A FÁBRICA

Agosto 13 2005

O presidente de Cuba, Fidel Castro, completa hoje 79 anos como o líder político há mais tempo no poder. No poder desde 1959, Fidel diz que continuará enquanto for "útil".
Fidel Alejandro Castro Ruz nasceu em 13 de Agosto de 1926 em Mayarí, na província cubana de Oriente, filho de um proprietário rural ligado à produção da cana do açúcar. Estudou em escolas católicas de Santiago de Cuba e, em Havana, no prestigioso Colégio de Belém, dirigido por jesuítas. Formou-se em Direito pela Universidade de Havana, onde iniciou as suas actividades políticas. Por essa época, participou de uma tentativa frustrada de derrubar o ditador dominicano Rafael Leónidas Trujillo e tomou parte, na capital colombiana, do motim popular de 1948, que ficou conhecido pelo nome de Bogotazo. Fidel entrou para o Partido do Povo Cubano em 1947 e por ele foi candidato a deputado na eleição programada para 1952, frustrada pelo golpe militar encabeçado por Fulgencio Batista em 10 de Março daquele ano. Em 26 de Julho de 1953, à frente de um pequeno grupo de rapazes, tentou tomar o quartel de Moncada, em Santiago, no Chile. O ataque fracassou e Fidel, com o irmão mais novo Raúl, foi condenado à prisão. Amnistiados em 1955, os dois dirigiram-se para o México, onde organizaram, com Ernesto Che Guevara, o Movimento 26 de Julho. A bordo do iate Granma, Fidel e seus companheiros dirigiram-se para a parte oriental de Cuba, onde desembarcaram em 2 de Dezembro de 1956 e iniciaram nas montanhas de Sierra Maestra uma vitoriosa campanha de guerrilhas contra Batista, que fugiu do país em 31 de Dezembro de 1958. O movimento para derrubar Baptista era genuinamente popular, e o código moral aliado aos ideais igualitários de Castro receberam, de inicio, o apoio da Igreja Católica. Mas em 1960, após a nacionalização de todas as propriedades norte - americanas em Cuba e a assinatura de um acordo petrolífero com a União Soviética, os cubanos ricos começaram a fugir do país e os exilados iniciaram na Florida o treino de uma força contra revolucionária. Mas Castro continuou no poder a apertar as rédeas do seu país em reacção as tentativas de assassínio e ao fracassado desembarque na Baía dos Porcos, patrocinado pela CIA. Humilhado pela crise dos mísseis cubanos, mandou prender executar ou exilar todos os que lhe faziam ou poderiam vir a fazer frente, reforçou os laços com a união Soviética e jurou levar a sua cruzada anti - imperialismo para outros países do Mundo, ao mesmo tempo que os Estados Unidos impunham o seu embargo económico sobre Cuba.
Durante os anos sessenta e princípios de setenta, Fidel Castro patrocinou muitos dos movimentos revolucionários da América Latina e os governos marxistas de Angola e da Etiópia, na África, continente ao qual Cuba chegou a enviar dezenas de milhares de soldados. Em 1976 promulgou-se em Cuba uma nova constituição, pela qual Fidel Castro passou a ser presidente do Conselho de Estado (chefe de estado) e do Conselho de Ministros, sem abandonar os cargos de chefe das forças armadas e secretário-geral do Partido Comunista de Cuba, o único permitido.
O regime dependeu economicamente da União Soviética até o fim do socialismo naquele país. A desintegração da União Soviética e o fracassos dos regimes comunistas provocaram o isolamento de Fidel Castro; a sua revolução quase não consegue alimentar os cubanos e os exilados em Miami há muito que prevêem a sua queda.
A Oposição alega, e com razão, que o regime não é democrático, por impedir eleições directas para os cargos máximos, por proscrever meios de comunicação independentes e organizações políticas fora do sistema oficial.
publicado por armando ésse às 08:27
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