido casamento a Eva Bruan, no momento em que não tivesse um futuro político. Em 29 de Abril de 1945, dois dias antes da capitulação da Alemanha, Hitler pede em casamento Eva Braun:

Queres desposar-me?
Eva Braun julgou ter ouvido mal.
-Eva, queres desposar-me? - gritou Hitler, que berrava sempre desde que tinha os tímpanos rebentados.
Os olhos de Eva embaciaram-se; ele propunha finalmente o que ela lhe pedira cem vezes e que provocara todas as suas discussões. Caiu no solo, soluçando.
-Eva, fiz-te uma pergunta que nunca fiz a ninguém. Gostaria de ouvir uma resposta.
Eva precipitou-se para ele, para o beijar perdidamente.
-Sim, meu amor. Claro que sim. Era o meu maior sonho. Sempre to pedi.
Cobria-o de beijos, o que dava náuseas a Hitler mas, vistas as circunstâncias, limitou-se a afastá-la.
-És feliz?
-É o mais belo dia da minha vida.
-Muito bem. Nesse caso casamo-nos esta noite e suicidamo-nos amanhã.


Diálogo do livro "A Parte do Outro", de Eric-Emmanuel Schmitt.
publicado por armando ésse às 07:52

Janeiro 23 2006

"Neste exacto momento se dissolve a maioria que me elegeu.
Quero ser e serei o Presidente de todos os portugueses".
Cavaco Silva.
A Democracia é bela.
A Democracia é selectiva.
Mas acima de tudo, não pode ser considerada estúpida, quando se perde.
publicado por armando ésse às 11:30

Janeiro 23 2006

"Neste exacto momento se dissolve a maioria que me elegeu.
Quero ser e serei o Presidente de todos os portugueses".
Cavaco Silva.
A Democracia é bela.
A Democracia é selectiva.
Mas acima de tudo, não pode ser considerada estúpida, quando se perde.
publicado por armando ésse às 11:30

Janeiro 22 2006

A Guarda Suíça foi criada em 22 de Janeiro de 1506, em Roma, faz hoje Quinhentos anos. Trata-se do menor e do mais antigo exército do mundo. O minúsculo corpo de defesa do Vaticano é o último vestígio de uma longa tradição de emigração de soldados suíços. Obrigados a deixar o seu país por causa da pobreza, muitos suíços partiam como mercenários ao serviço das grandes potências, actividade que naquela época era bem remunerada. Nos campos de batalha, os suíços obtiveram uma sólida reputação de destemidos guerreiros, fiéis e invencíveis. A tal ponto que o papa Júlio II escolheu-os para formar a sua guarda pessoal.
Os primeiros 150 mercenários suíços chegaram à cidade de Roma em 22 de Janeiro de 1506, data em que a Guarda Suiça foi oficialmente fundada.Com o tempo, os soldados suíços provaram a sua abnegação ao chefe da Igreja Católica, enfrentado todos os perigos.
A prova mais trágica foi dada quando do saque de Roma, no dia 6 de Maio de 1527: as tropas protestantes de Carlos V, imperador da Alemanha e rei de Aragão e Castela, invadiram e saquearam Roma. Na luta, que chegou até ao altar da Basílica de São Pedro, a Guarda Suíça perdeu não só o seu comandante, mas também 147 soldados.
Os quarenta e dois suíços que sobreviveram, conseguiram no meio da confusão esconder o Papa Clemente VII. Abriram com as suas lanças e espadas, uma via de escape e colocaram o Papa Clemente VII, a salvo no castelo de Santo Ângelo. Assim nasceu a verdadeira Guarda Suíça .
Até hoje, a guarda ainda celebra o 6 de Maio como um dia heróico e trágico.
Esse é o dia do juramento.
Cada um dos novos soldados marcha até o centro da Praça de S. Pedro e segura, com o braço esquerdo, a bandeira oficial do Vaticano. Ao mesmo tempo, a mão direita abre-se em três dedos. Os três dedos em riste, simbolizam os três primeiros cantões suíços que se reuniram na Confederação Helvética: Schwyz, Uri e Unterwalden. Cada um dos “Hellebardieri”, como são conhecidos os soldados suíços devido às suas lanças, pronuncia as palavras do juramento.
“Juro servir fielmente, lealmente e honorificamente o Papa em exercício...e os seus sucessores e, com todas as minhas forças, dedicar-me a ele, podendo sacrificar mesmo a minha vida na sua defesa...”
A partir desse momento, cada um desses guardas suíços transforma-se num membro do exército de 110 homens, cinco deles oficiais, encarregado de defender até com a própria vida o chefe da Igreja Católica e do Estado do Vaticano.
A Guarda Suiça quase foi extinta em 1970, quando João Paulo VI decidiu suprimir todos os corpos militares do Vaticano. Mesmo assim, foi feita uma excepção para a pequena força de segurança.
Segundo o regulamento, revisto por João Paulo II em 1979, a guarda tem hoje 110 soldados. Além do serviço de honra, controlam o acesso à Cidade do Vaticano, fazem a vigilância do Palácio Apostólico e a segurança pessoal do Papa.
A história recente da guarda suíça foi marcada por um drama ainda obscuro: em 1998, cabo Cédric Tornay, abateu o comandante Alois Estermann e sua esposa e depois suicidou-se. Estermann era um dos guardas que estavam junto de João Paulo II, quando o Papa foi vitima do atentado, em 13 de Maio de 1981, na Praça de S. Pedro. O inquérito foi concluído rapidamente pelos magistrados do Vaticano. Tratou-se de acto de loucura mas para muitas outras pessoas o drama continua sendo um mistério.

Esse caso talvez tenha em parte contribuído para a ligeira queda do número de voluntários registada desde o início desta década. Todos os candidatos devem ser católicos, ter feito treino militar no Exército suíço, uma reputação “irrepreensível” e um curso superior.
Para reverter a tendência de queda no número de voluntários, foram feitas algumas reformas. A qualidade do serviço melhorou, a fim de abrir novas perspectivas profissionais para os recrutas. Fazem parte da formação actual cursos de informática, comunicação, inglês e italiano. Essas mudanças começam a dar resultados porque o número de voluntários voltou a crescer desde o ano passado.
No futuro, o pequeno exército poderá continuar a fazer a guarda do Vaticano.
publicado por armando ésse às 10:49

Janeiro 22 2006

A Guarda Suíça foi criada em 22 de Janeiro de 1506, em Roma, faz hoje Quinhentos anos. Trata-se do menor e do mais antigo exército do mundo. O minúsculo corpo de defesa do Vaticano é o último vestígio de uma longa tradição de emigração de soldados suíços. Obrigados a deixar o seu país por causa da pobreza, muitos suíços partiam como mercenários ao serviço das grandes potências, actividade que naquela época era bem remunerada. Nos campos de batalha, os suíços obtiveram uma sólida reputação de destemidos guerreiros, fiéis e invencíveis. A tal ponto que o papa Júlio II escolheu-os para formar a sua guarda pessoal.
Os primeiros 150 mercenários suíços chegaram à cidade de Roma em 22 de Janeiro de 1506, data em que a Guarda Suiça foi oficialmente fundada.Com o tempo, os soldados suíços provaram a sua abnegação ao chefe da Igreja Católica, enfrentado todos os perigos.
A prova mais trágica foi dada quando do saque de Roma, no dia 6 de Maio de 1527: as tropas protestantes de Carlos V, imperador da Alemanha e rei de Aragão e Castela, invadiram e saquearam Roma. Na luta, que chegou até ao altar da Basílica de São Pedro, a Guarda Suíça perdeu não só o seu comandante, mas também 147 soldados.
Os quarenta e dois suíços que sobreviveram, conseguiram no meio da confusão esconder o Papa Clemente VII. Abriram com as suas lanças e espadas, uma via de escape e colocaram o Papa Clemente VII, a salvo no castelo de Santo Ângelo. Assim nasceu a verdadeira Guarda Suíça .
Até hoje, a guarda ainda celebra o 6 de Maio como um dia heróico e trágico.
Esse é o dia do juramento.
Cada um dos novos soldados marcha até o centro da Praça de S. Pedro e segura, com o braço esquerdo, a bandeira oficial do Vaticano. Ao mesmo tempo, a mão direita abre-se em três dedos. Os três dedos em riste, simbolizam os três primeiros cantões suíços que se reuniram na Confederação Helvética: Schwyz, Uri e Unterwalden. Cada um dos “Hellebardieri”, como são conhecidos os soldados suíços devido às suas lanças, pronuncia as palavras do juramento.
“Juro servir fielmente, lealmente e honorificamente o Papa em exercício...e os seus sucessores e, com todas as minhas forças, dedicar-me a ele, podendo sacrificar mesmo a minha vida na sua defesa...”
A partir desse momento, cada um desses guardas suíços transforma-se num membro do exército de 110 homens, cinco deles oficiais, encarregado de defender até com a própria vida o chefe da Igreja Católica e do Estado do Vaticano.
A Guarda Suiça quase foi extinta em 1970, quando João Paulo VI decidiu suprimir todos os corpos militares do Vaticano. Mesmo assim, foi feita uma excepção para a pequena força de segurança.
Segundo o regulamento, revisto por João Paulo II em 1979, a guarda tem hoje 110 soldados. Além do serviço de honra, controlam o acesso à Cidade do Vaticano, fazem a vigilância do Palácio Apostólico e a segurança pessoal do Papa.
A história recente da guarda suíça foi marcada por um drama ainda obscuro: em 1998, cabo Cédric Tornay, abateu o comandante Alois Estermann e sua esposa e depois suicidou-se. Estermann era um dos guardas que estavam junto de João Paulo II, quando o Papa foi vitima do atentado, em 13 de Maio de 1981, na Praça de S. Pedro. O inquérito foi concluído rapidamente pelos magistrados do Vaticano. Tratou-se de acto de loucura mas para muitas outras pessoas o drama continua sendo um mistério.

Esse caso talvez tenha em parte contribuído para a ligeira queda do número de voluntários registada desde o início desta década. Todos os candidatos devem ser católicos, ter feito treino militar no Exército suíço, uma reputação “irrepreensível” e um curso superior.
Para reverter a tendência de queda no número de voluntários, foram feitas algumas reformas. A qualidade do serviço melhorou, a fim de abrir novas perspectivas profissionais para os recrutas. Fazem parte da formação actual cursos de informática, comunicação, inglês e italiano. Essas mudanças começam a dar resultados porque o número de voluntários voltou a crescer desde o ano passado.
No futuro, o pequeno exército poderá continuar a fazer a guarda do Vaticano.
publicado por armando ésse às 10:49

Janeiro 19 2006

A organização Human Rights Watch, baseada em Nova Iorque, diz que as políticas anti-terroristas das potências ocidentais estão a prejudicar a defesa dos direitos humanos no mundo.
No seu relatório anual divulgado ontem, a organização critica particularmente os Estados Unidos.
A Human Rights Watch diz que a política dos Estados Unidos tem sido: a de submeter suspeitos de terrorismo a tratamento cruel e degradante.

O estudo também descreve como “sem sentido” as tentativas do Reino Unido de obter garantias de que suspeitos de terrorismo não serão torturados se forem enviados para outros países.
Segundo a Human Rights Watch, a União Europeia com frequência respondeu de forma ineficaz à violações dos direitos humanos noutros países.
O presidente americano, George W. Bush, “continua a oferecer garantias enganadoras de que os Estados Unidos não torturam suspeitos, mas essas garantias soam vazias”, diz o relatório.
Como resultado da falta de credibilidade do país em assuntos de Direitos Humanos, os Estados Unidos deixaram “vazia a liderança mundial quando a questão é defender os direitos humanos”.
O relatório de 532 páginas diz que 2005 foi marcado por uma “tendência continuada a subordinar os Direitos Humanos a vários interesses políticos e económicos”.
Segundo a organização, o Reino Unido em especial ignorou abusos na Rússia e na Arábia Saudita para garantir contratos comerciais.

O estudo destaca ainda que a França e a Alemanha pressionaram a União Europeia para acabar com embargo de armas à China, apesar da falta de avanços no processo de punir os responsáveis pelo ataque a manifestantes na Praça de Tianenmen em 1989.
De acordo com a Human Rights Watch, existe uma “competição sem sentido” entre os líderes do Reino Unido, França e Alemanha de aprofundar as relações bi-laterias com a Rússia, apesar de o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não ter o mínimo respeito pelos Direitos Humanos na Tchetchénia.

Link:hrw.
publicado por armando ésse às 10:19

Janeiro 19 2006

A organização Human Rights Watch, baseada em Nova Iorque, diz que as políticas anti-terroristas das potências ocidentais estão a prejudicar a defesa dos direitos humanos no mundo.
No seu relatório anual divulgado ontem, a organização critica particularmente os Estados Unidos.
A Human Rights Watch diz que a política dos Estados Unidos tem sido: a de submeter suspeitos de terrorismo a tratamento cruel e degradante.

O estudo também descreve como “sem sentido” as tentativas do Reino Unido de obter garantias de que suspeitos de terrorismo não serão torturados se forem enviados para outros países.
Segundo a Human Rights Watch, a União Europeia com frequência respondeu de forma ineficaz à violações dos direitos humanos noutros países.
O presidente americano, George W. Bush, “continua a oferecer garantias enganadoras de que os Estados Unidos não torturam suspeitos, mas essas garantias soam vazias”, diz o relatório.
Como resultado da falta de credibilidade do país em assuntos de Direitos Humanos, os Estados Unidos deixaram “vazia a liderança mundial quando a questão é defender os direitos humanos”.
O relatório de 532 páginas diz que 2005 foi marcado por uma “tendência continuada a subordinar os Direitos Humanos a vários interesses políticos e económicos”.
Segundo a organização, o Reino Unido em especial ignorou abusos na Rússia e na Arábia Saudita para garantir contratos comerciais.

O estudo destaca ainda que a França e a Alemanha pressionaram a União Europeia para acabar com embargo de armas à China, apesar da falta de avanços no processo de punir os responsáveis pelo ataque a manifestantes na Praça de Tianenmen em 1989.
De acordo com a Human Rights Watch, existe uma “competição sem sentido” entre os líderes do Reino Unido, França e Alemanha de aprofundar as relações bi-laterias com a Rússia, apesar de o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não ter o mínimo respeito pelos Direitos Humanos na Tchetchénia.

Link:hrw.
publicado por armando ésse às 10:19

Janeiro 19 2006

Não é a primeira antologia que reúne a poesia de Eugénio de Andrade, mas a obra a apresentar hoje, às 18.30 horas, na Fundação do autor de "As mãos e os frutos", no Porto, vem anunciada como a "edição definitiva" da obra de um dos mais profícuos poetas portugueses do século XX.
O professor universitário e ensaísta Arnaldo Saraiva teve a cargo a tarefa de organizar a edição, respeitando as instruções deixadas pelo poeta.
Os critérios que presidiram ao trabalho de organização são explicados num texto inserido no final do volume, no qual Arnaldo Saraiva justifica o motivo por que não recorreu aos textos escritos nos últimos anos de vida, quando o autor já se encontrava enfermo.
Em relação à última antologia, datada de 2000, o livro agora editado pela Fundação Eugénio de Andrade mantém não só o título como o grafismo de Armando Alves, com a reprodução de uma gravura de Ângelo de Sousa. A maior novidade prende-se com a inclusão de "Os sulcos da sede", editado em 2001, que contribui para que o volume tenha um pouco mais de 600 páginas. JN.
Eugénio de Andrade, falecido a 13 de Junho de 2005, se fosse vivo, completaria hoje 83 anos.
Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas, nasceu a 19 de Janeiro de 1923 na Póvoa de Atalaia, Fundão, região da Beira Baixa, no seio de uma família de camponeses. A sua infância foi passada com a mãe na sua aldeia natal, fixando-se em Lisboa em 1932 com a mãe, que entretanto se separara do pai.
Estudou no Liceu Passos Manuel e na Escola Técnica Machado de Castro, tendo escrito os seus primeiros poemas em 1936, o primeiro dos quais, intitulado «Narciso», publicou três anos mais tarde.
Em 1943 mudou-se para Coimbra, onde regressa depois de cumprido o serviço militar, convivendo com Miguel Torga e Eduardo Lourenço. Em 1947, entrou para a Inspecção Administrativa dos Serviços Médico-Sociais, exercendo durante 35 anos as funções de inspector administrativo do Ministério da Saúde.
Em 1948, publica «As mãos e os frutos», que mereceu os aplausos de críticos como Jorge de Sena ou Vitorino Nemésio.
Uma transferência de serviço levá-lo-ia a instalar-se no Porto em 1950, onde fixou residência. Abandonou a ideia de um curso de Filosofia para se dedicar à poesia e à escrita, actividades pelas quais demonstro desde de cedo profundo interesse, a partir da descoberta de trabalhos de Guerra Junqueiro e António Botto. Camilo Pessanha constituiu outra forte influência do jovem poeta Eugénio de Andrade.
Entre as dezenas de obras que publicou encontram-se, na poesia, «Os amantes sem dinheiro» (1950), «As palavras interditas» (1951), «Escrita da Terra» (1974), «Matéria Solar» (1980), «Rente ao dizer» (1992), «Ofício da paciência» (1994), «O sal da língua» (1995) e «Os lugares do lume» (1998).
Em prosa, publicou «Os afluentes do silêncio» (1968), «Rosto precário» (1979) e «À sombra da memória» (1993), além das histórias infantis «História da égua branca» (1977) e «Aquela nuvem e as outras» (1986).
As suas obras foram traduzidas para alemão, asturiano, basco, castelhano, catalão, galego, chinês, francês, italiano, inglês, jugoslavo e russo.
A sua poesia caracteriza-se pela importância dada à palavra, quer no seu valor imagético, quer rítmico, sendo a musicalidade um dos aspectos mais marcantes da poética de Eugénio de Andrade.
O tema central da sua poesia é a figuração do Homem, não apenas do eu individual, integrado num colectivo, com o qual se harmoniza ou luta.
Apesar do seu enorme prestígio nacional e internacional, Eugénio de Andrade sempre viveu distanciado da chamada vida social, literária ou mundana, tendo o próprio justificado as suas raras aparições públicas com “essa debilidade do coração que é a amizade”.
Recebeu inúmeras distinções, entre as quais, o Prémio de Poesia Jean Malrieu (1984), o Prémio da Associação Internacional de Críticos Literários (1986), Prémio D. Dinis (1988), Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1989), o Prémio Europeu de Poesia (1996), Prémio Camões (2001) e o Prémio Pen Club (2003).
publicado por armando ésse às 09:45
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Janeiro 19 2006

Não é a primeira antologia que reúne a poesia de Eugénio de Andrade, mas a obra a apresentar hoje, às 18.30 horas, na Fundação do autor de "As mãos e os frutos", no Porto, vem anunciada como a "edição definitiva" da obra de um dos mais profícuos poetas portugueses do século XX.
O professor universitário e ensaísta Arnaldo Saraiva teve a cargo a tarefa de organizar a edição, respeitando as instruções deixadas pelo poeta.
Os critérios que presidiram ao trabalho de organização são explicados num texto inserido no final do volume, no qual Arnaldo Saraiva justifica o motivo por que não recorreu aos textos escritos nos últimos anos de vida, quando o autor já se encontrava enfermo.
Em relação à última antologia, datada de 2000, o livro agora editado pela Fundação Eugénio de Andrade mantém não só o título como o grafismo de Armando Alves, com a reprodução de uma gravura de Ângelo de Sousa. A maior novidade prende-se com a inclusão de "Os sulcos da sede", editado em 2001, que contribui para que o volume tenha um pouco mais de 600 páginas. JN.
Eugénio de Andrade, falecido a 13 de Junho de 2005, se fosse vivo, completaria hoje 83 anos.
Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas, nasceu a 19 de Janeiro de 1923 na Póvoa de Atalaia, Fundão, região da Beira Baixa, no seio de uma família de camponeses. A sua infância foi passada com a mãe na sua aldeia natal, fixando-se em Lisboa em 1932 com a mãe, que entretanto se separara do pai.
Estudou no Liceu Passos Manuel e na Escola Técnica Machado de Castro, tendo escrito os seus primeiros poemas em 1936, o primeiro dos quais, intitulado «Narciso», publicou três anos mais tarde.
Em 1943 mudou-se para Coimbra, onde regressa depois de cumprido o serviço militar, convivendo com Miguel Torga e Eduardo Lourenço. Em 1947, entrou para a Inspecção Administrativa dos Serviços Médico-Sociais, exercendo durante 35 anos as funções de inspector administrativo do Ministério da Saúde.
Em 1948, publica «As mãos e os frutos», que mereceu os aplausos de críticos como Jorge de Sena ou Vitorino Nemésio.
Uma transferência de serviço levá-lo-ia a instalar-se no Porto em 1950, onde fixou residência. Abandonou a ideia de um curso de Filosofia para se dedicar à poesia e à escrita, actividades pelas quais demonstro desde de cedo profundo interesse, a partir da descoberta de trabalhos de Guerra Junqueiro e António Botto. Camilo Pessanha constituiu outra forte influência do jovem poeta Eugénio de Andrade.
Entre as dezenas de obras que publicou encontram-se, na poesia, «Os amantes sem dinheiro» (1950), «As palavras interditas» (1951), «Escrita da Terra» (1974), «Matéria Solar» (1980), «Rente ao dizer» (1992), «Ofício da paciência» (1994), «O sal da língua» (1995) e «Os lugares do lume» (1998).
Em prosa, publicou «Os afluentes do silêncio» (1968), «Rosto precário» (1979) e «À sombra da memória» (1993), além das histórias infantis «História da égua branca» (1977) e «Aquela nuvem e as outras» (1986).
As suas obras foram traduzidas para alemão, asturiano, basco, castelhano, catalão, galego, chinês, francês, italiano, inglês, jugoslavo e russo.
A sua poesia caracteriza-se pela importância dada à palavra, quer no seu valor imagético, quer rítmico, sendo a musicalidade um dos aspectos mais marcantes da poética de Eugénio de Andrade.
O tema central da sua poesia é a figuração do Homem, não apenas do eu individual, integrado num colectivo, com o qual se harmoniza ou luta.
Apesar do seu enorme prestígio nacional e internacional, Eugénio de Andrade sempre viveu distanciado da chamada vida social, literária ou mundana, tendo o próprio justificado as suas raras aparições públicas com “essa debilidade do coração que é a amizade”.
Recebeu inúmeras distinções, entre as quais, o Prémio de Poesia Jean Malrieu (1984), o Prémio da Associação Internacional de Críticos Literários (1986), Prémio D. Dinis (1988), Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1989), o Prémio Europeu de Poesia (1996), Prémio Camões (2001) e o Prémio Pen Club (2003).
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