A FÁBRICA

Março 31 2006

Estou de volta, mas este complicado sujeito, conhecido por Jetlag, não me deixa criar nada.
A nossa relação, terminará no fim de semana.
O jetlag ocorre devido à mudança dos fusos horários, por um desfasamento entre o relógio biológico interno humano e os indicadores de tempo externo. O jetlag surge quando o relógio biológico do organismo choca com um novo fuso horário. A gravidade do jetlag encontra-se frequentemente associada ao número de fusos horários cruzados durante as viagens de avião (no meu caso foram oito fusos horários).

Cerca de noventa por cento dos passageiros de voos de longo curso revelam, em média, sintomas de jetlag. O jetlag afecta o lado mental, emocional e físico das pessoas. Entre os seus sintomas, incluem-se sonolência ou letargia, tendência para dormir durante o dia e insónias à noite, perda da memória cefaleias, insegurança, impaciência, irritabilidade, ansiedade, distúrbios digestivos, desorientação, tosse seca, olhos e pele secos, dor de ouvido, fadiga, membros inferiores dormentes, náuseas. A dormência nos pés é causada pela baixa pressão do ar a bordo e pela falta de circulação do sangue devido a longos períodos sem movimentação.
A sonolência diurna(muita) é um sintoma muito habitual e piora quando se viaja de oeste para este, onde os fusos horários dificultam o despertar pela manhã e a conciliação do sono à noite. Os desvios ambientais em viagens longas, como a mudança no clima, a diversidade cultural e o ar viciado e húmido do avião, também contribuem para os sintomas de jetlag.
O jetlag não afecta todas as pessoas da mesma forma. As crianças com menos de três anos de idade, geralmente, não apresentam sintomas de jetlag, porque a sua capacidade de adaptação é maior do que a dos adultos. Os indivíduos que adormecem facilmente e os indivíduos cuja vida diária envolve rotinas muito variadas, ajustam-se bem a variações dos ritmos circadianos e adaptam-se facilmente a padrões diferentes de comer e dormir. Por outro lado, os adultos cuja vida se faz de horários rígidos, são os que sofrem mais com as consequências do jetlag. Esta situação também afecta mais os passageiros do que os profissionais das companhias aéreas, não só porque os passageiros estão menos habituados aos factores que provocam o jetlag, mas também porque se encontram confinados a um espaço minúsculo durante longos períodos de tempo. É possível evitar o jetlag, mas a prevenção deve ser feita ainda antes da partida, através do controlo da ansiedade e de exercício físico. Os medicamentos para dormir, usados habitualmente pelos passageiros para aliviar o jetlag, constituem uma forma perigosa de o combater. Um estudo efectuado durante três anos no Aeroporto de Heathrow, Inglaterra, revelou que cerca de dezoito por cento das 61 mortes súbitas registadas em passageiros de longo curso que passaram naquele terminal tinham sido provocadas pela formação de coágulos nos pulmões. Os medicamentos para dormir induzem um estado de letargia em que não existem praticamente movimentos do corpo, facto que pode predispor à formação deste tipo de coágulos. Podem ser necessários muitos dias para o organismo se reajustar ao fuso horário. A NASA calcula que é necessário cerca de um dia para o relógio biológico recuperar cada fuso horário cruzado durante a viagem. Adaptado de várias fontes.
publicado por armando ésse às 08:03

Março 31 2006

Estou de volta, mas este complicado sujeito, conhecido por Jetlag, não me deixa criar nada.
A nossa relação, terminará no fim de semana.
O jetlag ocorre devido à mudança dos fusos horários, por um desfasamento entre o relógio biológico interno humano e os indicadores de tempo externo. O jetlag surge quando o relógio biológico do organismo choca com um novo fuso horário. A gravidade do jetlag encontra-se frequentemente associada ao número de fusos horários cruzados durante as viagens de avião (no meu caso foram oito fusos horários).

Cerca de noventa por cento dos passageiros de voos de longo curso revelam, em média, sintomas de jetlag. O jetlag afecta o lado mental, emocional e físico das pessoas. Entre os seus sintomas, incluem-se sonolência ou letargia, tendência para dormir durante o dia e insónias à noite, perda da memória cefaleias, insegurança, impaciência, irritabilidade, ansiedade, distúrbios digestivos, desorientação, tosse seca, olhos e pele secos, dor de ouvido, fadiga, membros inferiores dormentes, náuseas. A dormência nos pés é causada pela baixa pressão do ar a bordo e pela falta de circulação do sangue devido a longos períodos sem movimentação.
A sonolência diurna(muita) é um sintoma muito habitual e piora quando se viaja de oeste para este, onde os fusos horários dificultam o despertar pela manhã e a conciliação do sono à noite. Os desvios ambientais em viagens longas, como a mudança no clima, a diversidade cultural e o ar viciado e húmido do avião, também contribuem para os sintomas de jetlag.
O jetlag não afecta todas as pessoas da mesma forma. As crianças com menos de três anos de idade, geralmente, não apresentam sintomas de jetlag, porque a sua capacidade de adaptação é maior do que a dos adultos. Os indivíduos que adormecem facilmente e os indivíduos cuja vida diária envolve rotinas muito variadas, ajustam-se bem a variações dos ritmos circadianos e adaptam-se facilmente a padrões diferentes de comer e dormir. Por outro lado, os adultos cuja vida se faz de horários rígidos, são os que sofrem mais com as consequências do jetlag. Esta situação também afecta mais os passageiros do que os profissionais das companhias aéreas, não só porque os passageiros estão menos habituados aos factores que provocam o jetlag, mas também porque se encontram confinados a um espaço minúsculo durante longos períodos de tempo. É possível evitar o jetlag, mas a prevenção deve ser feita ainda antes da partida, através do controlo da ansiedade e de exercício físico. Os medicamentos para dormir, usados habitualmente pelos passageiros para aliviar o jetlag, constituem uma forma perigosa de o combater. Um estudo efectuado durante três anos no Aeroporto de Heathrow, Inglaterra, revelou que cerca de dezoito por cento das 61 mortes súbitas registadas em passageiros de longo curso que passaram naquele terminal tinham sido provocadas pela formação de coágulos nos pulmões. Os medicamentos para dormir induzem um estado de letargia em que não existem praticamente movimentos do corpo, facto que pode predispor à formação deste tipo de coágulos. Podem ser necessários muitos dias para o organismo se reajustar ao fuso horário. A NASA calcula que é necessário cerca de um dia para o relógio biológico recuperar cada fuso horário cruzado durante a viagem. Adaptado de várias fontes.
publicado por armando ésse às 08:03

Março 25 2006
Estive doente. Não vou escrever sobre nenhum assunto em particular, mas a minha convalescença provocou uma ligeira crise existencial que me levou a reflectir sobre a minha vida. Vou aproveitar para, neste espaço, partilhar alguns dos pensamentos que me assolaram o espírito. Estes devaneios incidiram sobre a nossa coexistência neste magnífico Planeta e sobre as nossas obrigações enquanto seres humanos.
A abordagem a estas questões não poderia deixar de começar pelo enquadramento do fenómeno Vida no contexto cósmico e, necessariamente, pelas condições ocorridas que permitiram o aparecimento de um ser com capacidade intelectual para raciocinar e, com isso, consciencializar-se da sua existência.
Num dos capítulos do livro “Breve História de Quase Tudo”, Bill Bryson, retrata a ténue linha que proporcionou o surgimento de Vida. Utilizarei as palavras do autor, mantendo a sua a inigualável eloquência, que faz uma descrição bastante elucidativa desta temática. Seguem-se então algumas transcrições, que merecem ser repetidas até à exaustão, para que os mais distraídos interiorizem estas noções, funcionando estas como catalizadores e impulsionem movimentos que tragam as mudanças necessárias:
“… a Terra não é o lugar mais fácil para se ser um organismo, mesmo sendo o único possível. Uma pequena porção da superfície do planeta é suficientemente seca para podermos lá viver, há uma quantidade espantosamente grande que é, ou quente, ou fria, ou seca ou íngreme ou alta de mais para nos servir. Em parte, há que admitir a culpa é nossa. Em termos de adaptabilidade, os seres humanos não são grande coisa.”
Diz ainda:
“… Vários observadores conseguiram identificar cerca de duas dúzias de períodos particularmente propícios à vida na Terra, …, vamos resumi-los aos principais. São Eles:
Localização excelente. Nós estamos, a um ponto quase assustador, à distância certa do tipo certo de estrela, ou seja, suficientemente grande para irradiar grandes quantidades de energia, mas não tão grande que se esgote rapidamente. ... Se o nosso Sol fosse dez vezes maior, ter-se-ia esgotado ao fim de dez milhões de anos em vez que de Biliões e não estaríamos aqui agora. Também tivemos sorte com a órbita em que estamos. Se estivéssemos demasiado perto, tudo na terra se teria evaporado. Se estivéssemos mais longe, ficaria tudo gelado”.
O Planeta do tipo certo. … O facto de viver num Planeta com um interior em fusão, mas é praticamente certo que se não fosse este magma movediço por baixo de nós, não estávamos agora aqui. Para além de tudo mais, o nosso dinâmico interior criou as fugas de gases que ajudaram a construir a atmosfera e nos fornece o campo magnético que nos protege das radiações cósmicas. Também nos proporciona placas tectónicas que renovam e enrugam constantemente a superfície. Se a Terra fosse completamente lisa, estaria uniformemente coberta de água com uma altura de quatro quilómetros.
Somos um Planeta gémeo. Poucos de nós pensam na Lua como um Planeta, mas é isso mesmo que ela é. … Sem a influência estabilizadora da Lua, a Terra cambalearia como uma pião quase sem parar, sabe Deus que consequências para o clima e para o estado atmosférico do tempo. A sólida influência gravitacional da Lua faz com que a Terra rode sobre si própria à velocidade e no ângulo certos para fornecer o tipo de estabilidade necessária a um desenvolvimento duradouro e eficaz de vida.
Cronologia. O universo é um lugar extremamente inconstante e cheio de actividade, e a nossa existência no meio de tudo isto é um milagre. … Não temos bem a certeza, porque não temos mais nada com que possamos comparar a nossa existência, mas parece evidente que, se nos quisermos considerar como resultado de uma sociedade pensante e moderadamente avançada, teremos fatalmente de estar na extremidade de uma longa cadeia de acontecimentos que incluam períodos razoáveis de estabilidade entremeadas de quantidades certas de desafios e pressões … marcada pela ausência quase total de cataclismos.” Ao tomar conhecimento da realidade transmitida por estas palavras, parece-me óbvio que seria necessário um condicionamento genético na abordagem a alguns problemas fundamentais. A mensagem “erro fatal”, como em qualquer programa de computador, deveria invalidar as opções erradas logo na base. Por ser evidente que somos o resultado da conjugação de uma série de factores e que se as coisas tivessem sido ligeiramente diferentes, as consequências ter condicionariam o surgimento da vida inteligente, tudo deveria ser visto na devida perspectiva. Este facto merece uma reflexão, sobretudo na abordagem que temos tendência a fazer aos nossos problemas, ou melhor, na incapacidade por vezes demonstrada de os relativizar. Com efeito, cada ser humano atribui aos seus problemas a dimensão personalizada, o que o condiciona automaticamente. Este comportamento é recorrente, principalmente naqueles que têm uma visão simplista do mundo e que revelam em permanência uma indiferença absoluta perante os problemas que ultrapassam a esfera da sua existência. Os grandes problemas da Humanidade, onde temos de incluir a sua sobrevivência a longo prazo, são os verdadeiros dilemas que têm que ser enfrentados.
Assim, como resultado desta interiorização de quão ténue é a linha em que a Vida se sustenta, do precário equilíbrio de que depende e das coincidências que a tornou possível (coincidências que para alguns, por não as considerarem como tal, constituem prova da existência de Deus), deveria imbuir a Humanidade, num espírito comunitário na defesa dessa preciosidade cósmica (até prova em contrário).
Além disso, a consciencialização, à luz da descrição de Bryson, de que há muita coisa que tem que ser alterada se queremos continuar a ser a espécie dominante do Planeta, atribui-nos especiais e acrescidas responsabilidades. A luta pela melhoria das condições de vida das pessoas deve ser levada a sério numa base, se possível, diária. Devemos tentar não deixar assuntos que podem ser agora resolvidos pendentes para as gerações futuras, principalmente quando estes não o são por manifesta falta de vontade política para o fazer. Se o problema for transgeracional, mais tarde ou mais cedo, terá que ser enfrentado. Não adianta fechar os olhos ou fingir que não existe.

Todos sabemos que nada disto sucede. O mundo e a sociedade apresentam-nos diariamente situações de tal modo chocantes, cujas injustiças inerente ás mesmas são tal forma monumentais, que se por um lado vamos criando anticorpos que vão reduzindo progressivamente o impacto emocional, por outro lado nos vão confrontando com a nossa própria inércia existencial. Falando, falando mas nada fazendo. Pelo menos até há pouco tempo atrás e ainda não na medida correcta.
Certo dia introduziram-me no mundo dos blogs. Um mundo onde circulam muitos espíritos livres e que exercem aí o seu direito à indignação. A disponibilidade demonstrada é digna de ser realçada. Porque não têm voz para o manifestar publicamente, porque era necessário exorcizarem os seus demónios, porque não conseguem ficar calados, porque são inteligentes e porque sentem a responsabilidade de preparar um mundo melhor que o que receberam para as gerações futuras, dedicam-se, numa espécie de irmandade nascida do espírito da Democracia, a lutar contra aquilo que aos seus olhos configuram injustiças, Não esperam, pelos governos para promover a mudança, insurgem-se e fazem-no.
Parece-me, por tudo isto, que o vazio existencial e a estagnação do ser, inevitavelmente, colar-se-ia à alma de cada um dos que se enquadram neste perfil, não fosse esta possibilidade que emana dos blogs, onde ultimamente li alguns dos textos mais bem escritos e fundamentados no exercício da contestação ao status quo. Estas pessoas dão-me esperança no futuro. São a prova cabal de que a pena é mais forte de que a espada, estão presentes na primeira linha de um processo irreversível para fomentar a inversão de mentalidades que o país precisa, fenómeno que espera se propague com uma enorme vitalidade para forma deste universo ainda pequeno.
Recentemente li uma frase de Oscar Wilde – “Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe.” Desde que me indicaram este caminho sinto-me mais vivo, graças a quem me apontou esta direcção, aos que já andam nisto há muito, aos que criticam o que escrevo, em concordância ou não, aos que apenas lêem, mas andam por cá em busca de ordem nos seus pensamentos e de não sentirem a solidão que muitas vezes se apodera de quem não é compreendido pelos que se renderam ao sistema.
publicado por armando ésse às 15:38

Março 25 2006
Estive doente. Não vou escrever sobre nenhum assunto em particular, mas a minha convalescença provocou uma ligeira crise existencial que me levou a reflectir sobre a minha vida. Vou aproveitar para, neste espaço, partilhar alguns dos pensamentos que me assolaram o espírito. Estes devaneios incidiram sobre a nossa coexistência neste magnífico Planeta e sobre as nossas obrigações enquanto seres humanos.
A abordagem a estas questões não poderia deixar de começar pelo enquadramento do fenómeno Vida no contexto cósmico e, necessariamente, pelas condições ocorridas que permitiram o aparecimento de um ser com capacidade intelectual para raciocinar e, com isso, consciencializar-se da sua existência.
Num dos capítulos do livro “Breve História de Quase Tudo”, Bill Bryson, retrata a ténue linha que proporcionou o surgimento de Vida. Utilizarei as palavras do autor, mantendo a sua a inigualável eloquência, que faz uma descrição bastante elucidativa desta temática. Seguem-se então algumas transcrições, que merecem ser repetidas até à exaustão, para que os mais distraídos interiorizem estas noções, funcionando estas como catalizadores e impulsionem movimentos que tragam as mudanças necessárias:
“… a Terra não é o lugar mais fácil para se ser um organismo, mesmo sendo o único possível. Uma pequena porção da superfície do planeta é suficientemente seca para podermos lá viver, há uma quantidade espantosamente grande que é, ou quente, ou fria, ou seca ou íngreme ou alta de mais para nos servir. Em parte, há que admitir a culpa é nossa. Em termos de adaptabilidade, os seres humanos não são grande coisa.”
Diz ainda:
“… Vários observadores conseguiram identificar cerca de duas dúzias de períodos particularmente propícios à vida na Terra, …, vamos resumi-los aos principais. São Eles:
Localização excelente. Nós estamos, a um ponto quase assustador, à distância certa do tipo certo de estrela, ou seja, suficientemente grande para irradiar grandes quantidades de energia, mas não tão grande que se esgote rapidamente. ... Se o nosso Sol fosse dez vezes maior, ter-se-ia esgotado ao fim de dez milhões de anos em vez que de Biliões e não estaríamos aqui agora. Também tivemos sorte com a órbita em que estamos. Se estivéssemos demasiado perto, tudo na terra se teria evaporado. Se estivéssemos mais longe, ficaria tudo gelado”.
O Planeta do tipo certo. … O facto de viver num Planeta com um interior em fusão, mas é praticamente certo que se não fosse este magma movediço por baixo de nós, não estávamos agora aqui. Para além de tudo mais, o nosso dinâmico interior criou as fugas de gases que ajudaram a construir a atmosfera e nos fornece o campo magnético que nos protege das radiações cósmicas. Também nos proporciona placas tectónicas que renovam e enrugam constantemente a superfície. Se a Terra fosse completamente lisa, estaria uniformemente coberta de água com uma altura de quatro quilómetros.
Somos um Planeta gémeo. Poucos de nós pensam na Lua como um Planeta, mas é isso mesmo que ela é. … Sem a influência estabilizadora da Lua, a Terra cambalearia como uma pião quase sem parar, sabe Deus que consequências para o clima e para o estado atmosférico do tempo. A sólida influência gravitacional da Lua faz com que a Terra rode sobre si própria à velocidade e no ângulo certos para fornecer o tipo de estabilidade necessária a um desenvolvimento duradouro e eficaz de vida.
Cronologia. O universo é um lugar extremamente inconstante e cheio de actividade, e a nossa existência no meio de tudo isto é um milagre. … Não temos bem a certeza, porque não temos mais nada com que possamos comparar a nossa existência, mas parece evidente que, se nos quisermos considerar como resultado de uma sociedade pensante e moderadamente avançada, teremos fatalmente de estar na extremidade de uma longa cadeia de acontecimentos que incluam períodos razoáveis de estabilidade entremeadas de quantidades certas de desafios e pressões … marcada pela ausência quase total de cataclismos.” Ao tomar conhecimento da realidade transmitida por estas palavras, parece-me óbvio que seria necessário um condicionamento genético na abordagem a alguns problemas fundamentais. A mensagem “erro fatal”, como em qualquer programa de computador, deveria invalidar as opções erradas logo na base. Por ser evidente que somos o resultado da conjugação de uma série de factores e que se as coisas tivessem sido ligeiramente diferentes, as consequências ter condicionariam o surgimento da vida inteligente, tudo deveria ser visto na devida perspectiva. Este facto merece uma reflexão, sobretudo na abordagem que temos tendência a fazer aos nossos problemas, ou melhor, na incapacidade por vezes demonstrada de os relativizar. Com efeito, cada ser humano atribui aos seus problemas a dimensão personalizada, o que o condiciona automaticamente. Este comportamento é recorrente, principalmente naqueles que têm uma visão simplista do mundo e que revelam em permanência uma indiferença absoluta perante os problemas que ultrapassam a esfera da sua existência. Os grandes problemas da Humanidade, onde temos de incluir a sua sobrevivência a longo prazo, são os verdadeiros dilemas que têm que ser enfrentados.
Assim, como resultado desta interiorização de quão ténue é a linha em que a Vida se sustenta, do precário equilíbrio de que depende e das coincidências que a tornou possível (coincidências que para alguns, por não as considerarem como tal, constituem prova da existência de Deus), deveria imbuir a Humanidade, num espírito comunitário na defesa dessa preciosidade cósmica (até prova em contrário).
Além disso, a consciencialização, à luz da descrição de Bryson, de que há muita coisa que tem que ser alterada se queremos continuar a ser a espécie dominante do Planeta, atribui-nos especiais e acrescidas responsabilidades. A luta pela melhoria das condições de vida das pessoas deve ser levada a sério numa base, se possível, diária. Devemos tentar não deixar assuntos que podem ser agora resolvidos pendentes para as gerações futuras, principalmente quando estes não o são por manifesta falta de vontade política para o fazer. Se o problema for transgeracional, mais tarde ou mais cedo, terá que ser enfrentado. Não adianta fechar os olhos ou fingir que não existe.

Todos sabemos que nada disto sucede. O mundo e a sociedade apresentam-nos diariamente situações de tal modo chocantes, cujas injustiças inerente ás mesmas são tal forma monumentais, que se por um lado vamos criando anticorpos que vão reduzindo progressivamente o impacto emocional, por outro lado nos vão confrontando com a nossa própria inércia existencial. Falando, falando mas nada fazendo. Pelo menos até há pouco tempo atrás e ainda não na medida correcta.
Certo dia introduziram-me no mundo dos blogs. Um mundo onde circulam muitos espíritos livres e que exercem aí o seu direito à indignação. A disponibilidade demonstrada é digna de ser realçada. Porque não têm voz para o manifestar publicamente, porque era necessário exorcizarem os seus demónios, porque não conseguem ficar calados, porque são inteligentes e porque sentem a responsabilidade de preparar um mundo melhor que o que receberam para as gerações futuras, dedicam-se, numa espécie de irmandade nascida do espírito da Democracia, a lutar contra aquilo que aos seus olhos configuram injustiças, Não esperam, pelos governos para promover a mudança, insurgem-se e fazem-no.
Parece-me, por tudo isto, que o vazio existencial e a estagnação do ser, inevitavelmente, colar-se-ia à alma de cada um dos que se enquadram neste perfil, não fosse esta possibilidade que emana dos blogs, onde ultimamente li alguns dos textos mais bem escritos e fundamentados no exercício da contestação ao status quo. Estas pessoas dão-me esperança no futuro. São a prova cabal de que a pena é mais forte de que a espada, estão presentes na primeira linha de um processo irreversível para fomentar a inversão de mentalidades que o país precisa, fenómeno que espera se propague com uma enorme vitalidade para forma deste universo ainda pequeno.
Recentemente li uma frase de Oscar Wilde – “Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe.” Desde que me indicaram este caminho sinto-me mais vivo, graças a quem me apontou esta direcção, aos que já andam nisto há muito, aos que criticam o que escrevo, em concordância ou não, aos que apenas lêem, mas andam por cá em busca de ordem nos seus pensamentos e de não sentirem a solidão que muitas vezes se apodera de quem não é compreendido pelos que se renderam ao sistema.
publicado por armando ésse às 15:38

Março 21 2006

Nos próximos dias, este blog fica entregue aos engenheiros: ao Filipe, ao Gaspar e ao Luz.
Deixo-vos uma fotografia da Monica Belluci, para vos inspirar.
Um abraço e até já!
publicado por armando ésse às 10:59

Março 21 2006

Nos próximos dias, este blog fica entregue aos engenheiros: ao Filipe, ao Gaspar e ao Luz.
Deixo-vos uma fotografia da Monica Belluci, para vos inspirar.
Um abraço e até já!
publicado por armando ésse às 10:59

Março 21 2006

Faltam 7 dias, para começar o massacre das focas bebés, no Canadá.As imagens cruas documentam o maior e mais cruel massacre de animais que temos que assistir no nosso planeta: o massacre das focas bebés, no Canadá.
O tipo de caça mais bárbara já que as focas bebé são mortas à cacetada e muitas vezes a pele é retirada com o animal ainda vivo, deixando na neve um rasto vermelho de sangue. Depois de ter autorizado em 2004 a morte de 350 mil focas bebé, o número mais alto dos últimos 50 anos, o Canadá autorizou no ano passado o extermínio de 300 000 focas bebés. O massacre para este ano, é de 325 000 focas, que começarão a ser exterminadas dentro de 7 dias.
As autoridades daquele país justificam este número dizendo que a população triplicou desde a década de 1970 e que existem hoje no Canadá mais de cinco milhões de focas.
Segundo os pescadores, este número de focas está a afectar a pesca do bacalhau, já que cada foca adulta consome por ano cerca de uma tonelada de comida.
No entanto, estes argumentos não convencem as organizações de defesa dos animais, lembrando que a maioria das focas bebés são mortas com menos de um mês de vida sendo que nesta fase ainda não aprenderam a nadar e por isso não têm como escapar aos caçadores.
Estudos científicos sérios, provaram que a diminuição da população de peixes, devem-se em exclusivo, à excessiva actividade piscatória, perpetuado pela indústria pesqueira, a mesma que atribui a falta de pescado às focas.
Os ambientalistas, estão numa campanha internacional para parar o massacre das focas no Canadá, ameaçando realizar protestos mundiais para boicotar os produtos e o turismo no Canadá.


Não pactue com a barbárie:

http://www.stopthesealhunt.ca/site/apps/ka/ct/contactcustom.asp?c=dhKPI1PFIqE&b=453621

publicado por armando ésse às 07:07

Março 21 2006

Faltam 7 dias, para começar o massacre das focas bebés, no Canadá.As imagens cruas documentam o maior e mais cruel massacre de animais que temos que assistir no nosso planeta: o massacre das focas bebés, no Canadá.
O tipo de caça mais bárbara já que as focas bebé são mortas à cacetada e muitas vezes a pele é retirada com o animal ainda vivo, deixando na neve um rasto vermelho de sangue. Depois de ter autorizado em 2004 a morte de 350 mil focas bebé, o número mais alto dos últimos 50 anos, o Canadá autorizou no ano passado o extermínio de 300 000 focas bebés. O massacre para este ano, é de 325 000 focas, que começarão a ser exterminadas dentro de 7 dias.
As autoridades daquele país justificam este número dizendo que a população triplicou desde a década de 1970 e que existem hoje no Canadá mais de cinco milhões de focas.
Segundo os pescadores, este número de focas está a afectar a pesca do bacalhau, já que cada foca adulta consome por ano cerca de uma tonelada de comida.
No entanto, estes argumentos não convencem as organizações de defesa dos animais, lembrando que a maioria das focas bebés são mortas com menos de um mês de vida sendo que nesta fase ainda não aprenderam a nadar e por isso não têm como escapar aos caçadores.
Estudos científicos sérios, provaram que a diminuição da população de peixes, devem-se em exclusivo, à excessiva actividade piscatória, perpetuado pela indústria pesqueira, a mesma que atribui a falta de pescado às focas.
Os ambientalistas, estão numa campanha internacional para parar o massacre das focas no Canadá, ameaçando realizar protestos mundiais para boicotar os produtos e o turismo no Canadá.


Não pactue com a barbárie:

http://www.stopthesealhunt.ca/site/apps/ka/ct/contactcustom.asp?c=dhKPI1PFIqE&b=453621

publicado por armando ésse às 07:07

Março 17 2006

Vede, senhor Niceta – disse Baudolino-, quando eu não era presa das tentações deste mundo, dedicava noites a imaginar outros mundos. Um tanto com ajuda do vinho e outro tanto com a do mel verde. Não há nada melhor que imaginar outros mundos – disse – para esquecer como é doloroso este em que vivemos. Pelo menos era o que eu pensava na altura. Ainda não tinha percebido que a imaginar outros mundos se acaba por mudar até este.
Umberto Eco, Baudolino.


Certamente Umberto Eco não estaria a pensar na Engenharia e nos Engenheiros quando escreveu esta frase. No entanto, a sua universalidade bem patente é transversal a todas as áreas de actividade da Humanidade enquanto espécie integrante deste fantástico acontecimento cósmico que é a vida.
A alusão ao facto de que a imaginação é o motor metafísico do mundo revela uma das mais fundamentais características do ser humano. A sua capacidade para imaginar é inigualável em importância, qualquer que seja a comparação que se estabeleça com outras capacidades que todos possuímos. A esperança num futuro melhor reside nesta potencialidade, inerente à existência, e muitas vezes desvalorizada.
É precisamente esta interpretação, refira-se pessoal, que me levou a reflectir sobre o papel da Engenharia, enquanto arte de criar e, consequentemente, dos engenheiros, enquanto criadores, independentemente da sua área de especialização.
Quem ainda não passou horas a tentar conceber (imaginar) uma solução para um problema, independentemente da sua dimensão e importância? É neste ponto, na minha óptica, que se estabelece a relação. Cada solução encontrada mais não é do que uma forma de “imaginar outros mundos … para esquecer como é doloroso este em que vivemos”.
Durante a minha formação académica, e subjacente à mesma, esteve sempre uma vontade de mudar o mundo. Assim, a profundidade deste pensamento fez-me recordar e dar substância a algumas das motivações que me levaram a enveredar por esta carreira. Na verdade, considero que a Engenharia para além da componente eminentemente pura das ciências exactas tem, também, uma ligação estreita com as ciências sociais. Bem vistas as coisas, a própria democracia, na sua implantação e consolidação como melhor modelo coexistência social tem, na sua génese, um contributo incontornável da engenharia e dos engenheiros.
Carl Sagan diz no seu livro Um Mundo Infestado de Demónios que “os valores da ciência e os da democracia são coincidentes e, em muitos casos, impossíveis de distinguir” ao que eu acrescento que esta aproximação se deve, em grande parte, a uma ramo da ciência, uma espécie de braço executor dos princípios científicos, responsável pela implantação dos valores da democracia através da evolução tecnológica.
Em todos os ramos da ciência e em todos as vertentes da sociedade que vão desde a concepção dos sistemas de saneamento básico, sistemas de protecção do meio ambiente, automóveis, computadores, hardware e software, sistemas de diagnósticos médico, armas, aviação até ao desenvolvimento dos mais elaborados e complexos sistemas das viagens espaciais, as equipas multidisciplinares que as executam e põe ao serviço da humanidade, integram necessariamente engenheiros na sua concepção.
Não é necessário uma dissertação demasiado elaborada para se compreender este raciocínio. Atentemos pois aos valores traduzidos pelo lema da revolução francesa e ás relações que existem entre todos. Égalité, fraternité et liberté.
A engenharia tornou possível a disseminação de meios para melhorar a qualidade de vida das pessoas, como resultado da criação de infra-estruturas que garantissem as suas necessidades básicas, por sucessiva melhoria das técnicas de execução e dos respectivos materiais. O acesso a bens, à cultura, à educação, à saúde foram sucessivamente melhorando e sendo massificados, ao ponto de em algumas partes do globo (não podemos também ser ingénuos) qualquer um ter acesso a estes serviços fundamentais independentemente da sua condição social.
A fraternidade significa harmonia entre os homens, que só é possível se estes coabitarem numa sociedade igualitária que mais não é do que o resultado das conquistas cientificas referidas anteriormente. Esta evidente evolução é uma consequência da incessante procura da Humanidade de apurar a percepção da realidade com os obstáculos que lhe são inerentes e, através do intelecto, criar sistemas cada vez mais sofisticados e engenhosos para os ultrapassar. Só garantidas todas estas condições se pode falar definitivamente em liberdade de facto.
A expansão da cultura, a aproximação do conhecimento entre os povos e o acesso a este foram os factores fundamentais de desenvolvimento da humanidade. Na sua origem estiveram em primeiro lugar a invenção da escrita, que por si só não era suficiente, e em segundo lugar a criação do processo de impressão com caracteres móveis - "a tipografia" por Gutenberg. Se atentarmos à definição apresentada, a engenharia está intimamente relacionada com o boom cultural que se seguiu a esta invenção, que mais não é do que uma “utilidade”. E que utilidade.
A dimensão humana surgida deste acontecimento ganhou contornos extraordinários com o acesso à cultura de um cada vez maior número de pessoas, o que motiva e promove a evolução da inteligência colectiva e, principalmente, de uma consciência social e humanitária. Foi nesta fase que se lançaram as sementes de uma sociedade verdadeiramente universal que, embora nos dias de hoje ainda não o seja inteiramente, vai ganhando consistência e, um dia será uma realidade no planeta Terra e não só.
Tudo isto permitiu ao ser humano desenvolver-se a um ritmo alucinante, sem paralelo na sua história e num curto período de tempo, chegando-se então ao momento ao extremo em que é virtualmente impossível acompanhar a evolução das técnicas que surgem quase diariamente. O engenho humano em movimento. É aqui, como já referi anteriormente, que reside a esperança da espécie humana, na sua enorme curiosidade pelo conhecimento, na sua infinita capacidade de imaginar e sonhar que, conjugadas com a perseverança, nos levam a imaginar outros mundos [e] se acaba por mudar até este.
No cerne de tudo, a Engenharia, a criar condições físicas para que o sonho se mantenha vivo, para que o desenvolvimento seja efectivamente sustentável, para que a espécie humana ultrapasse esta fase a que já chamaram de adolescência tecnológica sem se autodestruir, de maneira a que algum dia, na realidade, a bordo da nave espacial Enterprise, como Jean Luc Picard ou James T. Kirk, alguém possa dizer: Space: the final frontier!
Filipe Pinto.
*O título foi dado por mim.
publicado por armando ésse às 14:04

Março 17 2006

Vede, senhor Niceta – disse Baudolino-, quando eu não era presa das tentações deste mundo, dedicava noites a imaginar outros mundos. Um tanto com ajuda do vinho e outro tanto com a do mel verde. Não há nada melhor que imaginar outros mundos – disse – para esquecer como é doloroso este em que vivemos. Pelo menos era o que eu pensava na altura. Ainda não tinha percebido que a imaginar outros mundos se acaba por mudar até este.
Umberto Eco, Baudolino.


Certamente Umberto Eco não estaria a pensar na Engenharia e nos Engenheiros quando escreveu esta frase. No entanto, a sua universalidade bem patente é transversal a todas as áreas de actividade da Humanidade enquanto espécie integrante deste fantástico acontecimento cósmico que é a vida.
A alusão ao facto de que a imaginação é o motor metafísico do mundo revela uma das mais fundamentais características do ser humano. A sua capacidade para imaginar é inigualável em importância, qualquer que seja a comparação que se estabeleça com outras capacidades que todos possuímos. A esperança num futuro melhor reside nesta potencialidade, inerente à existência, e muitas vezes desvalorizada.
É precisamente esta interpretação, refira-se pessoal, que me levou a reflectir sobre o papel da Engenharia, enquanto arte de criar e, consequentemente, dos engenheiros, enquanto criadores, independentemente da sua área de especialização.
Quem ainda não passou horas a tentar conceber (imaginar) uma solução para um problema, independentemente da sua dimensão e importância? É neste ponto, na minha óptica, que se estabelece a relação. Cada solução encontrada mais não é do que uma forma de “imaginar outros mundos … para esquecer como é doloroso este em que vivemos”.
Durante a minha formação académica, e subjacente à mesma, esteve sempre uma vontade de mudar o mundo. Assim, a profundidade deste pensamento fez-me recordar e dar substância a algumas das motivações que me levaram a enveredar por esta carreira. Na verdade, considero que a Engenharia para além da componente eminentemente pura das ciências exactas tem, também, uma ligação estreita com as ciências sociais. Bem vistas as coisas, a própria democracia, na sua implantação e consolidação como melhor modelo coexistência social tem, na sua génese, um contributo incontornável da engenharia e dos engenheiros.
Carl Sagan diz no seu livro Um Mundo Infestado de Demónios que “os valores da ciência e os da democracia são coincidentes e, em muitos casos, impossíveis de distinguir” ao que eu acrescento que esta aproximação se deve, em grande parte, a uma ramo da ciência, uma espécie de braço executor dos princípios científicos, responsável pela implantação dos valores da democracia através da evolução tecnológica.
Em todos os ramos da ciência e em todos as vertentes da sociedade que vão desde a concepção dos sistemas de saneamento básico, sistemas de protecção do meio ambiente, automóveis, computadores, hardware e software, sistemas de diagnósticos médico, armas, aviação até ao desenvolvimento dos mais elaborados e complexos sistemas das viagens espaciais, as equipas multidisciplinares que as executam e põe ao serviço da humanidade, integram necessariamente engenheiros na sua concepção.
Não é necessário uma dissertação demasiado elaborada para se compreender este raciocínio. Atentemos pois aos valores traduzidos pelo lema da revolução francesa e ás relações que existem entre todos. Égalité, fraternité et liberté.
A engenharia tornou possível a disseminação de meios para melhorar a qualidade de vida das pessoas, como resultado da criação de infra-estruturas que garantissem as suas necessidades básicas, por sucessiva melhoria das técnicas de execução e dos respectivos materiais. O acesso a bens, à cultura, à educação, à saúde foram sucessivamente melhorando e sendo massificados, ao ponto de em algumas partes do globo (não podemos também ser ingénuos) qualquer um ter acesso a estes serviços fundamentais independentemente da sua condição social.
A fraternidade significa harmonia entre os homens, que só é possível se estes coabitarem numa sociedade igualitária que mais não é do que o resultado das conquistas cientificas referidas anteriormente. Esta evidente evolução é uma consequência da incessante procura da Humanidade de apurar a percepção da realidade com os obstáculos que lhe são inerentes e, através do intelecto, criar sistemas cada vez mais sofisticados e engenhosos para os ultrapassar. Só garantidas todas estas condições se pode falar definitivamente em liberdade de facto.
A expansão da cultura, a aproximação do conhecimento entre os povos e o acesso a este foram os factores fundamentais de desenvolvimento da humanidade. Na sua origem estiveram em primeiro lugar a invenção da escrita, que por si só não era suficiente, e em segundo lugar a criação do processo de impressão com caracteres móveis - "a tipografia" por Gutenberg. Se atentarmos à definição apresentada, a engenharia está intimamente relacionada com o boom cultural que se seguiu a esta invenção, que mais não é do que uma “utilidade”. E que utilidade.
A dimensão humana surgida deste acontecimento ganhou contornos extraordinários com o acesso à cultura de um cada vez maior número de pessoas, o que motiva e promove a evolução da inteligência colectiva e, principalmente, de uma consciência social e humanitária. Foi nesta fase que se lançaram as sementes de uma sociedade verdadeiramente universal que, embora nos dias de hoje ainda não o seja inteiramente, vai ganhando consistência e, um dia será uma realidade no planeta Terra e não só.
Tudo isto permitiu ao ser humano desenvolver-se a um ritmo alucinante, sem paralelo na sua história e num curto período de tempo, chegando-se então ao momento ao extremo em que é virtualmente impossível acompanhar a evolução das técnicas que surgem quase diariamente. O engenho humano em movimento. É aqui, como já referi anteriormente, que reside a esperança da espécie humana, na sua enorme curiosidade pelo conhecimento, na sua infinita capacidade de imaginar e sonhar que, conjugadas com a perseverança, nos levam a imaginar outros mundos [e] se acaba por mudar até este.
No cerne de tudo, a Engenharia, a criar condições físicas para que o sonho se mantenha vivo, para que o desenvolvimento seja efectivamente sustentável, para que a espécie humana ultrapasse esta fase a que já chamaram de adolescência tecnológica sem se autodestruir, de maneira a que algum dia, na realidade, a bordo da nave espacial Enterprise, como Jean Luc Picard ou James T. Kirk, alguém possa dizer: Space: the final frontier!
Filipe Pinto.
*O título foi dado por mim.
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