A FÁBRICA

Fevereiro 20 2006

Robert Edwin Peary, explorador norte-americano nascido em Cresson, Pensilvânia, em 6 de Maio de 1856. Em 1881, alistou-se na marinha americana como engenheiro civil e, por vários anos, serviu na Nicarágua, onde trabalhou pesquisando a possibilidade da construção de um canal. Interessou-se pela exploração Árctica, e fez uma viagem ao interior da Groenlândia, em 1886.
Mais tarde, conseguindo uma licença da marinha, liderou uma expedição à Groenlândia para pesquisas científicas e exploração. Foram feitas importantes observações etnológicas e meteorológicas e, numa longa jornada de trenó à costa nordeste da Groenlândia, explorou a “Terra de Peary”, descobriu o fiorde Independência, e comprovou que a Groenlândia era uma ilha.
Estudou a população de esquimós e conquistou a simpatia dos montanheses do Árctico, uma tribo que o ajudou nas excursões. Outras expedições continuaram o trabalho em 1893-5 e em duas viagens, durante os verões de 1896 e 1897, Peary trouxe para os Estados Unidos alguns meteoritos que encontrou. Um relato de suas experiências árcticas apareceu no livro “Northward over the great Ice”.

Conseguindo outra licença da marinha, liderou outra expedição (1898 - 1902), desta vez com o objectivo de alcançar o Pólo Norte. Só conseguiu chegar aos 84º17’N, mas fez importantes pesquisas na “Terra de Ellesmere”, um estudo sobre a superfície e a composição da calote polar. No seu livro “Nearest the Pole” descreveu os eventos da sua expedição de 1905 – 6, quando alcançou o ponto 87 º6’N, que se encontrava a, apenas, 174 milhas (280 km) do seu objectivo.
Em 1908, Peary lançou-se na sua última tentativa de alcançar o Pólo Norte. Partindo da Terra de Ellesmere, acompanhado de Matthew Henson e quatro esquimós, fez uma arrancada final para o Pólo, o qual, afirmou ter alcançado a 6 de Abril de 1909. Anunciou publicamente ter alcançado seus objectivos porém, ao voltar aos Estados Unidos, descobriu que o Dr. Frederick A. Cook, num relato totalmente falso, havia afirmado ter alcançado o Pólo antes dele.
Seguiu-se uma amarga controvérsia. Cook, que havia sido médico da expedição de Peary de 1891 – 2, sustentou a sua conquista até ao fim da vida, no entanto, o Congresso americano reconheceu o feito de Peary, e ofereceu-lhe os seus agradecimentos em 1911, ano em que se retirou da Marinha, no posto de Contra – Almirante.
De qualquer modo e na realidade, Robert Peary não alcançou o Pólo Norte, ficou, sabe-se hoje, a cinco milhas do objectivo.
A esposa de Peary, Josephine Diebitsch Peary (1863 - 1955) acompanhou-o em várias das suas expedições, e deu à luz, no Árctico, à filha dos dois, Marie Ahnighito Peary.
Robert Peary morreu em Washington, D.C. em 20 de Fevereiro de 1920.
publicado por armando ésse às 20:49
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Fevereiro 20 2006

Robert Edwin Peary, explorador norte-americano nascido em Cresson, Pensilvânia, em 6 de Maio de 1856. Em 1881, alistou-se na marinha americana como engenheiro civil e, por vários anos, serviu na Nicarágua, onde trabalhou pesquisando a possibilidade da construção de um canal. Interessou-se pela exploração Árctica, e fez uma viagem ao interior da Groenlândia, em 1886.
Mais tarde, conseguindo uma licença da marinha, liderou uma expedição à Groenlândia para pesquisas científicas e exploração. Foram feitas importantes observações etnológicas e meteorológicas e, numa longa jornada de trenó à costa nordeste da Groenlândia, explorou a “Terra de Peary”, descobriu o fiorde Independência, e comprovou que a Groenlândia era uma ilha.
Estudou a população de esquimós e conquistou a simpatia dos montanheses do Árctico, uma tribo que o ajudou nas excursões. Outras expedições continuaram o trabalho em 1893-5 e em duas viagens, durante os verões de 1896 e 1897, Peary trouxe para os Estados Unidos alguns meteoritos que encontrou. Um relato de suas experiências árcticas apareceu no livro “Northward over the great Ice”.

Conseguindo outra licença da marinha, liderou outra expedição (1898 - 1902), desta vez com o objectivo de alcançar o Pólo Norte. Só conseguiu chegar aos 84º17’N, mas fez importantes pesquisas na “Terra de Ellesmere”, um estudo sobre a superfície e a composição da calote polar. No seu livro “Nearest the Pole” descreveu os eventos da sua expedição de 1905 – 6, quando alcançou o ponto 87 º6’N, que se encontrava a, apenas, 174 milhas (280 km) do seu objectivo.
Em 1908, Peary lançou-se na sua última tentativa de alcançar o Pólo Norte. Partindo da Terra de Ellesmere, acompanhado de Matthew Henson e quatro esquimós, fez uma arrancada final para o Pólo, o qual, afirmou ter alcançado a 6 de Abril de 1909. Anunciou publicamente ter alcançado seus objectivos porém, ao voltar aos Estados Unidos, descobriu que o Dr. Frederick A. Cook, num relato totalmente falso, havia afirmado ter alcançado o Pólo antes dele.
Seguiu-se uma amarga controvérsia. Cook, que havia sido médico da expedição de Peary de 1891 – 2, sustentou a sua conquista até ao fim da vida, no entanto, o Congresso americano reconheceu o feito de Peary, e ofereceu-lhe os seus agradecimentos em 1911, ano em que se retirou da Marinha, no posto de Contra – Almirante.
De qualquer modo e na realidade, Robert Peary não alcançou o Pólo Norte, ficou, sabe-se hoje, a cinco milhas do objectivo.
A esposa de Peary, Josephine Diebitsch Peary (1863 - 1955) acompanhou-o em várias das suas expedições, e deu à luz, no Árctico, à filha dos dois, Marie Ahnighito Peary.
Robert Peary morreu em Washington, D.C. em 20 de Fevereiro de 1920.
publicado por armando ésse às 20:49
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Fevereiro 15 2006

Novas imagens do abuso de prisioneiros iraquianos por soldados americanos na prisão de Abu Ghraib, no Iraque, foram exibidas nesta quarta-feira pela rede de TV pública da Austrália SBS. As fotografias indicam que a tortura e abusos teriam sido ainda piores do que aquilo que já se sabia. As fotos mostram um preso coberto do que parece ser excrementos, outro preso com um corte na garganta e uma suposta sala de interrogatórios banhada de sangue.
“Estas são as fotografias que o governo americano não quer que você veja”, disse o apresentador da TV australiana antes de exibi-las.
Algumas das novas fotos trazem ângulos diferentes das fotos já famosas em todo o mundo, como a de um homem encapuzado com fios amarrados aos dedos, presos nus obrigados a empilhar-se uns sobre os outros e presos a ser ameaçados com cães.
De acordo com a emissora australiana, as novas imagens já haviam sido exibidas em sessões reservadas a membros do Congresso americano.
As imagens fazem parte de um total de mais de 100 fotos e quatro vídeos que foram confiscados a militares em Abu Ghraib e entregues à Divisão de Investigações Criminais do Exército americano.
De acordo com a televisão australiana, estas imagens são motivo de uma disputa judicial nos Estados Unidos, onde o governo americano se esforça para evitar que a imprensa tenha acesso a publicá-las.
A direcção de informação da estação televisiva australiana justificou a transmissão das fotografias e dos vídeos afirmando que eles revelam a verdadeira dimensão dos maus tratos.
publicado por armando ésse às 14:54

Fevereiro 15 2006

Novas imagens do abuso de prisioneiros iraquianos por soldados americanos na prisão de Abu Ghraib, no Iraque, foram exibidas nesta quarta-feira pela rede de TV pública da Austrália SBS. As fotografias indicam que a tortura e abusos teriam sido ainda piores do que aquilo que já se sabia. As fotos mostram um preso coberto do que parece ser excrementos, outro preso com um corte na garganta e uma suposta sala de interrogatórios banhada de sangue.
“Estas são as fotografias que o governo americano não quer que você veja”, disse o apresentador da TV australiana antes de exibi-las.
Algumas das novas fotos trazem ângulos diferentes das fotos já famosas em todo o mundo, como a de um homem encapuzado com fios amarrados aos dedos, presos nus obrigados a empilhar-se uns sobre os outros e presos a ser ameaçados com cães.
De acordo com a emissora australiana, as novas imagens já haviam sido exibidas em sessões reservadas a membros do Congresso americano.
As imagens fazem parte de um total de mais de 100 fotos e quatro vídeos que foram confiscados a militares em Abu Ghraib e entregues à Divisão de Investigações Criminais do Exército americano.
De acordo com a televisão australiana, estas imagens são motivo de uma disputa judicial nos Estados Unidos, onde o governo americano se esforça para evitar que a imprensa tenha acesso a publicá-las.
A direcção de informação da estação televisiva australiana justificou a transmissão das fotografias e dos vídeos afirmando que eles revelam a verdadeira dimensão dos maus tratos.
publicado por armando ésse às 14:54

Fevereiro 14 2006

Os protestos no mundo islâmico contra as caricaturas do profeta Maomé levaram muita gente no Médio Oriente a questionar-se porque é que os muçulmanos não costumam agitar-se da mesma forma quando se trata de questões como democracia e direitos humanos.
Numa região predominantemente governada por regimes absolutistas, há pouco incentivo a manifestações contra restrições a liberdades políticas, desemprego ou violações dos direitos humanos, frequentemente relatadas por organizações internacionais.
Nas últimas semanas, milhares de pessoas saíram às ruas do Médio Oriente para protestar contra as caricaturas publicadas originalmente em Setembro na Dinamarca e posteriormente reproduzidas em vários países. Os manifestantes queimaram bandeiras europeias e gritavam palavras de ordem contra o Ocidente. Diversas Embaixadas foram queimadas no Líbano e na Síria e no Irão.
“Por que vemos hoje toda esta solidariedade no protesto às caricaturas, como se só elas tivessem insultado o profeta Maomé?”, questionou Ali Mahdi em carta publicada no jornal libanês As-Safir.
“Vocês não acham que a injustiça, a tortura, o analfabetismo e as restrições às liberdades (no mundo islâmico) são também considerados insultos ao Profeta, que pediu respeito pelos direitos humanos?”
Um relatório divulgado em Setembro pela ONU dizia que o mundo árabe dificilmente atingirá as metas internacionais de redução da pobreza, da fome e do desemprego até 2015, em parte por causa da má distribuição dos rendimentos.
Jihad Al Khazen, influente colunista do jornal Al Hayat, disse que há consenso entre os muçulmanos de que as caricaturas insultaram a sua religião, algo que não ocorre a respeito de temas como democracia e política. “Mais de mil milhões de muçulmanos concordam que tais caricaturas foram um insulto à sua religião e ao Profeta e rejeitam isso”, afirmou.
“(Mas), não há consenso sobre a democracia. Alguns árabes desprezam a democracia como sendo um produto do Ocidente”.
Osama Safa, director do Centro de Estudos Políticos Libaneses, oferece uma perspectiva diferente. “A maioria dos protestos contra as caricaturas foram abençoados, se não organizados, por governos locais, que incentivaram tais actos desde que não toquem em questões domésticas delicadas”. Safa disse que o elevado desemprego na região faz com que os jovens árabes deixem de lado reivindicações como mais democracia e maior participação política.
“As pessoas preferem ventilar a sua ira num protesto que não irrite as autoridades locais a correrem o risco de perderem o que têm, mesmo que seja pouco, caso façam uma manifestação pedindo mais coisas”, disse a activista política libanesa Nora Mourad. Com agências.
publicado por armando ésse às 09:47

Fevereiro 14 2006

Os protestos no mundo islâmico contra as caricaturas do profeta Maomé levaram muita gente no Médio Oriente a questionar-se porque é que os muçulmanos não costumam agitar-se da mesma forma quando se trata de questões como democracia e direitos humanos.
Numa região predominantemente governada por regimes absolutistas, há pouco incentivo a manifestações contra restrições a liberdades políticas, desemprego ou violações dos direitos humanos, frequentemente relatadas por organizações internacionais.
Nas últimas semanas, milhares de pessoas saíram às ruas do Médio Oriente para protestar contra as caricaturas publicadas originalmente em Setembro na Dinamarca e posteriormente reproduzidas em vários países. Os manifestantes queimaram bandeiras europeias e gritavam palavras de ordem contra o Ocidente. Diversas Embaixadas foram queimadas no Líbano e na Síria e no Irão.
“Por que vemos hoje toda esta solidariedade no protesto às caricaturas, como se só elas tivessem insultado o profeta Maomé?”, questionou Ali Mahdi em carta publicada no jornal libanês As-Safir.
“Vocês não acham que a injustiça, a tortura, o analfabetismo e as restrições às liberdades (no mundo islâmico) são também considerados insultos ao Profeta, que pediu respeito pelos direitos humanos?”
Um relatório divulgado em Setembro pela ONU dizia que o mundo árabe dificilmente atingirá as metas internacionais de redução da pobreza, da fome e do desemprego até 2015, em parte por causa da má distribuição dos rendimentos.
Jihad Al Khazen, influente colunista do jornal Al Hayat, disse que há consenso entre os muçulmanos de que as caricaturas insultaram a sua religião, algo que não ocorre a respeito de temas como democracia e política. “Mais de mil milhões de muçulmanos concordam que tais caricaturas foram um insulto à sua religião e ao Profeta e rejeitam isso”, afirmou.
“(Mas), não há consenso sobre a democracia. Alguns árabes desprezam a democracia como sendo um produto do Ocidente”.
Osama Safa, director do Centro de Estudos Políticos Libaneses, oferece uma perspectiva diferente. “A maioria dos protestos contra as caricaturas foram abençoados, se não organizados, por governos locais, que incentivaram tais actos desde que não toquem em questões domésticas delicadas”. Safa disse que o elevado desemprego na região faz com que os jovens árabes deixem de lado reivindicações como mais democracia e maior participação política.
“As pessoas preferem ventilar a sua ira num protesto que não irrite as autoridades locais a correrem o risco de perderem o que têm, mesmo que seja pouco, caso façam uma manifestação pedindo mais coisas”, disse a activista política libanesa Nora Mourad. Com agências.
publicado por armando ésse às 09:47

Fevereiro 13 2006

Chamaram-lhe utópico, mestre, sábio, visionário, subversivo mas gostava de dizer de si mesmo, que era “um paradoxo”. “Considerando-me paradoxal, dirigem-me o maior elogio”. Agostinho da Silva. Cumpre-se hoje 100 anos do seu nascimento. “Teve vários filhos, assim em números redondos oito”, não tinha número de contribuinte nem bilhete de identidade. Espírito livre, não pactuava com nada excepto com a liberdade de pensamento.
George Agostinho Baptista da Silva nasceu no Porto a 13 de Fevereiro de 1906, o emprego do pai, alfandegário, leva-o do Porto Natal para Barca d’Alba, onde viveu parte da sua infância. Aprendeu a ler aos 4 anos com a sua mãe, Georgina do Carmo Baptista Rodrigues da Silva. Em 1915 a sua família regressa ao Porto, onde Agostinho da Silva faz o exame da 4ª classe .

O pai matricula-o na Escola Industrial Mouzinho da Silveira, a fim de seguir uma carreira técnicoprofissional. O insucesso escolar e a falta aproveitamento aconselham uma mudança área. Em 1917 muda-se para o Liceu Rodrigues de Freitas.
Em 1919 com o esmagamento da “monarquia do Norte”, o pai, Francisco José Agostinho da Silva, é preso e demitido da função pública. Em 1924 Agostinho da Silva conclui o curso geral dos liceus com a classificação de 20 valores e ingressa na Faculdade de Letras do Porto, onde, em 1928, conclui a licenciatura em Filologia Clássica com 20 valores, defendendo uma tese sobre o poeta latino Catulo. Insurge-se contra a extinção da Faculdade de Letras do Porto e com um decreto que impõe a separação dos sexos nas escolas em todos os locais onde existisses mais de uma escola. Começa também a colaborar com a publicação Seara Nova.
Em 1929, com apenas 23 anos, conclui a sua tese de doutoramento: o Sentido Histórico das Civilizações Clássicas. Em 1931 uma bolsa de estudo leva-o até à Sorbonne e ao Collège de France. Dois anos mais tarde, regressa a Portugal e passa a leccionar no Liceu José Estêvão, em Aveiro.
Os textos sobre o desenvolvimento cultural e educativo do país, que divulga nas revistas «Labor» e «Seara Nova», inquietavam Salazar. Apenas dois anos depois de entrar para o ensino público, o professor é exonerado, por se recusar a assinar a Lei Cabral. Um documento onde tinha que jurar não pertencer a nenhuma sociedade secreta. Para além de Agostinho da Silva, só houve mais duas pessoas a dizer não: Fernando Pessoa e Norton de Matos.
Desempregado, Agostinho da Silva começa a dar aulas no ensino privado e explicações particulares. Mário Soares, mestre Lagoa Henriques, Manuel Vinhas, os irmãos Lima de Faria foram apenas alguns dos seus pupilos. O professor inicia também uma série de palestras públicas, de Norte a Sul do país. E começa a publicação dos seus famosos cadernos de iniciação cultural, sobre áreas tão diversas como religião ou arquitectura.
No total 120 cadernos foram escritos e editados por Agostinho da Silva, entre 1937 e 1944. Foram os cadernos «O Cristianismo», editado em 1943, e «Doutrina Cristã», 1944, que abriram um fogo-cruzado entre Agostinho da Silva, Igreja e Estado Novo. Mesmo exonerado, Agostinho da Silva incomodava. Depois de muitos duelos travados na imprensa com personalidades como o padre Raul Machado, da Universidade de Lisboa, ou o cardeal patriarca de Lisboa, Agostinho da Silva acaba preso na cadeia do Aljube. A sua biblioteca é confiscada e inventariada.
Cansado de Portugal, Agostinho da Silva parte para o Brasil, onde deu continuidade à sua «missão» de divulgador cultural. No outro lado do Atlântico, participou na fundação de universidades e centros de estudo, sobretudo fora dos centros urbanos: a Universidade Federal de Paraíba, a Federal de Santa Catarina, a Universidade de Brasília, o Centro de Estudos Africanos e Orientais da Universidade Federal da Baía. Um abraço entre o povo português, africano e brasileiro, foi um sonho que despertou em Agostinho desde novo.
É a ideia de uma Comunidade luso-afro-brasileira que partilha no IV Colóquio Internacional de Estudos Luso-brasileiros, em 1959, na universidade da Baía. No colóquio participa Marcelo Caetano (ainda como reitor e ex-ministro).
Contrariando todas as ideias em que assentava a intervenção o homem que viria a suceder a Salazar, Agostinho lança para a mesa aquilo que considera os verdadeiros problemas das colónias africanas.
«O futuro das ideias e das tradições em geral do mundo africano, a dignidade do indivíduo e a liberdade do homem, o impacto da civilização de carácter familiar sobre uma mentalidade fortemente tribal. E outro problema! Sabermos o que pensarão de nós no futuro milhões de africanos».
Como representante do Brasil, cuja cidadania adquiriu em 1958, esteve no Japão, em Macau e em Timor Leste. Viagens, por onde fundou por exemplo, o Instituto de Língua e Cultura Portuguesa, em Tóquio, o Centro de estudos Ruy Cinatti e o Centro de Estudos Brasileiros, ambos Dili. A chegada da ditadura ao Brasil, traz Agostinho de regresso a Portugal, em 1969. Por cá, passa pela direcção do Centro de Estudos Latino-americanos da Universidade Técnica de Lisboa, e foi consultor do Instituto Cultura e Língua Portuguesa (ICALP). Inicia também um grande contacto com a Galiza e com a Catalunha.
Marcando uma posição de certa forma marginal em relação aos grupos da intelectualidade portuguesa, as suas intervenções, por vezes desconcertantes ou provocadoras, e a sua visão utópica e voluntarista tornaram-no uma figura amada do grande público. Da variada temática a que se dedicou, salienta-se o tema do sentido histórico de Portugal e do povo português e seu futuro.
Nos últimos anos de sua vida, Agostinho da Silva tornou-se extremamente popular, quando, no início dos anos noventa, começou a participar no programa “Conversas Vadias” da RTP2. A partir daí, o avozinho de Portugal conquistou milhões de portugueses, eu incluído, que se colavam ao ecrã para ouvir os seus pensamentos.
Morreu em Lisboa no Hospital de S. Francisco de Xavier num domingo de Páscoa, a 3 de Abril de 1994.
A nível literário publicou a obra de poesia Uns Poemas de Agostinho (1989) e os ensaios Sentido Histórico das Civilizações Clássicas (1929), A Religão Grega (1930), Glosas (1934), Conversações com Diotima (1944), Reflexão (1957), Um Fernando Pessoa (1959), As Aproximações (1960), Fantasia Portuguesa para Orquestra de História e de Futuro (1981) e Educação de Portugal (1989).
publicado por armando ésse às 19:46
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Fevereiro 13 2006

Chamaram-lhe utópico, mestre, sábio, visionário, subversivo mas gostava de dizer de si mesmo, que era “um paradoxo”. “Considerando-me paradoxal, dirigem-me o maior elogio”. Agostinho da Silva. Cumpre-se hoje 100 anos do seu nascimento. “Teve vários filhos, assim em números redondos oito”, não tinha número de contribuinte nem bilhete de identidade. Espírito livre, não pactuava com nada excepto com a liberdade de pensamento.
George Agostinho Baptista da Silva nasceu no Porto a 13 de Fevereiro de 1906, o emprego do pai, alfandegário, leva-o do Porto Natal para Barca d’Alba, onde viveu parte da sua infância. Aprendeu a ler aos 4 anos com a sua mãe, Georgina do Carmo Baptista Rodrigues da Silva. Em 1915 a sua família regressa ao Porto, onde Agostinho da Silva faz o exame da 4ª classe .

O pai matricula-o na Escola Industrial Mouzinho da Silveira, a fim de seguir uma carreira técnicoprofissional. O insucesso escolar e a falta aproveitamento aconselham uma mudança área. Em 1917 muda-se para o Liceu Rodrigues de Freitas.
Em 1919 com o esmagamento da “monarquia do Norte”, o pai, Francisco José Agostinho da Silva, é preso e demitido da função pública. Em 1924 Agostinho da Silva conclui o curso geral dos liceus com a classificação de 20 valores e ingressa na Faculdade de Letras do Porto, onde, em 1928, conclui a licenciatura em Filologia Clássica com 20 valores, defendendo uma tese sobre o poeta latino Catulo. Insurge-se contra a extinção da Faculdade de Letras do Porto e com um decreto que impõe a separação dos sexos nas escolas em todos os locais onde existisses mais de uma escola. Começa também a colaborar com a publicação Seara Nova.
Em 1929, com apenas 23 anos, conclui a sua tese de doutoramento: o Sentido Histórico das Civilizações Clássicas. Em 1931 uma bolsa de estudo leva-o até à Sorbonne e ao Collège de France. Dois anos mais tarde, regressa a Portugal e passa a leccionar no Liceu José Estêvão, em Aveiro.
Os textos sobre o desenvolvimento cultural e educativo do país, que divulga nas revistas «Labor» e «Seara Nova», inquietavam Salazar. Apenas dois anos depois de entrar para o ensino público, o professor é exonerado, por se recusar a assinar a Lei Cabral. Um documento onde tinha que jurar não pertencer a nenhuma sociedade secreta. Para além de Agostinho da Silva, só houve mais duas pessoas a dizer não: Fernando Pessoa e Norton de Matos.
Desempregado, Agostinho da Silva começa a dar aulas no ensino privado e explicações particulares. Mário Soares, mestre Lagoa Henriques, Manuel Vinhas, os irmãos Lima de Faria foram apenas alguns dos seus pupilos. O professor inicia também uma série de palestras públicas, de Norte a Sul do país. E começa a publicação dos seus famosos cadernos de iniciação cultural, sobre áreas tão diversas como religião ou arquitectura.
No total 120 cadernos foram escritos e editados por Agostinho da Silva, entre 1937 e 1944. Foram os cadernos «O Cristianismo», editado em 1943, e «Doutrina Cristã», 1944, que abriram um fogo-cruzado entre Agostinho da Silva, Igreja e Estado Novo. Mesmo exonerado, Agostinho da Silva incomodava. Depois de muitos duelos travados na imprensa com personalidades como o padre Raul Machado, da Universidade de Lisboa, ou o cardeal patriarca de Lisboa, Agostinho da Silva acaba preso na cadeia do Aljube. A sua biblioteca é confiscada e inventariada.
Cansado de Portugal, Agostinho da Silva parte para o Brasil, onde deu continuidade à sua «missão» de divulgador cultural. No outro lado do Atlântico, participou na fundação de universidades e centros de estudo, sobretudo fora dos centros urbanos: a Universidade Federal de Paraíba, a Federal de Santa Catarina, a Universidade de Brasília, o Centro de Estudos Africanos e Orientais da Universidade Federal da Baía. Um abraço entre o povo português, africano e brasileiro, foi um sonho que despertou em Agostinho desde novo.
É a ideia de uma Comunidade luso-afro-brasileira que partilha no IV Colóquio Internacional de Estudos Luso-brasileiros, em 1959, na universidade da Baía. No colóquio participa Marcelo Caetano (ainda como reitor e ex-ministro).
Contrariando todas as ideias em que assentava a intervenção o homem que viria a suceder a Salazar, Agostinho lança para a mesa aquilo que considera os verdadeiros problemas das colónias africanas.
«O futuro das ideias e das tradições em geral do mundo africano, a dignidade do indivíduo e a liberdade do homem, o impacto da civilização de carácter familiar sobre uma mentalidade fortemente tribal. E outro problema! Sabermos o que pensarão de nós no futuro milhões de africanos».
Como representante do Brasil, cuja cidadania adquiriu em 1958, esteve no Japão, em Macau e em Timor Leste. Viagens, por onde fundou por exemplo, o Instituto de Língua e Cultura Portuguesa, em Tóquio, o Centro de estudos Ruy Cinatti e o Centro de Estudos Brasileiros, ambos Dili. A chegada da ditadura ao Brasil, traz Agostinho de regresso a Portugal, em 1969. Por cá, passa pela direcção do Centro de Estudos Latino-americanos da Universidade Técnica de Lisboa, e foi consultor do Instituto Cultura e Língua Portuguesa (ICALP). Inicia também um grande contacto com a Galiza e com a Catalunha.
Marcando uma posição de certa forma marginal em relação aos grupos da intelectualidade portuguesa, as suas intervenções, por vezes desconcertantes ou provocadoras, e a sua visão utópica e voluntarista tornaram-no uma figura amada do grande público. Da variada temática a que se dedicou, salienta-se o tema do sentido histórico de Portugal e do povo português e seu futuro.
Nos últimos anos de sua vida, Agostinho da Silva tornou-se extremamente popular, quando, no início dos anos noventa, começou a participar no programa “Conversas Vadias” da RTP2. A partir daí, o avozinho de Portugal conquistou milhões de portugueses, eu incluído, que se colavam ao ecrã para ouvir os seus pensamentos.
Morreu em Lisboa no Hospital de S. Francisco de Xavier num domingo de Páscoa, a 3 de Abril de 1994.
A nível literário publicou a obra de poesia Uns Poemas de Agostinho (1989) e os ensaios Sentido Histórico das Civilizações Clássicas (1929), A Religão Grega (1930), Glosas (1934), Conversações com Diotima (1944), Reflexão (1957), Um Fernando Pessoa (1959), As Aproximações (1960), Fantasia Portuguesa para Orquestra de História e de Futuro (1981) e Educação de Portugal (1989).
publicado por armando ésse às 19:46
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Fevereiro 12 2006

(clicar na fotografia para aumentar)
Mais de 6,5 milhões de brasileiros, cerca de 3,5 por cento da população total do país, vivem condições precárias em favelas, maioritariamente nas grandes cidades, revela um estudo divulgado hoje pelo jornal O Estado de São Paulo.
Metade da população das favelas, como são chamados os bairros pobres nos subúrbios das cidades brasileiras, está concentrada nos Estados de São Paulo (2,07 milhões) e Rio de Janeiro (1,38 milhões).
O estudo divulgado pelo jornal O Estado de São Paulo, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), revela que a população que vive em favelas aumentou 39 por cento nas capitais dos estados, na última década.
As excepções são as capitais Vitória (Espírito Santo), Florianópolis (Santa Catarina) e Campo Grande (Mato Grosso do Sul), onde o número de pessoas que vivem em favelas diminuiu.
Brasília foi a capital que registou o maior aumento, cerca de 400 por cento, da população que reside em favelas, seguida por João Pessoa (Paraíba), com 265 por cento.
Em Belém, a capital do Estado do Pará, na região Norte do Brasil, cerca de 35 por cento do total da população, a maior proporção entre todas as capitais, vive em favelas.
"Em dez anos praticamente se duplicou o número de ocupações irregulares", disse o secretário municipal de Habitação de Belém, Paulo Queiroz, em declarações ao jornal.Eduardo Marques, professor da Universidade de São Paulo (USP), um dos especialistas ouvidos pelo diário, avançou que a pobreza é um dos principais factores responsáveis pelo aumento da população nas favelas.
Outro factor que contribuiu para o aumento do problema é a migração da população pobre do interior do país para as grandes cidades em busca de emprego.Actualmente, a população brasileira é de cerca de 185,6 milhões de habitantes, segundo dados do IBGE.
LUSA
publicado por armando ésse às 20:14

Fevereiro 12 2006

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Mais de 6,5 milhões de brasileiros, cerca de 3,5 por cento da população total do país, vivem condições precárias em favelas, maioritariamente nas grandes cidades, revela um estudo divulgado hoje pelo jornal O Estado de São Paulo.
Metade da população das favelas, como são chamados os bairros pobres nos subúrbios das cidades brasileiras, está concentrada nos Estados de São Paulo (2,07 milhões) e Rio de Janeiro (1,38 milhões).
O estudo divulgado pelo jornal O Estado de São Paulo, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), revela que a população que vive em favelas aumentou 39 por cento nas capitais dos estados, na última década.
As excepções são as capitais Vitória (Espírito Santo), Florianópolis (Santa Catarina) e Campo Grande (Mato Grosso do Sul), onde o número de pessoas que vivem em favelas diminuiu.
Brasília foi a capital que registou o maior aumento, cerca de 400 por cento, da população que reside em favelas, seguida por João Pessoa (Paraíba), com 265 por cento.
Em Belém, a capital do Estado do Pará, na região Norte do Brasil, cerca de 35 por cento do total da população, a maior proporção entre todas as capitais, vive em favelas.
"Em dez anos praticamente se duplicou o número de ocupações irregulares", disse o secretário municipal de Habitação de Belém, Paulo Queiroz, em declarações ao jornal.Eduardo Marques, professor da Universidade de São Paulo (USP), um dos especialistas ouvidos pelo diário, avançou que a pobreza é um dos principais factores responsáveis pelo aumento da população nas favelas.
Outro factor que contribuiu para o aumento do problema é a migração da população pobre do interior do país para as grandes cidades em busca de emprego.Actualmente, a população brasileira é de cerca de 185,6 milhões de habitantes, segundo dados do IBGE.
LUSA
publicado por armando ésse às 20:14

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