A FÁBRICA

Dezembro 19 2007

Alexandre O'Neill, (n.19.12.1924-m.21.08.1986).
Todos os dias os encontro. Evito-os. Às vezes sou obrigado a escutá-los, a dialogar com eles. Já não me confrangem. Contam-me vitórias. Querem vencer, querem, convencidos, convencer. Vençam lá, à vontade. Sobretudo, vençam sem me chatear.Mas também os aturo por escrito. No livro, no jornal. Romancistas, poetas, ensaístas, críticos (de cinema, meu Deus, de cinema!). Será que voltaram os polígrafos? Voltaram, pois, e em força.
Convencidos da vida há-os, afinal, por toda a parte, em todos (e por todos) os meios. Eles estão convictos da sua excelência, da excelência das suas obras e manobras (as obras justificam as manobras), de que podem ser, se ainda não são, os melhores, os mais em vista.
Praticam, uns com os outros, nada de genuinamente indecente: apenas um espelhismo lisonjeador. Além de espectadores, o convencido precisa de irmãos-em-convencimento. Isolado, através de quem poderia continuar a convencer-se, a propagar-se?
Os convencidos da vida só se isolam, por assim dizer, quando atingem uma certa cotação. As expressões “deixou de frequentar” e “passou a frequentar” podem muito bem indicar, na desprevenida conversa quotidiana, subidas ou descidas de cotação ou, mais simplesmente, mudanças de estratégia do convencido da vida. O convencido que se isola não o faz por desgosto da sua pessoa, senão perderia o estatuto e a prática de convencido da vida e correria o risco de se tornar um homem vulgar. Fá-lo para, arteiramente, tomar as suas distâncias. Por isso, quando isolado, o convencido “vai soprando notícias”, “vai fazendo constar”…Maneira de, ausente, estar presente. Não há, nesse estudado isolamento, nenhum Vale de Lobos.
No corre-que-corre, o convencido da vida não é um vaidoso à toa. Ele é o vaidoso que quer extrair da sua vaidade, que nunca é gratuita, todo o rendimento possível. Nos negócios, na política, no jornalismo, nas letras, nas artes. É tão capaz de aceitar uma condecoração como de rejeitá-la. Depende do que, na circunstância, ele julgar que lhe será mais útil. Para quem o sabe observar, para quem tem a pachorra de lhe seguir a trajectória, o convencido da vida farta-se de cometer «gaffes». Não importa: o caminho é em frente e para cima.
A pior das «gaffes», além daquelas, apenas formais, que decorrem da sua ignorância de certos sinais ou etiquetas de casta, de classe, e que o inculcam como um arrivista, um «parvenu», a pior das «gaffes» é o convencido da vida julgar-se mais hábil manobrador do que qualquer outro. Daí que não seja tão raro como isso ver um convencido da vida fazer plof e descer, liquidado, para as profundas. Se tiver raça, pôr-se-á, imediatamente, a «refaire surface».
Cá chegado, ei-lo a retomar, metamorfoseado ou não, o seu propósito de se convencer da vida - da sua, claro - para de novo ser, com toda a plenitude, o convencido da vida que, afinal... sempre foi.
Alexandre O’Neill, in “Uma Coisa em Forma de Assim”.
publicado por armando ésse às 09:48

Dezembro 19 2007

Alexandre O'Neill, (n.19.12.1924-m.21.08.1986).
Todos os dias os encontro. Evito-os. Às vezes sou obrigado a escutá-los, a dialogar com eles. Já não me confrangem. Contam-me vitórias. Querem vencer, querem, convencidos, convencer. Vençam lá, à vontade. Sobretudo, vençam sem me chatear.Mas também os aturo por escrito. No livro, no jornal. Romancistas, poetas, ensaístas, críticos (de cinema, meu Deus, de cinema!). Será que voltaram os polígrafos? Voltaram, pois, e em força.
Convencidos da vida há-os, afinal, por toda a parte, em todos (e por todos) os meios. Eles estão convictos da sua excelência, da excelência das suas obras e manobras (as obras justificam as manobras), de que podem ser, se ainda não são, os melhores, os mais em vista.
Praticam, uns com os outros, nada de genuinamente indecente: apenas um espelhismo lisonjeador. Além de espectadores, o convencido precisa de irmãos-em-convencimento. Isolado, através de quem poderia continuar a convencer-se, a propagar-se?
Os convencidos da vida só se isolam, por assim dizer, quando atingem uma certa cotação. As expressões “deixou de frequentar” e “passou a frequentar” podem muito bem indicar, na desprevenida conversa quotidiana, subidas ou descidas de cotação ou, mais simplesmente, mudanças de estratégia do convencido da vida. O convencido que se isola não o faz por desgosto da sua pessoa, senão perderia o estatuto e a prática de convencido da vida e correria o risco de se tornar um homem vulgar. Fá-lo para, arteiramente, tomar as suas distâncias. Por isso, quando isolado, o convencido “vai soprando notícias”, “vai fazendo constar”…Maneira de, ausente, estar presente. Não há, nesse estudado isolamento, nenhum Vale de Lobos.
No corre-que-corre, o convencido da vida não é um vaidoso à toa. Ele é o vaidoso que quer extrair da sua vaidade, que nunca é gratuita, todo o rendimento possível. Nos negócios, na política, no jornalismo, nas letras, nas artes. É tão capaz de aceitar uma condecoração como de rejeitá-la. Depende do que, na circunstância, ele julgar que lhe será mais útil. Para quem o sabe observar, para quem tem a pachorra de lhe seguir a trajectória, o convencido da vida farta-se de cometer «gaffes». Não importa: o caminho é em frente e para cima.
A pior das «gaffes», além daquelas, apenas formais, que decorrem da sua ignorância de certos sinais ou etiquetas de casta, de classe, e que o inculcam como um arrivista, um «parvenu», a pior das «gaffes» é o convencido da vida julgar-se mais hábil manobrador do que qualquer outro. Daí que não seja tão raro como isso ver um convencido da vida fazer plof e descer, liquidado, para as profundas. Se tiver raça, pôr-se-á, imediatamente, a «refaire surface».
Cá chegado, ei-lo a retomar, metamorfoseado ou não, o seu propósito de se convencer da vida - da sua, claro - para de novo ser, com toda a plenitude, o convencido da vida que, afinal... sempre foi.
Alexandre O’Neill, in “Uma Coisa em Forma de Assim”.
publicado por armando ésse às 09:48

Dezembro 07 2007

“Como tínhamos dito durante muitos anos, a humanidade precisa de repensar a paz, a segurança e o trabalho para culturas de paz, governando-se de forma mais democrática, respeitando o primado da lei, promovendo deliberada e conscientemente justiça e equidade, e gerindo os recursos com maior responsabilidade e fiabilidade – não só para as gerações presentes como também para as futuras.
Ao tentar explicar esta ligação, inspirei-me num banco tradicional africano com três pernas e uma bacia como assento. Para mim, as três pernas representam três pilares críticos das sociedades justas e estáveis. A primeira perna representa o espaço democrático, onde os direitos são respeitados, sejam os direitos humanos, os direitos das mulheres, os direitos das crianças ou os direitos ambientais. A segunda representa a gestão sustentável e equitativa dos recursos. E a terceira representa as culturas de paz que são deliberadamente cultivadas no seio das comunidades e das nações. A bacia, ou assento, representa a sociedade e as suas perspectivas de desenvolvimento. A menos que as três pernas estejam no seu lugar, suportando o assento, nenhuma sociedade consegue prosperar. Nem os cidadãos conseguem desenvolver as suas capacidades e criatividade. Quando uma perna está em falta, o assento é instável; quando faltam duas pernas, é impossível manter vivo qualquer Estado; e quando não há pernas disponíveis o Estado vale tanto como um Estado falhado…
Estes temas de boa governação, respeito pelos direitos humanos, equidade e paz são de particular preocupação em África – um continente que é tão rico em recursos e, no entanto, tem sido tão devastado pela guerra.”
In INDOMÁVEL Uma Luta pela Liberdade.
publicado por armando ésse às 13:36

Dezembro 07 2007

“Como tínhamos dito durante muitos anos, a humanidade precisa de repensar a paz, a segurança e o trabalho para culturas de paz, governando-se de forma mais democrática, respeitando o primado da lei, promovendo deliberada e conscientemente justiça e equidade, e gerindo os recursos com maior responsabilidade e fiabilidade – não só para as gerações presentes como também para as futuras.
Ao tentar explicar esta ligação, inspirei-me num banco tradicional africano com três pernas e uma bacia como assento. Para mim, as três pernas representam três pilares críticos das sociedades justas e estáveis. A primeira perna representa o espaço democrático, onde os direitos são respeitados, sejam os direitos humanos, os direitos das mulheres, os direitos das crianças ou os direitos ambientais. A segunda representa a gestão sustentável e equitativa dos recursos. E a terceira representa as culturas de paz que são deliberadamente cultivadas no seio das comunidades e das nações. A bacia, ou assento, representa a sociedade e as suas perspectivas de desenvolvimento. A menos que as três pernas estejam no seu lugar, suportando o assento, nenhuma sociedade consegue prosperar. Nem os cidadãos conseguem desenvolver as suas capacidades e criatividade. Quando uma perna está em falta, o assento é instável; quando faltam duas pernas, é impossível manter vivo qualquer Estado; e quando não há pernas disponíveis o Estado vale tanto como um Estado falhado…
Estes temas de boa governação, respeito pelos direitos humanos, equidade e paz são de particular preocupação em África – um continente que é tão rico em recursos e, no entanto, tem sido tão devastado pela guerra.”
In INDOMÁVEL Uma Luta pela Liberdade.
publicado por armando ésse às 13:36

Dezembro 07 2007
Foi no dia 10 de Dezembro de 1948, que a Assembleia Geral das Nações Unidas, reunida em Paris aprovou a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
No dia em que estes direitos deixarem de ser violados, a Humanidade dará um salto sem precedentes em toda a nossa História.

Artigo 1º.Liberdade e igualdade de todos os seres humanos.
Artigo 2º.Não discriminação.
Artigo 3º.Direito à vida.
Artigo 4º.Poibição de escravatura.
Artigo 5º.Proibição de tortura.
Artigo 6º.Direito à personalidade jurídica.
Artigo 7º.Igualdade perante a lei.
Artigo 8º.Direito a recurso efectivo perante jurisdições nacionais.
Artigo 9º.Proibição de prisão, detenção ou exílio arbitrários.
Artigo 10º.Direito a ser julgado num tribunal independente.
Artigo 11º. nº1:Presunção de inocência até prova em contrário.
nº2:Não retroactividade da lei penal.
Artigo 12º.Direito à vida privada, familiar e protecção de correspondência.
Artigo 13º. nº1:Liberdade de circulação.
nº2:Direito de sair e entrar em qualquer país.
Artigo 14º.Direito de requerer e receber asilo.
Artigo 15º.Direito à nacionalidade.
Artigo 16º.Direito de se casar e constituir família.
Artigo 17º. nº1:Direito de propiedade.
nº2:Proibição da privação arbitrária da propiedade.
Artigo 18º.Liberdade de pensamento,consciência e religião.
Artigo 19º.Liberdade de expressão e opinião.
Artigo 20º.Liberdade de reunião e associação.
Artigo 21º. nº1:Direito de participação nos assuntos públicos do seu país.
nº2:Igualdade de acesso a funções de natureza pública no seu país.
nº3:Direito a sufrágio directo e universal e direito ao voto secreto.
Artigo 22º.Direito à segurança social.
Artigo 23º. nº1:Direito ao trabalho.
nº2:Direito a salário igual para trabalho igual.
nº3:Direito a remuneração suficiente.
nº4:Direito à constituição e filiação em sindicatos.
Artigo 24º.Direito a lazer,repouso e tempos livres.
Artigo 25º. nº1:Direito a um nível de vida suficiente.
nº2:Protecção especial da maternidade e infância.
Artigo 26º. nº1:Direito à educação,princípios da gratuitidade e obrigatoriedade do ensino Básico, acesso generalizado ao ensino técnico e profissional e igualdade de acesso ao ensino superior.
nº2:A educaçao deve favorecer o desenvolvimento da personalidade,tolerância, compreensão mútua e amizade entre os povos.
nº3:Direito dos pais escolherem a educação a dar aos seus filhos.
Artigo 27º. nº1:Direito de participar na vida cultural e de gozar os frutos do progresso científico.
nº2:Protecção dos direitos de autor.
Artigo 28º.Direito a que existam condições permitindo a plena aplicação dos direitos enunciados na Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Artigo 29º. nº1:Princípio de que o indivíduo tem deveres para com a comunidade.
nº2:As únicas limitações ao exercício dos direitos devem ser previstas por lei,com vista a satisfazer exigências da moral,de ordem pública e de bem-estar geral.
nº3:Os direitos da Declaração Universal dos Direitos Humanos não podem ser exercidos contrariamente aos fins e princípios da Carta das Nações Unidas.
Artigo 30º.Nenhuma interpretação da Declaração Universal dos Direitos Humanos pode ligitimar actividades que visem a aniquilação dos direitos e liberdades nela consagrados.

Divulgue, para quem sabe a Humanidade sair do papel.

publicado por armando ésse às 08:03

Dezembro 07 2007
Foi no dia 10 de Dezembro de 1948, que a Assembleia Geral das Nações Unidas, reunida em Paris aprovou a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
No dia em que estes direitos deixarem de ser violados, a Humanidade dará um salto sem precedentes em toda a nossa História.

Artigo 1º.Liberdade e igualdade de todos os seres humanos.
Artigo 2º.Não discriminação.
Artigo 3º.Direito à vida.
Artigo 4º.Poibição de escravatura.
Artigo 5º.Proibição de tortura.
Artigo 6º.Direito à personalidade jurídica.
Artigo 7º.Igualdade perante a lei.
Artigo 8º.Direito a recurso efectivo perante jurisdições nacionais.
Artigo 9º.Proibição de prisão, detenção ou exílio arbitrários.
Artigo 10º.Direito a ser julgado num tribunal independente.
Artigo 11º. nº1:Presunção de inocência até prova em contrário.
nº2:Não retroactividade da lei penal.
Artigo 12º.Direito à vida privada, familiar e protecção de correspondência.
Artigo 13º. nº1:Liberdade de circulação.
nº2:Direito de sair e entrar em qualquer país.
Artigo 14º.Direito de requerer e receber asilo.
Artigo 15º.Direito à nacionalidade.
Artigo 16º.Direito de se casar e constituir família.
Artigo 17º. nº1:Direito de propiedade.
nº2:Proibição da privação arbitrária da propiedade.
Artigo 18º.Liberdade de pensamento,consciência e religião.
Artigo 19º.Liberdade de expressão e opinião.
Artigo 20º.Liberdade de reunião e associação.
Artigo 21º. nº1:Direito de participação nos assuntos públicos do seu país.
nº2:Igualdade de acesso a funções de natureza pública no seu país.
nº3:Direito a sufrágio directo e universal e direito ao voto secreto.
Artigo 22º.Direito à segurança social.
Artigo 23º. nº1:Direito ao trabalho.
nº2:Direito a salário igual para trabalho igual.
nº3:Direito a remuneração suficiente.
nº4:Direito à constituição e filiação em sindicatos.
Artigo 24º.Direito a lazer,repouso e tempos livres.
Artigo 25º. nº1:Direito a um nível de vida suficiente.
nº2:Protecção especial da maternidade e infância.
Artigo 26º. nº1:Direito à educação,princípios da gratuitidade e obrigatoriedade do ensino Básico, acesso generalizado ao ensino técnico e profissional e igualdade de acesso ao ensino superior.
nº2:A educaçao deve favorecer o desenvolvimento da personalidade,tolerância, compreensão mútua e amizade entre os povos.
nº3:Direito dos pais escolherem a educação a dar aos seus filhos.
Artigo 27º. nº1:Direito de participar na vida cultural e de gozar os frutos do progresso científico.
nº2:Protecção dos direitos de autor.
Artigo 28º.Direito a que existam condições permitindo a plena aplicação dos direitos enunciados na Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Artigo 29º. nº1:Princípio de que o indivíduo tem deveres para com a comunidade.
nº2:As únicas limitações ao exercício dos direitos devem ser previstas por lei,com vista a satisfazer exigências da moral,de ordem pública e de bem-estar geral.
nº3:Os direitos da Declaração Universal dos Direitos Humanos não podem ser exercidos contrariamente aos fins e princípios da Carta das Nações Unidas.
Artigo 30º.Nenhuma interpretação da Declaração Universal dos Direitos Humanos pode ligitimar actividades que visem a aniquilação dos direitos e liberdades nela consagrados.

Divulgue, para quem sabe a Humanidade sair do papel.

publicado por armando ésse às 08:03

Dezembro 06 2007

“A indústria do fast food gasta milhões de dólares todos os anos em actividades de lobby e milhares de milhões de dólares em marketing de massas. A riqueza e poder das grandes cadeias faz com que pareçam impossíveis de derrotar. E, contudo, essas empresas têm de obedecer às exigências de um grupo – os consumidores – que ansiosamente adulam e perseguem…
Ninguém nos Estados Unidos (e no resto do mundo) é obrigado a comprar fast food. O primeiro passo para que haja mudanças significativas é de longe o mais simples: deixem de comprá-la. Os gestores que gerem a indústria de fast food não são homens maus. São homens de negócio. Venderão hambúrgueres de carne orgânica, alimentada a erva e no pasto, se lho exigirmos. Venderão o que quer que seja que se venda com lucro. A utilidade do mercado, a sua eficácia como instrumento, dá para os dois lados. O verdadeiro poder do consumidor americano (e mundial) ainda não foi libertado. Os chefes da Burger King, KFC e McDonald’s deviam sentir-se intimidados; são muito menos. São três e nós quase 300 milhões (no mínimo 4 mil milhões no mundo com acesso a uma cadeia de fast food). Um bom boicote, a recusa de compra, pode falar muito mais alto do que meras palavras. Por vezes a força mais irresistível é a mais banal.
Empurrem a porta de vidro, sintam a corrente de ar fresco, entrem, ponham-se na fila e olhem à vossa volta, olhem para os miúdos que trabalham na cozinha, para os clientes nos seus lugares, para os os anúncios aos últimos brinquedos, estudem as fotografias coloridas e iluminadas por cima do balcão, pensem de onde vem a comida, como e quando é feita, o que é que cada compra de fast food acarreta, o efeito em cadeia perto ou longe, pensem nisso. Depois façam o vosso pedido. Ou voltem as costas e saiam.”
In Fast Food Nation. Os parêntesis são meus.
publicado por armando ésse às 09:21

Dezembro 06 2007

“A indústria do fast food gasta milhões de dólares todos os anos em actividades de lobby e milhares de milhões de dólares em marketing de massas. A riqueza e poder das grandes cadeias faz com que pareçam impossíveis de derrotar. E, contudo, essas empresas têm de obedecer às exigências de um grupo – os consumidores – que ansiosamente adulam e perseguem…
Ninguém nos Estados Unidos (e no resto do mundo) é obrigado a comprar fast food. O primeiro passo para que haja mudanças significativas é de longe o mais simples: deixem de comprá-la. Os gestores que gerem a indústria de fast food não são homens maus. São homens de negócio. Venderão hambúrgueres de carne orgânica, alimentada a erva e no pasto, se lho exigirmos. Venderão o que quer que seja que se venda com lucro. A utilidade do mercado, a sua eficácia como instrumento, dá para os dois lados. O verdadeiro poder do consumidor americano (e mundial) ainda não foi libertado. Os chefes da Burger King, KFC e McDonald’s deviam sentir-se intimidados; são muito menos. São três e nós quase 300 milhões (no mínimo 4 mil milhões no mundo com acesso a uma cadeia de fast food). Um bom boicote, a recusa de compra, pode falar muito mais alto do que meras palavras. Por vezes a força mais irresistível é a mais banal.
Empurrem a porta de vidro, sintam a corrente de ar fresco, entrem, ponham-se na fila e olhem à vossa volta, olhem para os miúdos que trabalham na cozinha, para os clientes nos seus lugares, para os os anúncios aos últimos brinquedos, estudem as fotografias coloridas e iluminadas por cima do balcão, pensem de onde vem a comida, como e quando é feita, o que é que cada compra de fast food acarreta, o efeito em cadeia perto ou longe, pensem nisso. Depois façam o vosso pedido. Ou voltem as costas e saiam.”
In Fast Food Nation. Os parêntesis são meus.
publicado por armando ésse às 09:21

Dezembro 05 2007

“A pessoa que deseja que a deixem em paz e não ter de se preocupar com a política acaba por ser aliado inconsciente daqueles que consideram que a política é um espinhoso obstáculo para as suas sacrossantas intenções de não deixar nada em paz.”
publicado por armando ésse às 04:04

Dezembro 05 2007

“A pessoa que deseja que a deixem em paz e não ter de se preocupar com a política acaba por ser aliado inconsciente daqueles que consideram que a política é um espinhoso obstáculo para as suas sacrossantas intenções de não deixar nada em paz.”
publicado por armando ésse às 04:04

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