A FÁBRICA

Maio 10 2006

Conselho dos Direitos Humanos da ONU
"China, Cuba, Paquistão, Rússia e Arábia Saudita estão entre os 44 países eleitos hoje pela Assembleia-Geral das Nações Unidas para integrar o conselho, que substitui a desacreditada Comissão de Direitos Humanos da ONU."
Público.
publicado por armando ésse às 09:29

Maio 10 2006

Conselho dos Direitos Humanos da ONU
"China, Cuba, Paquistão, Rússia e Arábia Saudita estão entre os 44 países eleitos hoje pela Assembleia-Geral das Nações Unidas para integrar o conselho, que substitui a desacreditada Comissão de Direitos Humanos da ONU."
Público.
publicado por armando ésse às 09:29

Maio 09 2006

Comemora-se hoje o Dia da Europa. Foi em 9 de Maio de 1950, que Robert Schuman, ministro francês dos Negócios Estrangeiros, apresentou uma proposta de criação de uma Europa organizada, requisito indispensável para a manutenção da paz, numa altura em que a Guerra Fria começava a fazer sentir os seus efeitos, nas relações entre a Europa Ocidental e a Europa de Leste. Esta proposta, conhecida como "Declaração Schuman", é considerada o começo da criação do que é hoje, a União Europeia.
O Dia da Europa é hoje assinalado em 27 cafés das capitais dos Estados membros da União Europeia e nas capitais da Roménia e da Bulgária, que aderem à UE 2007, com o objectivo de divulgar a diversidade literária e gastronómica europeia.
A presidência austríaca da União Europeia, recuperou “ a ideia de Europa” de George Steiner, defendida na Déciam Palestra do Nexus Institute, de Amesterdão, que passou a livro, com o mesmo nome. Diz, George Steiner que, “enquanto existirem cafetarias, a “ideia de Europa” terá conteúdo”. O café como local de encontro para a troca de ideias, é para Steiner, o primeiro axioma para a construção da “ideia da Europa”.

“A Europa é feita de cafetarias, de cafés. Estes vão da cafetaria de Pessoa, em Lisboa, aos cafés de Odessa frequentados pelos gangsters de Isaac Babel. Vão dos cafés de Copenhaga, onde Kierkegaard passava nos seus passeios concentrados, aos balcões de Palermo. Não há cafés antigos ou definidores em Moscovo, que é já um subúrbio da Ásia.Poucos em Inglaterra, após um breve período em que estiveram na moda, no século XVIII. Nenhuns na América do Norte, para lá do posto avançado galicano de Nova Orleães. Desenhe-se o mapa das cafetarias e obter-se-á um dos marcadores essenciais da “ideia de Europa…Na Milão de Stendhal, na Veneza de Casanova, na Paris de Baudelaire, o café albergava o que existia de oposição política, de liberalismo clandestino”.
Em Lisboa, o projecto cultural Café da Europa, funcionará no café Martinho da Arcada, celebrizado por ser o café frequentado pelo poeta Fernando Pessoa. Pretende-se sensibilizar os cidadãos europeus para os temas da Europa através do paladar: para além de ser dado acesso a informação sobre a gastronomia, é dado especial destaque aos doces típicos de cada país.
O pastel de nata, foi escolhido como «ex-libris» da pastelaria portuguesa, e representante do país a par com o tiramisu italiano, o gaufre belga ou o kolach checo, etc.
Nas 27 capitais, será ainda escrita uma história com 27 capítulos, cabendo ao poeta português Casimiro de Brito, escrever e apresentar a versão lusa, inspirado na temática «Seduzido pela Europa», comum a todos. Noutros cafés europeus, estarão presentes autores como Vaclav Havel, que estará em Praga, Eva Demski em Berlim, Christiane Singer em Paris, Jan Baeke em Amesterdão e Timothy Garton Ash em Londres. Todos os escritores abordarão o tema da Europa de um ponto de vista literário, o que será o ponto de partida para o debate entre os presentes, que podem também contribuir com as suas próprias «Histórias da Europa», a compilar e publicar posteriormente no primeiro livro pan-europeu.
Costumo celebrar quase diariamente, o dia da Europa mas, como hoje é um dia especial, em vez de um pastel de nata, comi dois. O senhor José, o dono da pastelaria, é que não foi na conversa fiada de divulgar o pastel de nata e por isso, tive de desemblosar um Euro e vinte cêntimos.
publicado por armando ésse às 12:11

Maio 09 2006

Comemora-se hoje o Dia da Europa. Foi em 9 de Maio de 1950, que Robert Schuman, ministro francês dos Negócios Estrangeiros, apresentou uma proposta de criação de uma Europa organizada, requisito indispensável para a manutenção da paz, numa altura em que a Guerra Fria começava a fazer sentir os seus efeitos, nas relações entre a Europa Ocidental e a Europa de Leste. Esta proposta, conhecida como "Declaração Schuman", é considerada o começo da criação do que é hoje, a União Europeia.
O Dia da Europa é hoje assinalado em 27 cafés das capitais dos Estados membros da União Europeia e nas capitais da Roménia e da Bulgária, que aderem à UE 2007, com o objectivo de divulgar a diversidade literária e gastronómica europeia.
A presidência austríaca da União Europeia, recuperou “ a ideia de Europa” de George Steiner, defendida na Déciam Palestra do Nexus Institute, de Amesterdão, que passou a livro, com o mesmo nome. Diz, George Steiner que, “enquanto existirem cafetarias, a “ideia de Europa” terá conteúdo”. O café como local de encontro para a troca de ideias, é para Steiner, o primeiro axioma para a construção da “ideia da Europa”.

“A Europa é feita de cafetarias, de cafés. Estes vão da cafetaria de Pessoa, em Lisboa, aos cafés de Odessa frequentados pelos gangsters de Isaac Babel. Vão dos cafés de Copenhaga, onde Kierkegaard passava nos seus passeios concentrados, aos balcões de Palermo. Não há cafés antigos ou definidores em Moscovo, que é já um subúrbio da Ásia.Poucos em Inglaterra, após um breve período em que estiveram na moda, no século XVIII. Nenhuns na América do Norte, para lá do posto avançado galicano de Nova Orleães. Desenhe-se o mapa das cafetarias e obter-se-á um dos marcadores essenciais da “ideia de Europa…Na Milão de Stendhal, na Veneza de Casanova, na Paris de Baudelaire, o café albergava o que existia de oposição política, de liberalismo clandestino”.
Em Lisboa, o projecto cultural Café da Europa, funcionará no café Martinho da Arcada, celebrizado por ser o café frequentado pelo poeta Fernando Pessoa. Pretende-se sensibilizar os cidadãos europeus para os temas da Europa através do paladar: para além de ser dado acesso a informação sobre a gastronomia, é dado especial destaque aos doces típicos de cada país.
O pastel de nata, foi escolhido como «ex-libris» da pastelaria portuguesa, e representante do país a par com o tiramisu italiano, o gaufre belga ou o kolach checo, etc.
Nas 27 capitais, será ainda escrita uma história com 27 capítulos, cabendo ao poeta português Casimiro de Brito, escrever e apresentar a versão lusa, inspirado na temática «Seduzido pela Europa», comum a todos. Noutros cafés europeus, estarão presentes autores como Vaclav Havel, que estará em Praga, Eva Demski em Berlim, Christiane Singer em Paris, Jan Baeke em Amesterdão e Timothy Garton Ash em Londres. Todos os escritores abordarão o tema da Europa de um ponto de vista literário, o que será o ponto de partida para o debate entre os presentes, que podem também contribuir com as suas próprias «Histórias da Europa», a compilar e publicar posteriormente no primeiro livro pan-europeu.
Costumo celebrar quase diariamente, o dia da Europa mas, como hoje é um dia especial, em vez de um pastel de nata, comi dois. O senhor José, o dono da pastelaria, é que não foi na conversa fiada de divulgar o pastel de nata e por isso, tive de desemblosar um Euro e vinte cêntimos.
publicado por armando ésse às 12:11

Maio 08 2006

A mudança e a evolução esperadas de alguns comportamentos da Humanidade não estão a atingir os níveis desejados, mesmo em questões pequenas no contexto global. É devido a estas últimas, que se vão observando diariamente, que o pessimismo se nos vai enraizando na alma. Alguém disse um dia que um optimista é um pessimista mal informado. Nesta perspectiva, podemos avaliar estas questões enquadradas na importância que deveria ter a articulação, no actual modelo de Educação, entre as matérias disciplinares e o estabelecimento de referências. Não existem referências efectivas que motivem as pessoas a agirem de maneira diferente, que não podem limitar-se a serem conceitos abstractos, sem sentimentos reais envolvidos. Tem que passar a mensagem de que são algo de fundamental à consolidação da democracia. A verdade é que as escolas tornaram-se especialistas em formar “debitómetros” de conceitos teóricos, muito importantes para o desenvolvimento profissional, mas esquecem-se de complementar isto com formação cívica, importante para o desenvolvimento do ser Humano.
Considerando a nossa transição de ditadura para um novo regime democrático, que foi feita de uma forma tão surpreendentemente pacífica e rápida, o que contribuiu para imbuir todos os portugueses de uma estranha sensação de desorientação. A facilidade com que se obteve levou a que as pessoas não se esforçassem o suficiente para a manter saudável e progressivamente mais sólida. Nos anos que se seguiram até aos dias de hoje, em muitos aspectos, viveu-se num país de fantasia, onde o pensamento dominante foi de que tudo estava garantido para sempre e, de uma forma ou de outra, com raízes profundas nos anos da ditadura em que não existiam direitos nenhuns, cada sector da sociedade foi impondo a sua força para obter dos governos as suas pretensões, nem sempre de forma razoável, até ao ponto em que se encontram agora.
É fácil de perceber que a actual situação não se pode protelar por muito mais tempo sob pena de não haver retorno possível. Teremos sim um País onde o instinto de auto-preservação será o sentimento dominante, algo semelhante a outros onde se presenciavam filas para conseguir papel higiénico. Ao que parece, a mensagem de que algumas coisas são incomportáveis para o País coincidiu com o surgimento de uma grave crise de problemas auditivos, ou então de óbvia diminuição de capacidades intelectuais, numa espécie de acefalia generalizada. Ninguém quer perder os seus direitos e recomendam que os problemas se resolvam sempre à custa dos outros.
Analisando com rigor e desinteressadamente a situação actual, cada um por si chegará à conclusão que é necessária a participação de todos, que é necessário um esforço conjunto para que se garanta a sustentabilidade das gerações vindouras. E é nestes que temos que pensar. Então estamos ou não a preparar o futuro das próximas gerações? Parece-me evidente que se não organizarmos o presente, o futuro não será o que todos ambicionámos. Não há, neste momento, qualquer lugar para ambivalências. Não será esta uma forma de egoísmo? Ou a tão propalada solidariedade entre gerações só tem um sentido, aquele que nos interessa.
Uma das manchetes desta semana do JN revelava que 85% dos pensionistas tem uma reforma inferior a 374€. Estas reformas baixas resultam necessariamente de rendimentos baixos durante as suas carreiras profissionais e, portanto, o problema da segurança social não se coloca em relação a estes mas aos restantes. Qual será a parte destes 15% que, aproveitando as lacunas da legislação (nada de extraordinário em Portugal), não efectuou a totalidade dos descontos sobre os seus rendimentos à excepção dos últimos 10 anos? A solidariedade geracional foi esquecida enquanto foi conveniente, pelos mesmos que agora não se esquecem de a cobrar na forma de pensões elevadíssimas, que nada têm a ver com a realidade da sua carreira contributiva. Aliás, seria um exercício revelador aplicar as regras que agora vão regular esta matéria a estas reformas de luxo e verificar o resultado final. Ao abrigo da treta dos direitos adquiridos e de uma legalidade imoral, muitas pessoas, premeditadamente, planearam os timings das suas contribuições de modo a que tirassem o máximo benefício de todos os seus rendimentos. São estes que estão a arruinar o sistema, reclamando uma solidariedade quando não foram absolutamente nada solidários.
O autismo que isto revela, contribui para criar uma sensação de injustiça que, inevitavelmente, afasta os restantes do cumprimento dos seus deveres de cidadãos. Este afastamento também tem consequência para todos. Não é evidente que quem não cumpre as suas obrigações sociais não só prejudica os outros como também a si próprio? Momentaneamente e a título pessoal, poderá ter uma vida melhor, mas os serviços que a todos dizem respeito, tornar-se-ão, inevitavelmente, piores. Ao não contribuir para a melhoria global do País da qual, obviamente, beneficiaria, empurra-o para um estado de insolvência donde, se as coisas não mudarem, provavelmente não conseguirá sair.
É preciso salientar os perigos inerentes ao protelar destes problemas. Nesta fase da nossa democracia e com a tendência que a Humanidade tem para se repetir em ciclos, podemos estar a por em causa os valores democráticos e a preparar a sua substituição. A permanente referência ao Estado na terceira pessoa do plural é algo claramente elucidativo. O Estado não são “eles”, somos “nós”. É esta visão comunitária da sociedade que falta para fazer evoluir o país.
A esperança pode não estar morta, mas está para já moribunda. A indignação, contudo, cresce a olhos vistos.

Filipe Pinto.
publicado por armando ésse às 07:29

Maio 08 2006

A mudança e a evolução esperadas de alguns comportamentos da Humanidade não estão a atingir os níveis desejados, mesmo em questões pequenas no contexto global. É devido a estas últimas, que se vão observando diariamente, que o pessimismo se nos vai enraizando na alma. Alguém disse um dia que um optimista é um pessimista mal informado. Nesta perspectiva, podemos avaliar estas questões enquadradas na importância que deveria ter a articulação, no actual modelo de Educação, entre as matérias disciplinares e o estabelecimento de referências. Não existem referências efectivas que motivem as pessoas a agirem de maneira diferente, que não podem limitar-se a serem conceitos abstractos, sem sentimentos reais envolvidos. Tem que passar a mensagem de que são algo de fundamental à consolidação da democracia. A verdade é que as escolas tornaram-se especialistas em formar “debitómetros” de conceitos teóricos, muito importantes para o desenvolvimento profissional, mas esquecem-se de complementar isto com formação cívica, importante para o desenvolvimento do ser Humano.
Considerando a nossa transição de ditadura para um novo regime democrático, que foi feita de uma forma tão surpreendentemente pacífica e rápida, o que contribuiu para imbuir todos os portugueses de uma estranha sensação de desorientação. A facilidade com que se obteve levou a que as pessoas não se esforçassem o suficiente para a manter saudável e progressivamente mais sólida. Nos anos que se seguiram até aos dias de hoje, em muitos aspectos, viveu-se num país de fantasia, onde o pensamento dominante foi de que tudo estava garantido para sempre e, de uma forma ou de outra, com raízes profundas nos anos da ditadura em que não existiam direitos nenhuns, cada sector da sociedade foi impondo a sua força para obter dos governos as suas pretensões, nem sempre de forma razoável, até ao ponto em que se encontram agora.
É fácil de perceber que a actual situação não se pode protelar por muito mais tempo sob pena de não haver retorno possível. Teremos sim um País onde o instinto de auto-preservação será o sentimento dominante, algo semelhante a outros onde se presenciavam filas para conseguir papel higiénico. Ao que parece, a mensagem de que algumas coisas são incomportáveis para o País coincidiu com o surgimento de uma grave crise de problemas auditivos, ou então de óbvia diminuição de capacidades intelectuais, numa espécie de acefalia generalizada. Ninguém quer perder os seus direitos e recomendam que os problemas se resolvam sempre à custa dos outros.
Analisando com rigor e desinteressadamente a situação actual, cada um por si chegará à conclusão que é necessária a participação de todos, que é necessário um esforço conjunto para que se garanta a sustentabilidade das gerações vindouras. E é nestes que temos que pensar. Então estamos ou não a preparar o futuro das próximas gerações? Parece-me evidente que se não organizarmos o presente, o futuro não será o que todos ambicionámos. Não há, neste momento, qualquer lugar para ambivalências. Não será esta uma forma de egoísmo? Ou a tão propalada solidariedade entre gerações só tem um sentido, aquele que nos interessa.
Uma das manchetes desta semana do JN revelava que 85% dos pensionistas tem uma reforma inferior a 374€. Estas reformas baixas resultam necessariamente de rendimentos baixos durante as suas carreiras profissionais e, portanto, o problema da segurança social não se coloca em relação a estes mas aos restantes. Qual será a parte destes 15% que, aproveitando as lacunas da legislação (nada de extraordinário em Portugal), não efectuou a totalidade dos descontos sobre os seus rendimentos à excepção dos últimos 10 anos? A solidariedade geracional foi esquecida enquanto foi conveniente, pelos mesmos que agora não se esquecem de a cobrar na forma de pensões elevadíssimas, que nada têm a ver com a realidade da sua carreira contributiva. Aliás, seria um exercício revelador aplicar as regras que agora vão regular esta matéria a estas reformas de luxo e verificar o resultado final. Ao abrigo da treta dos direitos adquiridos e de uma legalidade imoral, muitas pessoas, premeditadamente, planearam os timings das suas contribuições de modo a que tirassem o máximo benefício de todos os seus rendimentos. São estes que estão a arruinar o sistema, reclamando uma solidariedade quando não foram absolutamente nada solidários.
O autismo que isto revela, contribui para criar uma sensação de injustiça que, inevitavelmente, afasta os restantes do cumprimento dos seus deveres de cidadãos. Este afastamento também tem consequência para todos. Não é evidente que quem não cumpre as suas obrigações sociais não só prejudica os outros como também a si próprio? Momentaneamente e a título pessoal, poderá ter uma vida melhor, mas os serviços que a todos dizem respeito, tornar-se-ão, inevitavelmente, piores. Ao não contribuir para a melhoria global do País da qual, obviamente, beneficiaria, empurra-o para um estado de insolvência donde, se as coisas não mudarem, provavelmente não conseguirá sair.
É preciso salientar os perigos inerentes ao protelar destes problemas. Nesta fase da nossa democracia e com a tendência que a Humanidade tem para se repetir em ciclos, podemos estar a por em causa os valores democráticos e a preparar a sua substituição. A permanente referência ao Estado na terceira pessoa do plural é algo claramente elucidativo. O Estado não são “eles”, somos “nós”. É esta visão comunitária da sociedade que falta para fazer evoluir o país.
A esperança pode não estar morta, mas está para já moribunda. A indignação, contudo, cresce a olhos vistos.

Filipe Pinto.
publicado por armando ésse às 07:29

Maio 07 2006

Volto a insistir.
Não podemos ficar quietos, calados e deixar esquecer, o que se passou na sessão da Assembleia da República na sessão antes da Páscoa.
Como foi tornado público e não foi desmentido, houve uma fraude, de vinte e oito deputados, que assinaram o registo de presenças e não compareceram, em nenhum momento da sessão.Isto significa que no dia anterior, assinaram a presença do dia seguinte.

Estamos perante uma ilegalidade; a assinatura antecipada do livro de registo de presenças.Mas, tudo indica que ao registarem uma presença antecipada, não o fizeram inocentemente, mas sim, com a intenção de ludibriar e manter os benefícios, de uma ausência prevista.A ser verdade e não diviso outra explicação quanto a outro motivo, os deputados em causa, pretenderam enganar o Estado e receber todos os benefícios constituídos, através da mentira e da fraude, de uma presença/ausência.
À luz dos princípios da honestidade, da rectidão e confiança, que são devidos aos cidadãos e eleitores, não podemos aceitar esta tentativa de apropriação fraudulenta de benefícios que lhes é garantida, no exercício pleno das suas funções.Este acto não pode desculpabilizar a debandada de outros deputados, mas não a gravidade desta atitude, só pode merecer o mais profundo repúdio e nojo.
Em nome dos altos valores da democracia os deputados em causa, deveriam ser demitidos dos seus partidos e se tivessem vergonha, deveriam solicitar a recusa do lugar de deputado.Deixo aqui um apelo a toda a blogosfera: não deixem cair esta aldrabice, denunciem-na, façam-na circular, estabeleçam uma corrente de denúncia por todo o sítio. Exigimos acções e saber a lista dos nomes dos deputados que assinaram a presença e não puseram lá os pés.
"Entre os que faltaram à votação (79) - assinaram o livro de presença, mas não estiveram no hemiciclo até ao final da sessão - ou os que nem passaram pelo Parlamento (28) e aqueles que estiveram em Missão ao Estrangeiro (13), os serviços da Assembleia registaram a ausência de 120 parlamentares, menos dos que os 116 necessários para que possa existir deliberação. "(PD)
Porque concordo com a indignação do Fernando, do blogue, charagoesquerdo, aqui está a reprodução do texto, por ele feito.
Se não concordarem com a fraude feita pela esmagadora maioria dos deputados, por nós eleitos e pagos com ordenados principescos, para nada fazerem, divulguem este texto.
Sejamos reinvidicativos e politicamente responsáveis.
Um bom Domingo para todos.
publicado por armando ésse às 10:22

Maio 07 2006

Volto a insistir.
Não podemos ficar quietos, calados e deixar esquecer, o que se passou na sessão da Assembleia da República na sessão antes da Páscoa.
Como foi tornado público e não foi desmentido, houve uma fraude, de vinte e oito deputados, que assinaram o registo de presenças e não compareceram, em nenhum momento da sessão.Isto significa que no dia anterior, assinaram a presença do dia seguinte.

Estamos perante uma ilegalidade; a assinatura antecipada do livro de registo de presenças.Mas, tudo indica que ao registarem uma presença antecipada, não o fizeram inocentemente, mas sim, com a intenção de ludibriar e manter os benefícios, de uma ausência prevista.A ser verdade e não diviso outra explicação quanto a outro motivo, os deputados em causa, pretenderam enganar o Estado e receber todos os benefícios constituídos, através da mentira e da fraude, de uma presença/ausência.
À luz dos princípios da honestidade, da rectidão e confiança, que são devidos aos cidadãos e eleitores, não podemos aceitar esta tentativa de apropriação fraudulenta de benefícios que lhes é garantida, no exercício pleno das suas funções.Este acto não pode desculpabilizar a debandada de outros deputados, mas não a gravidade desta atitude, só pode merecer o mais profundo repúdio e nojo.
Em nome dos altos valores da democracia os deputados em causa, deveriam ser demitidos dos seus partidos e se tivessem vergonha, deveriam solicitar a recusa do lugar de deputado.Deixo aqui um apelo a toda a blogosfera: não deixem cair esta aldrabice, denunciem-na, façam-na circular, estabeleçam uma corrente de denúncia por todo o sítio. Exigimos acções e saber a lista dos nomes dos deputados que assinaram a presença e não puseram lá os pés.
"Entre os que faltaram à votação (79) - assinaram o livro de presença, mas não estiveram no hemiciclo até ao final da sessão - ou os que nem passaram pelo Parlamento (28) e aqueles que estiveram em Missão ao Estrangeiro (13), os serviços da Assembleia registaram a ausência de 120 parlamentares, menos dos que os 116 necessários para que possa existir deliberação. "(PD)
Porque concordo com a indignação do Fernando, do blogue, charagoesquerdo, aqui está a reprodução do texto, por ele feito.
Se não concordarem com a fraude feita pela esmagadora maioria dos deputados, por nós eleitos e pagos com ordenados principescos, para nada fazerem, divulguem este texto.
Sejamos reinvidicativos e politicamente responsáveis.
Um bom Domingo para todos.
publicado por armando ésse às 10:22

Maio 05 2006

Passam amanhã 150 anos do nascimento de Sigmund Freud, e como não podia deixar de ser a Fábrica terá que escrever sobre o assunto, apesar de a imprensa nacional ter já editado uma verdadeira história de todo o seu saber. Do mal-estar que continua sendo detectado na civilização às infindáveis interpretações posteriores do sonho, o seu nome continua, apesar de severas críticas, sendo a mais polémica de todas a recente edição do Livro Negro da Psicanálise, e revisões, presente no nosso imaginário. Apesar de todas as polémicas, parece ser incontestável que Sigmund Freud, foi um dos maiores pensadores do século XX. A essência do legado de Freud fica longe de ser reduzido, apenas, à sua psicanálise. É possível que o próprio, se estivesse vivo, apontasse falhas nas teorias que desenvolveu. “Ele não via na terapia a sua grande obra, mas na importância cultural da psicanálise”, observou o psicólogo Wolfgang Mertens. O legado de Freud deverá ser ligado aos pontos de intersecção da psicanálise com a literatura, a filosofia, o cinema, a sociologia, a antropologia e outros saberes que tornam nítida a necessidade de lembrar Freud. Não deixa de ser curioso, o contraste entre as suas palavras e o seu legado à Humanidade, " Nunca fui realmente ambicioso. Procurei na ciência a satisfação que se oferece durante a pesquisa e no momento da descoberta, mas nunca fui daqueles que não podem suportar o pensamento de serem levados pela morte sem terem deixado o nome gravado numa rocha."
Sigismund (mais tarde Sigmund) Schlomo Freud nasceu a 6 de Maio de 1856, em Freiberg, Morávia - actual Pribor, na Republica Checa – que então, fazia parte do Império Austro-Húngaro. Na época em que nasceu o seu pai, Jakob Freud, tinha 41 anos e a sua mãe, Amália, 21, ambos professavam a religião judaica. Sobre a sua relação com a religião, Freud diria uns mais tarde, "Sempre me mantive distanciado da religião judaica, assim como de qualquer outra religião. Elas interresam-me apenas enquanto objecto de análise científica. No entanto, sempre me senti solidário para com o meu povo, procurando transmitir esse sentimento aos meus filhos. De uma certa forma, todos nós mantivemos a qualidade de judeus."

Seu pai já tinha dois outros filhos de um primeiro casamento: Emanuel e Philipp. Juntamente com eles, viviam também duas crianças, filhos de Emanuel e que eram apenas um ano mais velho do que Sigmund. Essa situação pode ter predisposto Freud, mais tarde a estudar o problema da circulação do desejo dentro das estruturas familiares. Em 1860, devido à guerra Austro-Italiana, os negócios de lã do seu pai, foram à ruína e a família foi obrigada a transferir-se para Viena. "Qualquer pessoa que tenha vivido o sofrimento da miséria na juventude e suportado a indiferença e a arogância dos ricos deveria estar isenta da suspeita de não ter compreensão e boa vontade para as tentativas de eliminação das diferenças económicas entre os homens e de tudo o que elas provocam", diria Freud falando da sua juventude.
É nesta cidade, que Freud iniciou os seus estudos e onde viveu até 1938. “No Gymnasium fui o primeiro da minha turma durante sete anos e desfrutei de privilégios especiais, quase nunca tendo de ser examinado na aula(...) O meu profundo interesse pela história da Bíblia teve, conforme reconheci muito mais tarde, efeito duradouro sobre a orientação do meu interesse. Sob a influência de uma amizade formada na escola com um menino mais velho, e que veio a ser um político conhecido, desenvolvi, como ele, o desejo de estudar Direito e dedicar-me a actividades sociais. Ao mesmo tempo, as teorias de Darwin, que eram então actuais, atraíram-me fortemente, pois ofereciam esperanças de um extraordinário progresso na nossa compreensão do mundo, e foi ouvindo o belo ensaio de Goethe sobre a Natureza, lido em voz alta numa conferência pelo professor Carl Bruhl, pouco antes de ter deixado a escola, que resolvi tornar-me estudante de Medicina.” Aos 17 anos, terminados os estudos secundários, Freud dominava perfeitamente o Inglês, o francês, o latim, o grego e o hebreu; possuía conhecimentos de espanhol e de italiano.
Ingressou na Universidade de Viena em 1873. Durante o curso, desenvolveu algumas pesquisas com alguns dos seus professores; com Ernest Bruucke, trabalhou durante seis anos numa pesquisa sobre o sistema nervoso central; em psiquiatria, trabalhou com Theodor Meynert, considerado o mais brilhante na sua especialidade, neuropatologia. Findo o curso, vê-se obrigado a trabalhar como médico de clínica geral, pois não consegue arranjar trabalho como pesquisador na Universidade. Entretanto, conheceu Martha Bernays, filha de um dos rabinos mais importantes do mundo judaico da época. Casou-se em 1886 e nesse mesmo ano abriu o seu consultório de neuropatologia. O casal teve seis filhos (Mathilde, 1887; Jean-Martin, 1889; Olivier, 1891; Ernst, 1892; Sophie, 1893; Anna, 1895). O início da obra freudiana está ligado à descrição clínica do caso Anna O., que Freud desenvolveu juntamente com Josef Breuer e que seria publicado sob o título de Estudos Sobre a Histeria, em 1895. Nesse livro, Freud afirma que os sintomas dos doentes histéricos são resíduos e símbolos de ocorrências traumáticas, nas quais um processo afectivo qualquer foi desviado da sua elaboração consciente normal. A hipnose revivesceria esse facto passado. A este processo foi dado o nome de catarse. Após este estudo, Freud convenceu-se de que todo o conteúdo das neuroses possuía uma origem sexual, e que a hipnose e o método catártico não apresentava bons resultados em todos os pacientes. Passou então a utilizar o método da associação livre e foi aí que, segundo as suas próprias palavras, nasceu a psicanálise. Esse método consistia em deixar o paciente livre para falar o que lhe viesse à mente, e competia ao analista interpretar as ideias a fim de clarificar o trauma responsável pela origem da perturbação nervosa. Num estudo publicado anos mais tarde, seria desenvolvida a tese de que a natureza da neurose era de origem sexual, tratando-se de impulsos reprimidos na infância do paciente, daí as considerações que fez sobre o complexo de Édipo e sobre a sexualidade infantil, como determinantes básicas do comportamento humano. O termo “psicanálise” foi concebido por Freud em 1896.”Demos o nome de psicanálise ao trabalho pelo qual trazemos à consciência do doente o psíquico que há recalcado nele”, definiria Freud.
Após romper com Breuer, e passando por uma crise, devida à morte de seu pai, Freud iniciou sua auto-análise em 1897, ao examinar seus sonhos e fantasias, contando com o apoio emocional de seu amigo íntimo, Wilhelm Fliess.
A Interpretação dos Sonhos, obra que Freud considerou como sendo o mais importante de todos os seus livros, foi publicado em 1899. Entretanto, foi nomeado Professor na Universidade de Viena e fundou a “Sociedade Psicológica das Quartas-feiras” em 1902 (reunião semanal de amigos, em sua casa, com o propósito de discutir os trabalhos que vinha desenvolvendo), a qual se veio a tornar a Associação de Psicanálise de Viena, em 1908. Por volta de 1906, um pequeno grupo de seguidores juntaram-se em torno de Freud, incluindo William Stekel, Alfred Adler, Otto Rank, Abraham Brill, Eugen Bleuler e Carl Jung.
Sándor Ferenczi e Ernest Jones juntaram-se ao círculo psicanalítico e o “Primeiro Congresso de Psicologia Freudiana” teve lugar em Salzburg, em 1908, contando com a presença de quarenta participantes de cinco países. Em 1909, Freud foi convidado por Stanley Hall para proferir cinco conferências, na Clark University (Worcester, Massachussets), que mais tarde seriam editadas com o título de Cinco Lições de Psicanálise. Seria esta a sua única visita aos Estados Unidos da América, mas esta oportunidade marcou definitivamente a sua carreira, ao atrair a atenção mundial para os seus trabalhos. O movimento psicanalítico foi sendo gradualmente reconhecido e uma organização internacional, chamada “International Psychoanalytical Association” foi fundada em 1910. A revista de psicanálise “Imago” foi criada em 1912. Conforme o movimento se ia difundindo, Freud teve que enfrentar a dissidência entre os membros de seu círculo. Adler (1911) e Jung (1913) deixaram a “Associação Psicanalítica de Viena” e formaram as suas próprias escolas de pensamento, discordando da ênfase dada por Freud à origem sexual da neurose.
Os anos da Primeira Guerra Mundial, foram improdutivos para Freud, que referindo-se à Grande Guerra, diria" Não duvido de que a humanidade se recuperará desta guerra, mas sei com segurança que eu e os meus compatriotas nunca mais haveremos de viver num mundo tão alegre quanto aquele em que vivemos. Tudo isso é muito repelente. E a coisa mais triste de todas está em que tudo isso é exactamente aquilo que a psicanálise esperava do homem e do seu comportamento." Só em 1919 é que escreveu uma das suas mais importantes obras: Além do Princípio do Prazer, onde demonstrou a existência de dois instintos opostos no homem. Um, de preservação, ligado ao Prazer (Eros) e outro de destruição(Tanatos). Alguns factos ocorridos no início dos anos 20 vieram a alterar profundamente a vida de Freud: Primeiro a morte da sua filha Sofia, em 1920 e depois a morte do seu neto, filho de Sofia. Entretanto, em 1923 é-lhe diagnosticado um cancro no maxilar superior e Freud é submetido à primeira de uma série de 33 operações na boca, que o levou a perder todo o maxilar superior. Mas a sua produção intelectual permaneceu bastante intensa. Em 1923, publicou o Ego e o Id, onde apresentou um modelo dinâmico da mente, constituído pelo Ego, Superego e Id. O Id constitui a fonte dos impulsos ou tendências de uma pessoa; o Superego representa os educadores introjectados no indivíduo; e o Ego é uma espécie de relações públicas entre o ser, os seus impulsos e a sociedade. Freud usou a seguinte metáfora para mostrar como essas três instâncias se relacionam: “o Ego é um cavaleiro tentando meter freio a um cavalo selvagem (o Id), seguindo as ordens do professor de equitação (Superego).”
No ano seguinte, ocorreu a ruptura com dois dos seus discípulos, Otto Rank e Sándor Ferenczi, devido à teoria do trauma do nascimento. Em 1930 Freud foi laureado com o “Prémio Goethe”. A década de 30 marcou a ascensão do nazismo na Alemanha. Os livros de Freud e de muitos pensadores modernos foram queimados na praça pública. Em 1934, Freud começou a escrever Moisés e o Monoteísmo, onde procurou esclarecer a origem da religião judaica. Nos anos seguintes, Hitler e os nazistas, continuam a invadir os países vizinhos e a endurecer as leis contra os judeus. Em 1938 anexa a Áustria e Freud é imediatamente incomodado. Freud que sempre se manteve afastado da prática religiosa, não evitou que a Gestapo investigasse a sua casa, de onde roubaram preciosos objectos da sua colecção de antiguidades e prenderam e interrogaram a sua filha Anna durante um dia. Várias pessoas intervieram a favor dele, conseguindo que Freud escapasse da Áustria, juntamente com a sua mulher e com a sua filha Anna. Já bastante debilitado pela doença, Freud passou o último ano da sua existência em Londres. Sigmund Freud faleceu, aos 83 anos de idade, no dia 23 de Setembro de 1939, em Londres.
publicado por armando ésse às 07:18
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Maio 05 2006

Passam amanhã 150 anos do nascimento de Sigmund Freud, e como não podia deixar de ser a Fábrica terá que escrever sobre o assunto, apesar de a imprensa nacional ter já editado uma verdadeira história de todo o seu saber. Do mal-estar que continua sendo detectado na civilização às infindáveis interpretações posteriores do sonho, o seu nome continua, apesar de severas críticas, sendo a mais polémica de todas a recente edição do Livro Negro da Psicanálise, e revisões, presente no nosso imaginário. Apesar de todas as polémicas, parece ser incontestável que Sigmund Freud, foi um dos maiores pensadores do século XX. A essência do legado de Freud fica longe de ser reduzido, apenas, à sua psicanálise. É possível que o próprio, se estivesse vivo, apontasse falhas nas teorias que desenvolveu. “Ele não via na terapia a sua grande obra, mas na importância cultural da psicanálise”, observou o psicólogo Wolfgang Mertens. O legado de Freud deverá ser ligado aos pontos de intersecção da psicanálise com a literatura, a filosofia, o cinema, a sociologia, a antropologia e outros saberes que tornam nítida a necessidade de lembrar Freud. Não deixa de ser curioso, o contraste entre as suas palavras e o seu legado à Humanidade, " Nunca fui realmente ambicioso. Procurei na ciência a satisfação que se oferece durante a pesquisa e no momento da descoberta, mas nunca fui daqueles que não podem suportar o pensamento de serem levados pela morte sem terem deixado o nome gravado numa rocha."
Sigismund (mais tarde Sigmund) Schlomo Freud nasceu a 6 de Maio de 1856, em Freiberg, Morávia - actual Pribor, na Republica Checa – que então, fazia parte do Império Austro-Húngaro. Na época em que nasceu o seu pai, Jakob Freud, tinha 41 anos e a sua mãe, Amália, 21, ambos professavam a religião judaica. Sobre a sua relação com a religião, Freud diria uns mais tarde, "Sempre me mantive distanciado da religião judaica, assim como de qualquer outra religião. Elas interresam-me apenas enquanto objecto de análise científica. No entanto, sempre me senti solidário para com o meu povo, procurando transmitir esse sentimento aos meus filhos. De uma certa forma, todos nós mantivemos a qualidade de judeus."

Seu pai já tinha dois outros filhos de um primeiro casamento: Emanuel e Philipp. Juntamente com eles, viviam também duas crianças, filhos de Emanuel e que eram apenas um ano mais velho do que Sigmund. Essa situação pode ter predisposto Freud, mais tarde a estudar o problema da circulação do desejo dentro das estruturas familiares. Em 1860, devido à guerra Austro-Italiana, os negócios de lã do seu pai, foram à ruína e a família foi obrigada a transferir-se para Viena. "Qualquer pessoa que tenha vivido o sofrimento da miséria na juventude e suportado a indiferença e a arogância dos ricos deveria estar isenta da suspeita de não ter compreensão e boa vontade para as tentativas de eliminação das diferenças económicas entre os homens e de tudo o que elas provocam", diria Freud falando da sua juventude.
É nesta cidade, que Freud iniciou os seus estudos e onde viveu até 1938. “No Gymnasium fui o primeiro da minha turma durante sete anos e desfrutei de privilégios especiais, quase nunca tendo de ser examinado na aula(...) O meu profundo interesse pela história da Bíblia teve, conforme reconheci muito mais tarde, efeito duradouro sobre a orientação do meu interesse. Sob a influência de uma amizade formada na escola com um menino mais velho, e que veio a ser um político conhecido, desenvolvi, como ele, o desejo de estudar Direito e dedicar-me a actividades sociais. Ao mesmo tempo, as teorias de Darwin, que eram então actuais, atraíram-me fortemente, pois ofereciam esperanças de um extraordinário progresso na nossa compreensão do mundo, e foi ouvindo o belo ensaio de Goethe sobre a Natureza, lido em voz alta numa conferência pelo professor Carl Bruhl, pouco antes de ter deixado a escola, que resolvi tornar-me estudante de Medicina.” Aos 17 anos, terminados os estudos secundários, Freud dominava perfeitamente o Inglês, o francês, o latim, o grego e o hebreu; possuía conhecimentos de espanhol e de italiano.
Ingressou na Universidade de Viena em 1873. Durante o curso, desenvolveu algumas pesquisas com alguns dos seus professores; com Ernest Bruucke, trabalhou durante seis anos numa pesquisa sobre o sistema nervoso central; em psiquiatria, trabalhou com Theodor Meynert, considerado o mais brilhante na sua especialidade, neuropatologia. Findo o curso, vê-se obrigado a trabalhar como médico de clínica geral, pois não consegue arranjar trabalho como pesquisador na Universidade. Entretanto, conheceu Martha Bernays, filha de um dos rabinos mais importantes do mundo judaico da época. Casou-se em 1886 e nesse mesmo ano abriu o seu consultório de neuropatologia. O casal teve seis filhos (Mathilde, 1887; Jean-Martin, 1889; Olivier, 1891; Ernst, 1892; Sophie, 1893; Anna, 1895). O início da obra freudiana está ligado à descrição clínica do caso Anna O., que Freud desenvolveu juntamente com Josef Breuer e que seria publicado sob o título de Estudos Sobre a Histeria, em 1895. Nesse livro, Freud afirma que os sintomas dos doentes histéricos são resíduos e símbolos de ocorrências traumáticas, nas quais um processo afectivo qualquer foi desviado da sua elaboração consciente normal. A hipnose revivesceria esse facto passado. A este processo foi dado o nome de catarse. Após este estudo, Freud convenceu-se de que todo o conteúdo das neuroses possuía uma origem sexual, e que a hipnose e o método catártico não apresentava bons resultados em todos os pacientes. Passou então a utilizar o método da associação livre e foi aí que, segundo as suas próprias palavras, nasceu a psicanálise. Esse método consistia em deixar o paciente livre para falar o que lhe viesse à mente, e competia ao analista interpretar as ideias a fim de clarificar o trauma responsável pela origem da perturbação nervosa. Num estudo publicado anos mais tarde, seria desenvolvida a tese de que a natureza da neurose era de origem sexual, tratando-se de impulsos reprimidos na infância do paciente, daí as considerações que fez sobre o complexo de Édipo e sobre a sexualidade infantil, como determinantes básicas do comportamento humano. O termo “psicanálise” foi concebido por Freud em 1896.”Demos o nome de psicanálise ao trabalho pelo qual trazemos à consciência do doente o psíquico que há recalcado nele”, definiria Freud.
Após romper com Breuer, e passando por uma crise, devida à morte de seu pai, Freud iniciou sua auto-análise em 1897, ao examinar seus sonhos e fantasias, contando com o apoio emocional de seu amigo íntimo, Wilhelm Fliess.
A Interpretação dos Sonhos, obra que Freud considerou como sendo o mais importante de todos os seus livros, foi publicado em 1899. Entretanto, foi nomeado Professor na Universidade de Viena e fundou a “Sociedade Psicológica das Quartas-feiras” em 1902 (reunião semanal de amigos, em sua casa, com o propósito de discutir os trabalhos que vinha desenvolvendo), a qual se veio a tornar a Associação de Psicanálise de Viena, em 1908. Por volta de 1906, um pequeno grupo de seguidores juntaram-se em torno de Freud, incluindo William Stekel, Alfred Adler, Otto Rank, Abraham Brill, Eugen Bleuler e Carl Jung.
Sándor Ferenczi e Ernest Jones juntaram-se ao círculo psicanalítico e o “Primeiro Congresso de Psicologia Freudiana” teve lugar em Salzburg, em 1908, contando com a presença de quarenta participantes de cinco países. Em 1909, Freud foi convidado por Stanley Hall para proferir cinco conferências, na Clark University (Worcester, Massachussets), que mais tarde seriam editadas com o título de Cinco Lições de Psicanálise. Seria esta a sua única visita aos Estados Unidos da América, mas esta oportunidade marcou definitivamente a sua carreira, ao atrair a atenção mundial para os seus trabalhos. O movimento psicanalítico foi sendo gradualmente reconhecido e uma organização internacional, chamada “International Psychoanalytical Association” foi fundada em 1910. A revista de psicanálise “Imago” foi criada em 1912. Conforme o movimento se ia difundindo, Freud teve que enfrentar a dissidência entre os membros de seu círculo. Adler (1911) e Jung (1913) deixaram a “Associação Psicanalítica de Viena” e formaram as suas próprias escolas de pensamento, discordando da ênfase dada por Freud à origem sexual da neurose.
Os anos da Primeira Guerra Mundial, foram improdutivos para Freud, que referindo-se à Grande Guerra, diria" Não duvido de que a humanidade se recuperará desta guerra, mas sei com segurança que eu e os meus compatriotas nunca mais haveremos de viver num mundo tão alegre quanto aquele em que vivemos. Tudo isso é muito repelente. E a coisa mais triste de todas está em que tudo isso é exactamente aquilo que a psicanálise esperava do homem e do seu comportamento." Só em 1919 é que escreveu uma das suas mais importantes obras: Além do Princípio do Prazer, onde demonstrou a existência de dois instintos opostos no homem. Um, de preservação, ligado ao Prazer (Eros) e outro de destruição(Tanatos). Alguns factos ocorridos no início dos anos 20 vieram a alterar profundamente a vida de Freud: Primeiro a morte da sua filha Sofia, em 1920 e depois a morte do seu neto, filho de Sofia. Entretanto, em 1923 é-lhe diagnosticado um cancro no maxilar superior e Freud é submetido à primeira de uma série de 33 operações na boca, que o levou a perder todo o maxilar superior. Mas a sua produção intelectual permaneceu bastante intensa. Em 1923, publicou o Ego e o Id, onde apresentou um modelo dinâmico da mente, constituído pelo Ego, Superego e Id. O Id constitui a fonte dos impulsos ou tendências de uma pessoa; o Superego representa os educadores introjectados no indivíduo; e o Ego é uma espécie de relações públicas entre o ser, os seus impulsos e a sociedade. Freud usou a seguinte metáfora para mostrar como essas três instâncias se relacionam: “o Ego é um cavaleiro tentando meter freio a um cavalo selvagem (o Id), seguindo as ordens do professor de equitação (Superego).”
No ano seguinte, ocorreu a ruptura com dois dos seus discípulos, Otto Rank e Sándor Ferenczi, devido à teoria do trauma do nascimento. Em 1930 Freud foi laureado com o “Prémio Goethe”. A década de 30 marcou a ascensão do nazismo na Alemanha. Os livros de Freud e de muitos pensadores modernos foram queimados na praça pública. Em 1934, Freud começou a escrever Moisés e o Monoteísmo, onde procurou esclarecer a origem da religião judaica. Nos anos seguintes, Hitler e os nazistas, continuam a invadir os países vizinhos e a endurecer as leis contra os judeus. Em 1938 anexa a Áustria e Freud é imediatamente incomodado. Freud que sempre se manteve afastado da prática religiosa, não evitou que a Gestapo investigasse a sua casa, de onde roubaram preciosos objectos da sua colecção de antiguidades e prenderam e interrogaram a sua filha Anna durante um dia. Várias pessoas intervieram a favor dele, conseguindo que Freud escapasse da Áustria, juntamente com a sua mulher e com a sua filha Anna. Já bastante debilitado pela doença, Freud passou o último ano da sua existência em Londres. Sigmund Freud faleceu, aos 83 anos de idade, no dia 23 de Setembro de 1939, em Londres.
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