A FÁBRICA

Abril 22 2009

O romance A Cruz de Santo André (edição portuguesa da Difel) "apresenta tantas coincidências e semelhanças" com Carmen, Carmela, Carmiña (Fluorescencia), escrito por María del Carmen Formoso, que Camilo José Cela (Padrón, 11 de Maio de 1916 — Madrid, 17 de Janeiro de 2002) só pode ter tomado este texto "como referência ou base" da sua obra, distinguida em 1994 com o Prémio Planeta. Houve, portanto, "aproveitamento artístico" – plágio –, segundo considerou uma juíza de Barcelona.
A decisão, divulgada ontem pelo jornal El País, reacende uma polémica que se arrasta desde 1998 nos tribunais, após María del Carmen Formoso ter movido uma acção judicial contra o Prémio Nobel da Literatura nascido na Galiza – autor, entre outros livros, de A Colmeia, A Família de Pascoal Duarte e Mazurca para Dois Mortos –, por delito contra a propriedade intelectual.
O caso foi arquivado duas vezes, mas em 2006 o Tribunal Constitucional deu razão à queixosa e ordenou finalmente a reabertura do processo.
Agora, a juíza baseou a sua sentença em duas razões fundamentais: o facto de a obra de María del Carmen Formoso ter sido apresentada à mesma edição do Prémio Planeta no dia 2 de Maio de 1994, tendo Camilo José Cela entregue o seu texto apenas a 30 de Junho, último dia do prazo para concorrer e quase dois meses depois; e também o relatório pericial solicitado a Luis Izquierdo, um respeitado catedrático de Literatura Espanhola da Universidade de Barcelona, que conclui que A Cruz de Santo André é uma "transformação, pelo menos parcial, da obra original" – ainda que daí resulte "uma obra esteticamente diferente, com marca própria do seu autor".
A juíza não deu, assim, razão à procuradora Raquel Amado, que tinha solicitado o arquivamento do processo por "descartar contundentemente" a possibilidade de plágio face à "radical diferença" que encontrou entre as obras, ao nível da narração, da estrutura e das técnicas literárias.
Nos tribunais, o caso arrancou em 1998, mas sofreria várias reviravoltas até que, em 2001, foi finalmente admitida a queixa apresentada por Jesús Díaz Formoso, filho e advogado de María del Carmen. O processo agora já só é contra José Manuel Lara Bosh, conselheiro delegado do grupo editorial Planeta, considerado co-autor do delito de plágio, que em 2001 foi a julgamento como acusado, tal como sucedeu com Camilo José Cela até falecer, em 2002. A editora já recorreu, cabendo à Audiencia de Barcelona confirmar ou revogar a sentença. (DN).
Link El País.
publicado por armando ésse às 07:42
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Abril 22 2009

O romance A Cruz de Santo André (edição portuguesa da Difel) "apresenta tantas coincidências e semelhanças" com Carmen, Carmela, Carmiña (Fluorescencia), escrito por María del Carmen Formoso, que Camilo José Cela (Padrón, 11 de Maio de 1916 — Madrid, 17 de Janeiro de 2002) só pode ter tomado este texto "como referência ou base" da sua obra, distinguida em 1994 com o Prémio Planeta. Houve, portanto, "aproveitamento artístico" – plágio –, segundo considerou uma juíza de Barcelona.
A decisão, divulgada ontem pelo jornal El País, reacende uma polémica que se arrasta desde 1998 nos tribunais, após María del Carmen Formoso ter movido uma acção judicial contra o Prémio Nobel da Literatura nascido na Galiza – autor, entre outros livros, de A Colmeia, A Família de Pascoal Duarte e Mazurca para Dois Mortos –, por delito contra a propriedade intelectual.
O caso foi arquivado duas vezes, mas em 2006 o Tribunal Constitucional deu razão à queixosa e ordenou finalmente a reabertura do processo.
Agora, a juíza baseou a sua sentença em duas razões fundamentais: o facto de a obra de María del Carmen Formoso ter sido apresentada à mesma edição do Prémio Planeta no dia 2 de Maio de 1994, tendo Camilo José Cela entregue o seu texto apenas a 30 de Junho, último dia do prazo para concorrer e quase dois meses depois; e também o relatório pericial solicitado a Luis Izquierdo, um respeitado catedrático de Literatura Espanhola da Universidade de Barcelona, que conclui que A Cruz de Santo André é uma "transformação, pelo menos parcial, da obra original" – ainda que daí resulte "uma obra esteticamente diferente, com marca própria do seu autor".
A juíza não deu, assim, razão à procuradora Raquel Amado, que tinha solicitado o arquivamento do processo por "descartar contundentemente" a possibilidade de plágio face à "radical diferença" que encontrou entre as obras, ao nível da narração, da estrutura e das técnicas literárias.
Nos tribunais, o caso arrancou em 1998, mas sofreria várias reviravoltas até que, em 2001, foi finalmente admitida a queixa apresentada por Jesús Díaz Formoso, filho e advogado de María del Carmen. O processo agora já só é contra José Manuel Lara Bosh, conselheiro delegado do grupo editorial Planeta, considerado co-autor do delito de plágio, que em 2001 foi a julgamento como acusado, tal como sucedeu com Camilo José Cela até falecer, em 2002. A editora já recorreu, cabendo à Audiencia de Barcelona confirmar ou revogar a sentença. (DN).
Link El País.
publicado por armando ésse às 07:42

Abril 22 2009

Todos os 19 números da revista Camões, cuja publicação se iniciou em 1998, passaram a estar disponíveis para leitura ou descarga em PDF no sítio da Biblioteca Digital Camões.
Link para a Biblioteca Digital Camões.
publicado por armando ésse às 06:49
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Abril 22 2009

Clara Rojas, prisioneira das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) durante seis anos, depois de ter sido raptada com Ingrid Betancourt, vai apresentar em Lisboa, quinta-feira, o seu livro "Memórias do Meu Cativeiro".
A 23 Fevereiro de 2002, Clara Rojas, que era então directora da campanha presidencial de Ingrid Betancourt, foi raptada juntamente com a candidata durante uma visita ao interior da Colômbia.
Viria a ser libertada a 10 de Janeiro de 2008 numa operação que contou com a intervenção do presidente da Venezuela, Hugo Chavez. Durante o cativeiro, Clara Rojas teve um filho, do qual foi separada quando a criança tinha oito meses e acabou por afastar-se de Ingrid Betancourt.
No livro, a autora nada revela sobre o pai de Emmanuel, mas conta as dificuldades por que passou durante a gravidez e a cesariana que foi obrigada a fazer no meio da selva sem condições.
Oito meses após o nascimento da criança, as FARC retiraram-lhe o filho e Clara Rojas viveu três anos sem saber dele, até que voltou a reencontrá-lo depois da libertação. A criança tem actualmente 5 anos e vive com a mãe na Colômbia. Sobre o fim da amizade com Ingrid Betancourt, a autora refere que quando regressaram da sua segunda tentativa fracassada de fuga, souberam que o pai de Ingrid tinha morrido.
"Lemos a notícia num jornal que os guerrilheiros nos emprestaram e sentimos uma profunda e inconsolável tristeza", escreveu. Apesar disso, "os guerrilheiros não tiveram nenhuma comiseração e prenderam-nos", continuou a ex-refém, adiantando que estiveram vários dias acorrentadas e que fizeram uma greve de fome como protesto.
"A duríssima experiência daquele luto, acorrentadas, marcou-nos de tal maneira que, dentro de nós, qualquer coisa se modificou e começou a ser diferente", pode ler-se no livro. No testemunho de Clara Rojas, "toda aquela dor mal digerida" criou entre as duas "uma barreira de silêncio". "Não posso dizer que tenha acontecido alguma coisa de concreto, que tenha acabado com a nossa amizade, foi, antes, um distanciamento progressivo provocado pelas circunstâncias", escreveu. Clara Rojas nasceu em 1963 em Bogotá, é advogada de direito comercial e foi professora universitária. O livro vai ser lançado na Fundação Mário Soares, sendo apresentado pelo embaixador José Fernandes Fafe numa sessão que contará com a presença da autora e de Mário Soares.(Público).
publicado por armando ésse às 06:06
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