A FÁBRICA

Setembro 27 2006

Banksy é uma lenda no meio dos artistas rua. Faz grafites um pouco por todo mundo, com um radical sentido de humor, que visa a sociedade, a política e o quotidiano.
É também conhecido por introduzir clandestinamente, em reputados museus, obras suas, como se fosse parte do acervo original, esperando para ver quanto tempo demora, até descobrirem a falsificação. Em alguns casos os trabalhos de Bansky, acabaram por serem comprados pelo museu, que sofreu o ataque de vandalismo.
A verdadeira identidade de Banksy é desconhecida. De acordo com o jornal The Guardian, ( que o entrevistou, no fim do post existe um link para esta entrevista) o seu verdadeiro nome é Robert Banks, está na casa dos 30 anos e é natural da cidade de Bristol. O secretismo à sua volta é tão grande, que Banksy afirma, que nem os seus pais sabem o que ele faz.
A sua arte (como é óbvio, para lá da obra de arte em si) tem como objectivo chocar o observador e choca mesmo!

Há muitas organizações que consideram o trabalho de Banksy puro vandalismo, mas o artista adquiriu projecção internacional quando fez a ilustração da capa do disco Think Tank, da famosa banda britânica, Blur, editado em 2003.
Uma das intervenções mais conhecidas de Banksy, foi um plano coordenado para infiltrar obras suas, nos quatro mais importantes museus de Nova Iorque no mesmo dia.
E conseguiu, no dia 13 de Março de 2005!
Primeiro colocou um dos seus trabalhos, um quadro de uma lata de sopa, ao estilo de Andy Warhol, no MoMa, onde permaneceu três dias sem ser notado. Seguiu-se o Museu Brooklyn. Neste museu, o quadro colocado, mostrava um almirante da era colonial, com uma lata de spray na mão e frases anti-guerra. Os outros dois museus "vandalizados" foram o Metropolitan Museum of Art e o Museu Americano de História Natural. No Metropolitan Museum, Banksy colocou uma tela de uma mulher usando uma máscara de gás e no Museu Americano de História Natural, Banksy colocou, por trás de um vidro, um besouro com asas de caça-bombardeiro e mísseis presos ao corpo.
Uma das suas obras mais polémicas é uma montagem com a célebre foto de Nick Ut, que simboliza toda a tragédia que foi a Guerra do Vietname. A fotografia retrata a pequena Kim Phuc, e outras crianças, a correrem momentos depois da sua aldeia ter sido bombardeada pelos americanos com bombas de Napalm. Na montagem de Bansky, primeira fotografia do post, Kim Phuc aparece ao lado do Mickey e de Ronald McDonald, numa implícita crítica ao capitalismo.
Numa outra pintura, que causou muita polémica em Inglaterra, Banksy mostra a rainha Vitória, símbolo do puritanismo e do Império Britânico, a fazer sexo oral com uma outra mulher.
A sua primeira e única exposição em Londres, em 2005, trouxe versões de pinturas tradicionais com detalhes da vida contemporânea. Nela, os visitantes eram obrigados a dividir o pequeno espaço da galeria com centenas de ratos, que circulavam livremente.

No ano passado, fez uma série de grafites no muro que separa Israel da Cisjordânia. São paisagens idílicas, que contrastam com a dura vida dos palestinianos. Com estas imagens, para além de protestar contra a construção do Muro por parte de Israel, foi intenção de Bransky transformar o horrendo em belo.
Também no ano passado, o artista deixou o Museu Britânico numa situação desagradável ao infiltrar na colecção do museu uma imitação de pintura rupestre, que mostrava um homem pré-histórico a empurrar um carrinho de supermercado. De acordo com Banksy, a obra passou despercebida durante três dias. A direcção do museu reagiu com bom humor. Comprou a obra.
No princípio deste mês, o artista britânico conseguiu substituir 500 CDs de Paris Hilton por versões adulteradas em lojas espalhadas pela Grã-Bretanha. Banksy trocou as músicas de Paris Hilton por versões suas, que receberam nomes como “Por que sou famosa?”, “O que fiz?” e “Para que sirvo?”.

O artista plástico também substituiu as fotos dos CD’s por imagens em que Paris Hilton aparece em topless com frases provocantes e na contra capa substituiu a fotografia da socialite, por uma fotografia em que esta aparece com uma cabeça de cadela.
Na semana passada, Banksy conseguiu colocar uma réplica em tamanho natural de um prisioneiro da base americana na Baía de Guantánamo na Disneyland, sem que os responsáveis pelo parque percebessem. A figura, vestida com o uniforme laranja que caracteriza os presos de Guantánamo, foi colocada no fim de semana dentro da área ocupada pela atracção Rocky Mountain Railroad. A réplica permaneceu no local por 90 minutos até que esta parte do parque para a figura ser removida. Um porta-voz de Banksy disse que a ideia era chamar atenção para a situação dos suspeitos de terrorismo presos no ignóbil centro de detenção americano em Cuba.

Banksy, um "vândalo" muito dotado.
Link:
http://arts.guardian.co.uk/features/story/0,,999712,00.html
publicado por armando ésse às 10:21
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