O Prémio Sakharov 2008 para a liberdade de pensamento foi hoje atribuído ao dissidente chinês Hu Jia, apesar das pressões exercidas pela China sobre os eurodeputados no sentido de fazerem outra escolha, anunciou hoje o grupo político dos Verdes no Parlamento Europeu.
Hu Jia conhecido internacionalmente pelas campanhas em defesa do ambiente, da liberdade religiosa ou dos direitos dos portadores de HIV, foi detido pelas autoridades chinesas em 27 de Dezembro de 2007, junto com a sua mulher Zeng Jinyan, sendo condenado no passado dia 3 de Abril por “incitação à subversão do poder estatal e do sistema socialista” a três anos e meio de prisão, e mais um ano de privação dos seus direitos políticos.
E o que fez este perigoso subversivo? Escreveu dois artigos na Internet onde num deles, critica o conceito “Um país, dois sistemas”, dizendo que a China não precisa de dois sistemas, basta a democracia. No outro artigo, escrito em conjunto com Teng Biao, professor de direito, advertiam os estrangeiros que vão visitar Pequim durante os Jogos Olímpicos que: “Deveis saber que este entusiasmo, estes sorrisos, esta harmonia e prosperidade existem à custa da injustiça, de lágrimas, de prisões, tortura e sangue”.
Pura e simplesmente, o exercício da sua liberdade de expressão.
O Prémio Sakahrov é atribuído pelo Parlamento Europeu, a personalidades que se distinguiram na defesa dos direitos humanos. A entrega do prémio decorrerá numa cerimónia solene do Parlamento Europeu, em Estrasburgo a 17 de Dezembro.
O Prémio Sakahrov celebra este ano o vigésimo aniversário e já distinguiu grandes personalidades da defesa dos Direitos Humanos, como são o antigo presidente da África do Sul Nelson Mandela, a militante birmanesa Aung San Suu Kyi e o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan.