A FÁBRICA

Dezembro 19 2007

Alexandre O'Neill, (n.19.12.1924-m.21.08.1986).
Todos os dias os encontro. Evito-os. Às vezes sou obrigado a escutá-los, a dialogar com eles. Já não me confrangem. Contam-me vitórias. Querem vencer, querem, convencidos, convencer. Vençam lá, à vontade. Sobretudo, vençam sem me chatear.Mas também os aturo por escrito. No livro, no jornal. Romancistas, poetas, ensaístas, críticos (de cinema, meu Deus, de cinema!). Será que voltaram os polígrafos? Voltaram, pois, e em força.
Convencidos da vida há-os, afinal, por toda a parte, em todos (e por todos) os meios. Eles estão convictos da sua excelência, da excelência das suas obras e manobras (as obras justificam as manobras), de que podem ser, se ainda não são, os melhores, os mais em vista.
Praticam, uns com os outros, nada de genuinamente indecente: apenas um espelhismo lisonjeador. Além de espectadores, o convencido precisa de irmãos-em-convencimento. Isolado, através de quem poderia continuar a convencer-se, a propagar-se?
Os convencidos da vida só se isolam, por assim dizer, quando atingem uma certa cotação. As expressões “deixou de frequentar” e “passou a frequentar” podem muito bem indicar, na desprevenida conversa quotidiana, subidas ou descidas de cotação ou, mais simplesmente, mudanças de estratégia do convencido da vida. O convencido que se isola não o faz por desgosto da sua pessoa, senão perderia o estatuto e a prática de convencido da vida e correria o risco de se tornar um homem vulgar. Fá-lo para, arteiramente, tomar as suas distâncias. Por isso, quando isolado, o convencido “vai soprando notícias”, “vai fazendo constar”…Maneira de, ausente, estar presente. Não há, nesse estudado isolamento, nenhum Vale de Lobos.
No corre-que-corre, o convencido da vida não é um vaidoso à toa. Ele é o vaidoso que quer extrair da sua vaidade, que nunca é gratuita, todo o rendimento possível. Nos negócios, na política, no jornalismo, nas letras, nas artes. É tão capaz de aceitar uma condecoração como de rejeitá-la. Depende do que, na circunstância, ele julgar que lhe será mais útil. Para quem o sabe observar, para quem tem a pachorra de lhe seguir a trajectória, o convencido da vida farta-se de cometer «gaffes». Não importa: o caminho é em frente e para cima.
A pior das «gaffes», além daquelas, apenas formais, que decorrem da sua ignorância de certos sinais ou etiquetas de casta, de classe, e que o inculcam como um arrivista, um «parvenu», a pior das «gaffes» é o convencido da vida julgar-se mais hábil manobrador do que qualquer outro. Daí que não seja tão raro como isso ver um convencido da vida fazer plof e descer, liquidado, para as profundas. Se tiver raça, pôr-se-á, imediatamente, a «refaire surface».
Cá chegado, ei-lo a retomar, metamorfoseado ou não, o seu propósito de se convencer da vida - da sua, claro - para de novo ser, com toda a plenitude, o convencido da vida que, afinal... sempre foi.
Alexandre O’Neill, in “Uma Coisa em Forma de Assim”.
publicado por armando ésse às 09:48

Dezembro 19 2007

Alexandre O'Neill, (n.19.12.1924-m.21.08.1986).
Todos os dias os encontro. Evito-os. Às vezes sou obrigado a escutá-los, a dialogar com eles. Já não me confrangem. Contam-me vitórias. Querem vencer, querem, convencidos, convencer. Vençam lá, à vontade. Sobretudo, vençam sem me chatear.Mas também os aturo por escrito. No livro, no jornal. Romancistas, poetas, ensaístas, críticos (de cinema, meu Deus, de cinema!). Será que voltaram os polígrafos? Voltaram, pois, e em força.
Convencidos da vida há-os, afinal, por toda a parte, em todos (e por todos) os meios. Eles estão convictos da sua excelência, da excelência das suas obras e manobras (as obras justificam as manobras), de que podem ser, se ainda não são, os melhores, os mais em vista.
Praticam, uns com os outros, nada de genuinamente indecente: apenas um espelhismo lisonjeador. Além de espectadores, o convencido precisa de irmãos-em-convencimento. Isolado, através de quem poderia continuar a convencer-se, a propagar-se?
Os convencidos da vida só se isolam, por assim dizer, quando atingem uma certa cotação. As expressões “deixou de frequentar” e “passou a frequentar” podem muito bem indicar, na desprevenida conversa quotidiana, subidas ou descidas de cotação ou, mais simplesmente, mudanças de estratégia do convencido da vida. O convencido que se isola não o faz por desgosto da sua pessoa, senão perderia o estatuto e a prática de convencido da vida e correria o risco de se tornar um homem vulgar. Fá-lo para, arteiramente, tomar as suas distâncias. Por isso, quando isolado, o convencido “vai soprando notícias”, “vai fazendo constar”…Maneira de, ausente, estar presente. Não há, nesse estudado isolamento, nenhum Vale de Lobos.
No corre-que-corre, o convencido da vida não é um vaidoso à toa. Ele é o vaidoso que quer extrair da sua vaidade, que nunca é gratuita, todo o rendimento possível. Nos negócios, na política, no jornalismo, nas letras, nas artes. É tão capaz de aceitar uma condecoração como de rejeitá-la. Depende do que, na circunstância, ele julgar que lhe será mais útil. Para quem o sabe observar, para quem tem a pachorra de lhe seguir a trajectória, o convencido da vida farta-se de cometer «gaffes». Não importa: o caminho é em frente e para cima.
A pior das «gaffes», além daquelas, apenas formais, que decorrem da sua ignorância de certos sinais ou etiquetas de casta, de classe, e que o inculcam como um arrivista, um «parvenu», a pior das «gaffes» é o convencido da vida julgar-se mais hábil manobrador do que qualquer outro. Daí que não seja tão raro como isso ver um convencido da vida fazer plof e descer, liquidado, para as profundas. Se tiver raça, pôr-se-á, imediatamente, a «refaire surface».
Cá chegado, ei-lo a retomar, metamorfoseado ou não, o seu propósito de se convencer da vida - da sua, claro - para de novo ser, com toda a plenitude, o convencido da vida que, afinal... sempre foi.
Alexandre O’Neill, in “Uma Coisa em Forma de Assim”.
publicado por armando ésse às 09:48

Dezembro 18 2007

O realizador com maior êxito comercial na história de Hollywood, Steven Spielberg nasceu em Cincinnati a 18 de Dezembro de 1946 e começou a desenvolver as primeiras curtas-metragens quando era ainda criança, aprimorando essa capacidade na Universidade da Califórnia.
O seu percurso inicial como realizador foi marcado por trabalhos para a televisão, como nas séries “Columbo” e “Marcus Welby M.D.” ou no episódio-piloto de “Night Gallery”.
A estreia nas longas-metragens deu-se com “Duel”, em 1971, um thriller de baixo orçamento cuja gestão do suspense foi bastante elogiada, fazendo com que o filme, originalmente concebido para televisão, viesse a ter também passagem pelas salas de cinema e se tornasse numa obra de culto. “The Sugarland Express” (1974) voltou a valer-lhe o estatuto de realizador promissor e “Tubarão” confirmou o seu talento, destacando-se como o filme mais bem sucedido de 1975 e iniciando a tradição dos blockbusters, filmes de alto orçamento cuja estreia decorre maioritariamente no Verão e que são, muitas vezes, êxitos de bilheteira.
“Encontros Imediatos do Terceiro Grau” (1977) foi outro marco, uma obra determinante dentro da ficção científica que o cinema apresentou nas últimas décadas e que surpreendeu devido à inovação dos efeitos especiais. A comédia sobre os meandros da guerra, “1941” (1979) foi um fracasso comercial, mas “Os Salteadores da Arca Perdida” (1980) compensou, e muito, esse deslize pontual, figurando entre os grandes sucessos dos anos 80 e apresentando um dos seus heróis mais carismáticos: Indiana Jones, personagem que protagonizou ainda duas sequelas e uma série televisiva.
Outro filme capaz de conquistar o público de todas as idades foi “E.T.” (1982), outra aposta na ficção científica, um dos títulos mais emblemáticos de Spielberg que se tornou num clássico instantâneo e que ainda hoje cativa várias gerações. “A Cor Púrpura” (1985), drama sobre a xenofobia e a Grande Depressão, proporcionou-lhe 11 nomeações para os Óscares, e embora não tenha ganho nenhum foi mais um forte êxito de bilheteira. Menos bem sucedidos comercialmente foram “O Império do Sol” (1987) e “Sempre” (1989), outras apostas em domínios dramáticos, ou “Hook” (1991), que revisitou as clássicas aventuras de Peter Pan.
Em 1993, contudo, Steven Spielberg criaria dois dos marcos da sua carreira: “Parque Jurássico”, um portento de feitos especiais que despoletou um sucesso global (com receitas que ultrapassaram um bilhão de dólares); e “A Lista de Schindler”, um drama épico sobre o Holocausto, galardoado com sete Óscares que comprovou que o cineasta era capaz de oferecer mais do que consistentes filmes de entretenimento.
Para além do cargo de realizador, Spielberg desempenhou também funções de produtor em filmes da autoria de terceiros, como “Poltergeist” (1982), “Regresso ao Futuro” (1985) ou “Quem Tramou Roger Rabbit?” (1988), através da sua companhia, Ambli Entretainment.
Nos anos 90 formou a Dreamworks, juntamente com Jeffrey Katzenber (ex-patrão da Disney) e David Geffen (da editora Geffen), sendo produtor executivo de muitas das suas películas, casos de “Tornado” (1996), “Homens de Negro” (1997), “Impacto Profundo” (1998) ou “A Máscara de Zorro” (1998). “Mundo Perdido” e “Amistad”, ambos de 1997, não foram dos mais marcantes da sua filmografia, mas “O Resgate do Soldado Ryan”, surgido um ano depois, assinalou o regresso à forma, revitalizando o género do filme de guerra e arrecadando cinco Óscares, provando, mais uma vez, que o cineasta também era interessante quando enveredava por obras “sérias”, adultas e complexas. O regresso à ficção científica deu-se com “A.I. – Inteligência Artificial” (2001) e “Relatório Minoritário” (2002), o primeiro baseado numa ideia de Stanley Kubrick e o segundo num conto de Phillip K. Dick. Ambos inovaram na utilização das tecnologias e na sugestão de impressionantes cenários futuristas, embora “Relatório Minoritário” tenha obtido maior consenso tanto perante a crítica como junto do grande público.
“Apanha-me se Puderes” (2002) foi outro sucesso, desta vez baseado numa história verídica e seguindo os jogos de engano de Frank Abagnale Jr., e a aposta num misto de drama e comédia repetiu-se em “Terminal de Aeroporto” (2004), também inspirado num caso real e seguindo as peripécias de um imigrante que passa a habitar um aeroporto norte-americano.
“Guerra dos Mundos” (2005), foi mais um digno blockbuster e um dos seus filmes mais negros, baseado no livro homónimo de H.G. Wells e voltando a focar o confronto de humanos com alienígenas.
“Munique” (2005) é mais um olhar sobre questões polémicas, desta vez o conflito israelo-palestiniano, partindo de um episódio real decorrido durante os Jogos Olímpicos de 1972, em Munique.
publicado por armando ésse às 10:19
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Dezembro 18 2007

O realizador com maior êxito comercial na história de Hollywood, Steven Spielberg nasceu em Cincinnati a 18 de Dezembro de 1946 e começou a desenvolver as primeiras curtas-metragens quando era ainda criança, aprimorando essa capacidade na Universidade da Califórnia.
O seu percurso inicial como realizador foi marcado por trabalhos para a televisão, como nas séries “Columbo” e “Marcus Welby M.D.” ou no episódio-piloto de “Night Gallery”.
A estreia nas longas-metragens deu-se com “Duel”, em 1971, um thriller de baixo orçamento cuja gestão do suspense foi bastante elogiada, fazendo com que o filme, originalmente concebido para televisão, viesse a ter também passagem pelas salas de cinema e se tornasse numa obra de culto. “The Sugarland Express” (1974) voltou a valer-lhe o estatuto de realizador promissor e “Tubarão” confirmou o seu talento, destacando-se como o filme mais bem sucedido de 1975 e iniciando a tradição dos blockbusters, filmes de alto orçamento cuja estreia decorre maioritariamente no Verão e que são, muitas vezes, êxitos de bilheteira.
“Encontros Imediatos do Terceiro Grau” (1977) foi outro marco, uma obra determinante dentro da ficção científica que o cinema apresentou nas últimas décadas e que surpreendeu devido à inovação dos efeitos especiais. A comédia sobre os meandros da guerra, “1941” (1979) foi um fracasso comercial, mas “Os Salteadores da Arca Perdida” (1980) compensou, e muito, esse deslize pontual, figurando entre os grandes sucessos dos anos 80 e apresentando um dos seus heróis mais carismáticos: Indiana Jones, personagem que protagonizou ainda duas sequelas e uma série televisiva.
Outro filme capaz de conquistar o público de todas as idades foi “E.T.” (1982), outra aposta na ficção científica, um dos títulos mais emblemáticos de Spielberg que se tornou num clássico instantâneo e que ainda hoje cativa várias gerações. “A Cor Púrpura” (1985), drama sobre a xenofobia e a Grande Depressão, proporcionou-lhe 11 nomeações para os Óscares, e embora não tenha ganho nenhum foi mais um forte êxito de bilheteira. Menos bem sucedidos comercialmente foram “O Império do Sol” (1987) e “Sempre” (1989), outras apostas em domínios dramáticos, ou “Hook” (1991), que revisitou as clássicas aventuras de Peter Pan.
Em 1993, contudo, Steven Spielberg criaria dois dos marcos da sua carreira: “Parque Jurássico”, um portento de feitos especiais que despoletou um sucesso global (com receitas que ultrapassaram um bilhão de dólares); e “A Lista de Schindler”, um drama épico sobre o Holocausto, galardoado com sete Óscares que comprovou que o cineasta era capaz de oferecer mais do que consistentes filmes de entretenimento.
Para além do cargo de realizador, Spielberg desempenhou também funções de produtor em filmes da autoria de terceiros, como “Poltergeist” (1982), “Regresso ao Futuro” (1985) ou “Quem Tramou Roger Rabbit?” (1988), através da sua companhia, Ambli Entretainment.
Nos anos 90 formou a Dreamworks, juntamente com Jeffrey Katzenber (ex-patrão da Disney) e David Geffen (da editora Geffen), sendo produtor executivo de muitas das suas películas, casos de “Tornado” (1996), “Homens de Negro” (1997), “Impacto Profundo” (1998) ou “A Máscara de Zorro” (1998). “Mundo Perdido” e “Amistad”, ambos de 1997, não foram dos mais marcantes da sua filmografia, mas “O Resgate do Soldado Ryan”, surgido um ano depois, assinalou o regresso à forma, revitalizando o género do filme de guerra e arrecadando cinco Óscares, provando, mais uma vez, que o cineasta também era interessante quando enveredava por obras “sérias”, adultas e complexas. O regresso à ficção científica deu-se com “A.I. – Inteligência Artificial” (2001) e “Relatório Minoritário” (2002), o primeiro baseado numa ideia de Stanley Kubrick e o segundo num conto de Phillip K. Dick. Ambos inovaram na utilização das tecnologias e na sugestão de impressionantes cenários futuristas, embora “Relatório Minoritário” tenha obtido maior consenso tanto perante a crítica como junto do grande público.
“Apanha-me se Puderes” (2002) foi outro sucesso, desta vez baseado numa história verídica e seguindo os jogos de engano de Frank Abagnale Jr., e a aposta num misto de drama e comédia repetiu-se em “Terminal de Aeroporto” (2004), também inspirado num caso real e seguindo as peripécias de um imigrante que passa a habitar um aeroporto norte-americano.
“Guerra dos Mundos” (2005), foi mais um digno blockbuster e um dos seus filmes mais negros, baseado no livro homónimo de H.G. Wells e voltando a focar o confronto de humanos com alienígenas.
“Munique” (2005) é mais um olhar sobre questões polémicas, desta vez o conflito israelo-palestiniano, partindo de um episódio real decorrido durante os Jogos Olímpicos de 1972, em Munique.
publicado por armando ésse às 10:19
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Dezembro 15 2007

O arquitecto brasileiro Oscar Niemeyer, completa hoje 100 anos de vida. Considerado um génio da arquitectura mundial, é também, o maior arquitecto vivo do século XX.
Oscar Niemeyer Soares Filho, nasceu em 15 de Dezembro de 1907, no Rio de Janeiro. Formou-se na Universidade do Brasil, iniciando a carreira no escritório de Lúcio Costa, em 1934.
No ano seguinte, trabalhou com o arquitecto Le Corbusier no “revolucionário” projecto do edifício dos ministérios da Saúde e da Educação brasileiros, concluído em 1936.
A obra de Niemeyer começou a ser notada quando o jovem arquitecto tinha 33 anos, através de um projecto que englobou a construção de quatro edifícios em Belo Horizonte, estado de Minas Gerais. Juscelino Kubistchek era, na altura, governador e encomendou-lhe os projectos de construção do Casino, da Casa de Baile, do Yatch Clube e da Igreja de São Francisco.
Em 1947, novamente com Le Corbusier, projecta a sede da Unesco, nos Estados Unidos. A originalidade e a imaginação que Niemeyer revelou nos seus trabalhos valeram-lhe a reputação de líder da arquitectura moderna.
Entre 1951 e 1954 Oscar Niemeyer assina outra grande obra: a Oca, Parque Ibirapuera, em S.Paulo, Brasil. Trata-se de um conjunto de três prédios destinados a exposições, incluindo um museu e um grande auditório.
Primou pela originalidade de todos os edifícios, e a partir daí, nunca mais parou e do seu gabinete começaram a surgir esquissos de edifícios para o Mundo inteiro, com incidência para o seu país, o Brasil.
Niemeyer empenhou-se, por exemplo, no projecto da criação da nova cidade de Brasília, nomeadamente do Palácio Planalto. Tinha 50 anos quando desenhou todos os edifícios oficiais de Brasília, a nova capital do Brasil, que foi construída em três anos e meio. A cidade foi inaugurada em 1960 e é considerada património cultural da humanidade pela Unesco desde 1987.
A arquitectura de Brasília, prevista nos esboços com que Lúcio Costa concorreu ao concurso internacional de projectos para a nova capital do Brasil, foi o impulso definitivo de Oscar Niemeyer na cena da história internacional da arquitectura contemporânea. As cúpulas, côncavas e convexas do Congresso Nacional e as colunas dos palácios da Alvorada, do Planalto e do Supremo Tribunal, deram-lhe grande prestígio internacional pela sua configuração original.
Em 1965, projecta a sede do partido Comunista Francês, em Paris. Majestoso e esteticamente brilhante, o edifício foi considerado, na altura, pelo presidente George Pompidou, “a única coisa boa que os comunistas fizeram”.
Mais recentemente (2003), projectou a Galeria Serpentina, em Londres, actualmente considerado um dos melhores edifícios existente na capital inglesa.
O Funchal é a única cidade de Portugal a possuir uma obra erguida de Oscar Niemeyer - o Pestana Casino Park, um projecto de 1966 mas concluído em 1976 e que é composto por três edifícios: um Casino, um Centro de Congressos e um hotel de 5 estrelas.
A presença constante de Oscar Niemeyer no cenário da arquitectura contemporânea internacional, desde 1936 até hoje, transformou-o na mais destacada figura brasileira da actualidade. Recebeu inúmeros prémios, destacando-se de entre eles o Prémio Pritzker (1988), sendo o primeiro arquitecto de língua portuguesa a receber tal distinção.
publicado por armando ésse às 09:14
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Dezembro 15 2007

O arquitecto brasileiro Oscar Niemeyer, completa hoje 100 anos de vida. Considerado um génio da arquitectura mundial, é também, o maior arquitecto vivo do século XX.
Oscar Niemeyer Soares Filho, nasceu em 15 de Dezembro de 1907, no Rio de Janeiro. Formou-se na Universidade do Brasil, iniciando a carreira no escritório de Lúcio Costa, em 1934.
No ano seguinte, trabalhou com o arquitecto Le Corbusier no “revolucionário” projecto do edifício dos ministérios da Saúde e da Educação brasileiros, concluído em 1936.
A obra de Niemeyer começou a ser notada quando o jovem arquitecto tinha 33 anos, através de um projecto que englobou a construção de quatro edifícios em Belo Horizonte, estado de Minas Gerais. Juscelino Kubistchek era, na altura, governador e encomendou-lhe os projectos de construção do Casino, da Casa de Baile, do Yatch Clube e da Igreja de São Francisco.
Em 1947, novamente com Le Corbusier, projecta a sede da Unesco, nos Estados Unidos. A originalidade e a imaginação que Niemeyer revelou nos seus trabalhos valeram-lhe a reputação de líder da arquitectura moderna.
Entre 1951 e 1954 Oscar Niemeyer assina outra grande obra: a Oca, Parque Ibirapuera, em S.Paulo, Brasil. Trata-se de um conjunto de três prédios destinados a exposições, incluindo um museu e um grande auditório.
Primou pela originalidade de todos os edifícios, e a partir daí, nunca mais parou e do seu gabinete começaram a surgir esquissos de edifícios para o Mundo inteiro, com incidência para o seu país, o Brasil.
Niemeyer empenhou-se, por exemplo, no projecto da criação da nova cidade de Brasília, nomeadamente do Palácio Planalto. Tinha 50 anos quando desenhou todos os edifícios oficiais de Brasília, a nova capital do Brasil, que foi construída em três anos e meio. A cidade foi inaugurada em 1960 e é considerada património cultural da humanidade pela Unesco desde 1987.
A arquitectura de Brasília, prevista nos esboços com que Lúcio Costa concorreu ao concurso internacional de projectos para a nova capital do Brasil, foi o impulso definitivo de Oscar Niemeyer na cena da história internacional da arquitectura contemporânea. As cúpulas, côncavas e convexas do Congresso Nacional e as colunas dos palácios da Alvorada, do Planalto e do Supremo Tribunal, deram-lhe grande prestígio internacional pela sua configuração original.
Em 1965, projecta a sede do partido Comunista Francês, em Paris. Majestoso e esteticamente brilhante, o edifício foi considerado, na altura, pelo presidente George Pompidou, “a única coisa boa que os comunistas fizeram”.
Mais recentemente (2003), projectou a Galeria Serpentina, em Londres, actualmente considerado um dos melhores edifícios existente na capital inglesa.
O Funchal é a única cidade de Portugal a possuir uma obra erguida de Oscar Niemeyer - o Pestana Casino Park, um projecto de 1966 mas concluído em 1976 e que é composto por três edifícios: um Casino, um Centro de Congressos e um hotel de 5 estrelas.
A presença constante de Oscar Niemeyer no cenário da arquitectura contemporânea internacional, desde 1936 até hoje, transformou-o na mais destacada figura brasileira da actualidade. Recebeu inúmeros prémios, destacando-se de entre eles o Prémio Pritzker (1988), sendo o primeiro arquitecto de língua portuguesa a receber tal distinção.
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Dezembro 07 2007

“Como tínhamos dito durante muitos anos, a humanidade precisa de repensar a paz, a segurança e o trabalho para culturas de paz, governando-se de forma mais democrática, respeitando o primado da lei, promovendo deliberada e conscientemente justiça e equidade, e gerindo os recursos com maior responsabilidade e fiabilidade – não só para as gerações presentes como também para as futuras.
Ao tentar explicar esta ligação, inspirei-me num banco tradicional africano com três pernas e uma bacia como assento. Para mim, as três pernas representam três pilares críticos das sociedades justas e estáveis. A primeira perna representa o espaço democrático, onde os direitos são respeitados, sejam os direitos humanos, os direitos das mulheres, os direitos das crianças ou os direitos ambientais. A segunda representa a gestão sustentável e equitativa dos recursos. E a terceira representa as culturas de paz que são deliberadamente cultivadas no seio das comunidades e das nações. A bacia, ou assento, representa a sociedade e as suas perspectivas de desenvolvimento. A menos que as três pernas estejam no seu lugar, suportando o assento, nenhuma sociedade consegue prosperar. Nem os cidadãos conseguem desenvolver as suas capacidades e criatividade. Quando uma perna está em falta, o assento é instável; quando faltam duas pernas, é impossível manter vivo qualquer Estado; e quando não há pernas disponíveis o Estado vale tanto como um Estado falhado…
Estes temas de boa governação, respeito pelos direitos humanos, equidade e paz são de particular preocupação em África – um continente que é tão rico em recursos e, no entanto, tem sido tão devastado pela guerra.”
In INDOMÁVEL Uma Luta pela Liberdade.
publicado por armando ésse às 13:36

Dezembro 07 2007

“Como tínhamos dito durante muitos anos, a humanidade precisa de repensar a paz, a segurança e o trabalho para culturas de paz, governando-se de forma mais democrática, respeitando o primado da lei, promovendo deliberada e conscientemente justiça e equidade, e gerindo os recursos com maior responsabilidade e fiabilidade – não só para as gerações presentes como também para as futuras.
Ao tentar explicar esta ligação, inspirei-me num banco tradicional africano com três pernas e uma bacia como assento. Para mim, as três pernas representam três pilares críticos das sociedades justas e estáveis. A primeira perna representa o espaço democrático, onde os direitos são respeitados, sejam os direitos humanos, os direitos das mulheres, os direitos das crianças ou os direitos ambientais. A segunda representa a gestão sustentável e equitativa dos recursos. E a terceira representa as culturas de paz que são deliberadamente cultivadas no seio das comunidades e das nações. A bacia, ou assento, representa a sociedade e as suas perspectivas de desenvolvimento. A menos que as três pernas estejam no seu lugar, suportando o assento, nenhuma sociedade consegue prosperar. Nem os cidadãos conseguem desenvolver as suas capacidades e criatividade. Quando uma perna está em falta, o assento é instável; quando faltam duas pernas, é impossível manter vivo qualquer Estado; e quando não há pernas disponíveis o Estado vale tanto como um Estado falhado…
Estes temas de boa governação, respeito pelos direitos humanos, equidade e paz são de particular preocupação em África – um continente que é tão rico em recursos e, no entanto, tem sido tão devastado pela guerra.”
In INDOMÁVEL Uma Luta pela Liberdade.
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Dezembro 07 2007

Fotografia de James Nachtwey/ Magnum Photos.
O Ruanda foi palco de uma das maiores atrocidades da história da humanidade onde, em apenas 100 dias, quase um milhão de tutsis foram brutalmente assassinados por milícias de etnia hutu e pelo exército ruandês.
Esta fotografia de 1994 de James Nachtwey, foi tirada num Hospital da Cruz Vermelha, e mostra um homem que foi mutilado por uma catana, pela simples suspeita de pertencer à etnia tutsi. A fotografia venceria, nesse ano a World Press Photo.
publicado por armando ésse às 11:50

Dezembro 07 2007

Fotografia de James Nachtwey/ Magnum Photos.
O Ruanda foi palco de uma das maiores atrocidades da história da humanidade onde, em apenas 100 dias, quase um milhão de tutsis foram brutalmente assassinados por milícias de etnia hutu e pelo exército ruandês.
Esta fotografia de 1994 de James Nachtwey, foi tirada num Hospital da Cruz Vermelha, e mostra um homem que foi mutilado por uma catana, pela simples suspeita de pertencer à etnia tutsi. A fotografia venceria, nesse ano a World Press Photo.
publicado por armando ésse às 11:50

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