A FÁBRICA

Maio 27 2008

Mas eu vou para Hollywood mas eu vou para o hospital, mas tu és primeiro mas tu és último, mas ele é alto mas ela é baixa, mas tu ficas em cima mas tu vais para baixo, mas nós somos ricos mas nós somos pobres, mas eles têm sossego mas eles têm…
Xan Meo foi ao Hollywood. E minutos depois, à velocidade da urgência e acompanhado pelos acordes estridentes do sofrimento electrificado, Xan Meo foi para o hospital. Por causa da violência masculina.
-Vou sair, eu – disse ele à sua esposa americana, Russia.
-Uh – disse ela, pronunciando como onde em francês.
-Não demoro. Eu dou-lhes banho. E também lhes leio uma história. Depois faço o jantar. A seguir ponho a louça na máquina. E a seguir dou-te uma boa massagem nas costas. Está bem assim?
-Posso ir também? – perguntou Russia.
-Acho que me apetece estar sozinho.
-Queres é ficar sozinho com a tua namorada.
Xan sabia que a acusação não era a sério. Mas odoptou uma expressão de agravo (um espessamento da fronte) e disse, não pela primeira vez e, tanto quanto sabia, com sinceridade: - Não tenho segredos para ti, pequena.
-Mm – disse ela oferecendo-lhe a face.
-Não sabes que dia é hoje?
-Oh. Claro.
O casal ficou a abraçar-se no pé-direito duplo da entrada. Depois o marido, com um movimento do braço, fez tilintar as chaves no bolso. A sua intenção semiconsciente foi mostrar impaciência por sair. Xan não concordaria publicamente, mas as mulheres gostam, por natureza, de prolongar as rotinas de partida. É o reverso do seu gosto por deixar pessoas à espera. Os homens não deviam importar-se com isso. Ser deixado à espera é uma compensação moderada pelos seus cinco milhões de anos no poder… Xan suspira agora baixinho e mais acima baixinho rangem escadas. Descia uma figura complexa, normal até à cintura mas com duas cabeças e quatro braços: a filha mais pequena de Meo, Sophie, colada ao flanco de Imaculada, a sua ama brasileira. Por trás delas, a uma distância ao mesmo tempo sonhadora e auto-suficiente, espreitava a de quatro anos, Billie.
1ª Página do livro, O Cão Amarelo, de Martin Amis, Editorial Teorema, 1ª edição, Agosto de 2004.

Nota: Martin Amis nasceu em Oxford, Inglaterra, a 25 de Agosto de 1949. Filho do escritor Kingsley Amis, autor vencedor de um Booker Prize.
Amis passou grande parte da sua juventude em Swansea, onde o seu pai leccionava. Mais tarde passou um ano em Princeton, antes de regressar a Inglaterra e depois em Cambridge. Aos 12 anos, depois do divórcio dos seus pais, Amis passou o ano seguinte na Ilha de Maiorca, Espanha, com a sua mãe e irmãos.
No anos seguinte regressou a Inglaterra, onde recebeu um papel para o filme A High Wind in Jamaica, ficando impedido de regressar à escola. Depois de a madrasta, a romancista Elizabeth Jane Howard, o introduzir às obras de Jane Austen, começou a preparar os requisitos de admissão para a Universidade de Oxford.
Em 1971, licenciou-se em Inglês com lugar no quadro de honra. Em 1971, recebeu uma proposta para crítico literário para o jornal London Observer e, nos oito anos seguintes, ocupou cargos editoriais em jornais como London Times Literary Supplement, New Statesman e London Observer, onde ocupou uma posição de escritor a partir de 1980.
Em 1980, depois de publicar três romances e vendido um argumento, Amis demitiu-se da sua posição editorial no New Statesman para escrever a tempo inteiro, apesar de continuar a publicar não-ficção em Inglaterra e América, incluindo críticas no Observer, The London Review of Books e New York Times Book Review.
As suas obras caracterizam-se pelo seu acerbado humor negro, incluindo-se entre elas The Rachel Papers (1973), um livro de memórias da adolescência contadas através de flashbacks, Dead Babies (1975), que trata a decadência e o sadismo, Money (1984), London Fields (1989), Time’s Arrow (1991), um romance muito apreciado que fala sobre os campos de morte nazis, Água Pesada (1999) e Experiência (2000), uma autobiografia do escritor, The War Against Cliché (2001), Koba o Terrível (2002), On Modern British Fiction (2002), O Cão Amarelo (2003), Vintage Amis (2003), House of Meetings (2006) e The Pregnant Widow (2007).
Recebeu os prémios: Somerset Maugham Award (1974) pela obra The Rachel Papers e James Tait Black Memorial Prize (para biografia) (2000) pela obra Experiência. (Fontes:Wikipédia e Biblioteca Universal).
publicado por armando ésse às 12:12

Maio 27 2008

Mas eu vou para Hollywood mas eu vou para o hospital, mas tu és primeiro mas tu és último, mas ele é alto mas ela é baixa, mas tu ficas em cima mas tu vais para baixo, mas nós somos ricos mas nós somos pobres, mas eles têm sossego mas eles têm…
Xan Meo foi ao Hollywood. E minutos depois, à velocidade da urgência e acompanhado pelos acordes estridentes do sofrimento electrificado, Xan Meo foi para o hospital. Por causa da violência masculina.
-Vou sair, eu – disse ele à sua esposa americana, Russia.
-Uh – disse ela, pronunciando como onde em francês.
-Não demoro. Eu dou-lhes banho. E também lhes leio uma história. Depois faço o jantar. A seguir ponho a louça na máquina. E a seguir dou-te uma boa massagem nas costas. Está bem assim?
-Posso ir também? – perguntou Russia.
-Acho que me apetece estar sozinho.
-Queres é ficar sozinho com a tua namorada.
Xan sabia que a acusação não era a sério. Mas odoptou uma expressão de agravo (um espessamento da fronte) e disse, não pela primeira vez e, tanto quanto sabia, com sinceridade: - Não tenho segredos para ti, pequena.
-Mm – disse ela oferecendo-lhe a face.
-Não sabes que dia é hoje?
-Oh. Claro.
O casal ficou a abraçar-se no pé-direito duplo da entrada. Depois o marido, com um movimento do braço, fez tilintar as chaves no bolso. A sua intenção semiconsciente foi mostrar impaciência por sair. Xan não concordaria publicamente, mas as mulheres gostam, por natureza, de prolongar as rotinas de partida. É o reverso do seu gosto por deixar pessoas à espera. Os homens não deviam importar-se com isso. Ser deixado à espera é uma compensação moderada pelos seus cinco milhões de anos no poder… Xan suspira agora baixinho e mais acima baixinho rangem escadas. Descia uma figura complexa, normal até à cintura mas com duas cabeças e quatro braços: a filha mais pequena de Meo, Sophie, colada ao flanco de Imaculada, a sua ama brasileira. Por trás delas, a uma distância ao mesmo tempo sonhadora e auto-suficiente, espreitava a de quatro anos, Billie.
1ª Página do livro, O Cão Amarelo, de Martin Amis, Editorial Teorema, 1ª edição, Agosto de 2004.

Nota: Martin Amis nasceu em Oxford, Inglaterra, a 25 de Agosto de 1949. Filho do escritor Kingsley Amis, autor vencedor de um Booker Prize.
Amis passou grande parte da sua juventude em Swansea, onde o seu pai leccionava. Mais tarde passou um ano em Princeton, antes de regressar a Inglaterra e depois em Cambridge. Aos 12 anos, depois do divórcio dos seus pais, Amis passou o ano seguinte na Ilha de Maiorca, Espanha, com a sua mãe e irmãos.
No anos seguinte regressou a Inglaterra, onde recebeu um papel para o filme A High Wind in Jamaica, ficando impedido de regressar à escola. Depois de a madrasta, a romancista Elizabeth Jane Howard, o introduzir às obras de Jane Austen, começou a preparar os requisitos de admissão para a Universidade de Oxford.
Em 1971, licenciou-se em Inglês com lugar no quadro de honra. Em 1971, recebeu uma proposta para crítico literário para o jornal London Observer e, nos oito anos seguintes, ocupou cargos editoriais em jornais como London Times Literary Supplement, New Statesman e London Observer, onde ocupou uma posição de escritor a partir de 1980.
Em 1980, depois de publicar três romances e vendido um argumento, Amis demitiu-se da sua posição editorial no New Statesman para escrever a tempo inteiro, apesar de continuar a publicar não-ficção em Inglaterra e América, incluindo críticas no Observer, The London Review of Books e New York Times Book Review.
As suas obras caracterizam-se pelo seu acerbado humor negro, incluindo-se entre elas The Rachel Papers (1973), um livro de memórias da adolescência contadas através de flashbacks, Dead Babies (1975), que trata a decadência e o sadismo, Money (1984), London Fields (1989), Time’s Arrow (1991), um romance muito apreciado que fala sobre os campos de morte nazis, Água Pesada (1999) e Experiência (2000), uma autobiografia do escritor, The War Against Cliché (2001), Koba o Terrível (2002), On Modern British Fiction (2002), O Cão Amarelo (2003), Vintage Amis (2003), House of Meetings (2006) e The Pregnant Widow (2007).
Recebeu os prémios: Somerset Maugham Award (1974) pela obra The Rachel Papers e James Tait Black Memorial Prize (para biografia) (2000) pela obra Experiência. (Fontes:Wikipédia e Biblioteca Universal).
publicado por armando ésse às 12:12

Maio 27 2008

O realizador, produtor e actor Sydney Pollack morreu ontem na sua casa de Pacific Palisades, em Los Angeles, Califórnia. O realizador de “África Minha” e “Tootsie” tinha 73 anos e lutava há dez meses contra o cancro.
Sydney Pollack que era considerado por muitos o último grande realizador romântico de Hollywood, nasceu a 1 de Julho de 1934, em Lafayette no estado norte-americano do Indiana, era o mais velho de três filhos de David Pollack, um ex-pugilista profissional que depois se tornou farmacêutico, e Rebecca Miller, uma dona de casa, que morreu aos 37 anos, quando Pollack tinha apenas 16 anos. Contra a vontade do pai, que queria que ele fosse dentista, Pollack mudou-se para Nova Iorque, após terminar o liceu, para se tornar actor. De 1952 a 1954, estudou com Sanford Meisner, na Neighborhood Playhouse School of the Theatre, tornando-se de seguida, o assistente do professor.Depois de dois anos na tropa, voltou para Neighborhood Playhouse e continuou a dar aulas. Em 1958, casou-se Claire Griswold. Sydney Pollack começou a sua carreira no teatro, e ganhou fama como realizador de Televisão na década de 60. A sua estreia como actor aconteceu em 1962 no filme "Obsessão de Matar", ao lado de Robert Redforfd.
Apesar de ter começado como actor, foi na realização que Sydney Pollack mais se destacou. Para os amantes de cinema, Sydney Pollack ficará para sempre, ligado à adaptação para cinema do romance de Karen Blixen, África Minha, filme que fez contracenar Robert Redford e Meryl Streep e que em 1986, de 11 nomeações para as estatuetas douradas, arrebataria sete Óscares, entre os quais os de Melhor Realizador e de Melhor Filme.
Três anos antes, em 1983, já havia sido indicado para a estatueta de melhor realizador com o inesquecível “Tootsie”, filme superiormente protagonizado por Dustin Hoffman. “The Way We Were” (1973), com Robert Redford e Barbra Streisand é outro dos seus grandes sucessos comerciais.
Com o realizador britânico Anthony Minghella, que desapareceu em Março passado, Sydney Pollack mantinha a produtora Mirage Enterprises, etiqueta com que saiu o seu último trabalho, o documentário “Sketches of Frank Gehry”, de 2007. Em Agosto do ano passado, o realizador apresentou os primeiros sinais de que tinha cancro, abandonando o projecto de um documentário sobre as presidenciais americanas, mais particularmente sobre o caso da recontagem de votos na Flórida, que estava a filmar para a televisão HBO.
Até, sempre.
publicado por armando ésse às 11:44

Maio 27 2008

O realizador, produtor e actor Sydney Pollack morreu ontem na sua casa de Pacific Palisades, em Los Angeles, Califórnia. O realizador de “África Minha” e “Tootsie” tinha 73 anos e lutava há dez meses contra o cancro.
Sydney Pollack que era considerado por muitos o último grande realizador romântico de Hollywood, nasceu a 1 de Julho de 1934, em Lafayette no estado norte-americano do Indiana, era o mais velho de três filhos de David Pollack, um ex-pugilista profissional que depois se tornou farmacêutico, e Rebecca Miller, uma dona de casa, que morreu aos 37 anos, quando Pollack tinha apenas 16 anos. Contra a vontade do pai, que queria que ele fosse dentista, Pollack mudou-se para Nova Iorque, após terminar o liceu, para se tornar actor. De 1952 a 1954, estudou com Sanford Meisner, na Neighborhood Playhouse School of the Theatre, tornando-se de seguida, o assistente do professor.Depois de dois anos na tropa, voltou para Neighborhood Playhouse e continuou a dar aulas. Em 1958, casou-se Claire Griswold. Sydney Pollack começou a sua carreira no teatro, e ganhou fama como realizador de Televisão na década de 60. A sua estreia como actor aconteceu em 1962 no filme "Obsessão de Matar", ao lado de Robert Redforfd.
Apesar de ter começado como actor, foi na realização que Sydney Pollack mais se destacou. Para os amantes de cinema, Sydney Pollack ficará para sempre, ligado à adaptação para cinema do romance de Karen Blixen, África Minha, filme que fez contracenar Robert Redford e Meryl Streep e que em 1986, de 11 nomeações para as estatuetas douradas, arrebataria sete Óscares, entre os quais os de Melhor Realizador e de Melhor Filme.
Três anos antes, em 1983, já havia sido indicado para a estatueta de melhor realizador com o inesquecível “Tootsie”, filme superiormente protagonizado por Dustin Hoffman. “The Way We Were” (1973), com Robert Redford e Barbra Streisand é outro dos seus grandes sucessos comerciais.
Com o realizador britânico Anthony Minghella, que desapareceu em Março passado, Sydney Pollack mantinha a produtora Mirage Enterprises, etiqueta com que saiu o seu último trabalho, o documentário “Sketches of Frank Gehry”, de 2007. Em Agosto do ano passado, o realizador apresentou os primeiros sinais de que tinha cancro, abandonando o projecto de um documentário sobre as presidenciais americanas, mais particularmente sobre o caso da recontagem de votos na Flórida, que estava a filmar para a televisão HBO.
Até, sempre.
publicado por armando ésse às 11:44

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