A FÁBRICA

Junho 05 2006

Milhares de pessoas reuniram-se, ontem, num parque de Hong Kong para render uma emotiva homenagem às vítimas da batalha de Tiananmen.Este foi o único acto público verificado em toda a China para celebrar o ocorrido.
Os manifestantes acenderam velas, criando um mar de luzes no parque Victoria de Hong Kong. Mantiveram-se em silêncio durante alguns instantes e cantaram um hino à democracia, enquanto os organizadores colocaram coroas de flores num sepulcro improvisado dedicado aos "mártires da democracia".
É certo que a maior parte da população não participou em qualquer acto, mas também é verdade que o Governo de Pequim proibiu qualquer manifestação. Na Praça de Tiananmen, a Polícia montou vigilância apertada e, pelo menos, duas pessoas foram detidas.A matança de Tiananmen continua a ser um tema tabu no grande país asiático, à excepção de algumas regiões semi-autónomas, como Hong Kong e Macau.(JN).
A 3 de Junho de 1989 atinge-se o auge de uma série de manifestações pro-democráticas, lideradas por estudantes chineses. A 15 de Abril, a seguir à morte do secretário-geral do partido comunista e do reformista democrático Hu Yaobang os estudantes desencadearam manifestações pacíficas em Xangai, Pequim e noutras cidades. Hu tornou-se um herói entre os chineses liberais quando recusou fazer parar os distúrbios em Janeiro de 1987. As manifestações pro-democráticas continuaram com as pessoas a pedirem a mudança do líder supremo da China, Deng Xiaoping e também a cúpula de todos os funcionários do Partido. A 4 de Maio cerca de 100 000 estudantes e trabalhadores marcharam em Pequim pedindo reformas democráticas. No fim desse mês as manifestações continuaram mesmo durante a visita de Mikhail Gorbachev.
Durante as sete semanas que duraram as históricas manifestações dos estudantes universitários de Pequim, irradiou da praça da Paz Celestial para o mundo um sopro de entusiasmo e esperança. Eles pediam democracia e fim da corrupção, a justeza das suas reivindicações fez em poucos dias multiplicarem-se os manifestantes, que passaram de 20 mil para quase 2 milhões, envolvendo praticamente todos os sectores da sociedade.
Mas o fim seria trágico.
Depois da tentativa frustrada do Exército controlar Pequim pacificamente, porque os soldados recuaram frente aos apelos dos manifestantes. A cúpula do Partido Comunistas e do Exército de libertação, obrigaram os soldados a intervir activamente e a tropa abre fogo sobre os estudantes e o povo da cidade de Pequim. Os mortos são estimados entre duzentos e quatro mil, ferindo dez mil pessoas e prendendo milhares de estudantes e trabalhadores. A repressão continuou em todo o país, até hoje, com prisões e execuções sumárias, controle da imprensa e não respeito pelos Direitos humanos.
publicado por armando ésse às 09:33

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