A FÁBRICA

Junho 04 2009

As autoridades chinesas expressaram hoje “profundo descontentamento” sobre o apelo lançado na véspera pela secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, que instou à publicação dos nomes de todas as pessoas mortas, desaparecidas ou detidas na repressão das manifestações pró-democracia de 1989, na Praça de Tiananmen, há exactamente 20 anos.
“Este acto dos Estados Unidos ignora os factos e comporta acusações sem fundamento contra o Governo chinês”, avançou ainda o porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Qin Gang, considerando ainda que as declarações da chefe da diplomacia norte-americana constituem uma “interferência chocante nos assuntos internos da China”.
Num comunicado emitido ontem, Clinton urgira o regime de Pequim a fornecer um balanço sobre a repressão de há duas décadas e a “examinar abertamente as páginas sombrias do seu passado”. Era feito apelo à libertação de todos quantos se encontram ainda presos em ligação às manifestações de Tiananmen, ao fim da perseguição daqueles que nelas participaram e ainda à abertura de um diálogo com as famílias das vítimas.
Centenas, se não mesmo milhares, de manifestantes, estudantes e cidadãos solidários com os protestos foram mortos na noite de 3 para 4 de Junho de 1989, depois de os carros blindados terem invadido as ruas de Pequim com o propósito de pôr termo a uma vaga de manifestações pacíficas na capital – que se arrastavam há sete semanas – e que as autoridades chinesas qualificaram como uma “rebelião contra-revolucionária”.
O regime chinês nunca divulgou qualquer balanço oficial sobre o número de mortos no esmagamento dos protestos de Tiananmen, posição uma vez mais reiterada hoje, com o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros a recusar responder a quaisquer perguntas relacionadas com este facto. “Em relação ao incidente político que teve lugar no final dos de 1980, o partido e o Governo já anunciaram as suas conclusões”, afirmou Qin Gang em conferência de imprensa aludindo à terminologia oficial sobre Tiananmen.(Público)
publicado por armando ésse às 07:50

Junho 04 2009

Numa crítica invulgarmente dura, os Estados Unidos exigiram ontem a Pequim que publique os nomes dos que morreram ou desapareceram na sequência das manifestações em Tiananmen, há exactamente 20 anos. "Uma China que fez enormes progressos económicos e está a emergir para ocupar o seu lugar de direito na liderança mundial deve examinar abertamente os acontecimentos mais escuros do passado e dar uma satisfação pública dos que morreram, foram detidos ou desapareceram tanto para aprender, como para sarar", declarou a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, citada pela Reuters. "Este aniversário dá uma oportunidade às autoridades chinesas de libertar da prisão todos os que ainda cumprem penas relacionadas com os acontecimentos de 4 de Junho de 1989.
"As forças de segurança chinesas colocaram a Praça de Tiananmen sob pesadíssima vigilância para evitar que seja assinalado o aniversário do massacre, que resultou na morte de milhares de manifestantes pró-democracia. Centenas de agentes da polícia vigiam o local.
O controlo de vozes críticas ao regime também tem sido apertado. Nos últimos dias, vários dissidentes foram levados para fora da capital; outros obrigados a ficar em casa, relata a agência AFP. Por exemplo, Qi Zhiyong, que perdeu a perna esquerda na repressão, foi levado à força para fora de Pequim depois de ter recusado sair por sua iniciativa. A vigilância não se faz só na rua. A rede social Twitter e outros serviços e sites da Internet, como o Hotmail, foram bloqueados. (Público)
publicado por armando ésse às 07:41

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