A FÁBRICA

Abril 29 2006
O Chelsea FC sagrou-se este sábado bicampeão inglês em grande estilo. Ao receber em Stamford Bridge o seu adversário directo na corrida pelo título, o Manchester United FC de Cristiano Ronaldo, a turma de José Mourinho necessitava apenas de um empate para revalidar o ceptro. Porém, os "blues" quiseram fazer a festa da melhor forma possível e bateram o United por claros 3-0, com Ricardo Carvalho a apontar o derradeiro golo.
E para que não restassem dúvidas sobre de quem era o dia, William Gallas fez o 1-0 logo aos 4 minutos, de cabeça, na sequência de um pontapé de canto apontado por Frank Lampard. Um golo que surgiu cedo, mas que espelhou a superioridade da formação do Chelsea, que apresentou Paulo Ferreira e Ricardo Carvalho a titulares, para além de Maniche no banco de suplentes. Com Cristiano Ronaldo na equipa, os "red devils" tentaram reagir e Wayne Rooney esteve perto de marcar aos 21 minutos. Porém, o Chelsea tinha total controlo sobre as operações.
Quem esperava uma reviravolta dos visitantes na segunda parte, enganou-se redondamente. Aos 60 minutos, o Chelsea aumentou a vantagem para 2-0, desta feita por intermédio de Joe Cole, e a festa começou em Stamford Bridge. Mas o melhor momento da tarde ainda estava para vir. Aos 73 minutos, o português Ricardo Carvalho efectuou uma grande jogada e aumentou para 3-0, para gáudio dos adeptos que enchiam o estádio. O jogo estava resolvido e Chelsea sagrava-se campeão de Inglaterra pela segunda temporada consecutiva.
Um ano menos um dia depois, José Mourinho voltou a festejar um troféu e continua "em grande", apesar de esta ter sido a época "menos conseguida", ao contabilizar "apenas" um sucesso.
Envergando um cachecol de Portugal, Mourinho esteve no centro da festa que se antecipava, recebendo pelo quarto ano consecutivo um troféu de campeão nacional - depois de dois pelo FC Porto, em Portugal, agora dois pelo Chelsea.

Verdadeiro ídolo do Chelsea, a quem "deu" dois dos três campeonatos do historial, o "manager especial", como ele próprio se chamou, nasceu em Setúbal a 26 de Janeiro de 1963 e atinge os 43 com o melhor palmarés de treinador da actualidade, por muito que isso irrite a concorrência.
Em 2005/2006, o Chelsea falhou na Liga dos Campeões (eliminado pelo Barcelona), na Taça (afastado pelo Liverpool) e na Taça da Liga (pelo Charlton), mas no campeonato conseguiu uma bela proeza, liderando da primeira à última jornada.

No entanto, nem tudo são rosas para Mourinho apesar de ter conquistado o segundo título consecutivo. Em declarações após o jogo com o Manchester United, o "Special One" surpreendeu: "No decurso da época pensei mais do que uma vez em bater com a porta e ir-me embora no final da temporada. Este é o pior clube do Mundo para se ser treinador, mas estou muito, muito feliz por ter decido ficar, porque ao fim e ao resto é um clube especial".
Mais adiante, José Mourinho explicou o porquê do seu mau estar: "Antes do início da temporada tivemos nove jogos sem perder e mais tarde conseguimos outra fase de muitas vitórias, mas nunca, nunca, nunca fui escolhido para 'treinador do mês'... Ninguém te reconhece o mérito se fores treinador do Chelsea... Posto isto, percebe-se porque é que eu devia ser o treinador mais feliz do Mundo, após ter ganho dois campeonatos seguidos, mas na realidade não sou...".
Parabéns ao "Special One", ao Silvino, ao Paulo Ferreira e ao Ricardo Carvalho.
Fontes:Uefa, Lusa e Jogo.
publicado por armando ésse às 16:43

Abril 29 2006
O Chelsea FC sagrou-se este sábado bicampeão inglês em grande estilo. Ao receber em Stamford Bridge o seu adversário directo na corrida pelo título, o Manchester United FC de Cristiano Ronaldo, a turma de José Mourinho necessitava apenas de um empate para revalidar o ceptro. Porém, os "blues" quiseram fazer a festa da melhor forma possível e bateram o United por claros 3-0, com Ricardo Carvalho a apontar o derradeiro golo.
E para que não restassem dúvidas sobre de quem era o dia, William Gallas fez o 1-0 logo aos 4 minutos, de cabeça, na sequência de um pontapé de canto apontado por Frank Lampard. Um golo que surgiu cedo, mas que espelhou a superioridade da formação do Chelsea, que apresentou Paulo Ferreira e Ricardo Carvalho a titulares, para além de Maniche no banco de suplentes. Com Cristiano Ronaldo na equipa, os "red devils" tentaram reagir e Wayne Rooney esteve perto de marcar aos 21 minutos. Porém, o Chelsea tinha total controlo sobre as operações.
Quem esperava uma reviravolta dos visitantes na segunda parte, enganou-se redondamente. Aos 60 minutos, o Chelsea aumentou a vantagem para 2-0, desta feita por intermédio de Joe Cole, e a festa começou em Stamford Bridge. Mas o melhor momento da tarde ainda estava para vir. Aos 73 minutos, o português Ricardo Carvalho efectuou uma grande jogada e aumentou para 3-0, para gáudio dos adeptos que enchiam o estádio. O jogo estava resolvido e Chelsea sagrava-se campeão de Inglaterra pela segunda temporada consecutiva.
Um ano menos um dia depois, José Mourinho voltou a festejar um troféu e continua "em grande", apesar de esta ter sido a época "menos conseguida", ao contabilizar "apenas" um sucesso.
Envergando um cachecol de Portugal, Mourinho esteve no centro da festa que se antecipava, recebendo pelo quarto ano consecutivo um troféu de campeão nacional - depois de dois pelo FC Porto, em Portugal, agora dois pelo Chelsea.

Verdadeiro ídolo do Chelsea, a quem "deu" dois dos três campeonatos do historial, o "manager especial", como ele próprio se chamou, nasceu em Setúbal a 26 de Janeiro de 1963 e atinge os 43 com o melhor palmarés de treinador da actualidade, por muito que isso irrite a concorrência.
Em 2005/2006, o Chelsea falhou na Liga dos Campeões (eliminado pelo Barcelona), na Taça (afastado pelo Liverpool) e na Taça da Liga (pelo Charlton), mas no campeonato conseguiu uma bela proeza, liderando da primeira à última jornada.

No entanto, nem tudo são rosas para Mourinho apesar de ter conquistado o segundo título consecutivo. Em declarações após o jogo com o Manchester United, o "Special One" surpreendeu: "No decurso da época pensei mais do que uma vez em bater com a porta e ir-me embora no final da temporada. Este é o pior clube do Mundo para se ser treinador, mas estou muito, muito feliz por ter decido ficar, porque ao fim e ao resto é um clube especial".
Mais adiante, José Mourinho explicou o porquê do seu mau estar: "Antes do início da temporada tivemos nove jogos sem perder e mais tarde conseguimos outra fase de muitas vitórias, mas nunca, nunca, nunca fui escolhido para 'treinador do mês'... Ninguém te reconhece o mérito se fores treinador do Chelsea... Posto isto, percebe-se porque é que eu devia ser o treinador mais feliz do Mundo, após ter ganho dois campeonatos seguidos, mas na realidade não sou...".
Parabéns ao "Special One", ao Silvino, ao Paulo Ferreira e ao Ricardo Carvalho.
Fontes:Uefa, Lusa e Jogo.
publicado por armando ésse às 16:43

Abril 29 2006

José Mourinho é, indiscutivelmente, uma personalidade controversa. No entanto, algumas das opiniões acerca dele começam a exasperar-me, chegou a um ponto de que quase não pode fazer nada sem aparecerem logo os iluminados a criticar, a chamar a atenção para os seus pensamentos, palavras, actos e omissões. É, por isso, que forma nobre e altiva (ao contrário de arrogante) como resiste aos ataques de uns quantos amantes da subserviência é claramente algo digno de ser realçado.
Como abutres a rondar uma carcaça de um animal doente, esperam um sinal de fraqueza que lhes garanta uma posição de vantagem de modo a sentirem-se bem consigo próprios e a conseguirem esquecer as suas próprias frustrações. O que é vago e incoerente nesta tentativa de o desacreditar é a argumentação aplicada. O epíteto de arrogante é, por isso, altamente discutível e o seu significado depende claramente de quem o profere. Sendo assim, as razões para estes ódios de estimação resumem-se rapidamente.
Por conseguinte, há pessoas que não sabem lidar com o seu insucesso e, ao mesmo tempo, vivem permanentemente na esperança que alguém lhes descubra o seu talento escondido. Só que as oportunidades e o tempo passam de forma vertiginosa, escapando ao seu controlo. Se, num determinado momento, uma pessoa se destaca dos seus pares, estes interpretam este facto como uma lembrança permanente da sua vulgaridade existencial. Não passam de quase virtuosos e sabem-no. O quase faz toda a diferença, sendo responsável por este estado de frustração em que vivem, sem se conseguirem libertar da pergunta que os destrói como uma doença – Porquê ele e não eu?
Então, quando o sucesso alheio vai ganhando substância ao ponto do consenso quase generalizado, este sentimento transforma-se em ódio visceral, assumindo o objecto de ciúme um papel de inimigo de estimação a ser criticado e ridicularizado a cada oportunidade. Partindo do princípio que as pessoas não concebem ser indiferentes aos outros, é como se tudo o que o odiado disser ou fizer configure uma provocação pessoal.
O que acontece, normalmente, é que quem tem sucesso a este nível, raramente dá razão para se atacar o trabalho e, portanto, as opções de ataque limitam-se ao homem., sendo esta atitude uma demonstração de ódio pessoal perante a ausência de outros argumentos.
Surge então a inveja que se traduz de várias formas. Há aqueles que invejam sem desejar o mal, porque é próprio da natureza humana, e há os outros que invejam e que, como resultado de alguma lucidez relativamente à sua própria mediocridade, não lhes basta invejar, desejam claramente que quem atingiu um patamar que eles almejam apesar de o saberem ser inatingível, caia em desgraça. É como se, no seu íntimo, preferissem dizer coitadinho do drogado do que parabéns pelo sucesso.
A inveja, como escreveu e muito bem na revista DEZ, é a arma dos incompetentes e dos frustrados. Provavelmente não é à toa que a última palavra dos Lusíadas é Inveja. Camões, na sua imensa capacidade de metaforizar os defeitos dos portugueses, escolheu talvez a mais marcante de todas.
Mourinho suscita este tipo de sentimentos e ambiguidades. Todavia, como alguém um dia disse – A modéstia é uma qualidade excessivamente valorizada. José Mourinho não é modesto, mas, indiscutivelmente não o pode, sob pena de cair no ridículo, nem tem que o ser. Os resultados estão à vista. Só não vê quem não quer, ou então tem uma compreensão errada da natureza da estatística. No caso de Mourinho, pode não gostar-se do estilo, mas pelo menos respeite-se o óbvio.
Na mesma medida, é irrefutável dizer – A falsa modéstia é um defeito excessivamente desvalorizado. Os falsos modestos que grassam pelo mundo, de quem todos aparentemente tanto gostam, para além do grave defeito de carácter, gostam de ser bajulados, necessitam, em regime permanência, que quem os rodeia se refira à sua grandeza para que, também quem o diz, não se esqueça desse facto.
É como se quem tiver sucesso tiver de pedir desculpa pelo facto de o ter. Ora, isto configura uma inversão dos conceitos e a pergunta do ignóbil jornalista espanhol é bem elucidativa disso mesmo. Para além da resposta que teve, a sua intervenção é uma tentativa de insulto que rebate para quem o proferiu. A questão era ofensiva, redutora mas revela mais sobre quem questiona do que sobre o questionado.
Carlos Tê escreveu e Rui Veloso deu a voz a um pensamento que melhor traduz estes sentimentos:
"...Já bebi a minha conta
E a taberna está fechada
Vinguei-me hoje da afronta
Que o mundo me fez passar
Passam-se os anos na pele
Numa azia sem sentido
E a gente acumula o fel
Do tempo mal digerido..."
Ainda no seu artigo semanal na DEZ, faz referência ao desperdício do potencial humano. A exortação à inteligência por parte de algumas pessoas que se julgam os donos do mundo, como Sousa Cintra no Sporting quando despediu Bobby Robson e Mourinho, é reveladora disso mesmo. C
oncordo, plenamente, com a análise de Mourinho da realidade Portuguesa.
O fado português traduz-se, também, na opinião que têm no estrangeiro dos nossos concidadãos. É como se a cidadania portuguesa fosse uma espécie de doença contagiosa. Sobre os que andam a “pastar”, eu fui um dos que ao ler as suas palavras aprendi uma lição. Neste momento posso dizê-lo com toda a segurança jamais deixarei de defender um clube português e o segundo clube do meu coração será aquele onde José Mourinho estiver.
A juntar a isto, alguns insuportáveis comentadores desportivos, que aos cinco minutos de jogo, recorrente a advérbios de tempo demasiado enfatizados pelo timbre da voz (O Chelsea não está a jogar absolutamente nada), parecendo, desta forma, que naquele e em qualquer outro momento, a equipa tivesse a obrigação de estar a dar um banho de bola e a ganhar cinco a zero. Além de tentar anular o mérito de Mourinho, desvalorizam os seus adversários de forma atroz.
Finalmente, como português que é e se afirma pela competência, tem que ser duas vezes mais competente que um brasileiro (os donos da sapiência futebolística por direito próprio auto proclamado), 3 vezes mais competente que um espanhol (para quem Portugal e os portugueses são uma província e um povo abandonados por que não desejados), 4 vezes mais que um francês (o pais onde os Manueis e as Marias eram empregado para fazer o trabalho que os franceses não queriam sendo depreciativamente tratados por isso mesmo) e seis vezes mais competente que um inglês (que se acham acima de toda a humanidade). Só assim terá a aceitação de todos.

Filipe Pinto.(Postado em 15 de Março)
publicado por armando ésse às 08:19

Abril 29 2006

José Mourinho é, indiscutivelmente, uma personalidade controversa. No entanto, algumas das opiniões acerca dele começam a exasperar-me, chegou a um ponto de que quase não pode fazer nada sem aparecerem logo os iluminados a criticar, a chamar a atenção para os seus pensamentos, palavras, actos e omissões. É, por isso, que forma nobre e altiva (ao contrário de arrogante) como resiste aos ataques de uns quantos amantes da subserviência é claramente algo digno de ser realçado.
Como abutres a rondar uma carcaça de um animal doente, esperam um sinal de fraqueza que lhes garanta uma posição de vantagem de modo a sentirem-se bem consigo próprios e a conseguirem esquecer as suas próprias frustrações. O que é vago e incoerente nesta tentativa de o desacreditar é a argumentação aplicada. O epíteto de arrogante é, por isso, altamente discutível e o seu significado depende claramente de quem o profere. Sendo assim, as razões para estes ódios de estimação resumem-se rapidamente.
Por conseguinte, há pessoas que não sabem lidar com o seu insucesso e, ao mesmo tempo, vivem permanentemente na esperança que alguém lhes descubra o seu talento escondido. Só que as oportunidades e o tempo passam de forma vertiginosa, escapando ao seu controlo. Se, num determinado momento, uma pessoa se destaca dos seus pares, estes interpretam este facto como uma lembrança permanente da sua vulgaridade existencial. Não passam de quase virtuosos e sabem-no. O quase faz toda a diferença, sendo responsável por este estado de frustração em que vivem, sem se conseguirem libertar da pergunta que os destrói como uma doença – Porquê ele e não eu?
Então, quando o sucesso alheio vai ganhando substância ao ponto do consenso quase generalizado, este sentimento transforma-se em ódio visceral, assumindo o objecto de ciúme um papel de inimigo de estimação a ser criticado e ridicularizado a cada oportunidade. Partindo do princípio que as pessoas não concebem ser indiferentes aos outros, é como se tudo o que o odiado disser ou fizer configure uma provocação pessoal.
O que acontece, normalmente, é que quem tem sucesso a este nível, raramente dá razão para se atacar o trabalho e, portanto, as opções de ataque limitam-se ao homem., sendo esta atitude uma demonstração de ódio pessoal perante a ausência de outros argumentos.
Surge então a inveja que se traduz de várias formas. Há aqueles que invejam sem desejar o mal, porque é próprio da natureza humana, e há os outros que invejam e que, como resultado de alguma lucidez relativamente à sua própria mediocridade, não lhes basta invejar, desejam claramente que quem atingiu um patamar que eles almejam apesar de o saberem ser inatingível, caia em desgraça. É como se, no seu íntimo, preferissem dizer coitadinho do drogado do que parabéns pelo sucesso.
A inveja, como escreveu e muito bem na revista DEZ, é a arma dos incompetentes e dos frustrados. Provavelmente não é à toa que a última palavra dos Lusíadas é Inveja. Camões, na sua imensa capacidade de metaforizar os defeitos dos portugueses, escolheu talvez a mais marcante de todas.
Mourinho suscita este tipo de sentimentos e ambiguidades. Todavia, como alguém um dia disse – A modéstia é uma qualidade excessivamente valorizada. José Mourinho não é modesto, mas, indiscutivelmente não o pode, sob pena de cair no ridículo, nem tem que o ser. Os resultados estão à vista. Só não vê quem não quer, ou então tem uma compreensão errada da natureza da estatística. No caso de Mourinho, pode não gostar-se do estilo, mas pelo menos respeite-se o óbvio.
Na mesma medida, é irrefutável dizer – A falsa modéstia é um defeito excessivamente desvalorizado. Os falsos modestos que grassam pelo mundo, de quem todos aparentemente tanto gostam, para além do grave defeito de carácter, gostam de ser bajulados, necessitam, em regime permanência, que quem os rodeia se refira à sua grandeza para que, também quem o diz, não se esqueça desse facto.
É como se quem tiver sucesso tiver de pedir desculpa pelo facto de o ter. Ora, isto configura uma inversão dos conceitos e a pergunta do ignóbil jornalista espanhol é bem elucidativa disso mesmo. Para além da resposta que teve, a sua intervenção é uma tentativa de insulto que rebate para quem o proferiu. A questão era ofensiva, redutora mas revela mais sobre quem questiona do que sobre o questionado.
Carlos Tê escreveu e Rui Veloso deu a voz a um pensamento que melhor traduz estes sentimentos:
"...Já bebi a minha conta
E a taberna está fechada
Vinguei-me hoje da afronta
Que o mundo me fez passar
Passam-se os anos na pele
Numa azia sem sentido
E a gente acumula o fel
Do tempo mal digerido..."
Ainda no seu artigo semanal na DEZ, faz referência ao desperdício do potencial humano. A exortação à inteligência por parte de algumas pessoas que se julgam os donos do mundo, como Sousa Cintra no Sporting quando despediu Bobby Robson e Mourinho, é reveladora disso mesmo. C
oncordo, plenamente, com a análise de Mourinho da realidade Portuguesa.
O fado português traduz-se, também, na opinião que têm no estrangeiro dos nossos concidadãos. É como se a cidadania portuguesa fosse uma espécie de doença contagiosa. Sobre os que andam a “pastar”, eu fui um dos que ao ler as suas palavras aprendi uma lição. Neste momento posso dizê-lo com toda a segurança jamais deixarei de defender um clube português e o segundo clube do meu coração será aquele onde José Mourinho estiver.
A juntar a isto, alguns insuportáveis comentadores desportivos, que aos cinco minutos de jogo, recorrente a advérbios de tempo demasiado enfatizados pelo timbre da voz (O Chelsea não está a jogar absolutamente nada), parecendo, desta forma, que naquele e em qualquer outro momento, a equipa tivesse a obrigação de estar a dar um banho de bola e a ganhar cinco a zero. Além de tentar anular o mérito de Mourinho, desvalorizam os seus adversários de forma atroz.
Finalmente, como português que é e se afirma pela competência, tem que ser duas vezes mais competente que um brasileiro (os donos da sapiência futebolística por direito próprio auto proclamado), 3 vezes mais competente que um espanhol (para quem Portugal e os portugueses são uma província e um povo abandonados por que não desejados), 4 vezes mais que um francês (o pais onde os Manueis e as Marias eram empregado para fazer o trabalho que os franceses não queriam sendo depreciativamente tratados por isso mesmo) e seis vezes mais competente que um inglês (que se acham acima de toda a humanidade). Só assim terá a aceitação de todos.

Filipe Pinto.(Postado em 15 de Março)
publicado por armando ésse às 08:19

Abril 28 2006
Em Abril de 1936, mais precisamente no dia 23, o decreto n.º 25 539 criava a Colónia Penal do Tarrafal, na ilha cabo­‑verdiana de Santiago. A criação daquele que ficou conhecido como o “Campo da Morte Lenta” foi mais um passo decisivo na instauração de um regime fascista em Portugal, em muito semelhante aos que vigoravam na Itália de Mussolini e na Alemanha de Hitler.
«Quem vem para o Tarrafal vem para morrer!». Assim recebia os presos Manuel dos Reis, durante anos director daquela “Colónia Penal”. Estas palavras resumiam como nenhumas outras os verdadeiros objectivos que estiveram na base da criação do campo de concentração do Tarrafal. Muito para lá do objectivo hipocritamente proclamado no decreto fundador, de «recolher os presos condenados a pena de desterro, pela prática de crimes políticos», com a criação do campo de concentração pretendia­‑se a eliminação física dos opositores políticos do fascismo.
Durante os 18 anos em que funcionou, o Tarrafal ceifou a vida a 32 antifascistas, entre os quais o secretário­‑geral do PCP, Bento Gonçalves. Alguns dos prisioneiros acabariam mesmo por falecer anos depois de expirada a pena a que tinham sido condenados. Muitos dos presos nunca tiveram pena sequer. Era assim a “legalidade” fascista… Durante este período, passaram pelo campo da Achada Grande do Tarrafal, na ilha de Santiago, 340 prisioneiros, que cumpriram, somados, um total de dois mil anos, onze meses e cinco dias de prisão.
Outro ponto do decreto fundador do campo de concentração apontava a instalação da “colónia penal” num local que salvaguardasse as «melhores condições de salubridade e funcionamento». Suprema hipocrisia. Mais uma vez, a realidade revela a verdadeira natureza do campo e os seus objectivos. A Achada Grande do Tarrafal é, do ponto de vista climático, uma das piores zonas de Cabo Verde.
Afirma Cândido de Oliveira, no seu livro Tarrafal, o pântano da morte, que na região não havia água potável e que «nada ali se produz a não ser milho – e quando chove». Prosseguindo o seu relato, denunciava: «As “condições necessárias” satisfatórias, evidentemente, significam a instalação da colónia num pântano da baía do Tarrafal, na zona de mais intenso paludismo de Cabo Verde; e a certeza de que a maioria dos deportados seria dizimada pela biliosa ou ficaria com a saúde tão abalada pelo paludismo crónico que, regressados à metrópole, não teriam vontade de prosseguir na actividade antifascista.»
Somando a isto a falta de medicamentos, a má alimentação, os trabalhos forçados e a brutalidade dos carcereiros, pouco ou nada destinguia o Tarrafal dos muitos campos de concentração que, na época, polvilhavam o continente europeu. Os objectivos eram os mesmos. Os métodos também.
Com o fim da II Guerra e com a derrota dos aliados ideológicos do fascismo português, a manutenção de um campo de concentração torna-se insustentável. Graças à luta do povo português e à solidariedade internacional, a ditadura é obrigada a encerrar o Tarrafal em 1954. Ainda voltaria a abrir, anos mais tarde, para encarcerar os patriotas angolanos que combatiam o colonialismo português.

«TUDO CONTRA A NAÇÃO, NADA CONTRA A NAÇÃO!»

A criação da Colónia Penal do Tarrafal, em Abril de 1936, e a chegada dos primeiros prisioneiros, em Outubro do mesmo ano, foi um passo decisivo e particularmente brutal na fascização do Estado. Mas esteve longe, muito longe, de ser o único.
Tomando como modelo a Itália de Mussolini, o salazarismo começou desde cedo a construir o edifício fascista em Portugal. Em Julho de 1930 é criado o partido único, a União Nacional e, em 1932, o ditador formula a sua concepção de “Estado forte”: reforço dos poderes do governo, abolição dos partidos e interdição dos sindicatos, manutenção da censura imposta com o golpe militar de 28 de Maio de 1926, modernização da polícia e das forças armadas. A Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE), que antecedeu a PIDE, é criada em 29 de Agosto de 1933.
A 19 de Março de 1933 é proclamada a Constituição, depois de um “plebiscito” em que é reprimida qualquer propaganda da oposição e as abstenções são contadas como votos a favor. Com a promulgação da Constituição, o fascismo institucionalizava-se e terminava o chamado “período de transição”, iniciado com o golpe de 1926. Em Setembro do mesmo ano, é publicado o Estatuto do Trabalho Nacional, à semelhança da Carta del Lavoro italiana. São criados os “Sindicatos Nacionais” e é imposto o modelo corporativo de organização dos trabalhadores, do patronato, e da sua relação com o Estado.
Em 1935, os funcionários públicos passam a ser obrigados a assinar uma declaração anticomunista e o governo é autorizado a suspender e a demitir das suas funções aqueles que não derem provas de aceitação e fidelidade aos princípios da Constituição fascista. São demitidos milhares de funcionários públicos. No ano seguinte, e à imagem da Alemanha nazi, é criada a Mocidade Portuguesa e a Legião Portuguesa.
Ao mesmo tempo, o fascismo promove a concentração capitalista. Como escreveu Álvaro Cunhal no Rumo à Vitória, «em 1926, na indústria, como na banca e no comércio, ainda a média burguesia tinha um peso considerável. Ainda na maior parte dos ramos industriais estava ausente o domínio monopolista». O golpe militar de 1926 e a ditadura fascista, prossegue, «foi preparado e executado pelas forças reaccionárias do grande capital e dos grandes agrários. O objectivo foi pôr o aparelho de Estado ao seu serviço, arredar do poder a pequena e a média burguesia, travar o movimento operário».

«UM RECTÂNGULO DE ARAME FARPADO»


«O campo de concentração do Tarrafal é um rectângulo de arame farpado, exteriormente contornado por uma vala de quatro metros de largura e três de profundidade. Tem duzentos metros de comprimento por cento e cinquenta de largo e está encravado numa planície que o mar limita pelo poente e uma cadeia de montes por Norte, Sul e nascente». Assim descreve Pedro Soares o campo de concentração para onde foi enviado em Outubro de 1936 e, depois, novamente, em 1940.
Com a terra tirada para fazer a vala, foi feito um talude «que se eleva a três metros acima do nível do campo». Lá dentro, prossegue, «há apenas quatro barracões sem higiene, algumas barracas de madeira, nas quais estão instaladas as oficinas e o balneário, uma cozinha, sem condições de asseio, e algumas árvores».
No seu relato, o comunista (falecido pouco depois do 25 de Abril num acidente de viação juntamente com a sua companheira Maria Luísa da Costa Dias) destacava ainda que «a falta de vegetação, os montes escarpados, o mar e o isolamento a que os presos estão submetidos, dão à vida, aí, uma monotonia que torna mais insuportável o cativeiro». Como únicos vestígios do mundo, havia o «ar carrancudo dos guardas e das sentinelas negras que vigiam, as cartas das famílias que demoram meses a chegar, e dias a ser distribuídas, os castigos e os enxovalhos, os trabalhos forçados, as doenças e a morte de alguns companheiros».
Pedro Soares encontrava-se no grupo de 150 presos que inauguraram, em Outubro de 1936, o famigerado campo. Durante quase dois anos, foram alojados em doze barracas de lona, com sete metros de comprimento por quatro de largo, onde deveriam viver doze homens. «Essas barracas, que o sol e a chuva depressa apodreceram, serviram para nos arruinar a saúde.»

A “FRIGIDEIRA”

Se o Tarrafal passa à história como o “Campo da Morte Lenta” muito o deve à famosa “frigideira”, uma caixa de cimento para onde eram enviados os presos que ficavam de “castigo”. Conta Francisco Miguel, histórico militante comunista, que «lá dentro era um forno» e que «aquela prisão merecia o nome que lhe tínhamos dado».
Num impressionante relato, o comunista recordava: «O sol batia na porta de ferro e o calor ia­‑se tornando sempre mais difícil de suportar. Íamos tirando a roupa, mas o suor corria incessantemente. A “frigideira” teria capacidade para dois ou três presos por cela. Chegámos a ser doze numa área de nove metros quadrados. A luz e o ar entravam com muita dificuldade pelos buracos na porta e em cima pela abertura junto ao tecto.»
Mais adiante, Francisco Miguel lembrava que «pouco depois de o Sol nascer já o ar se tornava abafado, irrespirável. Despíamos a roupa e estendíamo-nos no cimento para nela nos deitarmos. O Sol ia­‑se erguendo sobre o horizonte e o calor aumentava, aumentava e suávamos, suávamos. Sentíamos sede, batíamos na porta a pedir água, mas não tínhamos resposta. A água da bilha não tardava em ficar quente. Havia momentos em que a sede era tanta que passávamos a língua pela parede por onde escorriam as gotas da nossa respiração que ali se condensava. Os dias pareciam infindáveis. Suspirávamos pela noite, pois o frio nos era mais fácil de suportar. Mas pelo entardecer também a sede aumentava. A excessiva transpiração não era devidamente compensada. A “frigideira” matava». Francisco Miguel passou na “frigideira” mais de cem dias. A sua saúde ficou arrasada. Mas, como muitos outros, não cedeu.
Gustavo Carneiro.
Avante!
publicado por armando ésse às 09:40

Abril 28 2006
Em Abril de 1936, mais precisamente no dia 23, o decreto n.º 25 539 criava a Colónia Penal do Tarrafal, na ilha cabo­‑verdiana de Santiago. A criação daquele que ficou conhecido como o “Campo da Morte Lenta” foi mais um passo decisivo na instauração de um regime fascista em Portugal, em muito semelhante aos que vigoravam na Itália de Mussolini e na Alemanha de Hitler.
«Quem vem para o Tarrafal vem para morrer!». Assim recebia os presos Manuel dos Reis, durante anos director daquela “Colónia Penal”. Estas palavras resumiam como nenhumas outras os verdadeiros objectivos que estiveram na base da criação do campo de concentração do Tarrafal. Muito para lá do objectivo hipocritamente proclamado no decreto fundador, de «recolher os presos condenados a pena de desterro, pela prática de crimes políticos», com a criação do campo de concentração pretendia­‑se a eliminação física dos opositores políticos do fascismo.
Durante os 18 anos em que funcionou, o Tarrafal ceifou a vida a 32 antifascistas, entre os quais o secretário­‑geral do PCP, Bento Gonçalves. Alguns dos prisioneiros acabariam mesmo por falecer anos depois de expirada a pena a que tinham sido condenados. Muitos dos presos nunca tiveram pena sequer. Era assim a “legalidade” fascista… Durante este período, passaram pelo campo da Achada Grande do Tarrafal, na ilha de Santiago, 340 prisioneiros, que cumpriram, somados, um total de dois mil anos, onze meses e cinco dias de prisão.
Outro ponto do decreto fundador do campo de concentração apontava a instalação da “colónia penal” num local que salvaguardasse as «melhores condições de salubridade e funcionamento». Suprema hipocrisia. Mais uma vez, a realidade revela a verdadeira natureza do campo e os seus objectivos. A Achada Grande do Tarrafal é, do ponto de vista climático, uma das piores zonas de Cabo Verde.
Afirma Cândido de Oliveira, no seu livro Tarrafal, o pântano da morte, que na região não havia água potável e que «nada ali se produz a não ser milho – e quando chove». Prosseguindo o seu relato, denunciava: «As “condições necessárias” satisfatórias, evidentemente, significam a instalação da colónia num pântano da baía do Tarrafal, na zona de mais intenso paludismo de Cabo Verde; e a certeza de que a maioria dos deportados seria dizimada pela biliosa ou ficaria com a saúde tão abalada pelo paludismo crónico que, regressados à metrópole, não teriam vontade de prosseguir na actividade antifascista.»
Somando a isto a falta de medicamentos, a má alimentação, os trabalhos forçados e a brutalidade dos carcereiros, pouco ou nada destinguia o Tarrafal dos muitos campos de concentração que, na época, polvilhavam o continente europeu. Os objectivos eram os mesmos. Os métodos também.
Com o fim da II Guerra e com a derrota dos aliados ideológicos do fascismo português, a manutenção de um campo de concentração torna-se insustentável. Graças à luta do povo português e à solidariedade internacional, a ditadura é obrigada a encerrar o Tarrafal em 1954. Ainda voltaria a abrir, anos mais tarde, para encarcerar os patriotas angolanos que combatiam o colonialismo português.

«TUDO CONTRA A NAÇÃO, NADA CONTRA A NAÇÃO!»

A criação da Colónia Penal do Tarrafal, em Abril de 1936, e a chegada dos primeiros prisioneiros, em Outubro do mesmo ano, foi um passo decisivo e particularmente brutal na fascização do Estado. Mas esteve longe, muito longe, de ser o único.
Tomando como modelo a Itália de Mussolini, o salazarismo começou desde cedo a construir o edifício fascista em Portugal. Em Julho de 1930 é criado o partido único, a União Nacional e, em 1932, o ditador formula a sua concepção de “Estado forte”: reforço dos poderes do governo, abolição dos partidos e interdição dos sindicatos, manutenção da censura imposta com o golpe militar de 28 de Maio de 1926, modernização da polícia e das forças armadas. A Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE), que antecedeu a PIDE, é criada em 29 de Agosto de 1933.
A 19 de Março de 1933 é proclamada a Constituição, depois de um “plebiscito” em que é reprimida qualquer propaganda da oposição e as abstenções são contadas como votos a favor. Com a promulgação da Constituição, o fascismo institucionalizava-se e terminava o chamado “período de transição”, iniciado com o golpe de 1926. Em Setembro do mesmo ano, é publicado o Estatuto do Trabalho Nacional, à semelhança da Carta del Lavoro italiana. São criados os “Sindicatos Nacionais” e é imposto o modelo corporativo de organização dos trabalhadores, do patronato, e da sua relação com o Estado.
Em 1935, os funcionários públicos passam a ser obrigados a assinar uma declaração anticomunista e o governo é autorizado a suspender e a demitir das suas funções aqueles que não derem provas de aceitação e fidelidade aos princípios da Constituição fascista. São demitidos milhares de funcionários públicos. No ano seguinte, e à imagem da Alemanha nazi, é criada a Mocidade Portuguesa e a Legião Portuguesa.
Ao mesmo tempo, o fascismo promove a concentração capitalista. Como escreveu Álvaro Cunhal no Rumo à Vitória, «em 1926, na indústria, como na banca e no comércio, ainda a média burguesia tinha um peso considerável. Ainda na maior parte dos ramos industriais estava ausente o domínio monopolista». O golpe militar de 1926 e a ditadura fascista, prossegue, «foi preparado e executado pelas forças reaccionárias do grande capital e dos grandes agrários. O objectivo foi pôr o aparelho de Estado ao seu serviço, arredar do poder a pequena e a média burguesia, travar o movimento operário».

«UM RECTÂNGULO DE ARAME FARPADO»


«O campo de concentração do Tarrafal é um rectângulo de arame farpado, exteriormente contornado por uma vala de quatro metros de largura e três de profundidade. Tem duzentos metros de comprimento por cento e cinquenta de largo e está encravado numa planície que o mar limita pelo poente e uma cadeia de montes por Norte, Sul e nascente». Assim descreve Pedro Soares o campo de concentração para onde foi enviado em Outubro de 1936 e, depois, novamente, em 1940.
Com a terra tirada para fazer a vala, foi feito um talude «que se eleva a três metros acima do nível do campo». Lá dentro, prossegue, «há apenas quatro barracões sem higiene, algumas barracas de madeira, nas quais estão instaladas as oficinas e o balneário, uma cozinha, sem condições de asseio, e algumas árvores».
No seu relato, o comunista (falecido pouco depois do 25 de Abril num acidente de viação juntamente com a sua companheira Maria Luísa da Costa Dias) destacava ainda que «a falta de vegetação, os montes escarpados, o mar e o isolamento a que os presos estão submetidos, dão à vida, aí, uma monotonia que torna mais insuportável o cativeiro». Como únicos vestígios do mundo, havia o «ar carrancudo dos guardas e das sentinelas negras que vigiam, as cartas das famílias que demoram meses a chegar, e dias a ser distribuídas, os castigos e os enxovalhos, os trabalhos forçados, as doenças e a morte de alguns companheiros».
Pedro Soares encontrava-se no grupo de 150 presos que inauguraram, em Outubro de 1936, o famigerado campo. Durante quase dois anos, foram alojados em doze barracas de lona, com sete metros de comprimento por quatro de largo, onde deveriam viver doze homens. «Essas barracas, que o sol e a chuva depressa apodreceram, serviram para nos arruinar a saúde.»

A “FRIGIDEIRA”

Se o Tarrafal passa à história como o “Campo da Morte Lenta” muito o deve à famosa “frigideira”, uma caixa de cimento para onde eram enviados os presos que ficavam de “castigo”. Conta Francisco Miguel, histórico militante comunista, que «lá dentro era um forno» e que «aquela prisão merecia o nome que lhe tínhamos dado».
Num impressionante relato, o comunista recordava: «O sol batia na porta de ferro e o calor ia­‑se tornando sempre mais difícil de suportar. Íamos tirando a roupa, mas o suor corria incessantemente. A “frigideira” teria capacidade para dois ou três presos por cela. Chegámos a ser doze numa área de nove metros quadrados. A luz e o ar entravam com muita dificuldade pelos buracos na porta e em cima pela abertura junto ao tecto.»
Mais adiante, Francisco Miguel lembrava que «pouco depois de o Sol nascer já o ar se tornava abafado, irrespirável. Despíamos a roupa e estendíamo-nos no cimento para nela nos deitarmos. O Sol ia­‑se erguendo sobre o horizonte e o calor aumentava, aumentava e suávamos, suávamos. Sentíamos sede, batíamos na porta a pedir água, mas não tínhamos resposta. A água da bilha não tardava em ficar quente. Havia momentos em que a sede era tanta que passávamos a língua pela parede por onde escorriam as gotas da nossa respiração que ali se condensava. Os dias pareciam infindáveis. Suspirávamos pela noite, pois o frio nos era mais fácil de suportar. Mas pelo entardecer também a sede aumentava. A excessiva transpiração não era devidamente compensada. A “frigideira” matava». Francisco Miguel passou na “frigideira” mais de cem dias. A sua saúde ficou arrasada. Mas, como muitos outros, não cedeu.
Gustavo Carneiro.
Avante!
publicado por armando ésse às 09:40

Abril 26 2006

Escrevia ontem no jornal Público, o ex. Presidente da ex.União Soviética, Mikhail Gorvatchov, que “ o desastre nuclear de Tchernobil…foi, ainda mais do que o lançamento da minha Perestroika, a verdadeira causa do colapso da União Soviética cinco anos depois. De facto, a catástrofe de Tchernobil foi um momento de viragem histórico :houve uma era antes do desastre e há uma nova era depois dele”, sendo verdade que o colapso da União Soviética, foi um dos acontecimentos históricos mais significativos para o Mundo, no último quarto do século passado, o preço pago e a pagar, é demasiado elevado.
Há 20 anos, em 26 Abril de 1986, o mundo acorda para o pesadelo dos desastres nucleares .

Às 01h23 da manhã, explode o reactor número quatro do complexo nuclear de Tchernobil, na União Soviética. O incêndio provoca a destruição parcial do coração do reactor que, no momento, funcionava a apenas sete por cento da sua potência normal, pois encontrava-se em fase de descarga de combustível. Às 01h25 os bombeiros da central começam a atacar o incêndio. Às 02h15, as autoridades de Pripyat (localidade mais próxima) interditam a região num raio de 15 quilómetros. Entretanto, a estação meteorológica mais próxima regista um aumento anormal de radioactividade. No dia 27, com a extinção do incêndio, começa a evacuação de 50 mil pessoas da cidade de Pripyat, em 1100 autocarros formando uma coluna de 27 quilómetros. Na Ucrânia, as autoridades estendem o perímetro de segurança para 30 quilómetros. No dia 28, o ministro sueco da energia e o ministro do ambiente da Dinamarca solicitam à União Soviética explicações sobre a origem da poluição radioactiva detectada, fazendo-se a evacuação dos habitantes num raio de 30 quilómetros da central. Às 21h00, a agência noticiosa soviética, TASS, emite um comunicado do Conselho de Ministros da União Soviética, admitindo um acidente nuclear em Tchernobil, com uma quantidade indefinida de mortos.
Sobre este atraso na divulgação da notícia ao mundo, diz Gorbatchov, que “…o mundo soube do desastre através de cientistas suecos, criando a impressão de que estávamos a esconder alguma coisa. Mas, na verdade, não tínhamos nada a esconder e, simplesmente, não tivemos qualquer informação durante um dia e meio. Só alguns dias depois soubemos que o que aconteceu não foi um simples acidente mas uma verdadeira catástrofe nuclear…” .
A nuvem radioactiva afectou principalmente a Ucrânia, a Finlândia, a Suécia, a Polónia, a Alemanha Ocidental e Oriental e a França. Além das perdas humanas, a radioactividade de Tchernobil contaminou os solos e águas de 137 mil quilómetros quadrados de territórios na Ucrânia, na Bielorússia e na Rússia. Tchernobil inutilizou ainda 114 mil hectares de terra e 492 mil hectares de floresta, forçando cerca de, 400 mil pessoas a abandonarem as suas habitações. O acidente provocou a morte de 59 pessoas e libertou uma radiação duzentas vezes superior às bombas atómicas de Hiroxima e Nagasáqui.
“Tchernobil abriu-me os olhos como nenhum outro acontecimento: mostrou-me as horríveis consequências do poder nuclear, mesmo quando não é usado para fins militares. Agora todos podemos perceber melhor o que aconteceria se uma bomba atómica explodisse. Há cientistas que dizem que apenas um SS-18 pode conter 100 Tchernobils.”, diz Gorbatchov.

Fotografia, EPA/Sergey Dolzhenko. Vyacheslav Konovalov, biólogo ucraniano exibe um feto humano e um de um porco. Konovalov estuda as mutações biológicas provocadas pela exposição a radiações.
Passados 20 anos sobre Tchernobil, ainda não há consenso sobre o número de vítimas. Segundo a Organização das Nações Unidas, apenas 59 pessoas morreram devido ao acidente e estima em 4 mil o número dos que podem vir a perder a vida devido a cancros. Por sua vez a Organização Não Governamental, Greenpeace, garante que o acidente causou, nos países mais afectados, a Ucrânia, a Rússia, e a Bielorússia, cerca de 200 mil mortos.

Dados apresentados por cientistas apontam para que mais de 200 mil de pessoas nas próximas gerações possam continuar a ser afectadas pelo maior acidente do género da história da humanidade. Actualmente, a radioactividade libertada é associada a aproximadamente quatro mil casos de cancro na tiróide. Cientistas israelitas e ucranianos também descobriram evidências de que pequenas doses de radiação poderiam provocar mudanças no ADN humano e que estas passam para futuras gerações. As análises a crianças, que nasceram depois da explosão de Tchernobil, descendentes de pais que limparam o reactor da central nuclear russa, registaram um grande aumento de mutações, que poderão ser de longa duração, revelou um estudo.
Mikhail Gorbachov termina o seu artigo com uma mensagem de esperança, “O 20º aniversário da catástrofe de Tchernobil recorda-nos que não devemos esquecer a terrível lição ensinada ao mundo em 1986. Devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para tornar as instalações nucleares seguras. E devemos também começar seriamente a trabalhar na produção de formas de energia alternativa.”
Numa altura em que o debate sobre a energia nuclear parece querer voltar à agenda política portuguesa, estas sábias palavras de Mikhail Gorbatchov, devem servir de alavanca a todos aqueles, que querem o país longe, da opção da energia nuclear.
publicado por armando ésse às 10:22

Abril 26 2006

Escrevia ontem no jornal Público, o ex. Presidente da ex.União Soviética, Mikhail Gorvatchov, que “ o desastre nuclear de Tchernobil…foi, ainda mais do que o lançamento da minha Perestroika, a verdadeira causa do colapso da União Soviética cinco anos depois. De facto, a catástrofe de Tchernobil foi um momento de viragem histórico :houve uma era antes do desastre e há uma nova era depois dele”, sendo verdade que o colapso da União Soviética, foi um dos acontecimentos históricos mais significativos para o Mundo, no último quarto do século passado, o preço pago e a pagar, é demasiado elevado.
Há 20 anos, em 26 Abril de 1986, o mundo acorda para o pesadelo dos desastres nucleares .

Às 01h23 da manhã, explode o reactor número quatro do complexo nuclear de Tchernobil, na União Soviética. O incêndio provoca a destruição parcial do coração do reactor que, no momento, funcionava a apenas sete por cento da sua potência normal, pois encontrava-se em fase de descarga de combustível. Às 01h25 os bombeiros da central começam a atacar o incêndio. Às 02h15, as autoridades de Pripyat (localidade mais próxima) interditam a região num raio de 15 quilómetros. Entretanto, a estação meteorológica mais próxima regista um aumento anormal de radioactividade. No dia 27, com a extinção do incêndio, começa a evacuação de 50 mil pessoas da cidade de Pripyat, em 1100 autocarros formando uma coluna de 27 quilómetros. Na Ucrânia, as autoridades estendem o perímetro de segurança para 30 quilómetros. No dia 28, o ministro sueco da energia e o ministro do ambiente da Dinamarca solicitam à União Soviética explicações sobre a origem da poluição radioactiva detectada, fazendo-se a evacuação dos habitantes num raio de 30 quilómetros da central. Às 21h00, a agência noticiosa soviética, TASS, emite um comunicado do Conselho de Ministros da União Soviética, admitindo um acidente nuclear em Tchernobil, com uma quantidade indefinida de mortos.
Sobre este atraso na divulgação da notícia ao mundo, diz Gorbatchov, que “…o mundo soube do desastre através de cientistas suecos, criando a impressão de que estávamos a esconder alguma coisa. Mas, na verdade, não tínhamos nada a esconder e, simplesmente, não tivemos qualquer informação durante um dia e meio. Só alguns dias depois soubemos que o que aconteceu não foi um simples acidente mas uma verdadeira catástrofe nuclear…” .
A nuvem radioactiva afectou principalmente a Ucrânia, a Finlândia, a Suécia, a Polónia, a Alemanha Ocidental e Oriental e a França. Além das perdas humanas, a radioactividade de Tchernobil contaminou os solos e águas de 137 mil quilómetros quadrados de territórios na Ucrânia, na Bielorússia e na Rússia. Tchernobil inutilizou ainda 114 mil hectares de terra e 492 mil hectares de floresta, forçando cerca de, 400 mil pessoas a abandonarem as suas habitações. O acidente provocou a morte de 59 pessoas e libertou uma radiação duzentas vezes superior às bombas atómicas de Hiroxima e Nagasáqui.
“Tchernobil abriu-me os olhos como nenhum outro acontecimento: mostrou-me as horríveis consequências do poder nuclear, mesmo quando não é usado para fins militares. Agora todos podemos perceber melhor o que aconteceria se uma bomba atómica explodisse. Há cientistas que dizem que apenas um SS-18 pode conter 100 Tchernobils.”, diz Gorbatchov.

Fotografia, EPA/Sergey Dolzhenko. Vyacheslav Konovalov, biólogo ucraniano exibe um feto humano e um de um porco. Konovalov estuda as mutações biológicas provocadas pela exposição a radiações.
Passados 20 anos sobre Tchernobil, ainda não há consenso sobre o número de vítimas. Segundo a Organização das Nações Unidas, apenas 59 pessoas morreram devido ao acidente e estima em 4 mil o número dos que podem vir a perder a vida devido a cancros. Por sua vez a Organização Não Governamental, Greenpeace, garante que o acidente causou, nos países mais afectados, a Ucrânia, a Rússia, e a Bielorússia, cerca de 200 mil mortos.

Dados apresentados por cientistas apontam para que mais de 200 mil de pessoas nas próximas gerações possam continuar a ser afectadas pelo maior acidente do género da história da humanidade. Actualmente, a radioactividade libertada é associada a aproximadamente quatro mil casos de cancro na tiróide. Cientistas israelitas e ucranianos também descobriram evidências de que pequenas doses de radiação poderiam provocar mudanças no ADN humano e que estas passam para futuras gerações. As análises a crianças, que nasceram depois da explosão de Tchernobil, descendentes de pais que limparam o reactor da central nuclear russa, registaram um grande aumento de mutações, que poderão ser de longa duração, revelou um estudo.
Mikhail Gorbachov termina o seu artigo com uma mensagem de esperança, “O 20º aniversário da catástrofe de Tchernobil recorda-nos que não devemos esquecer a terrível lição ensinada ao mundo em 1986. Devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para tornar as instalações nucleares seguras. E devemos também começar seriamente a trabalhar na produção de formas de energia alternativa.”
Numa altura em que o debate sobre a energia nuclear parece querer voltar à agenda política portuguesa, estas sábias palavras de Mikhail Gorbatchov, devem servir de alavanca a todos aqueles, que querem o país longe, da opção da energia nuclear.
publicado por armando ésse às 10:22

Abril 21 2006

A televisão ocupa um espaço significativo na vida quotidiana dos portugueses. Não tenho números certos, mas certamente haverão mais televisores em Portugal que lares. Independente do nível social, a televisão está presente em todos os lares e representa a principal fonte de informação e diversão, de uma esmagadora maioria dos portugueses. A televisão tornou-se hoje em dia um poder colossal, podemos dizer que é em potência o mais importante de todos, como se tivesse substituído a voz Divina. Assim continuará, por muito tempo, enquanto continuarmos a suportar os seus abusos e a sua programação de baixo nível cultural.
Fiquei a saber hoje, que existe uma Organização Não Governamental (ONG), que se propõe a discutir e a pôr em causa, a maneira como passamos o tempo em frente da “caixinha mágica”. Esta ONG é a TV-Turnoff Network( http://www.tvturnoff.org/) e a sua congénere brasileira é a Desligue a TV (www.desligueatv.org.br).
A TV-Turnoff Network, é uma organização americana sem fins lucrativos que encoraja crianças e adultos a verem menos televisão com o intuito de promover vidas e comunidades mais saudáveis. Fundada em 1994, TV-Turnoff Network dedica-se à crença de que todos nós temos o poder de determinar o papel que a televisão terá nas nossas vidas. Ao invés de esperarmos que os produtores façam uma melhor programação televisiva, podemos desligá-la com mais frequência para nos dedicar às nossas famílias, aos nossos amigos e a nós mesmos. TV-Turnoff Network já ajudou milhares de pessoas a fazerem exactamente isso. Com os seus dois programas iniciais, o TV-Turnoff Week (Semana Sem Televisão) e o More Reading, Less TV (Mais Leitura, Menos TV), ajuda as pessoas, especialmente as crianças, a desligarem a televisão e a terem actividades diferentes, especialmente ao ar livre. Na “Semana Sem Televisão”, vários programas são propostos e implementados, actividades desportivas, cinemas e teatros com promoções e horários alternativos, caminhadas ecológicas, passeio turísticos, visitas a museus com programação e preços especiais, festivais de música e poesia, livrarias como centro de convivência e estímulo à leitura, e conversa, com amigos, família e filhos. Por mais difícil que esta tarefa possa parecer, a sua forma de aplicação, agregando vários sectores da sociedade, tem atingido resultados surpreendentes, desde 1995, mais de 24 milhões de pessoas já participaram no projecto em mais de 84 países como: Canadá, México, Coreia do Sul, Noruega, Itália, e muitos outros.
Para finalizar deixo aqui as palavras de John Condry, no livro “Televisão: Um Perigo Para a Democracia”, feito a duas mãos, juntamente com Karl Popper:

“A televisão não está predestinada a desaparecer e é pouco provável que venha a constituir um ambiente favorável à socialização das crianças. É uma realidade que devemos aceitar. Podemos tentar melhorar as coisas, garantir que os programas que oferecemos aos nossos filhos sejam de melhor qualidade, mas o mais importante é mostrarmos às crianças que a televisão não é uma fonte de informação sobre o mundo. Se queremos que consagrem menos tempo à televisão, devemos propor-lhes outras actividades. O que faz falta às crianças é mais experiência e menos televisão.
A televisão não é capaz de ensinar às crianças aquilo que necessitam para se tornarem adultos. A televisão é um instrumento publicitário, e é legítimo que ocupe um lugar enquanto tal. Pode ser uma diversão, e o facto de nos divertir-mos não é mau em si. Pode ter um papel de informação e isso é uma coisa boa. Contudo não consegue ser um instrumento de socialização válido. É isso que devemos reconhecer e é sobre esse problema que devemos intervir. A escola e a família devem desempenhar um papel essencial neste domínio e agir mais do que presentemente; e é preciso ajudá-las na medida do possível. Poderíamos começar por reduzir a influência que a televisão exerce na vida das crianças. Seria um bom começo. Chegou o momento de darmos esse passo”.
Este ano, a “Semana Sem Televisão”, é entre 24 de Abril e 30 de Abril.
publicado por armando ésse às 15:31

Abril 21 2006

A televisão ocupa um espaço significativo na vida quotidiana dos portugueses. Não tenho números certos, mas certamente haverão mais televisores em Portugal que lares. Independente do nível social, a televisão está presente em todos os lares e representa a principal fonte de informação e diversão, de uma esmagadora maioria dos portugueses. A televisão tornou-se hoje em dia um poder colossal, podemos dizer que é em potência o mais importante de todos, como se tivesse substituído a voz Divina. Assim continuará, por muito tempo, enquanto continuarmos a suportar os seus abusos e a sua programação de baixo nível cultural.
Fiquei a saber hoje, que existe uma Organização Não Governamental (ONG), que se propõe a discutir e a pôr em causa, a maneira como passamos o tempo em frente da “caixinha mágica”. Esta ONG é a TV-Turnoff Network( http://www.tvturnoff.org/) e a sua congénere brasileira é a Desligue a TV (www.desligueatv.org.br).
A TV-Turnoff Network, é uma organização americana sem fins lucrativos que encoraja crianças e adultos a verem menos televisão com o intuito de promover vidas e comunidades mais saudáveis. Fundada em 1994, TV-Turnoff Network dedica-se à crença de que todos nós temos o poder de determinar o papel que a televisão terá nas nossas vidas. Ao invés de esperarmos que os produtores façam uma melhor programação televisiva, podemos desligá-la com mais frequência para nos dedicar às nossas famílias, aos nossos amigos e a nós mesmos. TV-Turnoff Network já ajudou milhares de pessoas a fazerem exactamente isso. Com os seus dois programas iniciais, o TV-Turnoff Week (Semana Sem Televisão) e o More Reading, Less TV (Mais Leitura, Menos TV), ajuda as pessoas, especialmente as crianças, a desligarem a televisão e a terem actividades diferentes, especialmente ao ar livre. Na “Semana Sem Televisão”, vários programas são propostos e implementados, actividades desportivas, cinemas e teatros com promoções e horários alternativos, caminhadas ecológicas, passeio turísticos, visitas a museus com programação e preços especiais, festivais de música e poesia, livrarias como centro de convivência e estímulo à leitura, e conversa, com amigos, família e filhos. Por mais difícil que esta tarefa possa parecer, a sua forma de aplicação, agregando vários sectores da sociedade, tem atingido resultados surpreendentes, desde 1995, mais de 24 milhões de pessoas já participaram no projecto em mais de 84 países como: Canadá, México, Coreia do Sul, Noruega, Itália, e muitos outros.
Para finalizar deixo aqui as palavras de John Condry, no livro “Televisão: Um Perigo Para a Democracia”, feito a duas mãos, juntamente com Karl Popper:

“A televisão não está predestinada a desaparecer e é pouco provável que venha a constituir um ambiente favorável à socialização das crianças. É uma realidade que devemos aceitar. Podemos tentar melhorar as coisas, garantir que os programas que oferecemos aos nossos filhos sejam de melhor qualidade, mas o mais importante é mostrarmos às crianças que a televisão não é uma fonte de informação sobre o mundo. Se queremos que consagrem menos tempo à televisão, devemos propor-lhes outras actividades. O que faz falta às crianças é mais experiência e menos televisão.
A televisão não é capaz de ensinar às crianças aquilo que necessitam para se tornarem adultos. A televisão é um instrumento publicitário, e é legítimo que ocupe um lugar enquanto tal. Pode ser uma diversão, e o facto de nos divertir-mos não é mau em si. Pode ter um papel de informação e isso é uma coisa boa. Contudo não consegue ser um instrumento de socialização válido. É isso que devemos reconhecer e é sobre esse problema que devemos intervir. A escola e a família devem desempenhar um papel essencial neste domínio e agir mais do que presentemente; e é preciso ajudá-las na medida do possível. Poderíamos começar por reduzir a influência que a televisão exerce na vida das crianças. Seria um bom começo. Chegou o momento de darmos esse passo”.
Este ano, a “Semana Sem Televisão”, é entre 24 de Abril e 30 de Abril.
publicado por armando ésse às 15:31

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