A FÁBRICA

Junho 04 2009

A 3 de Junho de 1989 atinge-se o auge de uma série de manifestações pró-democráticas, lideradas por estudantes chineses.
A 15 de Abril, a seguir à morte do secretário-geral do partido comunista e do reformista democrático Hu Yaobang os estudantes desencadearam manifestações pacíficas em Xangai, Pequim e noutras cidades. Hu tornou-se um herói entre os chineses liberais quando recusou fazer parar os distúrbios em Janeiro de 1987.
As manifestações pró-democráticas continuaram com as pessoas a pedirem a mudança do líder supremo da China, Deng Xiaoping e também a cúpula de todos os funcionários do Partido.
Nos primeiros dias do mês de Maio, havia sinais claros de uma cisão dentro da cúpula do Partido Comunistas Chinês. Enquanto o chefe do partido, Zhao Ziyang, mostrava compreensão para as reivindicações estudantis, o primeiro-ministro, Li Peng, e Deng Xiaoping defendiam a linha dura.
A 13 de Maio, os estudantes reunidos na praça da Paz Celestial iniciaram uma greve de fome, para chamar a atenção a Mikhail Gorbachov, que visitaria a China dois depois.
Li Peng recusa as exigências dos estudantes e a visita de Gorbachov realiza-se normalmente, mas o protocolo tem de ser alterado e é cancelada a visita à praça de Tiananmen.
No dia 20 de Maio Li Peng decretou a lei marcial, e a 23 de Maio Zhao Ziyang foi deposto, selando a vitória da linha-dura do governo chinês.
A cisão começava também a atingir os manifestantes. Os mais radicais negavam-se a seguir a sugestão feita pela Aliança Universitária de Pequim, de encerrar a manifestação. No dia 29, os estudantes de belas-artes fazem uma réplica da Estátua da Liberdade, usando papel e esferovite com 10 metros de altura, a que chamaram a “A Deusa da Democracia”. A imagem corre o mundo e torna-se icónica desta luta.
Durante as sete semanas que duraram as históricas manifestações dos estudantes universitários de Pequim, irradiou da praça da Paz Celestial para o mundo um sopro de entusiasmo e esperança. Eles pediam democracia e fim da corrupção, a justeza das suas reivindicações fez em poucos dias multiplicarem-se os manifestantes, que passaram de 20 mil para quase 2 milhões, envolvendo praticamente todos os sectores da sociedade.
Mas o fim seria trágico.
Depois da tentativa frustrada do Exército controlar Pequim pacificamente, porque os soldados recuaram frente aos apelos dos manifestantes. A cúpula do Partido Comunista e do Exército de libertação, obrigaram os soldados a intervir activamente.
Às 4h30 do dia 4 de Junho, as luzes acendem-se e tropas e tanques desencadeiam o ataque final. O solo da Praça da Paz Celestial fica juncado de cadáveres. O balanço final nunca foi conhecido. Segundo a Amnistia Internacional, foram mortos nessa noite mil manifestantes, segundo dados mais recentes, mas também não definitivos, os mortos dessa noite foram 727 – 14 soldados e 713 manifestantes. Foram feridos, nessa noite dez mil pessoas e presos milhares de estudantes e trabalhadores.
A repressão continuou em todo o país, até hoje, com prisões e execuções sumárias, controle da imprensa e não respeito pelos Direitos humanos.
publicado por armando ésse às 09:03

Março 11 2009

Cinco anos depois dos ataques terroristas de 11 de Março, em Madrid, recordam-se os factos: Às 07h37 (06h37 em Lisboa), uma bomba explodiu num comboio junto à estação de Atocha, um minuto depois ouvem-se outras explosões na mesma composição. No interior da estação de Atocha instala-se o caos e as centenas de passageiros tentam abandonar o terminal ferroviário. Às 07h38, mais duas bombas explodem nas estações de El Pozo e Santa Eugenia. Um minuto depois, às 07h39, quatro explosões destroem um comboio a 500 metros da estação de Atocha. A explosão de dez bombas, em apenas três minutos, provocou 191 mortos e mais de 1.500 feridos, naquele que é considerado o maior atentado terrorista de sempre na Europa.
Em Outubro de 2007, foi conhecida a sentença do julgamento dos atentados de 11 de Março. Dos 28 réus presentes a julgamento, 21 foram condenados a cumprir pena, mas 7 foram absolvidos. Nalguns casos, a acumulação de delitos levou a penas de 40.000 anos de prisão.
Em Julho de 2008, o Tribunal Supremo analisou um total de 31 recursos da sentença, apresentados pelo Ministério Público, por associações de vítimas e pela maioria dos condenados.
Acabou por absolver quatro dos 21 condenados por responsabilidade nos atentados de 11 de Março, condenando um outro arguido que tinha sido absolvido e mantendo a absolvição de um dos suspeitos de autoria intelectual do massacre.
O quinto aniversário dos atentados será o primeiro com os responsáveis na cadeia. O dia de hoje é marcado pela realização de homenagens e debates com especialistas e vítimas de terrorismo, numa altura em que as vítimas começam a ser esquecidas, pelas entidades governamentais. As iniciativas, organizadas pelas autoridades espanholas e pela Rede Europeia de Vítimas de Terrorismo, decorrerão em vários pontos de Madrid. (Público e RTP).
Memorial às vítimas construído na estação de Atocha.
publicado por armando ésse às 10:15

Março 11 2009

A 10 de Março de 1959, o Dalai Lama foi convidado a assistir a um espectáculo no acampamento militar chinês nos arredores da capital tibetana, Lhasa. O convite especificava que devia vir sem escolta e os tibetanos acreditaram que os chineses queriam raptar o seu líder espiritual. Saíram em massa à rua num dia que ficou até hoje como um símbolo da revolta tibetana, que Pequim reprimiu violentamente nos dias seguintes.
A 17 de Março, a residência de Inverno do Dalai Lama era bombardeada pelos chineses. Tenzin Gyatso, então com 23 anos, decidiu deixar Lhasa. Disfarçado de soldado tibetano, com uma arma ao ombro, saiu do palácio de Norbulingka e passou pela multidão que rodeava o edifício.
Esperava-o uma caminhada de 13 dias através do Himalaia até à fronteira com a Índia, onde o Governo de Jawaharlal Nehru lhe daria asilo. Mas quando partiu, ainda não tinha escolhido um destino. "Se deixasse Lhasa, para onde iria, quem me daria asilo? Não sabíamos aonde a jornada nos conduziria nem como terminaria", escreveu na sua autobiografia. Mas a fuga não foi improvisada: uma parte do tesouro do palácio de Potala tinha sido previamente embalada para a viagem. Após deixar o palácio, o grupo de 20 pessoas, incluindo os familiares próximos do Dalai Lama, atravessou o rio Kyichu e viajou sob a protecção dos guerrilheiros Kampa, apoiados pelos EUA. Mas ninguém sabia da fuga, dentro e fora do Tibete, sustenta o governo tibetano no exílio.
Os chineses deram pela falta do Dalai Lama dois dias depois: a vigilância apertou, obrigando o grupo a viajar de noite, apesar das temperaturas negativas. Flechas disparadas por arqueiros transportavam mensagens sobre os desfiladeiros, avisando os aldeões para prepararem animais e guias para os fugitivos. As pontes de bambu foram cortadas e todos os caminhos foram bloqueados, excepto o que conduzia ao desfiladeiro de Khenzimana, na fronteira com a Índia, onde o Dalai Lama chegaria a 31 de Março. (Público).
publicado por armando ésse às 08:22

Dezembro 09 2008


Há 60 anos, no dia 10 de dezembro de 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas adoptava em Paris a Declaração Universal dos Direitos Humanos, um pequeno documento que deu origem ao sonho de o mundo respeitar a dignidade de todos os seres humanos.
Inspirada na Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, e na Declaração de Independência dos Estados Unidos, de 1776, a Declaração Universal dos Direitos Humanos tem na sua origem o trauma provocado pela Segunda Guerra Mundial e pela barbárie nazista.
O texto foi adoptado pelos então 58 Estados membros da Assembléia Geral da ONU, com excepção da União Soviética, dos países do Leste europeu, da Arábia Saudita e da África do Sul, que se abstiveram.
Mesmo sem valor coercivo, a Declaração Universal dos Direitos Humanos inspirou todos os tratados internacionais do pós-guerra, e é reconhecida como o fundamento do direito internacional relativo aos direitos humanos.
As convenções internacionais para banir a discriminação contra as mulheres, de 1979, além das convenções contra a tortura (1984) e pelos direitos das crianças (1990), junto com a criação do Tribunal Penal Internacional em 1998 são fruto da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
A Declaração também inspirou “o direito de ingerência" e de assistência humanitária, no entanto, o documento não impediu o genocídio do Ruanda, em 1994, não impede o genocídio no Darfur onde se continuava a morrer de fome ou violência, não impede que a Somália se aproxime rapidamente duma tragédia igual ao do Darfur; também não impede que a junta no poder na Birmânia mantenha à 14 anos sobre prisão o Prémio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi e mais mil prisioneiros de consciência.
Muito menos impede a violação diária dos direitos fundamentais em diversas partes do mundo e ainda menos, obriga ao desmantelamento dessa aberração anacrónica que é o campo de concentração de Guantánamo.
Diz a Declaração Universal dos Direitos Humanos que, todos os homens nascem livres e iguais, mas 60 anos depois, não restam dúvidas que George Orwell tinha razõa quando escrevia no seu livro "O Triunfo dos Porcos", que uns nascem mais iguais do que outros, num mundo cada vez mais grotesco.
publicado por armando ésse às 16:30

Novembro 09 2008

Se há dia fatídico para a Alemanha esse dia é o 9 de Novembro; no século passado este dia foi a data de, pelo menos, quatro acontecimentos históricos que marcaram a História do país e modelaram, também, a história europeia.
No dia 9 de Novembro de 1918, o social-democrata Philipp Scheidemann proclamou a República na Alemanha, de uma varanda do Reichstag, na capital Berlim.
A 9 de Novembro de 1923, os nazistas de Munique, comandados por um desconhecido de nome Adolf Hitler, fizeram uma tentativa de golpe, com o objectivo de tomar o poder da Baviera para, em seguida tomar o poder do país. Esta tentativa de golpe passou à História como o “ Putsch da Cervejaria”, pois tudo começou na famosa cervejaria Burgebraukeller, onde o ex.cabo do exército alemão, reuniu um grupo de seguidores e após um tiro no tecto, marcharam até à sede do Ministério de Guerra Bávaro, para derrubar o que consideravam ser o governo traidor da Baviera, de modo a iniciar a marcha sobre Berlim. Os que não foram mortos, nesta tentativa de golpe, acabaram presos, como o desconhecido Adolf.
A 9 de Novembro de 1989, foi o dia que mudou o destino da Alemanha e do Mundo, com a queda do Muro de Berlim, um acontecimento de amplas consequências geográficas, políticas e estratégicas. Menos de um ano depois, a 3 de Outubro de 1990, dá-se a reunificação da Alemanha, que estivera dividida durante 41 anos em duas repúblicas, de um lado a R.F.A e do outro lado a R.D.A.
Com o fim da República Democrática Alemã, dá-se o desmoronamento de todos os regimes comunistas da Europa de Leste, colocando um ponto final na guerra-fria e mudando completamente o mapa político do Mundo.

Mas o acontecimento, que é a razão deste texto deu-se faz hoje setenta anos. Na noite do 9 para 10 de Novembro de 1938, agentes nazistas assassinaram 91 judeus e outros 30 mil foram detidos, para além de incendiarem 267 sinagogas, saquearem e destruírem cerca de 7500 lojas e empresas da comunidade judaica. Os judeus com mais de 18 anos foram humilhados, amedrontados, presos e enviados para campos de concentração.
A Noite de Cristal (Kristallnacht) em referência aos vidros partidos dos estabelecimentos comerciais destruídos, marcou o início do Holocausto, que causou a morte de seis milhões de judeus na Europa até o final da II Guerra Mundial.
A razão apresentada pelos nazistas para o pogrom de 1938 foi o assassinato do diplomata alemão Ernst von Rath, em Paris, pelo jovem estudante polaco e judeu Herschel Grynszpan de 17 anos, dois dias antes.
No entanto, a perseguição nazista à comunidade judaica alemã já havia começado em Abril de 1933, com o apelo feito pelo regime nazista aos cidadãos alemães de boicotarem estabelecimentos judeus. Mais tarde, os judeus foram proibidos de frequentar todos os estabelecimentos públicos, inclusive escolas e hospitais.
No Outono de 1935 a perseguição aos judeus, considerados inimigos dos alemães, atingiu um ponto de não retorno com a chamada, Legislação Racista de Nuremberga. A lei de 15 de Novembro de 1935 proibia os casamentos de judeus com alemães, as relações extraconjugais entre alemães e judeus, que alemães fizessem serviços domésticos para famílias judaicas ou que um judeu hasteasse a bandeira nazista. Ainda em 1938, as crianças judaicas foram expulsas das escolas e foi decretada a expropriação compulsiva de todas as lojas, indústrias e estabelecimentos comerciais dos judeus.
Os ataques que ficaram na História como “ A Noite de Cristal” foram o sinal definitivo de que o regime nazista não conhecia limites em relação à perseguição dos judeus. A destruição, humilhação, prisões e mortes daquele dia foram o prenúncio do Holocausto e o primeiro passo rumo ao que o regime nazista designaria como Solução Final para o extermínio dos judeus.
publicado por armando ésse às 15:40

Novembro 09 2008

Se há dia fatídico para a Alemanha esse dia é o 9 de Novembro; no século passado este dia foi a data de, pelo menos, quatro acontecimentos históricos que marcaram a História do país e modelaram, também, a história europeia.
No dia 9 de Novembro de 1918, o social-democrata Philipp Scheidemann proclamou a República na Alemanha, de uma varanda do Reichstag, na capital Berlim.
A 9 de Novembro de 1923, os nazistas de Munique, comandados por um desconhecido de nome Adolf Hitler, fizeram uma tentativa de golpe, com o objectivo de tomar o poder da Baviera para, em seguida tomar o poder do país. Esta tentativa de golpe passou à História como o “ Putsch da Cervejaria”, pois tudo começou na famosa cervejaria Burgebraukeller, onde o ex.cabo do exército alemão, reuniu um grupo de seguidores e após um tiro no tecto, marcharam até à sede do Ministério de Guerra Bávaro, para derrubar o que consideravam ser o governo traidor da Baviera, de modo a iniciar a marcha sobre Berlim. Os que não foram mortos, nesta tentativa de golpe, acabaram presos, como o desconhecido Adolf.
A 9 de Novembro de 1989, foi o dia que mudou o destino da Alemanha e do Mundo, com a queda do Muro de Berlim, um acontecimento de amplas consequências geográficas, políticas e estratégicas. Menos de um ano depois, a 3 de Outubro de 1990, dá-se a reunificação da Alemanha, que estivera dividida durante 41 anos em duas repúblicas, de um lado a R.F.A e do outro lado a R.D.A.
Com o fim da República Democrática Alemã, dá-se o desmoronamento de todos os regimes comunistas da Europa de Leste, colocando um ponto final na guerra-fria e mudando completamente o mapa político do Mundo.

Mas o acontecimento, que é a razão deste texto deu-se faz hoje setenta anos. Na noite do 9 para 10 de Novembro de 1938, agentes nazistas assassinaram 91 judeus e outros 30 mil foram detidos, para além de incendiarem 267 sinagogas, saquearem e destruírem cerca de 7500 lojas e empresas da comunidade judaica. Os judeus com mais de 18 anos foram humilhados, amedrontados, presos e enviados para campos de concentração.
A Noite de Cristal (Kristallnacht) em referência aos vidros partidos dos estabelecimentos comerciais destruídos, marcou o início do Holocausto, que causou a morte de seis milhões de judeus na Europa até o final da II Guerra Mundial.
A razão apresentada pelos nazistas para o pogrom de 1938 foi o assassinato do diplomata alemão Ernst von Rath, em Paris, pelo jovem estudante polaco e judeu Herschel Grynszpan de 17 anos, dois dias antes.
No entanto, a perseguição nazista à comunidade judaica alemã já havia começado em Abril de 1933, com o apelo feito pelo regime nazista aos cidadãos alemães de boicotarem estabelecimentos judeus. Mais tarde, os judeus foram proibidos de frequentar todos os estabelecimentos públicos, inclusive escolas e hospitais.
No Outono de 1935 a perseguição aos judeus, considerados inimigos dos alemães, atingiu um ponto de não retorno com a chamada, Legislação Racista de Nuremberga. A lei de 15 de Novembro de 1935 proibia os casamentos de judeus com alemães, as relações extraconjugais entre alemães e judeus, que alemães fizessem serviços domésticos para famílias judaicas ou que um judeu hasteasse a bandeira nazista. Ainda em 1938, as crianças judaicas foram expulsas das escolas e foi decretada a expropriação compulsiva de todas as lojas, indústrias e estabelecimentos comerciais dos judeus.
Os ataques que ficaram na História como “ A Noite de Cristal” foram o sinal definitivo de que o regime nazista não conhecia limites em relação à perseguição dos judeus. A destruição, humilhação, prisões e mortes daquele dia foram o prenúncio do Holocausto e o primeiro passo rumo ao que o regime nazista designaria como Solução Final para o extermínio dos judeus.
publicado por armando ésse às 15:40

Outubro 30 2008

Imagem retirada do blogue Ilustração Portuguesa.
Era uma noite normal de Outono, naquele dia 30 de Outubro de 1938, até que a emissora de rádio CBS interrompeu a sua programação habitual para noticiar uma suposta invasão de marcianos.
Dramatizando o livro de ficção científica A Guerra dos Mundos, do escritor inglês H.G. Wells, o programa relatava a chegada de marcianos a bordo de naves extraterrestres à cidade de Grover’s Mill, no Estado de Nova Jersey. Os méritos da genial adaptação, produção e direcção da peça eram do então jovem e quase desconhecido actor e realizador de cinema Orson Welles.
O programa transmitido com reportagens em directo, entrevistas com testemunhas que estariam a viver os acontecimentos, opiniões de peritos e autoridades, efeitos sonoros, sons ambientes, gritos, a emoção dos supostos repórteres e comentaristas, dava a impressão de ser um acontecimento real, aumentando assim o carácter dramático do teatro radiofónico.
O medo e o pânico, tomou conta das cidades de Nova Jersey, Nova Iorque e Newark, com fugas em massa e reacções desesperadas dos moradores.
A CBS calculou que o programa foi ouvido em directo por cerca de seis milhões de pessoas, metade das quais, sintonizou o programa quando este já tinha começado, perdendo a introdução que informava tratar-se de um teatro radiofónico. Mais de um milhão de pessoas acreditou ser um facto real.
O jornal Daily News resumiu na manchete do dia seguinte a reacção ao programa: “Guerra falsa no rádio espalha terror pelos Estados Unidos”.
A Guerra dos Mundos não só tornou Orson Welles mundialmente famoso como é, segundo cientistas da área da comunicação social, o programa que mais marcou a história dos media no século XX.
Link para ouvir a peça de Orson Wells.
publicado por armando ésse às 10:55

Outubro 30 2008

Imagem retirada do blogue Ilustração Portuguesa.
Era uma noite normal de Outono, naquele dia 30 de Outubro de 1938, até que a emissora de rádio CBS interrompeu a sua programação habitual para noticiar uma suposta invasão de marcianos.
Dramatizando o livro de ficção científica A Guerra dos Mundos, do escritor inglês H.G. Wells, o programa relatava a chegada de marcianos a bordo de naves extraterrestres à cidade de Grover’s Mill, no Estado de Nova Jersey. Os méritos da genial adaptação, produção e direcção da peça eram do então jovem e quase desconhecido actor e realizador de cinema Orson Welles.
O programa transmitido com reportagens em directo, entrevistas com testemunhas que estariam a viver os acontecimentos, opiniões de peritos e autoridades, efeitos sonoros, sons ambientes, gritos, a emoção dos supostos repórteres e comentaristas, dava a impressão de ser um acontecimento real, aumentando assim o carácter dramático do teatro radiofónico.
O medo e o pânico, tomou conta das cidades de Nova Jersey, Nova Iorque e Newark, com fugas em massa e reacções desesperadas dos moradores.
A CBS calculou que o programa foi ouvido em directo por cerca de seis milhões de pessoas, metade das quais, sintonizou o programa quando este já tinha começado, perdendo a introdução que informava tratar-se de um teatro radiofónico. Mais de um milhão de pessoas acreditou ser um facto real.
O jornal Daily News resumiu na manchete do dia seguinte a reacção ao programa: “Guerra falsa no rádio espalha terror pelos Estados Unidos”.
A Guerra dos Mundos não só tornou Orson Welles mundialmente famoso como é, segundo cientistas da área da comunicação social, o programa que mais marcou a história dos media no século XX.
Link para ouvir a peça de Orson Wells.
publicado por armando ésse às 10:55

Junho 07 2008

O Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de Junho de 1494, entre representantes da coroa portuguesa e da coroa espanhola em Tordesilhas, e ratificado pelos respectivos reis (D. Fernando e D. Isabel de Castela e D. João II de Portugal), pretendia, de forma geral, delimitar as áreas de influência dos reinos ibéricos na expansão ultramarina. Já anteriormente, o tratado de Alcáçovas (1479) e uma série de bulas papais tinham imposto uma demarcação dos direitos sobre os novos territórios descobertos, sendo as bulas geralmente favoráveis aos reis católicos. Os progressos na expansão - nomeadamente a passagem do cabo da Boa Esperança (1488) e a chegada de Colombo à América (1492) - vieram tornar mais prementes os interesses portugueses e espanhóis: D. João II pretendia, nomeadamente, assegurar para Portugal o domínio da rota do cabo, que lhe permitiria chegar à Índia pelo caminho que, assim o pensara, era o mais curto. Pelo tratado de Tordesilhas se definiu, o domínio político, militar e comercial sobre os novos territórios e o equilíbrio das relações diplomáticas dos dois reinos.
De entre as resoluções então tomadas, a mais célebre e mais importante foi a da delimitação, através de um meridiano traçado a 370 léguas a oeste de Cabo Verde, das zonas de influência dos países ibéricos, cabendo a Portugal o hemisfério oriental e, a Espanha, o ocidental. Garantia-se aos navegadores espanhóis o direito de passagem para oeste e definia-se a repartição dos territórios que viessem a ser atingidos por Colombo, que então realizava a sua segunda viagem. Ambos os reinos se comprometiam a não recorrer ao papa com o intuito de alterar estas disposições, o que, a par da salvaguarda da rota do cabo, constituiu uma vitória para a diplomacia portuguesa.
Na prática, esta divisão do mundo foi limitada pelos interesses de outras nações europeias e pelas dificuldades científicas de traçar rigorosamente o meridiano definido. A longo prazo, no entanto, acabou por garantir a Portugal a posse do Brasil, cabendo a Espanha a maior parte do continente americano. O tratado de Tordesilhas acabou por ser anulado em finais do século XVIII.(Fonte Wikipédia).
publicado por armando ésse às 08:24

Junho 07 2008

O Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de Junho de 1494, entre representantes da coroa portuguesa e da coroa espanhola em Tordesilhas, e ratificado pelos respectivos reis (D. Fernando e D. Isabel de Castela e D. João II de Portugal), pretendia, de forma geral, delimitar as áreas de influência dos reinos ibéricos na expansão ultramarina. Já anteriormente, o tratado de Alcáçovas (1479) e uma série de bulas papais tinham imposto uma demarcação dos direitos sobre os novos territórios descobertos, sendo as bulas geralmente favoráveis aos reis católicos. Os progressos na expansão - nomeadamente a passagem do cabo da Boa Esperança (1488) e a chegada de Colombo à América (1492) - vieram tornar mais prementes os interesses portugueses e espanhóis: D. João II pretendia, nomeadamente, assegurar para Portugal o domínio da rota do cabo, que lhe permitiria chegar à Índia pelo caminho que, assim o pensara, era o mais curto. Pelo tratado de Tordesilhas se definiu, o domínio político, militar e comercial sobre os novos territórios e o equilíbrio das relações diplomáticas dos dois reinos.
De entre as resoluções então tomadas, a mais célebre e mais importante foi a da delimitação, através de um meridiano traçado a 370 léguas a oeste de Cabo Verde, das zonas de influência dos países ibéricos, cabendo a Portugal o hemisfério oriental e, a Espanha, o ocidental. Garantia-se aos navegadores espanhóis o direito de passagem para oeste e definia-se a repartição dos territórios que viessem a ser atingidos por Colombo, que então realizava a sua segunda viagem. Ambos os reinos se comprometiam a não recorrer ao papa com o intuito de alterar estas disposições, o que, a par da salvaguarda da rota do cabo, constituiu uma vitória para a diplomacia portuguesa.
Na prática, esta divisão do mundo foi limitada pelos interesses de outras nações europeias e pelas dificuldades científicas de traçar rigorosamente o meridiano definido. A longo prazo, no entanto, acabou por garantir a Portugal a posse do Brasil, cabendo a Espanha a maior parte do continente americano. O tratado de Tordesilhas acabou por ser anulado em finais do século XVIII.(Fonte Wikipédia).
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