A FÁBRICA

Outubro 30 2006

Muita tinta já correu por causa do programa da RTP “Os Grandes Portugueses”. Essencialmente, essa tinta foi gasta, pela não inclusão da biografia de António Oliveira Salazar, no site do concurso.
Ora, quer se não goste, quer se odeie, Salazar foi uma figura incontornável do século vinte português. A democracia não pode ter medo do fantasma do “Senhor Doutor”, porque exceptuando os taxistas, ninguém precisa de um “novo Salazar”.
Segundo o site da RTP, o programa de entretenimento “Os Grandes Portugueses”, é um programa que “de forma bem disposta, combina o Documentário com o Grande Espectáculo” e pretende “motivar os portugueses a nomear a sua figura histórica preferida”.
Sem pretender ferir susceptibilidades, colocar: Herman José, Mariza, Mário Viegas, João César Monteiro, Raul Solnado, Ruy de Carvalho, Catarina Eufémia, Jesus Correia, Eduardo Souto Moura, Joaquim de Almeida, Luís Miguel Cintra, Maria Medeiros, Livramento, António Guterres, Durão Barroso, Luís Figo, José Mourinho, entre muitos outros, como “figuras históricas” com possibilidades de serem eleitos o melhor português, é no mínimo, enxovalhar as verdadeiras figuras na nossa História.
Muitas destas pretensas figuras históricas, não merecerão uma pequena nota de rodapé, quando passarem pelo crivo da História.
Somos um país de muitos e grandes vultos, não precisamos de pretensas”figuras históricas” para confundir ainda mais, o já débil conhecimento da nossa história, por parte da esmagadora maioria dos portugueses.
Mais de oitocentos e cinquenta anos de História, fornecem uma panóplia de nomes para escolher: pela pena, pelo pensamento, pela bravura, pela liderança, pela espada, pela compaixão, pelo génio, ou por outra qualquer via, há muitos portugueses que conquistaram por mérito próprio e com toda a justiça, um lugar no sub inconsciente nacional.
Na realidade, a dificuldade estará em escolher o “melhor entre os melhores” se, se quiser encarar o voto com a dignidade que esta iniciativa merece. Por isso, há que definir critérios, para dignificar esta iniciativa.
O meu critério de votação passa pela escolha da personalidade cuja a acção ou obra, resultou numa projecção de Portugal, de forma ímpar, na História Universal.
Aplicando este critério, as personalidades que mais se salientam, na minha opinião, são três:
1º- D. Afonso Henriques, cuja estratégia, valentia, coragem e liderança, levaram à fundação de Portugal;
2º- João II, pela superior liderança do País durante o seu reinado e pela repercussão que teve as suas decisões para Portugal, principalmente a assinatura do Tratado de Tordesilhas.
3º-Fernão de Magalhães.
A minha escolha recai sobre: FERNÃO DE MAGALHÃES.
E recaiu sobre Fernão de Magalhães, porque a sua viagem mudou irremediavelmente o curso da História e a forma como vemos o Mundo. Esta viagem alterou para sempre as ideias que o mundo ocidental tinha sobre cosmologia e geografia. Demonstrou entre outras coisas, que a terra era redonda, que as Américas não faziam parte da Índia, que os oceanos cobriam a maior parte do Planeta. Fernão de Magalhães acrescentou ao planisfério o Oceano Pacífico, baptizado por ele. A viagem de circum-navegação do planeta é viagem marítima mais importante jamais empreendida, e ainda hoje, “têm uma poderosa ressonância”.
Embora não tenha dado o nome a nenhum continente ou país, o nome de Magalhães foi atribuído a um grupo de ilhas a nordeste das Marianas, o arquipélago de Magalhães, ao estreito de ligação entre o Atlântico e o Pacífico, a sul do continente americano, o estreito de Magalhães, a uma região do Chile meridional, a ocidente da cordilheira dos Andes, o território de Magalhães. Ainda em sua homenagem, o seu nome encontra-se ligado às duas nebulosas mais próximas da nossa galáxia, baptizadas pelo astrónomo Hevelius, as nuvens de Magalhães.
Hoje li na revista SÁBADO, uma "entrada" que desconhecia e que vou partilhar convosco, porque tem a ver com a ilustre personalidade retratada no post:
"Não é por acaso que os astronautas rezam a Fernão de Magalhães cada vez que se preparam para uma viagem ao Espaço. Fazem-no porque o navegador português é o protector dos descobridores".
(Revista SÁBADO, Nº131, 1 a 8 de Novembro de 2006).
publicado por armando ésse às 16:30
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Outubro 30 2006

Muita tinta já correu por causa do programa da RTP “Os Grandes Portugueses”. Essencialmente, essa tinta foi gasta, pela não inclusão da biografia de António Oliveira Salazar, no site do concurso.
Ora, quer se não goste, quer se odeie, Salazar foi uma figura incontornável do século vinte português. A democracia não pode ter medo do fantasma do “Senhor Doutor”, porque exceptuando os taxistas, ninguém precisa de um “novo Salazar”.
Segundo o site da RTP, o programa de entretenimento “Os Grandes Portugueses”, é um programa que “de forma bem disposta, combina o Documentário com o Grande Espectáculo” e pretende “motivar os portugueses a nomear a sua figura histórica preferida”.
Sem pretender ferir susceptibilidades, colocar: Herman José, Mariza, Mário Viegas, João César Monteiro, Raul Solnado, Ruy de Carvalho, Catarina Eufémia, Jesus Correia, Eduardo Souto Moura, Joaquim de Almeida, Luís Miguel Cintra, Maria Medeiros, Livramento, António Guterres, Durão Barroso, Luís Figo, José Mourinho, entre muitos outros, como “figuras históricas” com possibilidades de serem eleitos o melhor português, é no mínimo, enxovalhar as verdadeiras figuras na nossa História.
Muitas destas pretensas figuras históricas, não merecerão uma pequena nota de rodapé, quando passarem pelo crivo da História.
Somos um país de muitos e grandes vultos, não precisamos de pretensas”figuras históricas” para confundir ainda mais, o já débil conhecimento da nossa história, por parte da esmagadora maioria dos portugueses.
Mais de oitocentos e cinquenta anos de História, fornecem uma panóplia de nomes para escolher: pela pena, pelo pensamento, pela bravura, pela liderança, pela espada, pela compaixão, pelo génio, ou por outra qualquer via, há muitos portugueses que conquistaram por mérito próprio e com toda a justiça, um lugar no sub inconsciente nacional.
Na realidade, a dificuldade estará em escolher o “melhor entre os melhores” se, se quiser encarar o voto com a dignidade que esta iniciativa merece. Por isso, há que definir critérios, para dignificar esta iniciativa.
O meu critério de votação passa pela escolha da personalidade cuja a acção ou obra, resultou numa projecção de Portugal, de forma ímpar, na História Universal.
Aplicando este critério, as personalidades que mais se salientam, na minha opinião, são três:
1º- D. Afonso Henriques, cuja estratégia, valentia, coragem e liderança, levaram à fundação de Portugal;
2º- João II, pela superior liderança do País durante o seu reinado e pela repercussão que teve as suas decisões para Portugal, principalmente a assinatura do Tratado de Tordesilhas.
3º-Fernão de Magalhães.
A minha escolha recai sobre: FERNÃO DE MAGALHÃES.
E recaiu sobre Fernão de Magalhães, porque a sua viagem mudou irremediavelmente o curso da História e a forma como vemos o Mundo. Esta viagem alterou para sempre as ideias que o mundo ocidental tinha sobre cosmologia e geografia. Demonstrou entre outras coisas, que a terra era redonda, que as Américas não faziam parte da Índia, que os oceanos cobriam a maior parte do Planeta. Fernão de Magalhães acrescentou ao planisfério o Oceano Pacífico, baptizado por ele. A viagem de circum-navegação do planeta é viagem marítima mais importante jamais empreendida, e ainda hoje, “têm uma poderosa ressonância”.
Embora não tenha dado o nome a nenhum continente ou país, o nome de Magalhães foi atribuído a um grupo de ilhas a nordeste das Marianas, o arquipélago de Magalhães, ao estreito de ligação entre o Atlântico e o Pacífico, a sul do continente americano, o estreito de Magalhães, a uma região do Chile meridional, a ocidente da cordilheira dos Andes, o território de Magalhães. Ainda em sua homenagem, o seu nome encontra-se ligado às duas nebulosas mais próximas da nossa galáxia, baptizadas pelo astrónomo Hevelius, as nuvens de Magalhães.
Hoje li na revista SÁBADO, uma "entrada" que desconhecia e que vou partilhar convosco, porque tem a ver com a ilustre personalidade retratada no post:
"Não é por acaso que os astronautas rezam a Fernão de Magalhães cada vez que se preparam para uma viagem ao Espaço. Fazem-no porque o navegador português é o protector dos descobridores".
(Revista SÁBADO, Nº131, 1 a 8 de Novembro de 2006).
publicado por armando ésse às 16:30
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Outubro 27 2006

De acordo com as conclusões do “Painel População” dos Censos 2001, verifica-se a consolidação da faixa litoral ou da oposição litoral/interior, com extensão do litoral algarvio, através do Alentejo litoral, com 80% da população, evidenciando-se o eixo Braga-Setúbal, com 70%, sendo que, praticamente todas as zonas do litoral viram nas últimas décadas crescer a sua população enquanto as zonas do interior tiveram taxas de variação demográfica negativa.
A Partir dos Censos 2001, João Ferrão traça-nos uma panorâmica das dinâmicas territoriais e trajectórias de desenvolvimento do País.
Para o efeito considerou 4 domínios de observação: Ocupação do Território; Famílias; Empregabilidade e Condições de Vida.
Concluiu que estamos perante um país espacialmente desequilibrado – maior concentração de pessoas, actividades, competências, oportunidades, numa parcela reduzida do território.
O mesmo autor refere
“O Portugal urbanizado, industrializado, infra-estruturado e demograficamente dinâmico – o litoral – destaca-se do Portugal rural, agrícola, subdesenvolvido, demograficamente repulsivo – o interior…”
“…A oposição litoral/interior pressupõe acção, vinculada neste caso a uma ideia chave das sociedades modernas, deve ser ordenado e planeado através de politicas públicas”.
Refira-se que João Ferrão é tão só e apenas o actual Secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades, pelo que caberá perguntar se terá o Governo alguma estratégia de desenvolvimento e de planeamento territorial que contrarie esta tendência.
Tomemos como exemplo, uma medida emblemática da actuação deste executivo - encerramento das urgências e maternidades – e leiam-se, a propósito, algumas passagens de uma intervenção, do deputado João Semedo, dirigida ao Ministro da Saúde:
“Sabemos que não são poucos nem pequenos os problemas do serviço de saúde. De cada vez que o governo tropeça num problema a resposta é invariavelmente a mesma: o encerramento do serviço em causa, trate-se de uma maternidade, hospital ou de uma urgência. Se o problema está numa maternidade fecha-se. Se o problema é o hospital fecha-se. Se é na urgência fecha-se. Este ministério não é um ministério é uma comissão liquidatária”.
“Muitos dos serviços que o governo se prepara para encerrar, precisam de mais meios humanos, técnicos e meios financeiros, para cumprirem as suas funções. E é isso que se exige que um governo faça”.
“O Governo refugia-se e argumenta com os múltiplos pareceres e relatórios como tudo se pudesse reduzir a uma questão de natureza exclusivamente técnica, insensível ao contexto local, à dimensão social e humana e tantas vezes dramática da prestação de cuidados de saúde e à necessidade de assegurar o equilíbrio e a solidariedade entre regiões no acesso aos serviços públicos de saúde”.
“Hoje é a maternidade que fecha, amanhã é o centro de saúde, mas, entretanto, o mesmo governo e a mesma politica já acabou com o posto de correios, a estação de comboios, a escola e o tribunal, deixando as populações entregues a si próprias. O Estado está em debandada. Esta politica contribui para a desertificação do interior e o esvaziamento das zonas menos desenvolvidas, dificulta a fixação nessas regiões e acentua as conhecidas assimetrias de desenvolvimento do país”.

Esta e muitas outras medidas parecem andar ao arrepio das verdadeiras necessidades de desenvolvimento do interior, com vista a uma maior coesão social e territorial e, cada vez mais acentuam, na dicotomia litoral/interior, aquilo que alguns autores referem como um país a duas velocidades. Eu não sei bem a que velocidade anda o litoral, mas seguramente que no interior está engrenada a marcha-atrás.
Numa lógica empresarial de rentabilidade e, de economia de escala, estaremos de acordo que nada será viável no interior, por isso não se fazem estádios, nem outros grandes equipamentos por que não há públicos, os serviços são onerosos, as infra-estruturas caras, os investimentos não têm retorno, e nesta perspectiva só há uma saída como qualquer empresa que não tem lucros, fecha-se a porta. Seja o governo, como dizia João Semedo, comissão liquidatária de todo o interior (neste caso) e vamos os restantes 20% viver para o litoral (ainda cabemos) e transforme-se o resto numa coutada, com parques de recreio e lazer para os nossos parceiros europeus.
Ou talvez não…
Estes dados demonstram a necessidade de outro tipo de desenvolvimento integrado e sustentado, que terá que passar por uma nova concepção social e politica da administração do território e aqui a Regionalização tem um papel fundamental a desempenhar por forma a combater as assimetrias no desenvolvimento do pais, a melhorar aproveitamento dos recursos, com definição de politicas concretas de povoamento, e da criação de centros urbanos com pólos de desenvolvimento, melhorar o investimento para vencer o isolamento e facilitar a fixação de quadros. Enfim, uma efectiva descentralização de poderes, competências e de meios.
É um debate que está por fazer na sociedade portuguesa.
Concordo com um dos comentadores a um anterior artigo que referia o papel fundamental da educação, pois sem massa crítica, digladiam-se argumentos de um e de outro lado, de forma dramática e, o “Zé” que está habituado a discutir cada assunto como discute o futebol, i.e., com entusiasmo clubista, nunca enxerga as faltas que a sua equipa comete e culpa os árbitros, os dirigentes, os adversários e a má sorte, pelos erros da sua própria equipa e vai deixando que (os do seu clube) governem a seu bel-prazer.
Apetece parafrasear o ilustre poeta futurista e tudo – Almada Negreiros – quando no início do século dizia “inventaram-se todos os remédios que hão-de salvar a humanidade, só falta mesmo salvar a humanidade”.


Jorge Gaspar
publicado por armando ésse às 07:10

Outubro 27 2006

De acordo com as conclusões do “Painel População” dos Censos 2001, verifica-se a consolidação da faixa litoral ou da oposição litoral/interior, com extensão do litoral algarvio, através do Alentejo litoral, com 80% da população, evidenciando-se o eixo Braga-Setúbal, com 70%, sendo que, praticamente todas as zonas do litoral viram nas últimas décadas crescer a sua população enquanto as zonas do interior tiveram taxas de variação demográfica negativa.
A Partir dos Censos 2001, João Ferrão traça-nos uma panorâmica das dinâmicas territoriais e trajectórias de desenvolvimento do País.
Para o efeito considerou 4 domínios de observação: Ocupação do Território; Famílias; Empregabilidade e Condições de Vida.
Concluiu que estamos perante um país espacialmente desequilibrado – maior concentração de pessoas, actividades, competências, oportunidades, numa parcela reduzida do território.
O mesmo autor refere
“O Portugal urbanizado, industrializado, infra-estruturado e demograficamente dinâmico – o litoral – destaca-se do Portugal rural, agrícola, subdesenvolvido, demograficamente repulsivo – o interior…”
“…A oposição litoral/interior pressupõe acção, vinculada neste caso a uma ideia chave das sociedades modernas, deve ser ordenado e planeado através de politicas públicas”.
Refira-se que João Ferrão é tão só e apenas o actual Secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades, pelo que caberá perguntar se terá o Governo alguma estratégia de desenvolvimento e de planeamento territorial que contrarie esta tendência.
Tomemos como exemplo, uma medida emblemática da actuação deste executivo - encerramento das urgências e maternidades – e leiam-se, a propósito, algumas passagens de uma intervenção, do deputado João Semedo, dirigida ao Ministro da Saúde:
“Sabemos que não são poucos nem pequenos os problemas do serviço de saúde. De cada vez que o governo tropeça num problema a resposta é invariavelmente a mesma: o encerramento do serviço em causa, trate-se de uma maternidade, hospital ou de uma urgência. Se o problema está numa maternidade fecha-se. Se o problema é o hospital fecha-se. Se é na urgência fecha-se. Este ministério não é um ministério é uma comissão liquidatária”.
“Muitos dos serviços que o governo se prepara para encerrar, precisam de mais meios humanos, técnicos e meios financeiros, para cumprirem as suas funções. E é isso que se exige que um governo faça”.
“O Governo refugia-se e argumenta com os múltiplos pareceres e relatórios como tudo se pudesse reduzir a uma questão de natureza exclusivamente técnica, insensível ao contexto local, à dimensão social e humana e tantas vezes dramática da prestação de cuidados de saúde e à necessidade de assegurar o equilíbrio e a solidariedade entre regiões no acesso aos serviços públicos de saúde”.
“Hoje é a maternidade que fecha, amanhã é o centro de saúde, mas, entretanto, o mesmo governo e a mesma politica já acabou com o posto de correios, a estação de comboios, a escola e o tribunal, deixando as populações entregues a si próprias. O Estado está em debandada. Esta politica contribui para a desertificação do interior e o esvaziamento das zonas menos desenvolvidas, dificulta a fixação nessas regiões e acentua as conhecidas assimetrias de desenvolvimento do país”.

Esta e muitas outras medidas parecem andar ao arrepio das verdadeiras necessidades de desenvolvimento do interior, com vista a uma maior coesão social e territorial e, cada vez mais acentuam, na dicotomia litoral/interior, aquilo que alguns autores referem como um país a duas velocidades. Eu não sei bem a que velocidade anda o litoral, mas seguramente que no interior está engrenada a marcha-atrás.
Numa lógica empresarial de rentabilidade e, de economia de escala, estaremos de acordo que nada será viável no interior, por isso não se fazem estádios, nem outros grandes equipamentos por que não há públicos, os serviços são onerosos, as infra-estruturas caras, os investimentos não têm retorno, e nesta perspectiva só há uma saída como qualquer empresa que não tem lucros, fecha-se a porta. Seja o governo, como dizia João Semedo, comissão liquidatária de todo o interior (neste caso) e vamos os restantes 20% viver para o litoral (ainda cabemos) e transforme-se o resto numa coutada, com parques de recreio e lazer para os nossos parceiros europeus.
Ou talvez não…
Estes dados demonstram a necessidade de outro tipo de desenvolvimento integrado e sustentado, que terá que passar por uma nova concepção social e politica da administração do território e aqui a Regionalização tem um papel fundamental a desempenhar por forma a combater as assimetrias no desenvolvimento do pais, a melhorar aproveitamento dos recursos, com definição de politicas concretas de povoamento, e da criação de centros urbanos com pólos de desenvolvimento, melhorar o investimento para vencer o isolamento e facilitar a fixação de quadros. Enfim, uma efectiva descentralização de poderes, competências e de meios.
É um debate que está por fazer na sociedade portuguesa.
Concordo com um dos comentadores a um anterior artigo que referia o papel fundamental da educação, pois sem massa crítica, digladiam-se argumentos de um e de outro lado, de forma dramática e, o “Zé” que está habituado a discutir cada assunto como discute o futebol, i.e., com entusiasmo clubista, nunca enxerga as faltas que a sua equipa comete e culpa os árbitros, os dirigentes, os adversários e a má sorte, pelos erros da sua própria equipa e vai deixando que (os do seu clube) governem a seu bel-prazer.
Apetece parafrasear o ilustre poeta futurista e tudo – Almada Negreiros – quando no início do século dizia “inventaram-se todos os remédios que hão-de salvar a humanidade, só falta mesmo salvar a humanidade”.


Jorge Gaspar
publicado por armando ésse às 07:10

Outubro 25 2006

O Humor Negro, melhor dizendo, o Miguel Velhinho, passou as crónicas do seu blogue, A Razão tem sempre Cliente, a livro. Penso que fui o primeiro blogger a dizer-lhe que as crónicas que ele escrevia, mereciam ser editadas em livro, por isso sinto-me contente, com a edição deste livro. Para além de estar contente, já o encomendei.
Com prefácio de Edson Athayde, o livro é uma caricatura de Portugal e dos Portugueses na boa tradição lusa de escárnio e maldizer. A Razão Tem Sempre Cliente é assim um retrato da alma lusa que reúne cerca de 150 crónicas que versam sobre os mais variados temas da actualidade: da Razão da Saudade, à Razão do Orgasmo, passando pela Razão da Improdutividade, pela Razão da Borla ou pela Razão do Fado, de Fátima e do Futebol. Enfim, razões de sobra para não perder este livro hilariante e acutilante.
Diz Edson Athayde: “Gosto de quem não tem medo de afirmar. Mesmo sabendo que amanhã pode mudar de opinião. Mesmo sabendo que por ter uma razão, não significa que todas as outras pessoas tenham que ter a mesma. É aqui que reside uma das grandes diferenças entre os chamados “fazedores de opinião” e os cronistas.Os cronistas querem é ter o prazer da narrativa e da escrita. Querem descrever, contar, aumentar um ponto e fazer um conto. Diferente dos comentadores tradicionais sempre hirtos e solenes na sua necessidade de explicar ao gentio que o mundo ou é preto ou é branco, nunca cinza. […]É um livro de crónicas, sim senhor. Dentro da melhor tradição lusa de escárnio e maldizer. São textos mais concisos do que curtos que tentam fazer a radiografia da nação com doses cavalares de material radioactivo. Típico método de quem não está à procura do melhor tratamento para o enfermo (até porque sabe que o doente é incurável nas suas manias, defeitos e feitios) e sim de uma forma de registar para a posteridade os pontos negros que tinha na alma.Alma. Estamos, pois claro, a falar da alma lusa. Sempre sob a forma de uma divertida caricatura.”

Título: A Razão Tem Sempre Cliente
Autor: Miguel Velhinho
Editor: 101 Noites
PVP: 16 euros

Se o livro for comprado on-line, será autografado pelo autor: http://www.101noites.com/encomendas.html
Texto das 101 Noites.
publicado por armando ésse às 14:35

Outubro 25 2006

O Humor Negro, melhor dizendo, o Miguel Velhinho, passou as crónicas do seu blogue, A Razão tem sempre Cliente, a livro. Penso que fui o primeiro blogger a dizer-lhe que as crónicas que ele escrevia, mereciam ser editadas em livro, por isso sinto-me contente, com a edição deste livro. Para além de estar contente, já o encomendei.
Com prefácio de Edson Athayde, o livro é uma caricatura de Portugal e dos Portugueses na boa tradição lusa de escárnio e maldizer. A Razão Tem Sempre Cliente é assim um retrato da alma lusa que reúne cerca de 150 crónicas que versam sobre os mais variados temas da actualidade: da Razão da Saudade, à Razão do Orgasmo, passando pela Razão da Improdutividade, pela Razão da Borla ou pela Razão do Fado, de Fátima e do Futebol. Enfim, razões de sobra para não perder este livro hilariante e acutilante.
Diz Edson Athayde: “Gosto de quem não tem medo de afirmar. Mesmo sabendo que amanhã pode mudar de opinião. Mesmo sabendo que por ter uma razão, não significa que todas as outras pessoas tenham que ter a mesma. É aqui que reside uma das grandes diferenças entre os chamados “fazedores de opinião” e os cronistas.Os cronistas querem é ter o prazer da narrativa e da escrita. Querem descrever, contar, aumentar um ponto e fazer um conto. Diferente dos comentadores tradicionais sempre hirtos e solenes na sua necessidade de explicar ao gentio que o mundo ou é preto ou é branco, nunca cinza. […]É um livro de crónicas, sim senhor. Dentro da melhor tradição lusa de escárnio e maldizer. São textos mais concisos do que curtos que tentam fazer a radiografia da nação com doses cavalares de material radioactivo. Típico método de quem não está à procura do melhor tratamento para o enfermo (até porque sabe que o doente é incurável nas suas manias, defeitos e feitios) e sim de uma forma de registar para a posteridade os pontos negros que tinha na alma.Alma. Estamos, pois claro, a falar da alma lusa. Sempre sob a forma de uma divertida caricatura.”

Título: A Razão Tem Sempre Cliente
Autor: Miguel Velhinho
Editor: 101 Noites
PVP: 16 euros

Se o livro for comprado on-line, será autografado pelo autor: http://www.101noites.com/encomendas.html
Texto das 101 Noites.
publicado por armando ésse às 14:35

Outubro 25 2006

Onde colocar a vírgula na frase abaixo?

"Se o homem soubesse o valor que tem a mulher andaria de rastos à sua procura."

As mulheres geralmente colocam a vírgula após o substantivo "mulher"; os homens, por sua vez, gostam de colocar a vírgula após a forma verbal "tem".

Ambos, parecem ser, pouco letrados!
publicado por armando ésse às 10:08

Outubro 25 2006

Onde colocar a vírgula na frase abaixo?

"Se o homem soubesse o valor que tem a mulher andaria de rastos à sua procura."

As mulheres geralmente colocam a vírgula após o substantivo "mulher"; os homens, por sua vez, gostam de colocar a vírgula após a forma verbal "tem".

Ambos, parecem ser, pouco letrados!
publicado por armando ésse às 10:08

Outubro 20 2006

Em tese pode aceitar-se que o país tem pela frente um desafio de consolidação das contas públicas e que o esforço da dívida nos vai empurrar para uma política de contenção das despesas públicas e de medidas restritivas ao consumo, com emagrecimento dos já parcos rendimentos das famílias.
Também é pacífico aceitar que o estado a que as coisas chegaram se deve a uma série de politicas erradas dos sucessivos governos que esbanjaram, sem qualquer critério, os milhões que recebemos da Europa com o propósito de modernizar e desenvolver o país com vista a uma plena integração no mercado europeu, mas que em vez de nos aproximar, nos foi afastando cada vez mais dos nossos parceiros e, sobre isto já muito foi dito e redito por políticos, economistas, gestores, empresários, jornalistas e demais comentadores.
Assistimos então a uma série de medidas governamentais e de iniciativa legislativa na Assembleia da Republica que visam esse desiderato de redução da despesa em todos os sectores de actividade (sem desperdiçar, numa primeira fase o aumento da receita, via aumento de impostos, porque esta tem um efeito imediato e urge diminuir o défice).
Estamos num processo reformista em larga escala, com especial incidência na Administração Pública, com uma série de medidas contundentes em todas as direcções: Congelamentos de carreiras; de salários; de admissões; o novo Estatuto da Carreira Docente; a Reforma da Segurança Social; o Pacto da Justiça, alterações no Sistema de Saúde com a racionalização das unidades de cuidados prestados, (sendo as Urgências e as Maternidades os exemplos mais visíveis); a nova Lei das Finanças Locais; os excedentários; a introdução de novas metodologias de avaliação de desempenho de Serviços e Funcionários, e assim por adiante, enfim, uma panóplia de iniciativas que traduz uma dinâmica governamental nunca antes vista.
Contudo poder-se-ia perguntar o que pensa cada um de nós sobre tais medidas?
Concordando, com a tese enunciada, que deve seguir-se uma politica de rigor e de contenção, damo-nos conta, desde logo, de muitos aspectos que nos deixam apreensivos.
Independente do mérito de todas as medidas anunciadas elas têm como denominador comum a redução da despesa e isto suscita a pergunta legitima de saber se há vontade de reformar para optimizar recursos, implementar novas técnicas de gestão, rentabilizar e aumentar a eficácia e eficiência dos serviços, premiando a competência e a qualidade nos serviços prestados e beneficiando os bons artificies ou, antes, elas têm apenas subjacente questões economicistas, de poupança, diminuindo as condições de vida dos trabalhadores e baixando a qualidade dos serviços prestados.
Sendo medidas consideradas boas para o país e para as populações a médio prazo, porque são tão penalizantes e tão mal recebidas pelos seus destinatários?
Porque não se tomam medidas efectivas para combater a corrupção que é generalizada na Administração Pública, importando saber quantas pessoas ao longo das últimas décadas entraram num emprego público pela sua competência?

Quantos lugares de nomeação obedecem a esse critério?
Porque são nomeados milhares de fieis sempre que o governo muda?
Porque não se combatem interesses instalados no nosso País?
Porque temos que mandar os nossos filhos estudar medicina para a República Checa ou Espanha?
Porque tem a Banca um estatuto fiscal privilegiado?
Porque conseguem a banca e alguns grupos económicos arrecadar receitas fabulosas quando o resto da população vive um empobrecimento crescente?
Porque não se combate eficazmente a fraude e a evasão fiscal e não se acaba com o sigilo bancário?
Porque não se faz uma verdadeira reforma na justiça em vez de um vago pacto entre os 2 principais partidos passando esta a ser célere e eficaz não só para os pequenos infractores mas também para os chamados crimes de colarinho branco? E para quando deixam os tribunais de serem locais de humilhação e vexame para os cidadãos?
Porque se introduzem novos mecanismos de perequação na nova lei das finanças locais que, privilegiando o critério "população" em detrimento do" território", beneficiam deste modo os municípios do litoral e acentuam as assimetrias existentes?
Porque não se aposta no desenvolvimento do interior e em vez disso se vai deixando morrer aos poucos, encerrando Serviços, um atrás de outro, por questões de rentabilidade, quando a Europa preconiza exactamente o contrário, com apoios a regiões mais pobres e periféricas?
Porque temos mais de dois milhões de pessoas a viver no limiar da pobreza enquanto os 100 portugueses mais ricos têm uma fortuna equivalente a 17% do Produto Interno Bruto?
Porque se deixam cair uma a uma as promessas eleitorais dizendo que se vai baixar os impostos quando se aumentam? que se vão criar 150.000 postos de trabalho quando aumenta o desemprego? se vão manter as SCUTS, grande bandeira do partido do poder,, em sinal do apoio às zonas do país mais desfavorecidas e afinal verifica-se que também aqui era mentira.
Por onde vai o nosso País?

Qual o futuro dos nossos filhos?
Que medidas estão a ser tomadas que lhes possam dar esperança?
Que lhes dizemos?
Estas e muitas outras perguntas são as que ouvimos na rua, nos cafés, nos locais de trabalho, todos os dias, mas que pelos vistos os nosso governantes não escutam e vão continuando a (des)governar este país contra o povo que afinal, segundo dizem, foi quem os legitimou a tal tarefa - governem contra nós.


Jorge Gaspar.

Há muito tempo que tinha feito o convite ao Jorge Gaspar para escrever neste blogue. Parece que, finalmente, aceitou o desafio.
Bem vindo e um abraço.
publicado por armando ésse às 20:55

Outubro 20 2006

Em tese pode aceitar-se que o país tem pela frente um desafio de consolidação das contas públicas e que o esforço da dívida nos vai empurrar para uma política de contenção das despesas públicas e de medidas restritivas ao consumo, com emagrecimento dos já parcos rendimentos das famílias.
Também é pacífico aceitar que o estado a que as coisas chegaram se deve a uma série de politicas erradas dos sucessivos governos que esbanjaram, sem qualquer critério, os milhões que recebemos da Europa com o propósito de modernizar e desenvolver o país com vista a uma plena integração no mercado europeu, mas que em vez de nos aproximar, nos foi afastando cada vez mais dos nossos parceiros e, sobre isto já muito foi dito e redito por políticos, economistas, gestores, empresários, jornalistas e demais comentadores.
Assistimos então a uma série de medidas governamentais e de iniciativa legislativa na Assembleia da Republica que visam esse desiderato de redução da despesa em todos os sectores de actividade (sem desperdiçar, numa primeira fase o aumento da receita, via aumento de impostos, porque esta tem um efeito imediato e urge diminuir o défice).
Estamos num processo reformista em larga escala, com especial incidência na Administração Pública, com uma série de medidas contundentes em todas as direcções: Congelamentos de carreiras; de salários; de admissões; o novo Estatuto da Carreira Docente; a Reforma da Segurança Social; o Pacto da Justiça, alterações no Sistema de Saúde com a racionalização das unidades de cuidados prestados, (sendo as Urgências e as Maternidades os exemplos mais visíveis); a nova Lei das Finanças Locais; os excedentários; a introdução de novas metodologias de avaliação de desempenho de Serviços e Funcionários, e assim por adiante, enfim, uma panóplia de iniciativas que traduz uma dinâmica governamental nunca antes vista.
Contudo poder-se-ia perguntar o que pensa cada um de nós sobre tais medidas?
Concordando, com a tese enunciada, que deve seguir-se uma politica de rigor e de contenção, damo-nos conta, desde logo, de muitos aspectos que nos deixam apreensivos.
Independente do mérito de todas as medidas anunciadas elas têm como denominador comum a redução da despesa e isto suscita a pergunta legitima de saber se há vontade de reformar para optimizar recursos, implementar novas técnicas de gestão, rentabilizar e aumentar a eficácia e eficiência dos serviços, premiando a competência e a qualidade nos serviços prestados e beneficiando os bons artificies ou, antes, elas têm apenas subjacente questões economicistas, de poupança, diminuindo as condições de vida dos trabalhadores e baixando a qualidade dos serviços prestados.
Sendo medidas consideradas boas para o país e para as populações a médio prazo, porque são tão penalizantes e tão mal recebidas pelos seus destinatários?
Porque não se tomam medidas efectivas para combater a corrupção que é generalizada na Administração Pública, importando saber quantas pessoas ao longo das últimas décadas entraram num emprego público pela sua competência?

Quantos lugares de nomeação obedecem a esse critério?
Porque são nomeados milhares de fieis sempre que o governo muda?
Porque não se combatem interesses instalados no nosso País?
Porque temos que mandar os nossos filhos estudar medicina para a República Checa ou Espanha?
Porque tem a Banca um estatuto fiscal privilegiado?
Porque conseguem a banca e alguns grupos económicos arrecadar receitas fabulosas quando o resto da população vive um empobrecimento crescente?
Porque não se combate eficazmente a fraude e a evasão fiscal e não se acaba com o sigilo bancário?
Porque não se faz uma verdadeira reforma na justiça em vez de um vago pacto entre os 2 principais partidos passando esta a ser célere e eficaz não só para os pequenos infractores mas também para os chamados crimes de colarinho branco? E para quando deixam os tribunais de serem locais de humilhação e vexame para os cidadãos?
Porque se introduzem novos mecanismos de perequação na nova lei das finanças locais que, privilegiando o critério "população" em detrimento do" território", beneficiam deste modo os municípios do litoral e acentuam as assimetrias existentes?
Porque não se aposta no desenvolvimento do interior e em vez disso se vai deixando morrer aos poucos, encerrando Serviços, um atrás de outro, por questões de rentabilidade, quando a Europa preconiza exactamente o contrário, com apoios a regiões mais pobres e periféricas?
Porque temos mais de dois milhões de pessoas a viver no limiar da pobreza enquanto os 100 portugueses mais ricos têm uma fortuna equivalente a 17% do Produto Interno Bruto?
Porque se deixam cair uma a uma as promessas eleitorais dizendo que se vai baixar os impostos quando se aumentam? que se vão criar 150.000 postos de trabalho quando aumenta o desemprego? se vão manter as SCUTS, grande bandeira do partido do poder,, em sinal do apoio às zonas do país mais desfavorecidas e afinal verifica-se que também aqui era mentira.
Por onde vai o nosso País?

Qual o futuro dos nossos filhos?
Que medidas estão a ser tomadas que lhes possam dar esperança?
Que lhes dizemos?
Estas e muitas outras perguntas são as que ouvimos na rua, nos cafés, nos locais de trabalho, todos os dias, mas que pelos vistos os nosso governantes não escutam e vão continuando a (des)governar este país contra o povo que afinal, segundo dizem, foi quem os legitimou a tal tarefa - governem contra nós.


Jorge Gaspar.

Há muito tempo que tinha feito o convite ao Jorge Gaspar para escrever neste blogue. Parece que, finalmente, aceitou o desafio.
Bem vindo e um abraço.
publicado por armando ésse às 20:55

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