Os presidentes dos Comités Olímpicos Europeus (COE), que estiveram ontem na Eslovénia, numa reunião de ministros da União Europeia, discutiram o assunto e negaram a hipótese de boicote. “O desporto não se deve misturar com a política”, defendeu Patrick Hickey, presidente do COE, que garante que nenhum Governo manifestou intenção de boicotar os Jogos Olímpicos.
No entanto, o presidente do comité suíço, Joerg Schild, disse na mesma conferência de imprensa que “não nos podemos limitar a observar e nada dizer”, e havia quem avisasse os chineses que podem “ter prejuízos financeiros e morais”.
Por seu lado o Dalai Lama, o líder espiritual dos tibetanos, recusa a ideia de fazer um boicote, por considerar que a China merece acolher os Jogos Olímpicos, no entanto, anunciou que poderá renunciar ao seu lugar se a situação no Tibete piorar. O Dalai Lama salientou que os chineses tratam os tibetanos como “cidadãos de segunda classe” no seu próprio território. O líder afirmou ainda que, para proteger a sua herança cultural, os tibetanos necessitam de total autonomia. Quanto ao surto de violência, disse ser “errado”.
Apesar das permanentes violações dos direitos humanos na China, a comunidade internacional deverá encontrar outras formas de pressionar o governo chinês e não boicotar os Jogos Olímpicos de Pequim.
Com boicote ou sem boicote, a China continuará a ser um país autoritário, o Tibete continuará anexado, o Taiwan/R.O.C. não será reconhecido como país, pela maioria da comunidade internacional, os cidadãos estarão privados dos direitos fundamentais, os jornalistas e bloggers serão perseguidos e detidos - a liberdade de expressão, neste país, é uma metáfora - os detidos continuarão a ser espancados e torturados e a pena de morte, continuará a ser uma sentença usada frequentemente.