Por entre os brandos costumes, o português comum não para de pensar em sexo. Na verdade, depois de um pequeno inquérito por mim efectuado a duas pessoas residentes em Mondim de Basto, conclui que o comum cidadão trocaria a sua vida actual por uma dose de sexo industrial e duas latas de atum. Este priapismo lusitano tem duas faces: a masculina e feminina.
O homem sexual português:
Este espécimen é adepto da linguagem frontal. O seu grande sonho é encontrar mulheres semi-inconscientes que utilizem com frequência diária a expressão “Penetra-me na varanda”. Porém, esta aparente virilidade detém-se quando falamos do acto propriamente dito. O homem português é fã do legado missionário, posição que pratica com invariável mecânica, se possível com uma sandes de chouriço ferrada entre os dentes. E sim: o sexo e a comida são, para o descendente de Viriato, a mesma coisa. Berrar e grunhir, pelo contrário, estão totalmente reservados ao futebol. Assim quando ouvir um homem gemer, provavelmente a culpa é do Ronaldo ou do Figo.
P.S. – Para o homem, 69 é mais do que um simples ano em que não houve campeonato do mundo de futebol
A mulher portuguesa e o sexo:
No que toca ao género feminino tudo é diferente. Na mulher o ímpeto não está à superfície (encontra-se encoberto por pilosidades). Para ela o sexo é um casino, sendo elas o croupier, a roleta e o próprio baralho de cartas. A sedução é uma espécie de jogo constantemente no intervalo até que a mulher sopre o apito (mais uma brilhante alusão sexual!). A fêmea reserva a si o direito constitucional no que diz respeito às relações. Adora fins-de-semana românticos recheados de luxos e imploração. Eis algumas frases que o raçudo lusitano deve evitar dizer a uma mulher para obter sexo:
- Viste a vaselina?
- Telefonei para a Abanderado e eles dizem que já não fazem XXXL há dois anos
- Ou te despes ou masturbo-me
- Ordenha-me
- Tira-me um galão
Já agora, a roleta sexual é a única na qual o jogador pode usar mais do que uma bola sem ser penalizado por isso.