Arthur C. Clarke nasceu a 16 de Dezembro de 1917 em Minehead, Inglaterra. Foi desde criança um apaixonado pela astronomia e em 1949 o apartamento em que morava em Londres converteu-se no centro de operações da Sociedade Interplanetária Britânica, da qual seria presidente.
Durante a II Guerra Mundial prestou serviço na Royal Air Force, mas não lhe faltou tempo para escrever estudos técnicos e livros de ficção científica.
Só conseguiria, no entanto, publicar a sua primeira obra, “Rescue Party”, em 1946, quando o conflito mundial já tinha terminado. Muitas das obras científicas de Clarke introduziram conceitos que são actualmente “moeda corrente” no mundo da tecnologia.
O escritor visitou o Sri Lanka, antigo Ceilão, durante a década de 50 e aí se instalou em 1956, por "se ter apaixonado pelo lugar". Em 2005, Clarke recebeu o mais alto galardão civil atribuído pelo Sri Lanka, pelas suas contribuições à ciência e à tecnologia e pelo empenhamento demonstrado em relação ao seu país adoptivo.
Em 1969, quando já era considerado o principal “profeta” da era espacial, Clarke, através da cadeia televisiva norte-americana CBS, descreveu, juntamente com o astronauta Wally Schirra, a chegada da Apolo 11 à Lua. O escritor voltou anos depois à CBS para informar sobre as missões Apolo 12 e Apolo 15.
Arthur C. Clarke tinha previsto a chegada do homem à Lua antes do ano 2000, as viagens espaciais ainda antes da invenção dos foguetes e o papel dos computadores na vida quotidiana das pessoas, disse também que "a idade de ouro do espaço está apenas a começar". Segundo ele, "nos próximos 50 anos, milhares de pessoas viajarão para a órbita da Terra, e depois para a Lua e para lá dela. Um dia, as viagens espaciais e o turismo espacial tornar-se-ão quase tão comuns como as viagens para destinos exóticos no nosso planeta".
Arthur C. Clarke era considerado um dos mestres da ficção científica, autor de obras que marcaram o género. Uma dessas obras, o conto “The Sentinel”, de 1951, deu origem a um dos filmes-chave da ficção científica, “2001:Odisseia no Espaço”, realizado por Stanley Kubrick en 1968. Com esse filme, Kubrick conquistou um Óscar e teve mais de 10 nomeações para diversos prémios da cinematografia mundial.
O êxito foi tal que Clarke se viu de algum modo “forçado” a transformar o conto num romance, a que daria o título já consagrado pelo filme de Kubrick. Além da ficção científica, Clarke escreveu mais de 100 obras científicas e filosóficas nas quais procurou determinar o lugar do Homem no Universo. Escreveu ainda “Rendez-Vous With Rama”, que levaram os críticos a compará-lo a autores da craveira de Isaac Asimov e Robert Heinlein.
Embora fosse conhecido pelas suas obras técnicas e de ficção científica, Clarke interessava-se também pelos fenómenos paranormais, uma paixão que deixou reflectida no romance “Childhood‘s End”.
Arthur Charles Clarke, que estava confinado a uma cadeira de rodas por sofrer de uma síndrome pós-poliomielite, morreu de insuficiência respiratória em sua casa, na capital do Sri Lanka, ontem 18 de Março de 2008. Com agências.